Meu Querido Chefe escrita por Callie Adraude


Capítulo 3
Três


Notas iniciais do capítulo

Só iria postar sexta feira, mas não aguentei. Vocês devem ficar feliz já que postei antes do previsto.
Quero desejar boas vindas a Kelinha, espero que esteja gostando.
Então, aqui está o capitulo. Boa Leitura.



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É essencial a minha vida acabou. Ainda por cima ser chamada de tia galinha. O que John tinha na cabeça. Não podia ser coisa de Deus. Se me dissessem ontem que hoje eu estaria vestida de galinha e prestes a cantar para um bando de crianças não iria acreditar. Não sou boa em falar em público, imagina cantar. Todos os olhares estavam voltados para mim, inclusive os adultos que se aproximaram do palco. Se eu fosse uma galinha de verdade já estaria depenada por causa do constrangimento. Estou pensando seriamente em pedir demissão. Não, não posso fazer isso. Cantar é melhor que pedir esmola no sinal.

Levanto com um pouco de dificuldade. As crianças se afastam abrindo caminho em direção a minha humilhação. Subo no pequeno palco e John me entrega o microfone olhando para ele de uma forma assassina. Vejo-o descer do palco e saí de fininho para a mansão. As crianças batem palmas na expectativa. Os adultos estão bem próximos esperando pelo meu grande show de horrores. Vou até a pequena banda para dizer a musica que irei cantar. Eles fazem uma cara de espanto, porem concordam com um sorriso e aceno de cabeça. Respiro fundo e seja o que Deus quiser. Não pode ser tão ruim, vai ser divertido. Bem, espero que sim. O pior que pode acontecer será se eu cair do palco. O que pode acontecer do jeito que eu sou muito “sortuda”.

Levo o microfone até os lábios e é agora ou nunca.

Katy Perry – California Girls

I know a place

Where the grass is really greener

Warm, wet and wild

There must be something in the water

Sippin' gin and juice

Laying underneath the palm trees (undone)

The boys break their necks

Trying to creep a little sneak peek (at us)

Ao começar a cantar as garotinhas deram um gritinho e os garotos entroncharam a cara. Sei que não é o gosto deles, no entanto foi à primeira musica quase infantil que veio a minha cabeça. Não sou muito antenada neste tipo de coisa. E passando a maioria do tempo com John que só ouve musica antiga fica meio difícil saber das novidades. Mexi um pouco os braços e as pernas tentando entrar no ritmo da musica.

You could travel the world

But nothing comes close

To the Golden Coast

Once you party with us

You'll be falling in love

Oh oh oh oh

Quando cheguei ao refrão às mulheres também começaram a cantar junto com as garotinhas. Comecei a dançar sendo imitada pela plateia.

California gurls

We're unforgettable

Daisy dukes, bikinis on top

Sun-kissed skin, so hot

We'll melt your popsicle

Oh oh oh oh

California gurls

We're undeniable

Fine, fresh, fierce

We got it on lock

West coast represent

Now put your hands up

Oh oh oh oh

Todos cantavam junto comigo. Tenho que admitir que a sincronia da musica é bastante legal. O mais incrível é que eu estava gostando do improviso. Mexo o quadril de acordo com o ritmo e me admiro por saber dançar. John sempre dizia que eu o fazia passar vergonha nas boates.

Sex on the beach

We don't mind sand in our stilettos

We freak in my Jeep

Snoop Doggy Dogg on the stereo, oh oh

You could travel the world

But nothing comes close

To the Golden Coast

Once you party with us

You'll be falling in love

Oh oh oh oh

Noto que os homens no fundo da plateia de meninas e mulheres estão estranhos. O pior de tudo é que minha orelha está coçando e quando isto acontece só duas coisas explicam. O John está em perigo e vai sobrar para mim ou eu estou em perigo e vai sobrar para mim do mesmo jeito. Começo a cantar o segundo refrão tentando distrair a plateia para não entrar em pânico para o que acho que é uma confusão.

California gurls

We're unforgettable

Daisy dukes, bikinis on top

Sun-kissed skin, so hot

We'll melt your popsicle

Oh oh oh oh

California gurls

We're undeniable

Fine, fresh, fierce

We got it on lock

West Coast represent

Now put your hands up

Oh oh oh oh

— Ahhhhhhh – O grito fino da garotinha do pirulito assustou a todos.

A banda parou de tocar e joguei o microfone longe quando vi o porquê da confusão. John está com os braços de pinguim para o alto se rendendo enquanto um homem de terno aponta uma arma para ele. O homem estava de costas para o palco e John me lança um olhar de desespero. Estou de mãos atadas. Não sei o que fazer. Já passamos por tanta coisa, porem uma arma apontada para a cabeça de um de nós, isto nunca aconteceu nem nos meus sonhos.

Tenho que fazer alguma coisa e tem que ser agora. Não posso perder meu emprego por uma coisa tão banal. As crianças gritam como loucas enquanto seus pais tentam desesperadamente resgata-los para tira-los dali. Tiro os sapatos de galinha e desço do pequeno palco devagar. Desvencilho-me das crianças e adultos desesperados e tento chegar perto para ouvir o que o homem da arma fala.

— Você se acha muito esperto não é seu pinguim desgraçado. Entrar na minha casa e mexer no meu escritório. – O homem vociferou para um John bastante pálido – Quem te mandou aqui? Foi o idiota do Potter?

— Se ele fosse idiota nunca teria me contratado. – Como John tem coragem de responder aquilo com uma arma apontada para a cabeça.

Não escuto o resto. Vou até o lugar onde estão as mesas e as cadeiras. O lugar está mais vazio, a maioria se safou. Pego uma cadeira e volto para o desesperado Sr. John. Ando devagar para o meliante não perceber a minha aproximação. Levanto a cadeira para o alto e John balança a cabeça sinalizando um não. Não dei à mínima e bati com toda a força que tinha a cadeira nas costas do homem engravatado. O cara se desequilibrou e cai no chão soltando a arma. John se espanta e fica parado como uma estátua. Subo em cima das costas do meliante e prendo seus braços com os meus joelhos.

— Vai ficar aí parado ou vai me ajudar? – Reclamei.

John balança a cabeça saindo do transe. Abaixa os braços e chuta a arma do cara para longe.

— Aiii – Reclamei com a dor quando John arrancou todas as penas do rabo da galinha. – Mais respeito com a propriedade dos outros.

— Deixa ele comigo e liga para a policia e o sr. Potter.

— Está bem. – Digo saindo de cima do canalha e pegando o telefone.

Depois de toda a confusão, a policia chegou e um Potter desesperado. Ainda tive que dar o meu depoimento. John explicava para o Sr. Potter que o cara engravatado que era seu braço direito estava lhe roubando. Claro que o Sr. Potter não acreditou de primeira, embora quando John falou sobre a arma e a correria das pessoas ele mudou de opinião.

Voltei para o BMW para esperar John terminar de dar o seu depoimento para a policia. Trabalhar com John é muito cansativo. Apesar de que gosto do meu trabalho por que não é repetitivo. Minto eu, a única coisa repetitiva são as encrencas em que nos metemos. Preciso recapitular esse dia da minha vida. Esquecer é a melhor escolha para ter que aturar John mais algum tempo. Entro no carro conseguindo respirar devidamente agora. Demitri com certeza vai rir da minha cara quando contar a ele o que aconteceu ou será melhor eu não contar. Que duvida cruel. Só que mais uma humilhação na minha vida não irá fazer diferença.

Sinto alguém abrir a porta do carro e entrar sentando no banco carona. Não preciso nem virar o rosto para saber quem é. Dou a partida no carro e saio pelas ruas.

— Que dia. – Dava para perceber que ele queria amenizar a tempestade que estava entre nós. – Você está legal?

— Não. – Respondi rápido. – E cala a boca que eu preciso dirigir.

John resmungou algo que eu não entendi e não queria entender. Fizemos todo o caminho até seu apartamento em silencio. Não havia nada a ser comentado. Paro o carro na frente de seu edifício e espero ele sair.

— Você ficou muito estressada. Amanhã será um dia melhor. – Ele disse rindo. Seu sorriso cativa qualquer um, no entanto estou com muita raiva.

— Adeus – Gritei o empurrando para fora do carro, o jogando para a calçada e fechando a porta com força – E eu me demito.

— Serio? – Ele perguntou rindo cruzando os braços. Seu porteiro colocou a cabeça para fora para ver o que estava acontecendo.

— Serio. Acorde cedo que você tem reunião ás nove da manhã. – Pisei fundo e a ultima coisa que ouvi dele foi um “mas é louca, realmente”.


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Notas finais do capítulo

Comentarios me deixa muito feliz!