Depois de alguns segundos em que nós apenas observamos um ao outro e eu ainda estou tentando entender o que ele quer, ele volta a falar.
– E então? Aproveitando a festa? – ele pergunta com sua voz grossa enquanto mantém seu olhar em mim, e isso está me irritando cada vez mais.
– Tentando! – Peeta responde ainda com sua voz firme e sem a simpatia de sempre.
Depois da resposta de Peeta ele simplesmente dá um sorriso irônico, provavelmente ele percebeu que Peeta não quer conversar mas isso não parece ser um problema pra ele.
– Entendo! – ele diz ainda com o sorriso no rosto – Mas e o que estão achando dessa volta a Capital? – ele pergunta erguendo as mãos e mostrando ao redor.
– Sinceramente, acho que as pessoas aqui não tem tanta criatividade pra se iniciar uma conversa, só essa pergunta eu já respondi umas cem vezes! – Peeta fala encarando ele.
Novamente ele sorri e levanta as mãos como quem perdeu.
– Não me culpe. Você sabe como é? É realmente difícil se concentrar em boas perguntas quando se está perto de uma mulher bonita! – ele fala sorrindo mais ainda e mudando o olhar do Peeta para mim. Posso sentir o braço do Peeta que está na minha cintura apertar mais ao meu redor e seu corpo ficar mais reto, ele balança a cabeça para um lado e para o outro e solta um sorriso nervoso.
– É, eu sei bem como é! – ele fala e me puxa mais para o lado dele.
Sinceramente isso já está enchendo minha paciência e eu simplesmente não aguento mais esse cara e seja lá o que ele está tentando fazer.
Eu coloco minha mão sobre a mão do Peeta que está na minha cintura, ignorando esse cara e eu olho pro Peeta.
– Será que a gente pode voltar a procurar minha mãe? – eu pergunto erguendo a sobrancelha e esperando a resposta dele.
Ele sorri concordando com a cabeça então ele me dá um beijo rápido.
– Se você nos dá licença! – Peeta fala pra ele fazendo um leve aceno com a cabeça e com um pequeno sorriso nos lábios.
Ele dá um passo pro lado para nos dar passagem.
– A gente se vê Katniss! – ele fala quando nós estamos passando por ele, Peeta se vira pra olhar pra ele e mesmo eu não olhando pra ele sinto o sorriso quando ele fala – Você também Peeta! – então nós nos afastamos.
– Idiota! – eu resmungo quando nós já estamos chegando a um outro lado.
– Pelo visto não adiantou você fugir dele lá na mesa de chocolates não é? – Peeta fala enquanto coloca o prato que ele trazia pro Haymitch em cima de uma outra mesa e se vira pra mim.
– O quê? – eu pergunto sem entender como ele sabe que foi por isso que eu quis sair de lá.
– Ah qual é Katniss, quantas vezes eu vou ter que falar que eu não sou idiota? – ele pergunta visivelmente irritado com essa situação.
– Você não é idiota! – eu falo também irritada
– Então para de tentar me enrolar! – ele fala desviando o olhar do meu, virando o rosto para o lado.
– Eu não te enrolei! – eu falo revirando os olhos e ele volta a olhar pra mim – Eu vi que ele estava olhando pra gente e ... – eu mal termino de falar e Peeta me interrompe.
– Pra gente ou pra você? – ele pergunta erguendo a sobrancelha.
Eu me aproximo mais dele, segurando a gola da camisa dele e aproximando nossos rostos – Peeta Mellark você está com ciúmes? – eu pergunto me divertindo com a situação. Ele esquiva o rosto do meu.
– Ah Peeta! Do que você está com ciúmes? – eu pergunto forçando o queixo dele pra se virar pra mim – Tudo bem que ele é alto, forte, moreno, charmoso, olhos verdes e verde é minha cor preferida, mas quem gosta desse tipo? – eu falo implicando com ele e me divertindo com a cara que ele faz enquanto eu falava.
– Se você quiser pode ir lá ver se ele não tem mais nenhuma qualidade oculta! – ele fala se afastando, eu começo a rir.
– Ah Peeta! – eu falo puxando ele pelas mãos e colocando as em volta da minha cintura – eu estava brincando, olha pra mim! – eu falo trazendo o rosto dele pra perto do meu.
Ele me olha ainda irritado.
– Nós passamos por um monte de coisas essa semana, hoje é o ultimo dia, daqui algumas horas a gente vai está indo pra casa, jura que você vai deixar esse idiota estragar isso? – eu pergunto fazendo cara de suplica.
Ele finalmente sorri e então me beija, meus braços envolvem o pescoço dele nos aproximando mais ainda e ele apertando os braços em volta de mim, quando o beijo acaba eu olho pra ele sorrindo.
– Depois eu que sou a ciumenta! – eu falo e ele sorri de volta dando de ombros – Você fica incrivelmente lindo assim sabia? – eu falo no ouvido dele o que faz ele rir de novo.
– Anda vamos achar sua mãe – ele fala pegando minha mão – e agora pra valer! – ele fala e nós começamos a andar, depois de alguns minutos andando eu a encontro, próxima a uma mesa, com Annie e o pequeno Finnick.
– Mãe! – eu chamo por ela enquanto estamos nos aproximando, ela se vira e sorri quando me vê, ela vem ao meu encontro e do Peeta.
– Oh, minha filha você está linda! – ela elogia olhando meu vestido e então me abraça, depois se vira para o Peeta – Você também está muito bem Peeta! – ela elogia enquanto o cumprimenta.
– A senhora também! – ele responde com simpatia e um sorriso.
Nós vamos até a Annie que está sentada em um banco de madeira com encosto, por que ela está com o Finnick nos braços e ele está dormindo, nós nos aproximamos dela.
– Annie! – eu a cumprimento e me aproximo dela olhando o bebê dormir tranquilamente.
– Oi, Katniss! – ela responde sorrindo. Peeta também a cumprimenta.
Depois de algum tempo conversando com eles eu olho pra mesa próxima a nós.
– Oh meu Deus! – eu falo alegre demais, Peeta me olha curioso – Cozido de Carneiro! – eu falo indo na direção da mesa, ele permanece parado apenas rindo da minha reação, eu me sirvo com um prato que na opinião da Effie não estaria apropriado para alguém do meu ‘’status’’, mas não me importo, se tem algo que eu quero aproveitar aqui é a comida, depois de fazer meu prato eu volto pra perto deles e o pequeno Finnick está acordado e no colo do Peeta, ele está agitado batendo as mãos e passando os dedinhos pelos cabelos do Peeta que está com um sorriso incrivelmente grande, eu paro no meio do caminho observando eles dois, a alegria do Peeta enquanto está segurando ele é impossível de não ser notada, eles estão brincando e se divertindo, Peeta cheira o pescoço dele fazendo barulhos o que só faz ele gargalhar mais ainda, eu continuo parada observando até que minha mãe se aproxima de mim.
– Ele leva muito jeito com crianças! – ela fala quando para do meu lado.
– É, eu sei! – eu falo com a voz sem muito entusiasmo.
– O que foi? – ela pergunta percebendo minha reação.
– Nada! – eu falo enquanto provo o cozido mas a vontade que eu estava antes não está a mesma.
– Katniss, pode falar. Alguma coisa aconteceu! – ela fala se virando pra mim.
Eu respiro fundo e falo – Peeta quer ser pai!
Ela permanece me olhando.
– Mas eu não quero ser mãe! – eu concluo e ela me dá um olhar triste.
– Entendi! Mas por que? – ela pergunta.
– Por que eu não posso mãe! Eu não consigo, só isso! – eu falo querendo encerrar o assunto, eu não quero falar sobre isso e mesmo ela sendo minha mãe eu me sinto ainda mais estranha falando com ela do que com qualquer outra pessoa, até por que grande parte do meu medo de ter filhos foi ela quem me causou, por que eu não poderia suportar a ideia de fazer um filho meu passar pelo que ela deixou eu e Prim passar, eu não quero ser uma mãe como ela foi. Parecendo que leu meus pensamentos ela começa a falar.
– Katniss, você seria uma ótima mãe, eu sei disso! – ela fala me olhando com emoção – Você não será como eu, se essa for sua preocupação! – ela conclui.
– Eu não disse nada! – eu me defendo mas não nego o que ela disse.
– Eu sei que não disse! Mas eu só quero que você saiba que eu realmente acho que você será uma ótima mãe, você só não precisa se preocupar tanto com isso agora, vocês ainda são novos, mas quando chegar a hora, vocês serão ótimos pais! – ela fala sorrindo.
Eu não digo nada, me aproximo do Peeta de novo.
– Ele não para! – ele fala com um grande sorriso quando me percebe ao seu lado.
Eu forço um sorriso – É, estou vendo! Ele gosta de você! – eu falo tentando manter minha voz o mais normal possível. Peeta me olha por alguns segundos e então se aproxima de Annie entregando o bebê para ela, eu permaneço no lugar e me forço a comer mais um pouco do cozido.
Ele se aproxima de mim, me observando.
– Você não tem que pensar nisso agora! – ele fala parando na minha frente procurando meu olhar, eu olho pra ele mas não digo nada – Nós já conversamos, você não precisa ficar com isso na cabeça agora – ele continua enquanto passa os dedos no meu queixo me forçando a olhar pra ele. Eu concordo com a cabeça.
– É, só que você leva muito jeito – eu falo dando de ombros.
Ele sorri olhando pro bebê de novo.
– Ele é um bom garoto! – ele fala sorrindo e me olhando de novo – Mas... – ele dá uma pausa me encarando e aproxima o rosto do meu ouvido – Agora o que eu queria mesmo é você! – ele fala com a voz carregada de sedução.
– Queria? – eu viro meu rosto pra encontrar o dele.
– Quero! – ele fala com a voz firme, então ele me beija lentamente, o beijo começa a avançar mais e ele envolve os braços na minha cintura, quase derrubando o prato, eu me afasto rapidamente afastando o prato, ele retira o prato da minha mão e o coloca na mesa de novo.
– Ei, era meu cozido! – eu falo fingindo indignação.
– Acho que você pode terminar depois! – ele fala piscando pra mim.
Como resposta eu passo as mãos pelo cabelo dele trazendo o rosto dele para mais perto do meu e nós continuamos o que tínhamos parado.
Conforme o beijo segue é como se nada mais importasse e ninguém mais estivesse aqui.
Mas o barulho das pessoas ao redor e da música alta nos traz de volta a realidade, nos mostrando que ainda não estamos livres disso. Nós continuamos junto da minha mãe e da Annie, conversando e esperando o tempo passar e parece que está demorando mais que o normal, depois de algum tempo Johanna aparece.
– Olha quem nós temos aqui! – ela chega chamando a atenção pra ela como sempre.
– Johanna! – Peeta a cumprimenta.
– O que vocês estão fazendo aqui no canto, a festa é lá no meio! – ela fala animada, provavelmente ela bebeu alguma coisa ou não, se tratando da Johanna talvez ela esteja sóbria.
– Então aproveite! – eu falo pra ela sinalizando a pista de dança.
– Não tenha duvida! – ela fala lentamente. Então ela estica a mão para o Peeta, ele junta as sobrancelhas confuso – Eu não tenho par, dança comigo padeiro? – ela fala aguardando ele.
Ele me olha. – Ah qual foi garoto, é só uma dança! – ela fala com as mãos na cintura, revirando os olhos, ele sorri mas ainda não responde – Eu prometo devolver ele inteiro! – ela fala olhando pra mim, fazendo sinal de juramento com os dedos.
– Por mim tudo bem! – eu falo mesmo tendo que controlar o ciúme.
Ela olha para o Peeta de novo e dá uma piscada.
– Viu, liberado!
Ele sorri. – Tudo bem! – antes de sair ele me dá um beijo rápido então oferece o braço pra ela, ela encaixa o braço nele e eles vão em direção a pista, quando já se afastaram alguns passos ela grita.
– Talvez eu me aproveite um pouco dele – ela fala com a cabeça virada pra mim e sorrindo ironicamente.
Eu reviro os olhos e observo eles chegando a pista, ela coloca a mão sobre a dele e ele coloca a outra mão pelas costas dela, por mais que eu saiba que não tem nada demais e eu mesma tenha dito isso pro Peeta em relação aquele cara eu não posso evitar o sentimento que aparece, então eu decido não olhar mais, me viro e aviso minha mãe que vou dar uma volta, então começo observando uma mesa que está muito bem decorada, até sentir alguém se aproximando, me viro pra encontrar o tal Brian se aproximando, já me preparo respirando fundo, tento sair do caminho dele mas ele apressa os passos até me alcançar.
– Nossa, por um segundo eu pensei que você estava fugindo de mim – ele fala sorrindo ironicamente parando bem na minha frente.
Eu sorrio ironicamente também – Só estou com um pouco de pressa! – eu falo já me virando, ele segura meu braço e eu me viro rapidamente pronta pra acabar de uma vez com isso.
– Me solta! – eu puxo o braço e falo séria.
– Calma! – ele levanta as mãos – Eu não sei o que pareceu, mas eu só quero ajudar! – ele fala sério agora.
– Ajudar? – eu pergunto rispidamente ainda sem acreditar nem confiar nele.
– Eu só achei que você se interessaria naquilo ali! – ele fala e aponta a duas mesas longe de onde estamos, mesmo com má vontade eu acompanho o dedo dele com o olhar e encontro Haymitch caído no chão, dois guardas que parecem não estar com muita paciência tentam puxar ele do chão mas ele está falando algo que embora eu não saiba o que é, posso ver os movimentos da boca dele.
– Droga! – eu murmuro.
– Acho que ele precisa de alguém conhecido por perto! – ele fala me olhando.
Eu olho pra pista de dança e vejo Peeta e Johanna dançando e rindo de algo que ele falou, ele não me vê.
– Então? – Brian permanece ao meu lado me olhando.
Eu penso em ir até o Peeta chamar ele pra me ajudar mas quando vejo ele rindo novamente com Johanna desisto, então eu simplesmente começo a andar na direção do Haymitch sem dizer nada mas Brian vem logo atrás de mim, eu reviro os olhos quando ele me alcança.
– Não toquem em mim! – Haymitch está gritando e se debatendo enquanto os guardas tentam segurá-lo. Eu me aproximo correndo um pouco.
– Deixa ele comigo! – eu falo chegando perto deles.
– Ele está descontrolado! – um dos guardas fala.
– Ele só está bêbado! Pode deixar que eu cuido dele! – eu falo me colocando entre eles e Haymitch.
– É isso aí! Vão embora! Seus... seus... – ele tenta achar uma palavra mas parece desistir – Minha bebida acabou! – ele me estende uma garrafa vazia.
– Sua dignidade também! – eu falo enquanto pego a garrafa dele e coloco para o lado – Anda Haymitch vamos sair daqui! – eu falo estendendo a mão pra ele, ele segura e tenta se levantar, o que exige um certo esforço mas finalmente ele consegue ficar em pé, se apoiando em uma espécie de poste que faz parte da decoração, embora ele ainda esteja com dificuldade pra se manter em pé, o que me obriga a apoiar o corpo no dele pra ele não cair de novo.
– Eu ajudo! – Brian fala se aproximando de mim
– Não precisa – eu me esquivo dele – Eu faço isso sozinha! – eu rejeito.
– Você vai levar ele sozinha? – ele pergunta sem acreditar e rindo ironicamente.
Eu olho novamente pra pista de dança e vejo Peeta e Johanna agora tentando dançar uma musica mais rápida, pelo visto eles estão se divertindo e por mais que eu tenha concordado com isso, sinto uma raiva quando olho pra eles se divertindo enquanto eu estou aqui tendo que lhe dar com o Haymitch. Eu não sei por que eu aceitei isso – eu penso.
Olho pro Haymitch de novo e ele já está quase agarrado no poste tentando se manter em pé enquanto resmunga que a bebida acabou. Percebo que talvez eu não consiga levar ele sozinha mesmo, mas Peeta está se divertindo demais pra ao menos se lembrar de olhar pra mim, então já cheia disso, com raiva de tudo eu simplesmente apoio Haymitch de novo em mim, coloco os braços dele em volta do meu pescoço e começo a andar, quando eu dou o primeiro passo quase que nós caímos, mas Brian segura no meu braço me devolvendo o equilíbrio, eu não falo nada pra ele.
– Anda Haymitch, vamos logo! – eu falo e o puxo mais uma vez.
Brian me olha e como eu não digo nada ele vai para o outro lado e apoia o Haymitch do lado do corpo dele, nós começamos a andar lentamente. Brian me olha mas eu evito o olhar dele, literalmente arrastamos Haymitch, eu olho pro lado vendo um lugar para colocar ele.
– Acho melhor a gente levar ele pra dentro da casa ou mansão ou sei lá como chamam isso! – Brian fala se esquivando do Haymitch e sua voz falha por causa do peso.
Eu dou uma pequena risada por que enquanto ele falava Haymitch o olhava de um jeito meio confuso aproximando o rosto dele e ele tentando se desviar, mas quando me lembro de quem é ele, eu fico séria de novo apenas concordo com a cabeça, nós temos um trabalho pra fazer Haymitch subir os cinco degraus da entrada mas conseguimos.
Nós nos aproximamos de um sofá que tem no salão principal.
– Eu gostei desse sofá! – Haymitch fala se deitando com os braços abertos.
– Você me paga Haymitch! – eu sussurro enquanto solto ele.
– Viu, ajuda nunca é ruim! – Brian fala batendo as mãos e sorrindo.
Eu forço um sorriso.
– Ah qual foi? Nem um muito obrigado? – ele pergunta fazendo uma cara de horrorizado – Achei que você fosse um pouco mais educada! – ele fala distraidamente.
– Cadê minha garrafa? – Haymitch pergunta alto demais enquanto tenta se sentar o que exige muito esforço da parte dele.
– Haymitch senta aí! – eu falo enquanto o empurro pro sofá mas nem foi preciso muita força pra isso. Ele me olha com raiva, então como se ele tivesse se lembrando de algo, ele olha pra mim e pro Brian.
– Cadê o garoto? – ele pergunta me encarando.
– Está por aí, ocupado demais! – eu falo com raiva me lembrando dele e da Johanna.
– Quem é esse aí? – ele pergunta apontando pro Brian, tentando apontar por que na verdade ele mal consegue levantar o braço.
– Um amigo! Brian Miller – Brian responde encarando Haymitch.
Ele olha de novo pra mim ainda confuso mas rapidamente ele parece esquecer do que está acontecendo e se joga no sofá de novo.
– Eu ainda não achei minha bebida! – ele resmunga mais uma vez.
Eu reviro os olhos e respiro fundo antes de resolver o que fazer. Enquanto estou pensando um dos atendentes passam por nós, eu chamo por ele.
– Será que você pode trazer um copo de água gelada e um prato com caldo por favor! – eu peço.
– Não, não! – Brian se aproxima me corrigindo.
– O que foi agora? – eu pergunto irritada.
– A menos que você queira terminar com seu vestido sujo e essa sala cheia de vômito acho melhor mudar isso aí! – ele fala se explicando com deboche. Eu fico quieta olhando pra ele.
– Traz uma xícara de café, mas não aquele que está na mesa, eu quero um forte e sem açúcar. Alguns biscoitos de sal e um copo de uísque! – ele fala com a voz decidida mas quando ele fala do uísque eu o olho rapidamente.
– O uísque é pra mim – ele explica – Acho que mereço um! – ele dá de ombro e se vira para homem de novo – Traz uma toalha molhada também! – ele fala e homem sai para trazer as coisas. Eu ainda estou olhando pra ele surpresa com a atitude dele.
– O quê? – ele pergunta se virando pra mim.
– Pelo visto você entende bem de ressacas – eu falo dando de ombros – Muitas noitadas pela Capital eu imagino – eu falo sorrindo ironicamente assim como ele fez comigo antes.
Ele devolve o sorriso mas a ironia que ele tinha desde o primeiro momento parece sumir quando ele fala – Errou! – ele fala e desvia o olhar – É que meu pai ficou bem parecido com ele – ele fala apontando o Haymitch – Quando meu irmão morreu nos jogos! – ele fala e me lança um olhar triste mas logo se recompõe – Com o tempo você pega o jeito! – ele força um sorriso.
Não consigo segurar a expressão surpresa que eu demonstro, eu não esperava por uma resposta dessa.
– Eu... eu – eu tento saber o que falar mas não consigo.
– Você sente muito? – ele pergunta me encarando sorrindo – Eu sei, eu também! Mas agora já foi! – ele fala balançando a cabeça querendo mudar de assunto.
Eu continuo apenas observando ele.