A Culpa é Minha e das Metáforas escrita por Larissa Waters Mayhem
Após levar a Hazel Grace de volta, fui direto para a minha casa, meu pai me esperava sentado a mesa, daí me lembrei que não havia contado sobre a viajem para ele.
– Augustus. Sente-se. – branco sentei-me a cadeira ao lado, apoiei minhas mãos na mesa e me preparei.
– Porque não me contou sobre a viajem?
– Pai, eu estava pensando nisso, mas me empolguei. – disse olhando para os meus dedos, sem olhar para o meu pai.
– Filho, não está se precipitando? Lembre-se ela está doente.
Levantei-me com toda ira que possuía meu corpo, não aceito o fato de falar que Hazel Grace está morrendo. Ela não está eu sinto que a mesma vai viver mais tempo do que eu.
– Pai não estou me precipitando, eu estou decidido a viajar com a Hazel Grace, isso é importante pra mim e pra ela também, eu posso conhecer ela há pouco tempo mais sinto que a conheço durante anos! Porque tudo isso? Porque não posso amá-la em paz! Eu só quero passar nem que for um dia a amando! – disse batendo a minha mão na mesa – e se eu morrer, eu digo uma coisa, morrerei feliz!
– Não fale de morte Gus, eu só quis te alertar filho. – disse papai.
– Olha velho, eu sei que suas intenções são as melhores e sei que se preocupa comigo, mas eu não vou morrer nessa viajem, eu estou SEC a um ano, existem possibilidades de voltar e se voltar não vou me privar da vida. Eu tenho amigos família e uma garota que eu realmente amo, um livro que realmente gostei que não contém corpos decapitados e nem soldados feridos.
Meu pai levantou-se e ficou frente a mim, percebi que seus olhos estavam cheios de lágrimas, o abracei e disse:
– Desabroche homem.
Ele riu, depois disse:
– Não vou te privar dessa viajem. – depois deu meia volta e foi para o quarto.
Logo depois me virei e fui para o quarto, sentei-me na cama e fiquei olhando para o chão, nunca falei assim com o meu pai. Meu coração batia rápido e eu suava frio. Deite-me na cama, o amor se espalha rapidamente pelo seu corpo, como uma metástase, ele te domina, te possui. Seria uma hamartia deixar esse amor passar, a minha única oportunidade de viver um pequeno infinito.
**
Acordei ainda com calças jeans e minha camisa co Rik Smits, levantei e estava com um hálito terrível. Enquanto escovava os dentes minha mãe me chamou da cozinha. Bochechei e cuspi, depois tentei correr com aquela prótese mais isso realmente é impossível. Cheguei a cozinha e minha mãe disse:
– Isaac está no telefone!
– Fala pra ele pra pelo menos uma vez resistir a tentação de falar com a minha pessoa. – falei.
– Gus! – reprovou minha mãe.
– Certo! – disse pegando o telefone das mãos da minha mãe. Atendi:
– Eai cara, já vai começar a me encher? – disse brincando.
– Liguei pra dizer que minha vida de cego está as mil maravilhas. – falou.
– Sério?
– Não. – respondeu Isaac. – Monica não ligou ainda, nem me visitou.
– Odeio essa garota. – falei – Olha cara, ta na hora de se entregar aos prazeres da vida e sair passando o rodo nas enfermeiras.
– Pra você é fácil falar, você que está vivendo um intenso romance com a Hazel, um romance belo, intenso e tão meloso que me dá nojo.
– Isaac, poupe-me de seus comentários. – disse. – Mas eaí ainda está na clinica?
– Vou sair amanhã talvez, depende.
– Vai esperar sua visão voltar? – falei debochando.
– Venha aqui comigo, assim espera sua perna direita crescer seu filho da mãe!
– Posso te fazer uma pergunta?
– Diga. – falou.
– Como me ligou?
– Pedi pra enfermeira. Cuidado ela pode te ligar a qualquer momento. – falou – Ei vou ter que desligar minha mãe chegou.
Isaac desligou praticamente na minha cara, está de brincadeira aquele cara.
Depois disso me sentei para tomar café e como sempre meu pai lia a coluna de esportes.
– Será que a mãe da Hazel vai deixar ela ir? – perguntou minha mãe colocando uma tigela de cereal na minha frente.
– Olha mãe, acho que sim, se ela for junto pois é a única que sabe tudo sobre o câncer e tal. – disse comendo uma colher de cereal. – Vamos rezar para que sim, se não vou ser obrigado a sequestrá-la. – disse de boca cheia.
Depois do café da manhã fui jogar counterinsurgence 2, jogar sozinho era uma merda, era apenas eu e Mayhem matando todos os malvados infelizes. O tédio se fazia presente naquele momento, estava cansado de jogar counterionsurgence então decidi pegar o carro e dar uma volta pela cidade.
Enquanto dirigia terrivelmente, fumava meu cigarro metaforicamente e olhava pela janela a bela paisagem cinza que Indiana tem. Depois de passar pelo Museu, pelo parque, acabei estacionando em frente a casa do vizinho da Hazel Grace. Olhava pelo retrovisor e via a imagem da casa dela, fiquei um bom tempo olhando e criando coragem para descer e ir falar com ela. Sei lá quebrar o gelo do dia anterior em que quase tentei beijá-la, quem mandou eu ter a carne fraca e cair aos encantos por aquele boca totalmente sexy?
Decidi que seria uma má ideia, resolvi ir embora e dar um tempo para a mesma pensar, para ser honesto fiz aquilo propositalmente para concluir uma coisa, e conclui, Hazel Grace é o tipo de garota que é totalmente inexperiente em relacionamentos, como eu. Bom, em todas as festas que eu fui, em todos os bailes em que dancei não consegui encontrar a garota que se encaixava, a maioria delas falavam sobre emagrecer mais, retocar a raiz de seu cabelo, e em como estavam tristes por ter quebrado uma porcaria de uma unha.
E aí a Hazel Grace caí de para quedas na minha vida, uma garota extremamente inteligente, muito adulta para a idade e muito certa no que diz, ela é simples mas é sexy. Aí eu lhe pergunto meu caro quantos virgens de uma só perna tem essa chance?
Cheguei em casa estacionei o carro e entrei, eram ainda 14:00 e eu não estava me divertindo. Liguei para Isaac pra variar:
– Está na clinica? – perguntei.
– Sim, vai vir me visitar?
– Já estou indo.
Mal entrei e já sai de casa pegando o carro novamente, fui até um tipo de clinica de reabilitação, cujo o nome eu nem sei. Estacionei e entrei na clínica, é engraçado como todas as clinicas tem um enjoativo cheiro de remédio. A mãe de Isaac estava na recepção, estava com o irmãozinho dele o Graham, fui até sua direção e disse:
– Bom dia.
– Olá Gus! Que bom que veio visitar o Isaac! – falou.
– Isaac? Mas eu não vim visitar ele, ele está aqui? – brinquei.
– Gus, claro que está. – disse a mesma séria.
– Só estou brincando, pode me levar ao quarto dele? – falei.
– Ele está no jardim, venha vou te levar – disse pegando meus pulsos e me levando para o jardim.
Isaac estava deitado no chão, usava uma roupa branca e óculos escuros. Sentei-me ao seu lado sem dizer nada. Então a mãe dele disse:
– Isaac, o Gus está aqui.
Isaac sentou-se e disse:
– Gus seu filho da mãe está aí é?
– Sim estou, decidi encher um pouco o seu saco.
– Isaac, vou ir buscar o Graham, o Gus cuida de você. – falou a mãe de Isaac.
– Olha, eu não prometo nada, posso ir embora e o Isaac não vai perceber.
– Augustus! – disse a mãe de Isaac me chamando a atenção. Depois deu meia volta e foi embora.
– Ela já foi? – perguntou Isaac.
– Sim, já foi.
– Cara, ela está me tratando que nem criança, nem o Graham é tratado assim. Estou me sentindo um estorvo na moral.
– Engraçado como todos usam roupa branca aqui – comentei fugindo do assunto – parece que estou no céu ou algo assim.
Isaac deu risada.
– Acho que porque aqui existem vários mortos-vivos, tipo, alguns ficam cegos, outros sem os membros, alguns ficam doentes para o resto de suas vidas.
– Isaac meu chapa, alguns aqui perderam a vontade de viver.
– Tipo eu? – observou. – Cara é tão chato ficar cego, eu estou começando a me esquecer como são o rosto das pessoas, isso é ruim, não posso ver o céu azul e nem o verde da grama, não vou ver você fumando seus cigarros metaforicamente e nem a Hazel respirando artificialmente, não posso ver minha mãe e nem Graham brincando. Não consigo ver a Monica. Isso é agonizante.
– Isaac, eu a vida não é justa meu caro. Não viva a vida do seu câncer e sim a sua.
Isaac ficou quieto.
– Tudo vai dar certo você vai ver. – debochei.
– Tudo vai dar certo pra você também Gus, basta correr atrás dos seus sonhos. – debochou Isaac também.
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