Born To Survive escrita por Hannah Clara


Capítulo 1
Sobreviver


Notas iniciais do capítulo

Olá! É o primeiro capítulo da fanfic, espero que vocês gostem. Por favor, peço desde já que NÃO TIREM CONCLUSÕES PRECIPITADAS!



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Charlie engoliu em seco quando viu aquele monstro. Não que estivesse com medo, mas era aterrorizante saber que aquela coisa ia ao mundo normal.

Quem iria detê-los?

Voltou á sua caminhada, ciente que estava passando por despercebida, coisa que ela lutou muito para conseguir. Não é fácil viver no Tártaro, o lugar mais sombrio, profundo, aterrorizante que você possa imaginar.

Ou você aprende á sobreviver, ou logo morrerá.

Nesse caso, ela optou por sobreviver.

Foi parar nesse lugar da pior maneira possível, se é que existe uma forma boa de chegar ao Tártaro.

Primeiro descobriu que os Deuses que estudou na quinta série existem. Foi um choque, já que ela era uma pessoa muito religiosa.

E como descobriu isso?

Sua suposta mãe, que se chama Atena (dá pra acreditar?), a visitou. Avisou que estava ali por motivos especiais, que ela era uma menina muito especial e por isso depositava toda sua confiança nela. Foi estranho, Charlie nunca tivera alguém que falasse “eu confio em você”, muito pelo contrário, as pessoas tinham medo da pobre coitada.

Abaixou a cabeça tristemente, quando as lembranças ruins apareciam. É estranho, mas Charlie se sentia bem naquele inferno. Quanto mais longe de pessoas, melhor.

Finalmente chegou a sua caverna, colocou a roupa que ganhara da melhor tecedeira que já conheceu. Se não fosse por essa aranha, Charlie ficaria nua. Sim, uma aranha.

Olhou roupas mínimas que usava e percebeu que ainda estava em bom estado.

Charlie saiu de sua caverna, buscou as roupas com a aranha tecedeira e voltou viva. Isso significa que é hora de agradecer aos Deuses.

Irônico, porque agradecer aos Deuses, se foi eles que a colocou aqui?

Não importa, ela precisa saber que alguém a protege, precisa de forças pra continuar.

Acordou com um enorme barulho vindo de cima de sua caverna. Revirou os olhos. Tinha quase certeza que eram as irmãs vampiras brigando novamente. Charlie as apelidou de Marta e Kind.

Não pergunte por quê.

Tentou voltar ao sono, sem sucesso.

Não conseguiu entrar em contato com Atena, que sempre a acompanhava.

Novamente um barulho, dessa vez mais baixo. Logo depois escutou a porta de sua caverna ranger. Charlie levantou-se e se escondeu no monte de pedras que tinha perto de seu fogo improvisado.

-Onde ela está? –Uma voz feminina e meio magnética falou.

-Escondida. Uma pena, eu sinto cheiro delicioso dessa menina. – A segunda voz, não muito diferente da primeira se manifestou.

Marta e Kind. Charlie colocou a mão na boca, em forma de espanto.

Eu vou morrer, pensou.

Não teria a mínima chance contra dois monstros. Fechou os olhos e começou sua prece pra Atena, não pra escapar, e sim pra quando morrer, se levada pra um lugar melhor.

-AHÁ! – O monte de pedra onde Charlie se escondia foi facilmente destruído, e ela ficou cara-a-cara com as monstras.

-Quem é você, garota? – A primeira voz perguntou, Charlie achou apropriado chama-la de Marta.

-Eu...Eu

-Ela não vai falar! – A segunda voz (Kind), falou exasperada.

-Eu sou uma garota comum. – Charlie falou timidamente.

-Você não é uma garota comum – Sibilou Marta.

-Pois se fosse, não estaria aqui. – Kind completou.

Charlie continuou imóvel.

Marta se moveu pra trás, levando Kind com ela. Elas não eram nada bonitas, mas ali não era hora de fazer esse comentário desagradável.

- Você é tão...- Kind a olhou melhor. - Linda, é isso. Ela é linda.

-Ahn, obrigada.

- Pena que vai morrer. – Marta falou mal humorada.

-Não me matem, por favor.

-Por que não mataríamos? – Marta perguntou dando um sorriso infernal.

- Batalhei muito pra sobreviver, por favor, não me mate.

Aquilo não pareceu o suficiente para convencer.

- Eu faço tudo que quiserem! Não me matem.

-Tudo mesmo? – Kind perguntou maliciosamente.

-S-Sim.

- Nós não queremos te usar, não é Kind?

-Não é? – Kind olhou para a irmã com dúvida.

- Não. Garota, o que você faz aqui?

-Eu não sei! – Charlie foi sincera.

- E qual o motivo de desejar tanto permanecer no inferno?

- Eu não sei. – Choramingou.

- Kind, vamos logo. Eu não quero perder tempo. – Marta falou com frieza.

Charlie realmente pensou que ali era seu último momento.

-Tá! – Kind se aproximou de Charlie que estava espremida no canto da caverna, e sentou-se. – É o seguinte, nós sabemos muito sobre você.

- E o que exatamente vocês sabem sobre mim?

- O bastante para não te matar! –Marta falou exasperada, fazendo com que as duas a olhassem. – Continue, Kind.

-E sabemos que você é bem popular por aqui. – Kind continuou.

- É, talvez. Mas não sou amiga de todos, você sabe. A maioria só pensa em destruir. Geralmente me meto com os que possuem um bom diálogo.

-Tanto faz. –Marta revirou os olhos.

-Eu achei interessante – Kind se manifestou – você pode continuar.

Charlie assentiu, e logo percebeu que Kind era uma coisa fácil de manipular, mas o problema era Marta, que visivelmente a desprezava. Na verdade, ela desprezava até sua amiga que cumpria suas ordens sem pestanejar.

-Ei garota, continue. –Kind apertou o braço de Charlie, que sentiu uma coisa fria nadando pelo seu sangue. Felizmente não era nada parecido com as coisas ruins que sentia, quando sem querer, se aproximava de um monstro. Tipo Marta.

-Ah sim, me desculpe. – Charlie apoiou-se melhor e virou totalmente para Kind, que não era tão feia. – Acontece que você tem que saber com quem deve se misturar por aqui, nem todos são de confiança. É tipo um High School, um High School em um inferno e que custa sua vida. Sabe como é?

-Sim, eu sei. –Kind suavizou a voz e abaixou a cabeça, sem olhos estavam sem foco, como se tivesse viajando por lembranças.

-SSSSSHHHHIIIIII – Marta fez um barulho esquisito com a boca, chamando atenção de Kind – Era só isso? Por Gaia, Tártaro não tem manual de sobrevivência. Kind, você não é mais humana, já chega. VOCÊ É UM MONSTRO.

-Eu não sou um monstro. –Kind falou baixinho, encolhendo-se quase igual a Charlie.

- Você não é. –Charlie colocou a mão no ombro moreno de Kind, onde tocou também no seu cabelo negro como a escuridão.

- PAREM! – Marta gritou.- NÓS NÃO QUEREMOS MAIS NADA COM VOCÊ, VAMOS SAIR DAQUI!

E em um gesto brusco, puxou Kind pelo braço, fazendo-a ficar de pé.

E assim saíram da caverna, mas Charlie sabia que alguém voltaria.


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Notas finais do capítulo

Digam o que estão achando, é muito importante.



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