As Marotas IV escrita por Laura Dias


Capítulo 30
Capítulo 30 - Vilarejos Visitados


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, demorei não, vou nem perguntar. Obrigada por comentarem, continuem assim que vocês vão para o céu. Então, esse capítulo ficou bem grandinho mas acho que ele é interessante. Primeiramente eu não tinha pensado em ele tomar essas proporções mas foi fluindo e eu deixei. A propósito, quem chegou primeiro na prova foi o Caleb (; Ah, queria avisar que comecei a postar aqui a minha fanfic original dos guerreiros elementares, começa com o primeiro "livro" fanfic, que chama o palácio dos cinco tronos, deixo o link abaixo. Então, leiam, comentem e etc, tentarei responder todos o mais rápido possível



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/433571/chapter/30

Assim que Madison abriu os olhos, reconheceu exatamente onde estava: ala hospitalar. Ela se mexeu em seu leito e sentou-se. Sua coluna doía e a garota passou as mãos nas costas, haviam alguns furinhos que pareciam estar cicatrizando. Respirou fundo e olhou para o teto, a prova fora mais dolorosa do que imaginara mas estava feliz porque podia mexer seus músculos novamente. Olhou para o lado e viu os outros campeões deitados. Adam estava sentado no seu leito enquanto comia algo em uma tigela. Caleb dormia em um leito mais afastado e Miguel estava paralizado enquanto a enfermeira derramava uma poção na sua boca.
― Com licença ― chamou ela baixinho para a enfermeira que passava na frente de seu leito em direção à outra ponta da ala hospitalar. Ela parou e olhou para Madison com olhos bondosos ― Esses machucados nas minhas costas vão sumir, não vão? E quando poderei sair daqui?
― Claro que irão sumir! ― exclamou ela ― E vocês todos, exceto o aluno de Beauxbatons sairão pela manhã. É apenas até seus machucados curarem, não há risco nenhum. Coma seu jantar, deixei em cima daquela cômoda ― indicou a bandeja com a cabeça e Madison sorriu.
Ela se afastou deixando Madison suspirando. A garota pegou a bandeja e colocou sobre seu colo. Havia uma tigela idêntica a que vira com Adam, com sopa de cebola ― na enfermaria era quase tradição servir sopa de cebola ―; torradas e queijo. Ela mergulhou uma torrada na sopa e comeu, estava maravilhosa para quem não comia fazia algumas boas horas.
― Posso falar com você? ― perguntou uma voz quando Madison estava devorando seu pedaço de queijo com todas as suas forças. Ela ergueu a cabeça e viu Adam aos pés da sua cama, ele estava sem camisa e com uma faixa no peito que dava uma volta completa, provavelmente protegendo os ferimentos das asas. Madison deveria estar com um igual, mas por baixo das roupas brancas de algodão macio.
― Se eu disser não, você vai embora? ― perguntou esperançosa e ele deu um sorriso sarcástico ― Vou interpretar isso como um não. Pois bem, não restou nenhuma escolha para mim, diga. Mas já aviso, se eu me estressar, essa sopa quente vai parar na sua cabeça.
― Dá um tempo ― disse ele com uma voz autoritária. Madison cruzou os braços ― Eu queria dizer que eu não gosto de Layla e me arrependo de tê-la beijado, se eu pudesse voltar no tempo, essa seria uma coisa que eu definitivamente não faria.
― Mas ninguém pode voltar no tempo ― afirmou Madison e parece que sentiu o seu vira-tempo ficar um pouco mais gelado em seu pescoço ― E nada o que você disser irá mudar o que houve. Ela nunca havia beijado ninguém, ela não vai esquecer, ela gosta de você e só o que você está dizendo te torna pior. Está iludindo Layla.
― Luke foi a primeira pessoa que você beijou também? ― ele ergueu as sobrancelhas encarando-a com aqueles brilhantes e irritantes olhos verdes.
― Isso não é da sua conta ― retrucou ela jogando os cabelos para trás e bufando ― Nada da minha vida diz respeito a você, a não ser o torneio o qual eu não ajudarei você em definitivamente nada. Eu tenho ódio de você desde sempre, para ser sincera. Você adora sinceridade, não?
― Sim ― Adam disse ― Use toda essa sua sinceridade para responder a minha pergunta! E você está com ódio de mim por quê eu sempre impliquei com você desde o começo ou por quê eu beijei a Layla?
― Olhe, eu não vou ficar respondendo ao seu questionário. Estou cansada, com fome e minha coluna dói por completo. E sim, Luke foi a primeira pessoa que eu beijei, está satisfeito? Agora me deixe em paz! ― ela disse centrando sua atenção na bandeja do jantar novamente.
Madison não percebeu a ligeira raiva que passou nos olhos de Adam porque estava preocupada em molhar mais torradas na sopa. O garoto olhou para ela, respirou fundo e andou de volta para o seu leito. Assim que se deitou, uma garota entrou correndo na ala hospitalar e a enfermeira apenas pediu silêncio. Era Layla. Madison foi obrigada a erguer os olhos. Ela tinha ainda uma pontada de esperança que a prima pudesse ter vindo vê-la, mas quando ela andou em direção à cama de Adam, a mínima esperança desapareceu.
― Eu queria ter vindo mais cedo ― explicou ela com um enorme sorriso no rosto ― Mas, sempre que eu queria vir te visitar a enfermeira dizia que estava dormindo ou tomando medicamentos. Por isso deixei para depois do jantar. Como se sente?
― Bem, eu acho ― respondeu ele se ajeitando ― Acho que você não deveria ter se preocupado comigo, não foi nada grave. Volte para a sua sala comunal, vá dormir. Amanhã já temos aulas e pelo que eu saiba sua segunda é cheia ― disse sem delicadeza.
― Claro que eu deveria ter me preocupado com você! Você é meu namorado ― Layla disse com um tom ligeriamente entusiasmado.
Madison cuspiu a sopa que estava na sua boca de volta para a tigela. Colocou o recipiente na bandeja e olhou para Adam. Os olhares deles se encontraram por um instante: os olhos verdes pareciam se desculpar e os verde-água pareciam definitivamente não querer saber.
― Layla, eu não sou seu namorado ― defendeu-se Adam rapidamente encarando ela ― Eu beijei você uma vez e foi só. Eu sinto muito se deixei você pensar que estivéssemos namorando.
― O quê? ― ela parecia muito chateada ― É por causa dela, não é? ― apontou para a cama de Madison e a garota fingiu não notar ― Ela não fica chateada pelo inimigo dela namorar com um parente da família, eu juro. Diga a ele, Madison!
― Ah claro, definitivamente eu não fico chateada ― Madison respondeu com ironia, mas naquele ponto em que Layla se encontrava, ela não pareceu perceber o tom de voz irônico.
Adam mandou que Layla saísse e ela saiu reclamando e batendo os pés. Miguel acordou assim que a garota saiu da enfermaria, ele parecia perdido e envergonhado. Caleb havia acordado e estava rindo de sua expressão facial
― Eu me lembrro de cairr numa espécie de poça de gelatina ― declarou.
― Você dormiu por muito tempo ― explicou Madison gargalhando alto ― Já está de noite. Não se preocupe, nenhum de nós sofreu nada grave, amanhã podemos voltar à nossa rotina. Eu para as aulas, e vocês dois para seja lá o que ficam fazendo aqui.
― Exploramos, conhecemos pessoas, às vezes visitamos aulas mas na maior parte do tempo ficamos dormindo e comendo ― Caleb respondeu com uma expressão séria.
― Isabelle iria adorar uma vida dessas ― comentou ― Bom, eu vou dormir um pouco, se vocês forem ficar conversando sobre a prova, que é claro que irão fazer, falem baixo.
― Sim, madame ― Miguel disse de modo simpático imitando uma reverência muito exagerada e Madison sorriu.
Adam estava apenas observado e quando Madison sorriu ele teve a impressão de que aquele sorriso poderia iluminar o mundo inteiro como a luz do sol.
***
Madison acordou escutando conversas abafadas. Ela remexeu na cama e se sentou rapidamente. Isabelle estava sentada na beirada da cama e Safira estava em pé com Emma ao lado dela. Todas pararam de conversar, ou melhor discutir, quando Madison acordou e encarou-as.
― Meu pai quer falar com você ― Emma foi direta.
― Por quê? ― Madison arregalou os olhos mas pela expressão de Emma, ela não sabia a resposta ― Meu deus, quantas horas? Por que vocês não me acordaram?
― Eu queria ― interviu Isabelle lançando olhares magoados para as amigas ― Mas elas não deixaram, disseram que você tinha que descansar e acordaria quando estivesse bem. Estavamos meio que montando guarda por aqui.
― Não seja ridícula ― ralhou Safira ― Se ela não acordasse em trinta minutos nós mesmo iríamos acordá-la porque não somos tão pacientes assim. O Prof. Phelps quer falar com você mas também temos que te mostrar uma coisa que está nos preocupando.
― Vocês estão me deixando nervosa ― comentou Madison ― Vou trocar de roupa e ver o que o Prof. Phelps quer comigo, me encontrem na biblioteca. Hoje é domingo, acredito que poucos alunos devem estar na biblioteca.
As garotas assentiram. Madison saltou da cama e olhou para as roupas que estava usando: seu pijama. Era uma camisola branca com pequenos desenhos de flores azuis. Isabelle deu uma risadinha e atirou uma sacola para Madison que continha suas roupas. Foi até o banheiro da enfermaria e vestiu-se de jeans e uma camisa branca; deixou os cabelos soltos e amarrou os tênis nos pés. Quando saiu correndo da enfermaria, as meninas já tinham ido e Adam se preparava para voltar para seu dormitório.
Ela caminhou até a sala do Prof. Phelps e respirou fundo. Definitivamente não gostava de ficar sozinha com ele, não gostava de falar com ele porque ele sempre falava de sua mãe e sempre lembrava que ele era apaixonado por ela. Madison achava um desrespeito contra a memória da Tânia e se sentia desconfortável ser o motivo de fazê-lo lembrar de Megan. Mas ela tinha de fazer isso então, bateu duas vezes na porta e logo ela foi aberta. Felipe sorriu e mandou que ela entrasse.
― As garotas disseram que você queria falar comigo ― afirmou ela mexendo nos cabelos, uma mania que demonstrava quando ela estava incomodada com alguma coisa.
― Sim, por vários motivos. Na verdade, tenho muitas coisas a dizer para você ― ele continuou e Madison respirou fundo virando-se para ele ― Primeiramente eu queria falar sobre o que você colocou no meu suco de abóbora na noite do baile.
― Ah ― Madison corou. Jurou que ele não sabia ou que não tocaria nesse assunto, estava enganada ― Olhe, eu sinto muito mas é uma questão de prioridade. Peter é meu primo e ele gosta de Emma e vice-versa, achei que seria bom que eles fossem juntos ao baile, e você não permitira. E não foi uma poção poderosa, você estava de pé no outro dia ― ele olhou firme para ela e se sentou na sua escrivaninha. Ela continuou em pé, reta, olhando para ele ― Está bravo comigo?
― É claro que não ― ele disse tranquilamente ― Foi genial, eu tenho que afirmar. Mas eu sei o que é melhor para a minha filha, e é ficar longe dele ― Madison abriu a boca para argumentar ― Não vou aceitar seus argumentos, Madison, é melhor guardá-los. Mas eu gostaria de ter ido ao baile e você tirou isso de mim. Concordei em não dizer nada à McGonagall mas você terá de cumprir uma detenção.
― Pensei que tivesse dito que não estava bravo! ― Madison ergueu a voz
― E não estou, mas toda ação corresponde a uma reação ― ele afirmou dando um sorriso ― Esteja na minha sala às quinze horas do sábado da próxima semana. Perderá seu passeio à Hogsmeade mas vai me ajudar a corrigir algumas lições.
― Ele é vingativo ― sussurrou ela para si mesma ― Mas o que mais você tem para dizer? Eu não como nada desde o jantar e já perdi a hora do café da manhã. Se apresse, por favor.
― Você pode comer comigo ― ele indicou a bandeja sobre uma mesinha de canto, ele não havia tocado em nenhum dos cookies, muffins ou pães recheados ― Preciso falar com você sobre as provas do torneio e o cuidado que você precisa tomar.
― Desculpe mas eu não preciso dos seus conselhos e da sua preocupação, eu sei me cuidar ― Madison disparou ― Eu sei que você é um professor e eu não deveria dizer dessa forma, mas você não age muito com profissionalismo, não é?
― O que significa não agir com profissionalismo para você? ― ele sussurrou.
― Você sabe o que eu quis dizer ― ela debruçou sobre a escrivaninha dele e respondeu no mesmo tom ― Fica falando da minha mãe, fica insinuando sua paixão por ela, isso não é profissionalismo: misturar a vida pessoal e a vida acadêmica.
― Seus valores são iguais aos dela ― Felipe enrolou uma mecha loira de Madison em seus dedos e ela se afastou quase que no mesmo instante ― Eu às vezes fico imaginando como você seria se fosse minha filha com ela: teria esses mesmos cabelos mas seus olhos, sinto lhe informar, mas não teriam essa cor. Seriam mais parecidos com os meus.
― Gosto da cor dos meus olhos.
― Mas às vezes fico imaginado como você seria mais velha, lembraria ainda mais a sua mãe ― ele deu um sorriso.
― Você tem que parar com isso! ― gritou Madison assustando Felipe ― Você se casou com uma mulher maravilhosa, teve uma filha maravilhosa e fica se prendendo ao passado, fica pensando como seria sua vida se algo tivesse acontecido, tem que seguir em frente, viver o presente. Minha mãe nunca vai ser sua, e eu nunca vou ser como ela! Não vê que esse seu jeito faz mal a todo mundo? A mim, minha família e principalmente à Emma.
― Você tem razão ― ele abaixou a cabeça e cobriu seu rosto com as mãos, ele soluçava, estava em prantos. Madison sentiu seu coração pesar como chumbo e ela se aproximou dele. Tirou as mãos dele do rosto e segurou-as.
― Se lágrimas mudassem as coisas, acredite, minha vida estaria de outro jeito ― ela susurrou olhando dentro dos olhos dele ― Eu estaria com o garoto que eu gosto. Sim, eu gosto de alguém mas não vem ao caso. O que quero dizer, é que se esperar que as coisas aconteçam por acontecer ou caíam do céu, vai morrer esperando. Vá salvar a memória de Tânia, vá ser um pai para Emma!
― Você só tem quatorze anos mesmo? ― ele sorriu olhando igualmente dentro dos olhos dela ― Dá ótimos conselhos, como se já tivesse vivido muito. Mas você tem razão, tenho que focar no presente e talvez vá colocar flores no túmulo de Tânia, embora quando ela partiu estivéssemos brigados, e vou dar mais atenção à Emma. Mas eu quero lhe pedir uma coisa ― Madison olhou para ele sem entender ― Eu fiz coisas terríveis, e a última coisa que fiz, a consequência só será sentida daqui uns dias, quero que me perdoe e entenda que fiz por você e sua mãe, fiz por Emma também. E eu me arrependo, de coração eu me arrependo.
― Dou conselhos bom porque tenho boas conselheiras ― explicou ― Emma vai adorar ter o pai ao seu lado. E se arrepender é um bom começo, Prof. Phelps. Eu não posso dizer que perdôo pois não sei o quão grave é, sou uma pessoa que guarda rancor infelizmente, mas diga-me o que é!
― Eu não posso ― ele deu um sorriso triste ― Não agora. Eu seria demitido, você me odiaria, Emma me odiaria, todos me odiariam. Mas tenho consciência que um dia isso tudo virá a tona e eu serei responsabilizado, mas espero estar longe quando acontecer. Eu avisei que a consequência de meu último feito vai se revelar daqui a uns dias, talvez você possa perceber quando acontecer e ligar os fatos, mas peço que guarde para si mesma. Pelo menos por um tempo, me prometa.
― Eu prometo, professor ― sussurrou Madison.
― Você pode me dar um abraço? ― ele pediu e Madison não se sentiu muito segura, mas assentiu.
Ela o abraçou e ele sorriu.
― Seus cabelos tem cheiro de rosas igual o da sua mãe, eu ainda me lembro da última vez que a tive nos braços ― suspirou ― Agora vou seguir em frente mas esse cheiro eu nunca irei esquecer, obrigado por tudo, Madison
― De nada ― eles se separaram ― Por que eu tenho a impressão que você planeja sumir daqui a um tempo?
― Porque eu planejo ― ele respondeu ― Não tenho a coragem que gostaria de ter, Madison. Não me peça para ficar e enfrentar tudo porque eu não consigo. Mas esperarei até ser descoberto, até a última bomba explodir. Apenas cumpra a sua promessa.
― Eu vou ― ela afirmou antes de pegar um cookie e um muffin e sair da sala com o coração mais leve e com a cabeça muito mais pesada.
***
Madison se encontrou com as amigas na biblioteca assim que saiu da sala do professor Phelps. Encontrou Nicholas e Marabella de mãos dadas no corredor e a garota piscou para ela. Continuou caminhando e quando chegou à biblioteca concluiu o que dissera: não havia quease ninguém por lá. As três garotas estavam sentadas numa mesa com expressões apreensivas.
― Olá ― Madison saudou sentando-se na cadeira vaga ― Vocês não estão com expressões boas, isso está me deixando assustada.
― Como foi com meu pai? ― perguntou Emma antes de todas.
― Ele queria saber sobre eu ter colocado a poção no suco de abóbora dele e falar sobre o Torneio, como era perigoso e tudo mais. Falou da minha mãe, mas disse que vai esquecer tudo e focar no presente, acho que isso te deixa feliz, não? ― Madison disse e Emma assentiu ― Vamos, mostre-me o que prometeram
As três se entreolharam e Isabelle bufou tirando uma edição do Profeta Diário das vestes. Ela o atirou em cima da mesa e Madison o pegou. Na capa estava a foto de um pequeno povoado com pessoas de expressões assustadas e repórteres. A manchete dizia: "Comensais visitam pequenos vilarejos".
― É longe daqui, não é? ― perguntou Safira à prima.
― Sim ― Madison respondeu concentrada na figura, no título e subtítulo da manchete ― Longe até demais eu diria. Esse vilarejo de Feitichis é bem afastado de tudo e relativamente pequeno também. Não entendo o motivo dos comensais terem ido para lá.
― Estou começando a entender ― pronunciou Emma mordendo os lábios.
― Talvez estejam recuando, se afastando, desistindo ― Isabelle afirmou esperançosa ― Ou talvez estejam apenas se retirando para planejar alguma coisa. Admita que minha ideia é ótima!
― Seria ótima se fossem crianças preparando uma travessura de Halloween não Comensais da Morte ― Emma revirou os olhos ― É muito óbvio o que eles estão fazendo: recrutando. Sabem que ninguém em Hogsmeade ou nas proximidades irá com eles pois se sentem seguros com Hogwarts perto, mas esses vilarejos estão por si próprios, cedem à pressão, ao medo. Se antes tínhamos que lidar com dez comensais, hoje, devem ter pelo menos uns trinta, com sorte é claro.
― Está ficando cada dia pior ― reclamou Isabelle apoiando a cabeça nas mãos e os cotovelos na superfície da mesa ― Quero dizer, isso pode significar uma guerra? Já devemos nos preparar?
― Ainda não ― foi a vez de Madison falar ― Eles estão recrutando mas lembrem-se: eles não vão atacar sem terem alguém que tome a frente, o novo Lorde. E pelo que sabemos eles não o acharam ainda. Não acharam niguém com potencial e sangue frio para assumir o posto ― ela suspirou ― É como se víssemos um circulo se fechando e não pudéssemos fazer nada.
― Só temos quatorze anos, não acredito que poderíamos fazer algo ― Safira continuou ― Mal sabemos feitiços direito. E se acontecer uma guerra não vamos participar, não temos conhecimento suficiente. Mas graças a deus, de acordo com a Madison a guerra está longe.
― Por enquanto sim ― interviu Emma ― Mas se os Comensais continuarem avançando como estão, podem achar o Lorde mais rápido do que estamos calculando e aí sim será um problema. Prestem bem a atenção: quanto mais rápido o novo líder ascender, mais rápido nós estaremos diante de uma guerra. Guerra essa que se não estivermos preparados, vamos perder.
― Então sugiro uma coisa ― Madison disse remexendo os bolsos e tirando um enorme mapa dos arredores de Hogwarts, cobria uma grande distância. Isabelle arregalou os olhos para ela ― Não me pergunte por quê tenho um mapa desses comigo, pergunte à Emma, ela que deixou nos bolsos do meu jeans.
― Foi sem querer ― defendeu-se Emma ― Eu não tinha onde guardar na minha mala sem que meu pai achasse isso. Porque eu roubei das coisas dele, ele não poderia definitivamente descobrir que eu surrupiei do escritório dele.
― Certo. Voltando ao mapa ― a loira balançou a cabeça como se espantasse alguns pensamentos que atormentavam-na e colocou o dedo sobre o vilarejo de Feitichis ― Eles estão aqui, certo? ― todas assentiram ― Então só tem outros dois caminhos que eles podem seguir e continuar seu recrutamento: pela direita ― ela apontou um vilarejo maior chamado Kirjava ― Ou pela esquerda ― apontou para um vilarejo ainda maior com o nome de Hestawg ― Algum palpite de por onde eles vão seguir?
― Só dou um palpite se você disser para quê ele servirá ― falou Safira
― Para atrasá-los. Ou você acha que eu vou ficar aqui sentada me preocupando com aulas, torneio e jogos de quadribol quando eles estão criando um exército de vultos negros por aí. Eles também procuram um líder, então, atrasando-os, retardamos a guerra ― explicou Madison ― Vamos lá, o seu palpite.
― Acho que eles devem seguir por Hestawg ― disse ela ― É um vilarejo maior e seguindo pela esquerda tem outros vilarejos bruxos maiores, com mais população. Se eles fossem pela direita, em direção à Kirjava, os vilarejos a seguir não eram tão grandes, fora as criaturas que vivem perto dessas montanhas ― ela apontou uma região um pouco atrás de Kirjava ― Nem mesmo eles seriam capazes contra elas.
― Que tipo de criaturas? ― quis saber Isabelle
― Kelpies. Torça para que nunca encontre um na sua vida ― respondeu Safira ― E qual seu plano para retardá-los, Madison?
― Eu ainda não o tenho mas por mais que eu odeie aceitar isso, vamos precisar da ajuda dos Malfeitores ― ela respondeu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

link da fanfic original:
http://fanfiction.com.br/historia/484019/O_Palacio_dos_Cinco_Tronos/