Yummi’s POV

Ontem eu fiz as provas de vestibular, tanto pras universidades daqui quanto pra da Yale, eu estava muito nervosa, espero ter saído bem. Hoje é sábado, casamento do Bernardo com a Rebitch, ou pelo menos é o que todos esperam. Acordei bem cedo com a Mingau, íamos nos arrumar na casa da Clarice. O casamento estava marcado pras quatro e meia da tarde. E já era duas e meia. Fomos bem rápido pra casa da Clarice. Olivia e Ana Elisa já estavam lá. Ana Elisa seria minha testemunha caso Rebeca ficasse negando. Eu estava muito, muito nervosa.

–Clarice disse que o seu vestido é mais bonito que ela já viu. – Mingau disse me distraindo dos meus pensamentos. Clarice tinha ficado responsável de providenciar nossos vestidos e sapatos.

–Tenho certeza que é. – eu murmurei.

–Fica calma, vai dar tudo certo. – Mingau tentou me tranquilizar. Chegamos à casa da Clarice e ela estava fazendo o cabelo da Ana Elisa (que tinha ido pra lá mais cedo), ela iria embora pra casa da tia depois do “casamento” conseguimos falar com a tia dela e a mesma concordou em aceitar e cuida da Ana Elisa.

Ana Elisa não era tão ruim assim, era bitch, mas não era tão ruim como eu pensava, ela podia ser engraçada quando queria e era bem inteligente. Não sei por que andava com a Rebitch.

–Oi meninas. – Clarice sorriu.

–Hey. – Mingau e eu dissemos juntas.

–Oi. – Ana Elisa sorriu. Ela e a Clarice estavam com o mesmo tempo de gestação.

–Ei Aninha. – Mingau sorriu. – Cadê a Olivia?

–Acho que tá comendo. – Clarice disse colocando um grampo no cabelo da Ana Elisa. Mingau saiu e foi atrás dela.

–Oi Ana. – eu saudei a Ana Elisa. –Cadê o vestido? – perguntei pra Clarice.

–Está no closet, mas você só vai ver depois que eu arrumar seu cabelo. – Clarice disse colocando spray no cabelo da Ana Elisa que tossiu.

–Por quê? – perguntei cruzando os braços.

–Porque eu quero. – ela sorriu. – Pronto Ana, seu cabelo está pronto. – ela levantou um espelho pra Ana Elisa se olhar. Ela tinha feito uma trança raiz, estava bonita.

–Eu adorei, obrigada. – Ana Elisa se levantou.

–Olivia vem, agora é sua vez. –Clarice gritou.

–Como é seu vestido Ana Elisa? – perguntei.

–É preto e soltinho. – ela sorriu.

–OLIVIA! –Clarice gritou de novo.

–Mulher, você não alugou ouvido de ninguém não. – Reclamei.

–Já tô aqui Srta. Estresse. –Olivia apareceu no quarto com um pacote de biscoito recheado e Mingau logo atrás com iogurte. – Eu estava comendo.

–Sem enrola, senta logo ai. –Clarice apontou pra cadeira em frente sua penteadeira. –Ainda tenho que arrumar a Mings, Yu e eu.

–Tá, tá. –Olivia sentou comendo biscoito.

Clarice arrumou o cabelo da Olivia, depois o da Mingau e o dela. O meu ela iria arrumar por último, todas elas já tinham até vestido seus vestidos. Sentei na cadeira e ela começou a mexer no meu cabelo. Depois de um tempo fazendo sei lá o que ela finalmente terminou. Ela me mandou ir para o closet vestir meu vestido. Ele era longo com uma fenda na perna direita, era vermelho com glitter e tomara que caia. Era realmente muito bonito. Eu estava vestida pra matar, matar do coração certa Rebitch. Vesti e coloquei os sapatos pretos que estavam ao lado do vestido. Sai e elas ficaram me olhando.

–Que foi? Tô feia? – perguntei olhando em volta do vestido.

–Não, ao contrario tá muito linda. –Clarice sorriu. –Acho que fiz um trabalho bom demais!

–Ô se fez. –Mingau cantarolou.

–Tá maravilhosa. – Ana Elisa e Olivia falaram juntas.

Olhei-me no espelho e eu estava realmente muito bonita.

–Acho que a Rebeca vai morrer do coração. – sorri.

–Ô se vai. – elas riram.

Uma hora depois o Pedro veio nos buscar, ele ficou surpreso ao ver a Ana Elisa e eu, ficou fazendo perguntas, mas a Clarice disse que ele só ia saber as respostas na hora certa. Chegamos à capela e a cerimonia ainda não tinha começado. Oli, Clarice e Pedro entraram e Ana Elisa, Mings e eu ficamos escondidas lá fora. Na hora que o padre dissesse “Se alguém tem algo contra esse matrimonio fale agora ou cale-se para sempre” eu entraria em cena e desmascararia a Rebitch. Pra saber a hora exata da minha entrada a Olivia estava com o celular e ela me mandaria um torpedo escrito “GO!”. Sentamos em banquinho ao lado de uma árvore que nos escondia.

–Estão nervosas? –Mingau perguntou ajeitando sua saia preta no lugar. Ela estava parecendo àquelas executivas chiques.

–Aham. – Ana Elisa e eu falamos juntas.

–E se der algo errado? – apertei minhas unhas.

–Não vai dar nada errado. –Ana Elisa me tranquilizou.

Ouvimos o som da macha nupcial e eu fiquei tensa. Meia hora depois a mensagem da Olivia Chegou.

–É agora! – eu suspirei nervosa.

–Anda. – Mingau me empurrou e eu corri pra capela. O padre estava quase terminando de falar “cale- se para sempre.” Foi quando eu gritei.

–EU TENHO. – entrei na igreja e todos os olhares se voltaram para mim. Incluindo o amor da minha vida. Ele estava lindo naquele terno, sue cabelo estava com gel que deixava ele com uma cara de mais velho. Rebeca mordeu os lábios com raiva.

–O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? –ela gritou visivelmente furiosa.

–Eu vim impedir você de estragar a vida do Bernardo. – eu andei até metade da capela.

–ME POUPE GAROTA. –Rebeca gritou, sua cara estava vermelha.

–O que você tem a dizer, moça. – o padre perguntou. Acho que ele nunca tinha visto um casamento ser interrompido. Tadinho.

–A NOIVA NÃO ESTÁ GRÁVIDA. – Eu gritei o mais alto que pude pra todos naquela capela escutarem.

–Q- Que? – os olhos do Bernardo se arregalaram.

–VOCÊ FICOU LOUCA, YUMMI? –Rebeca gritou jogando o buquê no chão. – É CLARO QUE ESTOU GRÁVIDA.

–Tem certeza? – eu andei mais um pouco na sua direção. Os olhos da minha irmã encontraram os meus e ela me fez uma pergunta silenciosa “Você enlouqueceu?”. Sorri para ela.

–É- É CLARO QUE TENHO. –ela estava tremendo.

–Se tem tanta certeza assim... –eu enrolei uma mecha de cabelo nos dedos. –Mostre para todos nós sua enorme barriga de dois meses de gravidez.

Ela empalideceu e me olhou furiosa. Bernardo estava com cara de confuso e todos os convidados estavam de boca aberta.

–Ah me poupe, que provas têm? Que provas têm pra dizer tal asneira? –Ela parou de gritar e me encarou.

–Tenho duas provas. Meninas. – eu gritei e a Ana Elisa e a Mingau entraram na igreja.

–Você? – Rebeca olhou feio pra Ana Elisa. –Essas são suas provas?

–Sim, conte tudo que sabe Mingau. – eu sorri para ela.

–Sei que vi você queridinha na loja de bebês roubando as barrigas dos manequins. –Mingau disse.

–Essa história é absurda. – a mãe da Rebitch se meteu.

–Absurdo é o que a sua filha fez. –Ana Elisa se meteu. –Ela roubou meu exame, foi com ele que ela enganou todos vocês dizendo estar grávida.

Rebeca estava tremendo de raiva.

–Essa história é maluca, ninguém está acreditando nisso. –Ela começou a ser mexer muito, sacudindo os braços. –Bernardo você não está acreditando nisso está?

Bernardo não respondeu, seus olhos estavam encarando a barriga da Rebeca.

–Levante o vestido. –ele disse.

–Que? – ela o olhou. –Não me diga que está acreditando nisso, Bernardo.

–Eu não sei. Levante o vestido. – ele pediu novamente.

–NÃO. – ela voltou a gritar. –NÃO TENHO NADA PARA TEMER.

–Se não tem... Levante o vestido. – eu provoquei.

–É filha, se essa moça está mentindo levante o vestido para provar pra todos que ela é uma louca. –a mãe dela disse.

–E- Eu... – ela começou a chorar. –NÃO!

–Rebeca, levanta esse vestido. – Bernardo pediu novamente.

Ela me olhou furiosa e veio marchando até mim.

–EU. VOU. TE. MATAR. – ela pulou em mim. Caímos no chão e ela tentou puxar meu cabelo, puxei o dela de volta e ela começou a me arranhar com as unhas. –EU ODEIO VOCÊ. ODEIO, ODEIO, ODEIO VOCÊ. – Ela gritava tentando me estapear virei a cabeça e bati na cara dela com força, ela pegou no meu cabelo e desfez o penteado, chutei a perna dela e apertei seu pescoço com força, ela estava ficando vermelha e sem ar e foi ai que alguém a tirou de cima de mim.

–Você é louca. – Mingau me ajudou a me levantar. Jorge estava segurando a Rebeca pelos braços. Ela estava esperneando e gritando que me odiava e tentava vir pra me bater.

–VOCÊ SEMPRE ESTÁ NO MEU CAMINHO. EU TE ODEIO GAROTA. ODEIO, ODEIO, ODEIO VOCÊ. – Ela gritava. –POR QUE VOCÊ TEVE QUE DESCOBRIR QUE NÃO ESTOU GRÁVIDA? POR QUE VOCÊ SEMPRE TEM QUE ATRAPALHAR TUDO?

Os convidados fizeram um “oh!” em conjunto e pareceu cena de filme.

–Quer dizer que você não está grávida? – Bernardo perguntou.

–Não. – ela se soltou do Jorge e levantou o vestido e mostrou a barriga falsa para todos, ela a arrancou e jogou no chão. –Feliz Yummi?

–C- Como você pode? – Bernardo perguntou.

–Bebê... Eu fiz por amor... –Rebeca começou a chorar e tentou tocar o rosto dele.

–Não encosta em mim. – ele tirou a mão dela. –Você me enganou. Como pode? – ele começou a chorar.

–Bebê... – ela soluçou.

–Não me chama de bebê... Eu não sou a porra do seu bebê. – ele gritou. –Você é patética Rebeca. – ele desceu do altar e passou por mim.

–Bê. – eu chamei.

–Você também me enganou, Yummi. – ele sussurrou e saiu correndo da capela e o Jorge e o Nicholas foram atrás dele.

–Satisfeita Yummi? – Rebeca me perguntou. –Por sua culpa o Bernardo não é meu marido. – ela veio na minha direção, mas a minha irmã a segurou. Ela começou a se sacudir tentando se soltar da minha irmã

–Queridinha aonde pensa que vai? – Nick perguntou.

–Solta minha filha. – a mãe da Rebeca gritou. Nick soltou e a Rebeca caiu.

Nick veio até mim.

–Não sei se te dou os parabéns ou se te dou um sermão. – ela me olhou.

–Que tal os parabéns? –eu arquei as sobrancelhas.

–Farei isso em casa. – ela me olhou. –Acho melhor irmos embora agora, antes que a coisa esquente de novo. –ela olhou pra trás e viu a mãe e o pai da Rebeca gritando com ela.

–É melhor mesmo. – eu dei os ombros.

Saímos da capela com as meninas e vimos o Nicholas e o Jorge com cara de preocupação.

–Cadê o Bernardo? – perguntei.

–Ele saiu com o meu carro. –Nicholas me olhou. –Não disse pra onde ia e nem quando voltava.

–Bê... – eu disse.

–Ele estava muito transtornado. –Jorge comentou. –Precisava esfriar a cabeça.

–Melhor assim. –Josh disse. – O que aconteceu aqui foi demais até pra mim.

–Eu adorei. –Olivia riu. –Gravei e vou colocar no YouTube.

–Olivia, não é hora. – Clarice a repreendeu. –Melhor irmos pra casa.

–Também acho. –Mingau disse. –Temos que levar a Ana Elisa na rodoviária.

–Vamos Yu. –Nick me chamou.

–Tchau gente. – eu me despedi deles. -Tchau Ana Elisa, obrigada por tudo e nos dê noticias. - eu a abracei.

–Tchau, eu é que agradeço. - ela me abraçou. -pode deixar que mando sim.

–Tchau, Yu. –eles me deram tchau.

Entrei no carro e a Nick começou o longo sermão, dizendo que o que fiz foi muito vergonhoso, tanto pra nossa família quanto pra da Rebeca. Que eu devia ter juízo, feito isso de outro jeito e evitado tanta confusão e blá, blá. Juntou com o Jorge e o sermão só terminou quando chegamos em casa ela finalmente parou, mas também só parou porque foi tomar banho. Subi para o meu quarto e suspirei. Será que tudo que fiz foi à toa?

–Yu. –Jorge me chamou.

–Ei. –eu o olhei e ele sentou do meu lado.

–O que você fez hoje foi muy crazy. –ele deu uma risada.

–Pensei que você estava bravo. –eu o olhei.

–Eu estava, mas tenho que admitir que foi muito engraçado e louco. –ele me olhou. –Nunca imaginei que alguém pudesse fazer isso.

–Tá falando de mim ou da Rebeca?

–Das duas. – ele riu. – Uma fez por maldade e a outra por amor. Apesar de ter sido uma confusão eu fiquei muito orgulhoso de você cunhadinha, Bernardo tem sorte em ter o seu amor. – ele me abraçou.

–Obrigada Jorge. - eu o olhei. -Será que o Bê pensa assim?

–Ele só está chateado Yu. - Jorge me abraçou. -Dê um tempo pra ele.

Será que o Bernardo estava pensando isso? Ou ele estava me odiando também?