Esperança Negra escrita por Akiel


Capítulo 4
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/4350/chapter/4

Harry chegou em casa quando já havia amanhecido. Tudo o que havia conversado com Lavínia passava por sua cabeça. Como ela viveu, com quem fora criada e quem era ela. Mas, o que mais o impressionava era como ela estava calma. Parecia que nada havia acontecido. Ela falava tão calmamente que ele quase não acreditava que ela havia passado por tudo que disse. Parecia que a guerra a havia feito amadurecer demais. Se fechar demais. Ela parecia fria, distante, conformada. De uma maneira absurda, ela o lembrava Malfoy. Muito estranho.

- Harry?

- Bom dia, Hermione.

- Se encontrou com a garota?

- Sim.

Ambos iam em direção a sala, Hermione estava bebendo algo que Harry não pode identificar. Ela se sentou no sofá e ele em uma poltrona à frente dela.

- Acordou cedo.

- Perdi o sono.

- Onde estão Rony e Lupin?

- Rony ainda está dormindo e Lupin saiu para resolver umas coisas da Ordem.

- Hum.

- Está cansado?

- Um pouco.

- Vá tomar um banho e descansar um pouco.

- Ok.

Harry subiu até seu quarto, separou algumas peças de roupa e foi tomar banho. Sua mente agora, estava vazia, ele queria relaxar sentindo a água quente cair por seu corpo. Restaurando suas forças.

Após o banho, Harry deitou um pouco para descansar e acabou dormindo. Dormiu tranqüilo.



Depois de conversar com Harry, Lavínia se dirigiu a sua mansão, em um lugar afastado de Londres e de todos. Chegou lá, tirou a capa e foi para a escrivanhia, aonde escreveu um pequeno bilhete.

“Preciso falar com você. Quando posso ir aí?

L.B”

Enquanto aguardava a resposta, Lavínia ficou observando o horizonte. Sua mãe sempre lhe dizia que o horizonte era a fonte da força da terra e que quando ela estivesse se sentindo fraca, era para ela olhar para ele que suas forças seriam renovadas. Incrível como sempre funcionava. Começou a se lembrar da conversa que teve com Potter na noite anterior. Realmente ele era tudo o que ela ouvira falar. Realmente exalava confiança e coragem. Mas, ele seria suficientemente forte para derrotar o Lorde das Trevas? Ele parecia ser poderoso, mas mesmo assim....

Foi tirada de seus pensamentos com sua coruja piando, indicando que voltara com a resposta.

- Nossa! Pensei que fosse demorar mais.--abriu o pergaminho

Venha hoje à noite. Estarei esperando

D.M

- Ótimo.--guardou o pergaminho e foi tomar um banho. Precisava urgentemente de um descanso.



Eram quase duas horas da tarde quando Harry descera para comer alguma coisa. Foi até a cozinha e encontrou seus amigos conversando.

- Ah, oi Harry! Sirva-se!--falou Rony apontando para a mesa cheia de guloseimas.

- Estava mesmo cansado, hein?--disse Hermione.

- Sim, tive uma longa noite.

- E aí, cara, como foi com a aquela garota Black?--perguntou Rony sem disfarçar sua curiosidade.

- Bem. Ela, na verdade, se chama Lavínia e é filha do Sirius.

- Como é?

- Filha do Sirius?--Rony e Hermione estavam chocados.

- É.--Harry respondeu calmamente, se servindo de alguns doces.

- Ela é confiável?--perguntou Mione.

- Me parece que sim.

- O que ela te falou?--perguntou Rony.

- Bom...

E assim, Harry contou toda sua conversa com Lavínia Black. Ao final, seus amigos estavam meio que impressionados.

- Nossa...

- Então ela é filha do Sirius e de uma mulher chamada Lyanna e cresceu em meio a Comensais da Morte. A mãe foi morta por ordens de Voldemort e Sirius pensava que ela fora morta também.--falou Hermione.

- Exatamente.

- Ela pretende nos ajudar a lutar contra Você-Sabe-Quem?--perguntou Rony.

- Sim.

- Falando nisso, Harry, você já pensou em como vamos destruir Nagini?

- Não precisamos, Mione.

- Por que não?

- Porque Lavínia já a destruiu.

- Essa garota é muito estranha...--comentou Rony.



Estava quase anoitecendo quando Lavínia acordou. O sol já estava se pondo, deixando uma marca vermelha no céu. Em breve anoiteceria e ela teria que sair. Se levantou e foi até a biblioteca da mansão. Olhou por todas as estantes procurando por um livro até que o encontrou. Era antigo e pesado. A capa feita com prata continha escritas em latim e uma tranca em formato de cobra, também em prata. Lavínia passou a mão pela cobra que rastejou abrindo o livro. Ela o folheou procurando o feitiço que queria. O achou. Como preparar chaves-de-portal. Pegou um pouco de metal que havia levado e começou a trabalhar. Tinha que ficar pronta antes de se encontrar com Draco.



Como odiava ficar preso! Parecia uma criança de castigo! Um saco! Verdadeiro tédio! Mesmo com Severus dizendo que era para o seu próprio bem e segurança, Draco não se conformava em ter que ficar trancado. Mas a idéia de sair e dar de cara com algum Comensal da Morte, também não era muito boa, devia admitir. A única coisa boa que acontecia era quando Lavínia vinha visitá-lo.

Adorava conversar com ela. Sempre foram bons amigos. Desde pequenos.

Conhecera Lavínia quando tinha uns seis anos, ficaram amigos e não se largaram mais. Mesmo depois que a mãe dela foi morta por ordens do Lorde das Trevas. Mesmo enquanto ele estava em Hogwarts. Sempre se falavam por meios de corujas, ou nas raras vezes que dava, pessoalmente. Lavínia o entendia com ninguém. Podia ver através da máscara que ela utilizava todos os dias. Podia adivinhar o que ele estava sentindo ou pensando com apenas um olhar. Ela sempre acertava. Draco deixou que um sorriso aparecesse em seu rosto, enquanto observava a chama das velas que espalhara pela casa.

- “Chamas do fogo, chamas da alma” Ela não se cansava de repetir.--disse para si mesmo, enquanto brincava com as chamas.--Assim, como a chama do fogo queima a vela ou a madeira, o fogo da alma queima dentro dos nossos corpos, dando-nos a energia e a coragem necessária para continuar. Esse fogo alimenta nosso espírito.--ele riu--Excelente pensamento, minha amiga. A chama da sua alma sempre queimou e muito. Pena que a minha tenha apagado.--o sorriso em sua face se tornou triste e ele parou de brincar com as chamas, agora, só observava.



- Observando a noite, Harry?

- Oi, Mione. Não percebi você se aproximar.--Harry estava sentado no parapeito da janela do seu quarto. Hermione se sentou ao lado dele.

- Pensando em Lavínia?--ela perguntou.

- Em todos. Ela disse que foi criada pelo Lupin.

- Pelo Lupin? Você não tinha dito isso antes.

- Eu sei, havia me esquecido. Ela disse, também, que meus pais eram padrinhos dela.

- E você não acredita nela.

- Esse é o problema. Eu não sei. Há algo nela, eu não sei o que é. Me faz sentir estranho, seguro.

- Mas, se sentir seguro não é uma coisa boa?

- Com ela, eu não tenho tanta certeza.

Ficaram um tempo em silêncio, apenas observando a noite estrelada e de luar.

- É lua cheia.

- Se refere ao Lupin?

- Sim.

- Você quer falar com ele, não é?

- Quero.

- Acho que vai ter que esperar até amanhã.

- Pelo jeito.

- Harry, ela disse se voltaria a te ver, ou a falar com você?

- Ela disse que entraria em contato. Sabe, Hermione, o jeito dela me fez lembrar de uma pessoa.

- Ah é? Quem?

- Draco Malfoy.

- Sério?

- Sério. Ela lembra um pouco ele. Acho que é a criação.

- Então ela é metida, arrogante, mimada e falsa?

- Não. Ela é fechada, distante, fria.

- Definitivamente falar com ela não te fez bem.

O moreno riu.

- Muito pelo contrário, Mione, me fez muito bem.

Hermione olhou o amigo desconfiada. O que será que aquela garota fez ao Harry para ele mudar tanto?



Lavínia suspirou cansada. Havia dado trabalho, mas terminara. Guardou a chave-de-portal no bolso e foi se arrumar. Já anoitecera, provavelmente Draco a estaria esperando.

Colocou calças e botas pretas e uma blusa vermelha de mangas compridas, largas no final. A blusa tinha um corte canoa e era decotada atrás. Colocou um colar rente ao pescoço com um pingente de mais ou menos sete centímetros de prata, com o formato de um raio. Os cabelos negros ela deixou soltos.

Pegou a capa e aparatou.



Chegou até a casa em que Draco estava escondido. Enquanto se dirigia até a porta não pode deixar de pensar em como devia estar sendo torturante para o amigo ficar escondido. Do jeito que ele adorava isso...Ela riu e bateu três vezes. Mais uma vez ouviu duas batidas vindas de dentro e bateu três vezes. Draco abriu a porta e indicou que ela entrasse. Ela entrou tirando a capa.

- Sente-se, vou pegar algo para bebermos.--Draco se afastou um pouco e quando voltou estava com uma garrafa de vinho do Porto e duas taças. Serviu e entregou uma a amiga.

- A que devo a visita?--perguntou se sentando ao lado de Lavínia.

- Queria que me fizesse um favor.--disse bebendo.

- E qual seria?

- Queria que você guardasse um segredo.

- Sabe que pode confiar em mim.

- Sim, eu sei. Faz esse favor pra mim?

- Faço. Que é segredo é esse que merece todo esse mistério?

- É uma coisa a qual eu venho pensando há muito tempo e tenho certeza que não dá pra mudar.

- E o que seria?

Lavínia não respondeu, apenas tomou um gole de vinho e aproximou seus lábios do ouvido do amigo e lhe sussurrou algo. Devia ser grave pois ele ficou mais pálido do que normalmente já era. Ela se afastou em silêncio e continuou a tomar seu vinho.

- Tem certeza disso?

- Absoluta.

Draco tomava o vinho numa fúria desesperada para que ele o acalmasse.

- Tem mais, Draco.

- O que é agora?

Lavínia pegou a capa e de dentro do bolso tirou algo que entregou a Draco.

- Tome.--era uma corrente fina de prata, com um pingente também em prata em forma de um raio, igual ao que ela usava no pescoço. Draco ficou observando o pingente em sua mão enquanto Lavínia explicava do que se tratava.

- É uma chave-de-portal. Leva apenas a três lugares: ao Lupin, a minha casa e a...mim.

- Para que você está me dando ela?

- Se por caso correr perigo pode ir para um desses lugares.

- Até o Lupin?

- Ele lhe acolherá, pode ter certeza.

- Leva também a mansão Black que você mora e a você mesma?

- Exatamente. Se precisar falar comigo de modo bem rápido, use-a. Levará até mim, não importa onde eu esteja.

- Ah, entendi.

- E Draco...

- Sim?

- Quando o que eu disse acontecer quero que vá para a mansão Black e fique por lá até as coisas se acalmarem.

- Por quê?

- Ficará em segurança por lá.

- Você também tem uma?

- Sim.--mostrou o colar.

- E leva ao Lupin e a mansão Black e mais aonde?

- A você.

- Hã?

- Eu enfeiticei as duas. Elas são parte de um todo. As duas são uma. Podem se rastrear. Portanto a sua leva a mim e a minha leva a você.

Draco ficou um tempo quieto até que perguntou:

- Potter sabe?

- Sobre o que?

- Da sua relação comigo.

- Não. Eu não falei nada.

- Sábia escolha.

- Eu só não quero te envolver.

Mais uma vez, o silêncio os envolveu até que Lavínia colocou a taça de lado e deitou a cabeça no colo de Draco, que começou a fazer um pequeno e carinhoso cafuné nela. Lavínia pegou a mão e entrelaçou na sua. Ficaram assim, até adormecerem.



-Harry?

- Lupin? Pensei que não fosse te ver até amanhã.

- Não se preocupe. Tomei minha poção hoje. Antes de dormir, Hermione me contou que você queria falar comigo. Sobre o quê?

- Lavínia Black.

- Ah. O que quer saber?

- Por que não me disse que você a havia criado? Que ela é filha do Sirius?

- Porque ela precisava contar isso. Senão você não acreditaria.

- Tudo o que ela me disse é verdade?

- Sim. Ela é filha do Sirius, eu a criei depois que Lyanna foi morta, seus pais eram padrinhos dela e sim, ela é louca o bastante para ir atrás de Nagini sozinha.

- Como sabe sobre Nagini?

- Ela me mandou uma coruja contando o que pretendia fazer.

- E você não a impediu por quê?

- Por que confio nela e você também deveria. Ela será de grande ajuda. É uma excelente bruxa.

- Imagino.

- Agora vá dormir, Harry, já está tarde.--dizendo isso Lupin se retirou, deixando Harry sozinho com seus pensamentos.

-“Confiar ou não confiar?”



O dia já havia amanhecido. Lavínia acordou com o barulho de coisas sendo quebradas, abriu os olhos e tentou captar da onde vinham os sons. Ouviu passos e vozes que pareciam zangadas. Conforme o tempo ia passando as vozes iam ficando mais fortes.

Foi com assombro que percebeu que eram vozes de Comensais e que se dirigiam para onde ela se encontrava. Rapidamente acordou Draco e o avisou do perigo:

- Draco...Draco acorda!

- Hã? O que foi?

- Há Comensais vindo pra cá!

- O quê?! Como você sabe?

- Eu os ouvi. Temos que sair daqui. Use a chave-de-portal que eu te dei. Vamos para a Mansão Black.

- Ok.

Mas quando eles estavam prestes a aparatar, ouvem o estrondo da porta sendo destruída e três Comensais da Morte entrarem na casa.

- Ora, ora, ora...o que temos aqui. Draco Malfoy e Lavínia Black.

- Nosso Mestre ficará muito feliz em vê-los.--disseram dois deles antes de tentarem enfeitiçar os dois jovens.

- Protego!--Lavínia protegeu a si mesma e a Draco na mesma hora.

- Não será tão fácil assim.--enquanto um falava os outros dois se postaram atrás dos dois e agarraram seus braços.

- Me solta!--Draco gritou.

- Não mesmo, Malfoy.--o outro respondeu.--Você não cumpriu sua missão e você sabe o quanto isto deixa o Lorde das Trevas feliz.

- Larga!--ouviu-se a voz de Lavínia.

- Você também trate de ficar quieta, traidora. Tenho certeza de que o Lorde ficará muito satisfeito em acabar com você pessoalmente.

Os três Comensais riram enquanto os dois jovens se entreolhavam. Com um olhar Lavínia avisou a Draco para que este se prepara-se ao que o outro respondeu com um aceno de cabeça. Então um único golpe, Lavínia chutou o Comensal que a prendia aproveitando que este estava distraído. Os outros dois ficaram alertas e foram pra cima dela, libertando Draco que pegou sua varinha e se preparou para contra-atacar.

- Estupefaça!--o Comensal que o havia prendido caiu no chão, despertando a atenção dos outros dois que estavam lutando com Lavínia.

- Você!--um gritou e foi pra cima de Draco, mas Lavínia o impediu.

- Pretificus Tottalus.--o Comensal caiu duro aos pés de Draco.

- Cuidado!--o loiro gritou. Mas não foi o suficiente. Ao se virar Lavínia foi atingida pelo terceiro Comensal que deu-lhe uma bofetada com a varinha fazendo com que um profundo corte aparecesse em seu rosto.

- Lavínia!--Draco foi socorrê-la, mas o Comensal que ele havia estuporado se recuperou e o pegou pela perna o derrubando.

- Você é meu, garoto!

Nisso o outro já estava em cima de Lavínia que ainda estava meio zonza com o golpe.

- Expelliarmus!--Lavínia voou batendo na parede enquanto Draco tentava se livrar do Comensal que tentava estuporá-lo.

- Agora você não me escapa.Estupefa...--sua voz morreu. Em seu corpo vários cortes apareceram e ele caiu inconsciente no chão.

Lavínia havia se livrado do outro Comensal e protegido Draco.

- Que feitiço é esse?

- Sectumsempra.

- AH!

Dois gritos de dor foram ouvidos ao mesmo tempo. O último Comensal havia empurrado os dois contra a parede e pego Lavínia.

- Lavínia!

Não deu. Dessa vez Lavínia não conseguiu se livrar das garras do bruxo e foi capturada.

Draco ficou petrificado, sem saber o que fazer durante alguns segundos até que decidiu. Era melhor avisar Lupin. Se concentrando apertou o pingente em seu pescoço e desejou encontrar Lupin. No momento seguinte desapareceu, deixando pra trás a casa destruída e dois Comensais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, deixem reviews. Criticas, sugestões e elogios são sempre bem-vindos. Obrigada.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Esperança Negra" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.