Estamos deitados, minha cabeça sobre o peito dele e seus braços em volta do meu corpo e esse sempre vai ser meu lugar favorito de todos, mas as horas passaram e eu tenho que fazer algo antes que todos cheguem para o jantar, então mesmo que eu queira continuar aqui assim agarrada a ele, eu lentamente levanto minha cabeça para sair da cama, quando estou me sentando pra poder sair sinto a mão dele na minha me puxando.
– Fica! – ele pede com a voz baixa, eu me viro pra ele e ele ainda está com os olhos fechados mas com um pequeno sorriso no rosto, eu volto pra perto dele e dou um beijo na testa dele.
– Dorme! Você não dormiu direito essa noite! – eu falo baixo e ele abre os olhos.
– Que horas são? – ele pergunta ainda sonolento, eu tenho que me esticar pra olhar o relógio.
– Cinco! – eu falo voltando a olhar pra ele.
– Fica comigo então! – ele fala me puxando novamente pra ele, eu sorrio, enquanto passo meus dedos afastando os fios de cabelo da testa dele, eu me aproximo de novo e dou um beijo rápido nele, mas ele me puxa e aumenta o beijo, eu sorrio mas me separo dele.
– Eu tenho que fazer uma coisa antes! – eu falo me sentando na cama, ele permanece me olhando – Eu quero ligar pra minha mãe antes do jantar! – eu falo dando de ombros, ele me dá um sorriso.
– Ok! – ele fala e também se senta.
– Oh não, você está cansado, dá pra ver pela sua cara Peeta, dorme! – eu insisto.
– Eu quero ir com você! – ele fala negando o que eu disse.
– Deixa de ser teimoso! – eu peço esperando ele se deitar de novo.
– Aprendi com a melhor! – ele fala rindo se levantando e me oferecendo a mão.
Eu reviro os olhos mas pego a mão dele.
– Você sabe que eu vou falar com ela pelo telefone e ela não vai nos ver e nem nós a ela não sabe? – eu pergunto com ironia ainda tentando fazer ele descansar, mas é inútil ele me puxa pra fora do quarto e nós descemos a escada, o cheiro da comida já está pela casa inteira mas o silêncio indica que Greasy não está mais aqui.
– Ela já foi? – eu pergunto mesmo sabendo que Peeta estava comigo e sabe tanto quanto eu.
– Acho que sim! – ele fala e solta minha mão indo até a cozinha, eu vou em direção ao escritório. Entro e me sento na cadeira atrás da mesa onde fica o telefone, eu disco o numero e aguardo, então Peeta aparece com um prato.
– Me diz que você não está comendo o Cozido! – eu falo encarando ele.
– Eu estou com fome! – ele fala dando de ombros e comendo mais uma colherada, quando eu ia falar com ele a voz do outro lado da linha me para.
– Mãe?! – eu falo assim que a ouço.
– Katniss! Como você está, minha filha? – ela pergunta com a voz preocupada.
– Estou bem! – eu falo dando uma pausa ainda sem saber como dar essa noticia.
– E o Peeta como está?
– Bem! Estamos bem! – eu confirmo.
– Que bom! Fiquei preocupada, você nunca liga em dia de semana! – ela fala aliviada.
– É, eu sei! É que eu tenho uma coisa pra falar! – eu anuncio e paro.
– O quê? – ela pergunta curiosa.
– É que... Eu...Eu – eu não sei como falar isso.
– Katniss, eu estou ficando preocupada, o que aconteceu? – ela pergunta nervosa de novo.
– Eu estou grávida! – eu falo rapidamente antes que as palavras fujam – Eu e Peeta seremos pais! – eu continuo como se ela não entendesse, Peeta está parado na minha frente com aquele sorriso que ele fica sempre que eu falo a palavra ‘’grávida’’ ou ‘’pai’’.
– Oh meu Deus! Meus parabéns minha filha! – ela fala alegre – Eu estou tão feliz por vocês, pelo Peeta, vocês serão ótimos pais eu tenho certeza! – ela continua alegre e emocionada – E como você está com essa notícia? – ela volta a voz preocupada.
Eu penso alguns instantes mas tento manter minha voz firme quando respondo.
– Eu estou bem! Ainda me acostumando com isso eu acho! – eu falo sem querer falar mais sobre como eu me sinto, por que mesmo que eu ainda esteja com medo, assustada e ela sendo a minha mãe, a verdade é que eu não me sinto confortável falando com ela sobre isso, por que por mais que a nossa relação tenha melhorado bastante eu ainda não consigo ver ela dessa maneira, sem contar que parte do meu medo vem dela, vem de ser igual a ela, eu sei que ela estava doente e ficou totalmente perdida depois que perdeu meu pai, mas eu e Prim também ficamos e eu tive que simplesmente me virar sozinha, eu a perdoei por isso, ou ao menos acho que sim,mas as lembranças de todas as vezes eu que eu me ajoelhei aos pés dela implorando que ela voltasse, que ela falasse comigo ainda estão intactas na minha memória, eu tento passar por isso a cada vez que falo com ela e de certa forma estou conseguindo afinal nós temos nos falado com mais frequência e embora as conversas não durem muito eu acho que é essa uma boa relação e mesmo não sendo a melhor de todas é a que eu consigo manter com ela.
– Você já foi ao médico? – ela pergunta ansiosa.
– Já, hoje mesmo eu tive uma consulta. Fiz um exame e está tudo bem! – eu falo aliviando ela.
Então ela começa a falar sobre como eu tenho que me cuidar ainda mais, sobre a alimentação e como enfermeira ela praticamente repete tudo que a médica disse, acrescentando algumas notas particulares dela, eu sigo escutando e concordando, por que ela praticamente não de me dá chance de fazer mais do que isso, quando a conversa praticamente vira um monólogo, Peeta faz um sinal com a mão de que vai subir, eu concordo com a cabeça e ele sai do escritório, ainda tenho que ficar por alguns minutos escutando todas as recomendações, quando finalmente ela diz que tem que ir por que dará plantão no hospital hoje.
– Tudo bem! – eu falo rapidamente já cansada de tanto ouvir, embora não esteja irritada de fato – A gente se fala outro dia – eu falo me despedindo.
– Cuide-se! – ela fala e então desligo, eu paro olhando o telefone e respirando aliviada de ter acabado, parece que eu passei o dia inteiro nessa conversa, eu me encosto na cadeira relaxando e então alguns segundos depois me levanto, eu subo as escadas e vou direto para o quarto, eu entro esperando encontrar Peeta deitado, mas a cama está vazia, eu vou até o banheiro e ele também não está, antes de sair do banheiro eu coloco a banheira para encher, saio do quarto e chamo por ele.
– Peeta! – eu chamo já me preparando pra descer as escadas, mas a voz dele me respondendo vem do quarto ao lado do nosso, onde ele transformou em uma espécie de ateliê para ele pintar, eu vou até lá, a porta está aberta e ele está no meio do quarto de braços cruzados olhando ao redor.
– O que você tá fazendo aqui? Eu achei que você estava dormindo! – eu falo parando ao lado dele e também olhando ao redor, o quarto está cheio de quadros e telas e embora algumas pinturas não me tragam boas lembranças é impossível não se impressionar com elas.
– Eu estava pensando que a gente podia reformar esse quarto para o bebê! – ele fala se virando pra mim. Não posso evitar e risada que eu solto, ele me olha com a sobrancelha erguida.
– Eu acho que nós ainda temos um tempo pra pensar nisso! – eu falo segurando o riso.
– O tempo passa rápido! – ele fala me olhando quando eu ia revidar ele continua – Foi a médica que disse! – ele fala dando de ombros.
– Tudo bem! Ainda assim eu acho que agora, antes do jantar que você inventou, não é a hora certa pra isso! – eu falo sorrindo e ele concorda sorrindo também, ele passa a mão na minha barriga sorrindo.
– Eu só quero que saia tudo perfeito pra ele ou pra ela! – ele fala com os olhos brilhando.
– É, eu sei! – eu concordo colocando minha mão por cima da dele –Peeta, você prefere menino ou menina? – eu pergunto curiosa.
Ele me olha sorrindo então balança os ombros.
– Sendo nosso filho eu só espero que tenha saúde e seja tão feliz ao nosso lado como eu sou do seu! – ele fala e é incrível como ele nunca se cansa de falar essas coisas.
– E eu do seu! – eu concordo e ele junta nossos lábios, meus braços também o envolvem e nós ficamos assim trocando beijos e sorrisos como dois idiotas, até que eu me lembro.
– A banheira! – eu falo parando um beijo, ele me olha confuso enquanto eu corro até nosso quarto entro pelo banheiro e chego um pouco antes da banheira transbordar, eu fecho a torneira e coloco alguns dos óleos e aqueles líquidos que fazem espuma, eu saio do banheiro e Peeta está no quarto jogado na cama, ele me olha sorrindo.
– Já são quase sete! – ele fala me apressando, eu dou um olhar de reprovação pra ele.
– A Effie deixou alguma coisa aqui ontem? – eu pergunto.
– Deixou. Um pacote. Acho que está ... – ele parece se lembrar – Em algum lugar lá embaixo! – ele fala se endireitando na cama.
– Você pode descer e pegar pra mim? Por favor! – eu peço com ironia na voz.
Ele nega com a cabeça – Acha que você estava certa sobre aquele lance de descansar! – ele fala sorrindo.
– Tudo bem! – eu falo dando as costas e saindo do quarto, antes de chegar na porta ele se levanta rapidamente e me para.
– Ei é brincadeira! – ele fala quando me vê encarando ele séria – Quem disse que eu consigo negar um pedido seu! – ele fala sorrindo e me dá um beijo rápido então desce, eu volto pro quarto e entro no banheiro, retiro a roupa e entro na banheira, a água está perfeita e com espuma suficiente, eu relaxo conforme me sento e água cobre meu corpo, eu me escorrego e encosto minha cabeça na borda da banheira, fecho meus olhos e me permito relaxar assim, está tão bom que parece não ter nada além daqui, o que me desperta é o movimento na água.
– Peeta? - eu me assusto enquanto ele continua entrando na banheira, quando ele se senta a água da banheira transborda, molhando o banheiro todo.
– Ah que ótimo! – eu reclamo – Você vai enxugar – eu aviso e ele dá de ombros.
– Eu enxugo! – ele confirma sorrindo.
A banheira é grande suficiente pra nós dois, ele se senta de frente pra mim, colocando as pernas ao lado das minhas, eu volto minha cabeça para a borda da banheira e fecho os olhos, sinto a mão dele nos pés, abro meus olhos.
– No que você está pensando? – ele pergunta enquanto massageia meus pés.
– Em nada! – eu falo dando de ombros.
– Você? Pensando em nada? – ele fala ironicamente e nega com a cabeça, eu sorrio, mas concordo com a cabeça, eu volto a fechar os olhos e fico apenas aproveitando, a água e a massagem, então a massagem para e mesmo de olhos fechados eu sinto o calor dele se aproximando de mim, quando eu abro os meus olhos, um par de olhos azuis estão fixados em mim, eu sorrio quando vejo o sorriso nos lábios dele, antes que eu pudesse falar alguma coisa ele me beija, se encaixando de frente pra mim e colando nossos corpos e por mais que a água e a massagem estivessem boas, nada é tão bom quanto sentir nossos corpos juntos e o quanto nunca nos cansamos disso, quando o beijo para já estamos sem ar.
– A gente tem um jantar hoje, lembra? – eu pergunto sorrindo, ele faz uma cara de pensativo.
– É sério, você sabe que a Effie nunca se atrasa, daqui a pouco ela tá aí! – eu insisto e ele faz uma cara de decepção, mas concorda.
– É, eu sei! Eu vou me arrumar! – ele fala se levantando e saindo da banheira, eu continuo enquanto aproveito pra aproveitar a visão dele se enrolando na toalha, a água ainda escorrendo pelo peito dele, o que me dá uma visão privilegiada, ele pega m outro pano e coloca no chão enxugando a água que transbordou, eu continuo o observando, ele sorri quando me vê olhando pra ele.
– Eu vou me arrumar e te espero lá embaixo! – ele fala me olhando e eu concordo com a cabeça, ele sai do banheiro e eu continuo deitada aproveitando um final do banho, depois de alguns minutos eu não tenho como estender o tempo e saio da banheira, pego o roupão e saio do banheiro, a sacola está em cima da cama, eu vou até lá e retiro o vestido, olho pra ele e sem a pressa que estava ontem eu vejo como ele realmente é muito bonito. Eu me visto e vou me ver no espelho, o vestido está perfeitamente ajustado no meu corpo e eu tenho que confessar que a Effie estava certa, ele é lindo, então eu passo para o próximo passo e vou pentear os cabelos e como eu não tenho muita paciência pra isso mesmo, eu o prendo com um rabo de cavalo no alto da cabeça, deixando alguns fios soltos na frente que eu encaixo atrás da orelha, aprovo quando olho no espelho e pego uma das poucas sandálias que eu tenho e que Graças a Deus são rasteiras, com algumas tiras que sobem pela minha perna.
Eu aprovo, dou uma olhada no relógio e faltam poucos minutos para as oito, o que significa que eles já devem está chegando, então eu desço, ouço alguns barulhos vindo da sala de jantar e vou até lá, Peeta está terminando de arrumar a mesa.
– Eu tenho muita sorte mesmo! – eu falo enquanto observo ele, ele se vira pra mim e parece surpreso, ele para o que estava fazendo e me olha dos pés a cabeça, eu ergo a sobrancelha esperando que ele fale algo.
– Você está... Incrível! – ele fala sorrindo e se aproximando de mim, eu sorrio – É, sério! Você está... – ele pausa como se procurando as palavras.
– Você também não está nada mal! – eu falo puxando ele pela camisa, ele sorri e realmente é verdade, ele está com uma camisa branco de linho, ou eu ao menos acho que seja, sem botões e com uma pequena abertura no pescoço até o inicio do peito dele, seus cabelos levemente bagunçados junto com os olhos azuis e esse sorriso completam todo o ar de garoto que ele sempre teve e que me fascinam a cada dia e olhando assim pra ele eu me sinto a pessoa mais completa do mundo, ele se aproxima mais de mim e me beija, as batidas na porta nos fazem parar.
– Effie! – eu falo me virando na direção da sala.
Abro a porta e comprovando o que eu disse, Effie e Haymitch estão parados na porta.
– Ah meu Deus, Katniss! – ela fala alto demais assim que eu abro a porta – Você está linda! – ela fala pegando minha mão e me fazendo dar uma voltinha – Fabulosa! – ela continua animada – Não está Haymitch? – ela pergunta olhando pra ele.
– Fabulosa! – ele fala irônico passando por nós duas e entrando em casa, ele vai direto pro sofá e se joga colocando os pés na mesinha.
– Haymitch, onde estão seus modos? – ela entra reclamando com ele, eu sorrio vendo eles assim enquanto fecho a porta, mas antes de fechar vejo Greasy e a neta chegando e as espero.
– Oi! – eu falo quando a neta dela se aproxima, ela ainda tem alguns problemas com a fala mas está melhorando cada dia, ela me dá um sorriso e então me abraça, Greasy também se aproxima.
– Entrem! – eu falo e elas entram.
– Desculpa sair sem avisar hoje, mas é que eu tinha deixado ela com uma colega e já estava atrasada! – Greasy se explica.
– Sem problema! – eu falo afastando essa preocupação dela.
– Você está linda! – ela fala me olhando, eu agradeço um pouco sem graça.
Então Peeta aparece.
– Oi, boa noite! – ele fala para todos quando entra pela sala.
– E aí garoto? Não tem uma bebida nessa casa não? – Haymitch reclama se levantando do sofá.
– Você tem permissão? – Peeta implica com ele indicando a Effie, ele revira os olhos.
– Eu não sou como você que obedece tudo que te mandam! – ele fala ironicamente.
– Então tá, tem lá na cozinha! – ele fala dando de ombros.
Quando Peeta está falando com a neta de Greasy que pra variar é mais uma das crianças que são apaixonadas por ele, batem na porta novamente, dessa vez ele vai atender, Posy entra animada na frente, Vick e Rory logo atrás dela enquanto Hazelle diz pra eles se comportarem.
– Fiquem a vontade! – Peeta fala enquanto fecha a porta, eu fico confusa.
– E o Gale? – eu pergunto curiosa em saber quem é a tal namorada.
– Ele tá vindo com a namorada dele! – Vick fala animado enquanto se joga no sofá.
– Ah é? E vocês gostaram dela? – eu pergunto tentando arrancar informações, Peeta volta e para ao meu lado.
– Ela é doida! – Posy fala e ganha um cutucão de Hazelle.
– Eu já disse pra você não falar assim! – ela alerta.
– Ela é engraçada! – Vick fala discordando de Posy.
– E bonita! – Rory complementa sorrindo.
– Bom, eu estou curiosa! – eu falo e realmente estou doida pra saber quem é.
– Eles já devem estar chegando! – Hazelle fala e nós começamos a conversar, enquanto as crianças continuam animadas entre elas, Posy logo se aproxima da neta de Greasy que embora tenha suas limitações ainda tem animação de qualquer um deles, Rory o mais velho deles que é um pouco mais calmo que os outros, então continuamos assim conversando e esperando eles chegarem quando depois de alguns minutos as batidas na porta me alertam, eu já estava indo abrir quando a porta abre fortemente como se alguém tivesse a empurrado, eu me assusto um pouco mais o susto maior vem da voz e da pessoa que entra.
– Ninguém bate mais na porta hoje em dia! – ela fala com alguém logo atrás dela, então Gale aparece, o que consegue me confundir ainda mais, a sala toda se vira olhando a cena na porta e como sempre ela ainda consegue atenção de todos.
– Johanna?! – eu falo confusa e surpresa com isso.
– Aí está ela! Katniss Everdeen! – ela fala abrindo os braços pra mim mas com uma voz irônica de sempre.
– Everdeen Mellark! – Peeta fala se aproximando de mim e então ela abre um sorriso pra ele e entra andando na direção dele com os braços abertos.
– Ah claro! Como eu me esqueci disso! – ela fala abraçando ele, eu ainda estou parada tentando entender isso, quer dizer, eu entendi, só não acredito ainda.
– Johanna Mason, será que algum dia você passará despercebida? – Peeta fala implicando com ela quando eles terminam o abraço.
– Nunca Mellark, Nunca! – ela nega rapidamente rindo.
Acho que minha cara ainda está confusa, Gale se aproxima de mim com um sorriso.
– Surpresa! – ele fala apontando pra Johanna.
– Uau! – é tudo que eu consigo dizer.
– Bom, ninguém pode negar que você tem um fraco pra garotas perigosas! – Haymitch fala se aproximando de nós sorrindo, eu olho pra ele desaprovando isso mais ele apenas dá de ombros e vai cumprimentar a Johanna que como ele mesmo já disse uma vez ele gosta dela.
– Greasy! – Gale a cumprimenta quando a vê – Quanto tempo! – ele fala sorrindo.
Eu ainda me sinto meio confusa.
– Como isso aconteceu? – eu pergunto curiosa.
– Bom, eu tive que passar um tempo pelo Sete e não conhecia ninguém por lá, aí acabou que nós nos aproximamos mais. – Gale resume a história.
– E depois de um tempo, ele viu que estava completamente apaixonado por mim e passou os últimos dois anos me perseguindo até que como eu sou uma pessoa caridosa resolvi dar uma chance pro garotão aqui! – ela fala olhando pra ele com ironia.
– Que nada! No fundo ela é uma garota doce e romântica – ele fala e enquanto passa a mão pelos cabelos dela e recebe um revirar de olhos e um empurrão na mão como resposta.
– Dois anos? – eu pergunto surpresa novamente.
– É! Ela é osso duro! - ele fala rindo.
– O que foi garota em chamas? Não vai me dizer que você está tendo alguma espécie de arrependimento aqui? – ela fala se virando pra mim e me encarando.
– O quê? – eu levo um susto quando ela fala – Não! – eu falo rapidamente – Claro que não! – eu falo com a voz firme – Eu só não esperava, só isso! – eu concluo.
– Que bom, por que eu sempre trago um machado na mala pra algum imprevisto! – ela fala sorrindo maliciosamente.
– Pode guardar seu machado Johanna – Peeta fala sorrindo enquanto vem pra perto de mim e passa seus braços ao redor de mim – Nós também temos uma surpresa! – ele fala sorrindo grandemente enquanto me olha e agora eu não sei se estou preparada pra contar isso, eu olho pra ele um pouco insegura mas ele me devolve aquele olhar seguro e tranquilizador de sempre, eu sorrio pra ele e então ele se anima pra contar logo, todos estão nos olhando.
Peeta faz um som como se estivesse tossindo pedindo atenção.
– Tá bom, já tem atenção, todo mundo está te olhando agora fala logo! – Haymitch como sempre apressa Peeta.
– Ok, Ok! – ele fala se virando de frente pra todos que estão sentados ou em pé parados nos olhando, então ele volta a olhar pra mim e como sempre eu deixo que ele fale, por que eu não acho que sairia alguma palavra da minha boca – Bom, quando eu tinha cinco anos, no meu primeiro dia na escola eu vi uma garotinha, ela estava com duas tranças sorridente e animada, e no instante em que eu a vi, eu soube, eu tive certeza que ela não era qualquer garota. – ele fala e me olha sorrindo, uma parte minha se sente estranha quando ele fala assim e outra parte adora ouvir ele falando isso – E eu estava certo! – ele continua olhando para os outros – Por que mesmo depois de todos esses anos, de tudo que já passou, hoje quando eu olho pra ela, eu sinto a mesma coisa que eu senti naquela vez e então eu me apaixono por ela ... todo dia - ele fala e volta a me olhar, eu tenho que segurar minha emoção – E quando eu pensei que não era possível ficar melhor – ele pausa e posso sentir a ansiedade dele e seus olhos já estão brilhando – Agora eu estou realizando mais um sonho! Katniss e eu estamos oficialmente começando nossa família – ele fala e coloca a mão na minha barriga sorrindo, os suspiros de Greasy indicam que ela já entendeu e comprovam que ela estava certa, mas o restante da sala precisa da confirmação ainda – Bom, Katniss está grávida! – ele fala alegre – Nós seremos pais! – ele confirma.
– Ah que maravilha! Que lindos! – Effie dá um salto do sofá na nossa direção enquanto abraça nós dois ao mesmo tempo, espalhando beijos e apertos.
– Oh, nós temos que montar um enxoval, tem que ser fabuloso - ela fala agitada e é impossível não rir dela, ela continua com planos enquanto Greasy vem logo atrás dela também nos cumprimentando, enquanto o restante da sala parece ainda estar digerindo a noticia e assim como eu fiquei eles estão surpresos.
– Oh minha querida, meus parabéns! – Hazelle se levanta ainda surpresa e me abraça.
– Haymitch isso não é incrível? – Effie pergunta pra ele enquanto o desperta do choque, ele se levanta ainda confuso e vem até nós.
– Eu... Eu – ele está sério como se procurando o que dizer, eu permaneço parada olhando pra ele, então ele abre um sorriso sincero, enquanto seu olhar vai de mim para o Peeta e volta pra mim – Não sei o que dizer – ele fala dando de ombros – Meus parabéns! – ele fala sorrindo e quando eu olho pra ele, vejo que ele está emocionado, com lagrimas nos olhos e quando eu vejo isso é apenas o que faltava para que eu não segurasse as minhas e então elas rolam pelo meu rosto, ele passa os dedos enxugando minhas lagrimas e me dá um sorriso fraco ele passa as mãos no meu cabelo num gesto de carinho e me abraça, eu correspondo abraçando ele forte, por que mesmo com nossas diferenças e implicâncias eu não posso negar o quanto ele se tornou importante pra mim, nós tivemos nossos problemas mas esse sentimento se tornou maior que isso, é estranho mais eu me sinto muito mais ligada a ele do que a minha mãe, está sendo muito mais importante esse abraço do que foi a reação da minha mãe eu não sei explicar quando ou como isso aconteceu mas hoje eu o sinto como um grande amigo, alguém da família que eu sei que posso contar e mesmo que nós dois sejamos cabeça dura e não ficamos falando isso toda hora eu sei que ele sente o mesmo em relação a mim e esse abraço significa muito pra mim.
– Obrigada! – eu falo enquanto o abraço termina, ele passa a mão na minha barriga.
– Espero que essa criança não puxe a mãe! – ele fala voltando a ironia de sempre, mas dessa vez eu dou um sorriso em resposta e então ele cumprimenta Peeta, enquanto eles se falam, eu sinto outros olhos em cima de mim, ele se aproxima ainda sem jeito e quando nossos olhares se encontram, os dois pares de olhos cinzentos se encarando ele me dá um sorriso.
– Uau! – ele fala imitando minha reação, eu sorrio – Eu confesso que não esperava mas meus parabéns, de verdade! – ele fala mais sério – Você vai ser uma ótima mãe! – ele fala e me abraça.
– Obrigada! – eu agradeço.
Peeta se aproxima de mim novamente e Gale estende a mão pra ele.
– Meus parabéns Peeta! – ele fala sincero mas ainda surpreso.
– Obrigado! – ele agradece orgulhoso, então Johanna também se aproxima.
– Então quer dizer que a garota em chamas abandonou os arcos e as flechas por fraldas e mamadeira? – ela fala quando chega onde estamos.
– Mas eu sempre deixo alguns espalhados pela casa, pro caso de algum imprevisto – eu revido sorrindo ironicamente, mas a verdade é que não é nenhuma ameaça, depois do tempo que nós passamos mais próximas lá no treze, eu sei que ela as vezes tem um jeito estranho de se comportar mas alguma coisa nela não é tão ruim quanto parece, ela ri da minha resposta.
– Essa é a Katniss que eu conheço! – ela fala ainda rindo – Bom, meus parabéns! Vamos torcer pra que ele seja tão bonitão quanto o pai! – ela fala piscando pra mim.
– Pode ser uma menina! – Peeta fala me olhando.
– Mesmo assim! – ela fala ironicamente e Gale cutuca ela – Relaxa garotão, a gente se entende! – ela fala olhando pra ele e então volta a me olhar – Quem sabe eu não ensino a ele ‘’ou ela’’ – ela fala olhando pro Peeta – como se usa um machado! Já que agora nós seremos meio que vizinhas né! – ela fala dando de ombros.
– É, pode ser! Mas eu vou ter que ficar por perto! – eu falo rindo.
– Ah qual é garota, me dê uma pouco mais de crédito! – ela fala rindo e se vira se afastando.
Depois que todos digeriram a noticia e nos parabenizam, nós servimos o jantar e está simplesmente perfeito, eu como por três vezes e mesmo assim só paro quando Peeta traz a sobremesa, ele tinha trago a tarde da padaria e eu nem tinha visto ainda, é uma torta gelada de chocolate com morangos, que consegue ser ainda melhor do que aquela do trem, todos aprovam e repetem, as crianças quase brigam por mais um pedaço e enquanto o jantar segue e eu olho ao redor, eu sinto algo diferente do que já senti antes, vendo todos sorrindo, se divertindo e conversando, Effie implicando por que Haymitch não tem modos, Johanna e Gale se implicando também, enquanto ela pega a torta do prato dele, Hazelle pedindo que as crianças parem de se sujar e Greasy olhando sua neta se divertir, tudo isso me faz ver o quanto nós temos sorte, mesmo com tudo que passamos, com a dificuldade de cada um, nós ainda temos com quem contar, de alguma forma parece que somos uma grande e estranha família, quando eu olho pro lado e vejo Peeta me olhando eu sei que ele estava pensando a mesma coisa, por que o sorriso dele me diz isso.
– Eu te amo! – ele move os lábios sem deixar o som sair, mas eu entendo perfeitamente por que é o que eu sinto em relação a ele, por que esse é o único sentimento que me faz seguir em frente e não desistir, por que ele é quem torna todos os meus dias melhores.
O jantar termina, nós voltamos pra sala e ainda ficamos conversando sobre os mais diferentes assuntos, até que ele começam as despedidas e eles se vão, os últimos a sair são Effie e Haymitch que ainda tinha ido roubar mais um pedaço da torta, quando Peeta fecha a porta atrás dele eu já estou deitada no sofá, ele vem até a mim e se ajoelha no chão ao lado do sofá, parando o rosto de frente pra mim, ele sorri grandemente e meus dedos passam pelo rosto dele, não precisam palavras por que nossos olhares já se conhecem muito bem, então quando nossos lábios se juntam eles confirmam essa ligação, ele me puxa do sofá pro colo dele no chão sem parar o beijo, e conforme o beijo avança eu vejo que ainda estou com fome mas essa fome é daquelas que nunca tem fim, por que por mais que eu mate essa vontade quando eu chego perto dele eu sempre estou faminta de novo.