A Culpa é Minha e das Metáforas escrita por Larissa Waters Mayhem


Capítulo 13
Capítulo 13 - Ligeiros Pensamentos




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Após levar a Hazel Grace de volta, fui direto para a minha casa, meu pai me esperava sentado a mesa, daí me lembrei que não havia contado sobre a viajem para ele.

– Augustus. Sente-se. – branco sentei-me a cadeira ao lado, apoiei minhas mãos na mesa e me preparei.

– Porque não me contou sobre a viajem?

– Pai, eu estava pensando nisso, mas me empolguei. – disse olhando para os meus dedos, sem olhar para o meu pai.

– Filho, não está se precipitando? Lembre-se ela está doente.

Levantei-me com toda ira que possuía meu corpo, não aceito o fato de falar que Hazel Grace está morrendo. Ela não está eu sinto que a mesma vai viver mais tempo do que eu.

– Pai não estou me precipitando, eu estou decidido a viajar com a Hazel Grace, isso é importante pra mim e pra ela também, eu posso conhecer ela há pouco tempo mais sinto que a conheço durante anos! Porque tudo isso? Porque não posso amá-la em paz! Eu só quero passar nem que for um dia a amando! – disse batendo a minha mão na mesa – e se eu morrer, eu digo uma coisa, morrerei feliz!

– Não fale de morte Gus, eu só quis te alertar filho. – disse papai.

– Olha velho, eu sei que suas intenções são as melhores e sei que se preocupa comigo, mas eu não vou morrer nessa viajem, eu estou SEC a um ano, existem possibilidades de voltar e se voltar não vou me privar da vida. Eu tenho amigos família e uma garota que eu realmente amo, um livro que realmente gostei que não contém corpos decapitados e nem soldados feridos.

Meu pai levantou-se e ficou frente a mim, percebi que seus olhos estavam cheios de lágrimas, o abracei e disse:

– Desabroche homem.

Ele riu, depois disse:

– Não vou te privar dessa viajem. – depois deu meia volta e foi para o quarto.

Logo depois me virei e fui para o quarto, sentei-me na cama e fiquei olhando para o chão, nunca falei assim com o meu pai. Meu coração batia rápido e eu suava frio. Deite-me na cama, o amor se espalha rapidamente pelo seu corpo, como uma metástase, ele te domina, te possui. Seria uma hamartia deixar esse amor passar, a minha única oportunidade de viver um pequeno infinito.

**

Acordei ainda com calças jeans e minha camisa co Rik Smits, levantei e estava com um hálito terrível. Enquanto escovava os dentes minha mãe me chamou da cozinha. Bochechei e cuspi, depois tentei correr com aquela prótese mais isso realmente é impossível. Cheguei a cozinha e minha mãe disse:

– Isaac está no telefone!

– Fala pra ele pra pelo menos uma vez resistir a tentação de falar com a minha pessoa. – falei.

– Gus! – reprovou minha mãe.

– Certo! – disse pegando o telefone das mãos da minha mãe. Atendi:

– Eai cara, já vai começar a me encher? – disse brincando.

– Liguei pra dizer que minha vida de cego está as mil maravilhas. – falou.

– Sério?

– Não. – respondeu Isaac. – Monica não ligou ainda, nem me visitou.

– Odeio essa garota. – falei – Olha cara, ta na hora de se entregar aos prazeres da vida e sair passando o rodo nas enfermeiras.

– Pra você é fácil falar, você que está vivendo um intenso romance com a Hazel, um romance belo, intenso e tão meloso que me dá nojo.

– Isaac, poupe-me de seus comentários. – disse. – Mas eaí ainda está na clinica?

– Vou sair amanhã talvez, depende.

– Vai esperar sua visão voltar? – falei debochando.

– Venha aqui comigo, assim espera sua perna direita crescer seu filho da mãe!

– Posso te fazer uma pergunta?

– Diga. – falou.

– Como me ligou?

– Pedi pra enfermeira. Cuidado ela pode te ligar a qualquer momento. – falou – Ei vou ter que desligar minha mãe chegou.

Isaac desligou praticamente na minha cara, está de brincadeira aquele cara.

Depois disso me sentei para tomar café e como sempre meu pai lia a coluna de esportes.

– Será que a mãe da Hazel vai deixar ela ir? – perguntou minha mãe colocando uma tigela de cereal na minha frente.

– Olha mãe, acho que sim, se ela for junto pois é a única que sabe tudo sobre o câncer e tal. – disse comendo uma colher de cereal. – Vamos rezar para que sim, se não vou ser obrigado a sequestrá-la. – disse de boca cheia.

Depois do café da manhã fui jogar counterinsurgence 2, jogar sozinho era uma merda, era apenas eu e Mayhem matando todos os malvados infelizes. O tédio se fazia presente naquele momento, estava cansado de jogar counterionsurgence então decidi pegar o carro e dar uma volta pela cidade.

Enquanto dirigia terrivelmente, fumava meu cigarro metaforicamente e olhava pela janela a bela paisagem cinza que Indiana tem. Depois de passar pelo Museu, pelo parque, acabei estacionando em frente a casa do vizinho da Hazel Grace. Olhava pelo retrovisor e via a imagem da casa dela, fiquei um bom tempo olhando e criando coragem para descer e ir falar com ela. Sei lá quebrar o gelo do dia anterior em que quase tentei beijá-la, quem mandou eu ter a carne fraca e cair aos encantos por aquele boca totalmente sexy?

Decidi que seria uma má ideia, resolvi ir embora e dar um tempo para a mesma pensar, para ser honesto fiz aquilo propositalmente para concluir uma coisa, e conclui, Hazel Grace é o tipo de garota que é totalmente inexperiente em relacionamentos, como eu. Bom, em todas as festas que eu fui, em todos os bailes em que dancei não consegui encontrar a garota que se encaixava, a maioria delas falavam sobre emagrecer mais, retocar a raiz de seu cabelo, e em como estavam tristes por ter quebrado uma porcaria de uma unha.

E aí a Hazel Grace caí de para quedas na minha vida, uma garota extremamente inteligente, muito adulta para a idade e muito certa no que diz, ela é simples mas é sexy. Aí eu lhe pergunto meu caro quantos virgens de uma só perna tem essa chance?

Cheguei em casa estacionei o carro e entrei, eram ainda 14:00 e eu não estava me divertindo. Liguei para Isaac pra variar:

– Está na clinica? – perguntei.

– Sim, vai vir me visitar?

– Já estou indo.

Mal entrei e já sai de casa pegando o carro novamente, fui até um tipo de clinica de reabilitação, cujo o nome eu nem sei. Estacionei e entrei na clínica, é engraçado como todas as clinicas tem um enjoativo cheiro de remédio. A mãe de Isaac estava na recepção, estava com o irmãozinho dele o Graham, fui até sua direção e disse:

– Bom dia.

– Olá Gus! Que bom que veio visitar o Isaac! – falou.

– Isaac? Mas eu não vim visitar ele, ele está aqui? – brinquei.

– Gus, claro que está. – disse a mesma séria.

– Só estou brincando, pode me levar ao quarto dele? – falei.

– Ele está no jardim, venha vou te levar – disse pegando meus pulsos e me levando para o jardim.

Isaac estava deitado no chão, usava uma roupa branca e óculos escuros. Sentei-me ao seu lado sem dizer nada. Então a mãe dele disse:

– Isaac, o Gus está aqui.

Isaac sentou-se e disse:

– Gus seu filho da mãe está aí é?

– Sim estou, decidi encher um pouco o seu saco.

– Isaac, vou ir buscar o Graham, o Gus cuida de você. – falou a mãe de Isaac.

– Olha, eu não prometo nada, posso ir embora e o Isaac não vai perceber.

– Augustus! – disse a mãe de Isaac me chamando a atenção. Depois deu meia volta e foi embora.

– Ela já foi? – perguntou Isaac.

– Sim, já foi.

– Cara, ela está me tratando que nem criança, nem o Graham é tratado assim. Estou me sentindo um estorvo na moral.

– Engraçado como todos usam roupa branca aqui – comentei fugindo do assunto – parece que estou no céu ou algo assim.

Isaac deu risada.

– Acho que porque aqui existem vários mortos-vivos, tipo, alguns ficam cegos, outros sem os membros, alguns ficam doentes para o resto de suas vidas.

– Isaac meu chapa, alguns aqui perderam a vontade de viver.

– Tipo eu? – observou. – Cara é tão chato ficar cego, eu estou começando a me esquecer como são o rosto das pessoas, isso é ruim, não posso ver o céu azul e nem o verde da grama, não vou ver você fumando seus cigarros metaforicamente e nem a Hazel respirando artificialmente, não posso ver minha mãe e nem Graham brincando. Não consigo ver a Monica. Isso é agonizante.

– Isaac, eu a vida não é justa meu caro. Não viva a vida do seu câncer e sim a sua.

Isaac ficou quieto.

– Tudo vai dar certo você vai ver. – debochei.

– Tudo vai dar certo pra você também Gus, basta correr atrás dos seus sonhos. – debochou Isaac também.


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