Após a ''Esperança'' escrita por HungerGames


Capítulo 56
Capítulo 56


Notas iniciais do capítulo

...'' ele passa a mãos pelos meus cabelos e beija minha testa e mesmo com medo e com dor, eu me sinto segura e protegida com ele aqui comigo''...



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Em poucos minutos nós chegamos ao hospital, Peeta me ajudava a descer da ambulância quando eu senti o liquido escorrendo entre as minhas pernas.
– Mãe! – eu chamo por ela que vem logo ao meu lado.
– A bolsa estourou! – ela fala olhando pra mim e pro Peeta mas ainda mantendo a calma.
Um enfermeiro trás uma cadeira de rodas e eu me sento nela, sinto mais uma pontada e minhas mãos agarram a cadeira com força enquanto eu cerro meus dentes tentando segurar a dor, Peeta pega a minha mão e me olha tentando passar segurança mas eu sei que ele também está nervoso.
– Vai dar tudo certo! – ele fala forçando um sorriso, eu concordo com a cabeça mas a dor me distrai de novo, a médica aparece pelo corredor vindo na nossa direção.
– Oi, então ela resolveu chegar mais cedo? – ela pergunta sorrindo com uma calma invejável, eu tento sorrir mas sem muito sucesso.
– Então como ela está? – ela pergunta pra minha mãe, que começa a dar detalhes nessa linguagem médica que eu não entendo, sobre contrações e batimentos cardíacos, depois de passar essas informações elas voltam a atenção pra mim novamente.
– Bom, então vamos logo! – a médica chama mais duas enfermeiras e eu sou levada pra uma sala no fundo do corredor, me levantam da cadeira e trocam minha roupa para uma camisola larga branca, então me levam até outra sala e é quando a médica fala algo com Peeta e ele se afasta.
– Peeta! – eu chamo por ele, ele me olha a alguns passos de distâncias de mim e me lança um pequeno sorriso.
– Eu já volto! – ele fala com firmeza na voz, a enfermeira me levanta da cadeira e eu sou passada para uma espécie de cama.
– Não, não! Eu quero o Peeta! – eu reclamo tentando sair mas mãos me seguram – Eu não vou ficar aqui sem ele! – eu falo séria encarando a enfermeira que parece fraquejar.
– Calma Katniss! – minha mãe me pede – Ele só foi trocar de roupa, ele não pode ficar aqui com aquela roupa! – ela fala calmamente tentando me fazer deitar.
– Peeta! – eu chamo novamente, dessa vez a dor volta ainda mais forte do que qualquer outra vez e eu tenho que me controlar pra não gritar, eu respiro fundo tentando manter minha respiração, minhas mãos se fecham com força e eu fecho meus olhos pra tentar aguentar.
– Eu.. quero...o...Peeta...agora – eu falo pausadamente entre cada respiração.
– Eu estou aqui! – ele fala entrando pela sala e parando ao meu lado, ele está com uma espécie de roupão verde e touca – Eu to bem aqui! E não vou sair, ok? – ele fala com as mãos no meu cabelo me acalmando e forçando um sorriso.
Eu não tenho chance de sorrir por que a dor supera qualquer coisa.
– As contrações estão mais fortes! – minha mãe informa pra alguém que embora eu não consiga ver desconfio que seja a médica.
– Vamos começar! – a voz responde calma.
Então um lençol é colocada sobre as minhas pernas que estão apoiadas na cama, Peeta permanece ao meu lado segurando minha mão, acariciando meus cabelos tentando me passar alguma espécie de calma, a médica se posiciona, minha mãe ao lado dela e então começam as instruções.
– Muito bem Katniss, agora eu preciso que você faça força! – a voz pede e eu preciso de uma tomada de ar antes pra conseguir fazer, mas obedeço rapidamente.
– Isso, mais uma vez! – novamente me pede e eu obedeço, agarrada a mão do Peeta, meus dentes cerrados e o suor já escorrendo pelo meu rosto, minha respiração está ainda mais irregular e a cada vez que eu tenho que repetir isso parece que vou perder o ar.
– Só mais uma vez! Estamos quase lá! – a voz pede pela terceira vez com certa rapidez e novamente eu obedeço, alguns segundos e o choro invade a sala, Peeta me olha no mesmo instante e um sorriso de alivio está estampado no rosto dele, meu coração dispara e eu sinto o cansaço espalhando pelo meu corpo mas junto com o cansaço está a emoção desse momento, Peeta se vira pra minha mãe e solta minha mãe, ela a entrega pra ele, enrolada em uma manta e com o choro ainda mais alto do que eu pensei ser possível, Peeta a segura e aproxima o rosto dela.
– Papai está aqui! Tá tudo bem! – eu fala sorrindo enquanto olha pra ela.
– Pelo menos sabemos que ela tem ótimos pulmões – minha mãe fala sorrindo.
E como se ela entendesse e reconhecesse a voz do Peeta, o choro diminui até cessar por completo, ele está completamente hipnotizado, seus dedos passando por ela e o sorriso aumentando, na verdade ele não está apenas sorrindo, ele está rindo, um riso que faz com que eu sorria de volta, o encantamento dele por ela parece mágico, mesmo me sentindo contente em ver essa cena eu não resisto e tenho que interromper.
– Me dá ela um pouco! – eu peço esticando os braços pra ele, ele me olha sorrindo e se aproxima me entregando ela, um pouco desajeitados mas conseguimos, quando eu a seguro pela primeira vez e meus olhos a encontram, tão pequena e linda, o que mais me encanta são os olhos azuis, é como se eu estivesse olhando numa versão menor dos olhos do Peeta, a cabeça toda coberta de fios negros, a verdade é que olhando pra ela tudo se torna pequeno, como se um filme estivesse passando na minha cabeça nesse momento, todas as vezes que eu rejeitei isso, quantas vezes eu jurei que isso não aconteceria, como eu me apavorei quando descobri, mas agora, segurando ela nos meus braços, olhando pra ela, tudo isso se tornou tão pequeno que me parece um passado muito distante e uma emoção totalmente diferente me invade, as lágrimas que descem pelo meu rosto contrastam com o sorriso, mas é exatamente desse jeito que eu me sinto, várias emoções se contrastando com a outra, nenhum sentimento que eu senti ou possa sentir vai ser maior do que esse agora, eu a amo com todas as minhas forças, nada nunca conseguirá ser maior do que isso, eu aproximo meus lábios da testa dela e a beijo, ela se mexe, as mãozinhas esfregando o rosto e então eu ouço o riso do Peeta de novo.
– Ela é linda! Perfeita! – ele fala se aproximando de nós, eu o olho sorrindo, é como se nada mais existe além de nós três, mas a voz nos lembra que não.
– Agora nós temos que limpar ela – minha mãe fala parando ao lado do Peeta, os olhos dela também mostram que ela chorou, mas o sorriso também está no rosto dela.
Eu olho novamente pra minha filha e lhe dou mais um beijo então minha mãe a pega.
Meu corpo parece sentir todo o cansaço e esforço que eu fiz e eu me encosto novamente da cama, liberando o ar que parecia preso, Peeta passa as mãos pelo meu cabelo e me olha sorrindo, aproxima nossos lábios e me dá um beijo rápido, ele levanta o rosto sorrindo e beija minha testa.
– Ela parece com você! – ele fala sorrindo, eu nego com a cabeça sorrindo.
Então as enfermeiras voltam pra perto de mim e Peeta tem que se afastar, elas vem me fazendo algumas perguntas sobre o que eu estou sentindo e verificando pressão, batimentos e todas essas coisas, mas fora o cansaço a única coisa que ocupa minha mente é minha filha.
– Quando eu posso pegar ela de novo? – eu pergunto enquanto uma enfermeira coloca um aparelho no meu braço, verificando a pressão.
– Logo, logo! – ela fala sorrindo, terminando de fazer as verificações.
Minutos depois eu só levada para um quarto, Peeta aparece logo depois que eu sou instalada.
– Como que você está? – ele pergunta preocupado.
– Bem! – eu falo com a voz baixa e confirmando com a cabeça, ele sorri e se aproxima da cama onde eu estou apoiando o corpo nela, ele coloca o cabelo atrás da minha orelha e sorri.
– Eu estou muito, muito feliz – ele fala empolgado.
– Nossa, eu nem desconfiei – eu falo implicando com ele e revirando os olhos.
Ele ri – É sério! É mais do que um sonho – ele fala mais sério – É realidade! – ele volta a sorrir, eu levo minha mão até o rosto dele, passando meus dedos no contorno do rosto dele e o puxo pra mais perto de mim, ele se aproxima e nós nos beijamos, as batidas na porta nos separam, minha mãe entra trazendo Pérola, Peeta se levanta rapidamente e vai ao encontro dela, ela entrega Pérola a ele, ela está enrolada em uma manta rosa, eu me sento na cama e espero ele me trazer ela.
– Primeira amamentação! – minha mãe fala sorrindo e vindo até a mim, me ajudando a me sentar melhor – Meus parabéns minha filha, ela é linda! – ela fala sorrindo.
Eu agradeço com um sorriso e Peeta me entrega ela, com a ajuda da minha mãe eu a coloco no meu peito e ela realmente estava com fome, ficamos os três com sorrisos idiotas olhando pra ela e trocando olhares uns com os outros.
– Eu tenho que dar uma saída! – minha mãe avisa nos deixando sozinhos.
Alguns segundos depois, batem na porta novamente desse vez não é minha mãe, são Effie, Haymitch, Gale e Johanna, os quatro entram ansiosos, Effie toma a frente animada vindo até nós, mas Johanna reclama.
– Ei, eu estava na frente! – ela reclama com raiva.
– Você não vai começar agora né! – Gale pede a Johanna.
– Por que a errada sempre sou eu? – Johanna se irrita.
– Ah que se danem, vocês duas! – Haymitch passa a frente.
Peeta aproxima o rosto da Pérola e finge sussurrar.
– Você se acostuma com o tempo! – ele fala sorrindo.
Haymitch se aproxima primeiro e parece impressionado, ele nos olha e volta o olhar para Pérola que está acordada mexendo as mãozinhas, os olhos azuis parcialmente abertos, Haymitch fica em silêncios por uns segundos o que é uma verdadeira surpresa, até que eu vejo a emoção no rosto dele e uma pequena lagrima escorrendo antes que ela caia ele passa a mão rapidamente.
– Eu vi isso! – eu falo olhando pra ele, ele me olha e dá de ombros.
– Se você falar eu nego! – ele sussurra mas um pequeno sorriso aparece – Ela é linda – ele fala sorrindo – Ainda bem que puxou o pai! – ele implica já se afastando dando lugar aos outros.
Effie como sempre está animada – Ai Katniss, Peeta, ela é linda, uma princesa! – ela fala empolgada.
Johanna mesmo com toda sua pose também parece ter uns segundos de emoção.
– Parabéns! Ela é linda mesmo – ela fala com um pequeno sorriso.
–Parece com você – Gale fala sorrindo.
– Os olhos são iguais os do Peeta – eu falo já que ela dormiu e não dá pra ver.
Quando minha mãe volta, estão todos espalhados pelo quarto, conversando.
– Pelo visto estão com visitas né! – ela fala entrando pelo quarto – Eu sinto muito mas elas tem que descansar – ela avisa mas todos concordam sem problemas.
Um pequeno berço está ao lado da minha cama, Peeta a coloca lá e eu recebo instruções rigorosas da minha mãe para descansar um pouco e sinceramente nem tenho forças para rebater, quando acordo Peeta está sentado na poltrona do quarto segurando a Pérola com um sorriso no rosto enquanto conversa com ela, eu não consigo ouvir sobre o que ele fala mas posso ouvir o sussurro vindo dele.
– Cuidado pra baba não escorrer – eu implico enquanto me endireito na cama, ele me olha sorrindo.
– A mamãe está com ciúmes – ele finge sussurrar pra ela, então se levanta vindo até a mim.
Eu tenho que dar de mamar de novo e logo depois a médica aparece, dizendo que tudo ocorreu bem, que nós duas temos saúde suficiente pra muita coisa ainda, por isso nós poderemos voltar pra casa logo depois do almoço.
Então assim acontece, logo depois do almoço, que por sinal foi horrível, uma sopa sem gosto algum, nós somos dispensados, Peeta arranjou um carro pra nos levar, eu, ele e minha mãe que passará o próximo mês lá em casa para me ajudar nos primeiros momentos.
E eu realmente tenho que agradecer por isso, por que algumas dúvidas foram resolvidas nesse tempo que ela ficou conosco, sem contar que foi bom também ter ela conosco num momento tão especial assim. As madrugadas estão bem mais movimentadas agora que eu tenho que acordar cerca de três vezes pra poder amamentar, Peeta faz questão de se levantar junto comigo mesmo que seja apenas para ficar me observando, eu dou de mamar e ele a coloca pra dormir novamente. Assim se seguiu, confesso que o primeiro mês foi mais cansativo mas com o passar dos dias e meses começamos a acostumar.
Hoje, um ano depois a noite já não é mas tão movimentada assim, ela já dorme uma noite inteira embora acorde bem cedo, exatamente na hora que Peeta vai pra padaria, eu ainda não voltei as aulas, por que não iria conseguir ficar longe dela por muito tempo, então estendi o tempo, agora já estou pensando em voltar, por que temos uma creche na escola onde as mães que trabalham podem deixar as crianças menores, então estou começando a pensar nisso, por que também sinto muita falta das aulas, Peeta tem me apoiado a fazer isso, ele conseguiu um ajudante na padaria e depois de treiná-lo, ele o mantém junto com Philip na cozinha, eles tem se saído bem e Peeta tem tido mas descanso, que ele gasta claro, com a Pérola, vendo ele e ela tão próximos e cúmplices, me faz lembrar da minha relação com meu pai, basta um olhar dele para ela que ela sorri, os olhos dos dois sempre brilham quando se encontram e não tem cena melhor que essa, quando ela começou a soltar as primeiras sílabas eu achei sinceramente que Peeta fosse ter um ataque do coração, ele ficou mais empolgado do que qualquer outra vez, para completar a primeira palavra foi ‘’papa’’ e ela ainda apontava pra ele, o que me causou uma crise de riso vendo Peeta repetindo a palavra e implorando pra ela repetir, ele ria e a levantava no alto, balançando ela fazendo ela gargalhar, esse foi um dos meus momentos preferidos, até hoje. Hoje é a festa de um ano dela, Peeta fez questão de fazer e Effie o apoiou de forma completa, se auto intitulando organizadora, dessa vez ela recebeu carta branca, piscina de bolinhas, pula pula, e barracas de doces estão espalhadas pela Aldeia, ela fez uma festa pro Distrito inteiro, algumas coisas eu só descobri na hora por que ela disse que eu iria barrar, e estava certa, embora agora olhando tudo eu aprove até mesmo os exageros, a festa está animada, as crianças correndo de um lado para o outro, Peeta o tempo todo colado em Pérola que está encantada com o bolo, o bolo é rosa e tem flores coloridas por todo lado, ela não cansa de olhar e ficar impressionada enquanto ele sorri orgulhoso, ela está com um vestido quase combinando com o bolo, presente da Effie, olhando tudo é impossível não sorrir. Na hora do Parabéns, ela estica os braços pra mim e eu a pego no colo, Peeta não desfez o sorriso um único segundo sequer, nós nos posicionamos atrás da mesa do bolo enquanto o coro do Parabéns ecoa e a faz soltar gritinhos e tentar acompanhar as palmas. A festa segue ainda mais animada, até que cerca de duas horas depois do bolo ser cortado as pessoas começam a ir embora e a festa se encerra, minha pernas doendo já e Pérola com toda energia transbordando, nós entramos e logo Haymitch e Effie vem atrás de nós. Depois da paixão dela pelo Peeta, o segundo que tem a atenção total dela sempre é o Haymitch, quando ela o vê entrando em casa, estica os braços chamando por ele e ele também não é indiferente a ela, eu nunca o vi assim antes mas perto dela ele se transforma, ainda com sua ironia mas de uma forma mas doce, ele a pega e a joga no ar o que faz ela gargalhar e quase mata a mim e a Effie de susto mas eles não se importam, seguem a brincadeira, até Peeta aparecer, por que por mais que ela goste do Haymitch ninguém consegue ficar com ela por muito tempo quando o pai está por perto, ela pula para os braços do Peeta e Haymitch busca o presente dela, uma caixa grande, ele coloca no chã e Peeta a coloca ao lado depois de rasgar o pacote ela descobre uma boneca quase do tamanho dela, impossível dizer o quanto encantada ela ficou ao ver, ela agarrava e beijava a boneca, mostrando pra todos na sala, o resto do dia ela não largou a boneca, até pra tomar banho tive que colocar a boneca próxima pra ela aceitar tomar banho, como o dia foi longo, logo após o banho ela dorme ainda agarrada a boneca.
Eu deixo Peeta com ela e vou tomar banho, quando saio do banheiro ele ainda não está no quarto quando chego ao quarto dela, ele está sentado olhando ela dormir com um sorriso no rosto, eu me aproximo dele e passo meus braços pelo pescoço dele.
– Ela gostou da festa! – eu falo sorrindo, ele se vira pra mim ainda sentado e sorri.
– Estava muito boa mesmo! – ele concorda, enquanto me puxa me sentando no colo dele, eu concordo com a cabeça, ele me prende nele aproximando nossos rostos – E você? Está feliz – ele pergunta deixando nossos lábios se encostarem.
– Muito! – eu confirmo e o beijo lentamente, meus dedos agarrando o cabelo dele o juntando ainda mais em mim, ele se levanta da cadeira, me levando no colo, eu sorrio e nós vamos pro quarto, ele me coloca na cama e volta a me beijar dessa vez ainda mais intenso que a primeira e eu correspondo da mesma maneira, por que não importa o tempo que passe eu sempre tenho fome dele.


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Notas finais do capítulo

Capítulo pequeno mas espero que gostem...
Antes que me perguntem... Não, ainda não acabou rs'
Tive que correr um pouco mas prometo que no próximo terá mais detalhes dessa nova fase!