Subentendido escrita por Anne


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, quanto tempo né?
Não me odeiem por não ter postado antes, acreditem ou não, estive muito ocupada, trabalhando e tendo vida social (que subtende-se por festas u.u), então, não tive tempo para postar antes :(
Mas vou postar hoje :)
Que legal né?
Se vocês comentarem bastante me esforço para postar mais dois essa semana!
Ah, esse é especialmente para a LizaChevalier, porque ela falou que se eu não postasse logo estaria correndo risco de vida, haha.
Beijo meninas :)




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– Acho que esse vestido aqui vai ficar “mara” no corpo dela – Flaviana comentou com a melhor amiga, enquanto Serguei terminava a transformação no cabelo de mais uma participante do tapinha da Sofia.

– Eu sei, fui eu que escolhi, ele é perfeito para ela e está super em alta – Sofia falou convencida, enquanto postava fotos e atualizava as redes sociais e o site do seu projeto.

– Quem está super em alta também é o Matheus né amiga? – Flaviana brinca fazendo a loira a encarar curiosa – Depois que você saiu com ele, as meninas não falam de outra coisa. Acredita que as MICAS não param de ficar perguntando coisas sobre ele, como se eu soubesse muito da vida dele.

– Ai Flaviana, pode falar para essas desocupadas que ele não faz o estilo delas!

– E quem faz o estilo dele – a amiga disse sem conter um riso – Você Sofia?

– De novo isso Flaviana? – Sofia falou revirando os olhos. Estava cansada das insinuações da amiga. Era óbvio que já havia rolado um clima com o garoto, principalmente da parte dele, que já havia mandado várias indiretas. Mas era só isso, e ela gostava das coisas assim como estavam. Não queria se envolver com alguém e se machucar novamente, sem falar que ainda tinha o Ben e por mais que ela jurasse para si própria que não iria mais ficar com o garoto, ainda pensava muito nele – Ele é só meu amigo!

– Vocês estão falando do cara que deu carona hoje pra você, não é Sofia? – Serguei perguntou curioso, fitando o reflexo das duas no espelho e voltando a se concentrar no cabelo da mulher.

– Sim, o gato do Matheus – Flaviana respondeu sorridente – Ele tá dando moral pra Sofia, mas aparentemente ela tá fazendo jus a cor do cabelo dela, e tá sendo burra.

– Flaviana!

– Foi mal amiga, mas é a verdade!

– Precisava me chamar de burra só porque eu estou me dando ao respeito, diferente de você que dá moral pra qualquer um?

– Eu não dou moral pra qualquer um...

– Vocês então não estão ficando? – Serguei continua curioso, terminando de ajeitar o cabelo da mulher.

Sofia abre a boca para falar, mas é interrompida pela chegada da Anita no salão.

– Será que a gente pode conversar Sofia?

– Eu tô ocupada agora Anita – Sofia responde de maneira rude, não dando muita importância a irmã.

– É rápido e é sobre a mamãe – Anita fala fazendo a irmã desgrudar os olhos do celular e a encarar preocupada.

– Aconteceu alguma coisa com ela?

– Dá pra você vir aqui fora falar comigo?

Sofia levantou contrariada e seguiu a irmã até a rua. O sol estava escaldante, mas a loira nem se lembrou de reclamar disso. Estava tão preocupada com a mãe.

– Desembucha logo Anita, a mamãe tá bem?

– Tá, pelo menos aparentemente – Anita respondeu impaciente – Eu só queria falar com você pra lembrar que hoje é o aniversário da mamãe.

– Eu sei disso né Anita, não sou tão insensível a ponto de esquecer o aniversário da mamãe.

– A gente vai fazer uma festinha surpresa pra ela – ela continuou cansada ignorando a fala da irmã – E a nossa mãe ia gostar de ter você lá, então se você tiver um tempo pra aparecer lá hoje mais tarde.

– Imagino que vou ser bem recebida quando aparecer no muquifão – Sofia ironiza, pensando na reação da família ao vê-la entrando pela porta.

– Sofia, será que uma vez na vida você pode parar de pensar um pouquinho em você e fazer isso pela mamãe – Anita falou com o tom de voz mais alto. Sofia odiava quando a irmã usava esse tom de voz, a fazia parecer estupidamente correta demais e todo esse discurso que a irmã sempre usava era chato. Sofia preferia pensar nela primeiro do que só pensar nos outros, como a irmã fazia, esquecendo de si própria na maioria das vezes... Isso era tão ruim assim?

– Vou pensar – Sofia respondeu. As irmãs se encararam brevemente antes de a mais velha partir.

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Ben fitou a porta com interesse, enquanto Pedro o chamava para tocar mais uma música. O moreno deu um sorriso torto para o caçula do casarão e começou a tocar Clarice Falcão, “De todos os loucos do mundo”, enquanto Giovana o acompanhava cantando nos versos. Anita sentou ao seu lado, não contendo um sorriso no rosto. Todos pareciam felizes, havia tanto tempo que não via a família assim, mas sabia que o sorriso da mãe escondia uma tristeza em seu coração. Sofia. Esperava de todo coração que a irmã aparece. Não que ainda não guardasse mágoa da irmã, por tudo que a mesma já havia aprontado, mas sabia que a irmã era imatura e egocêntrica, e como toda menina mimada, ela só precisava crescer.

Sofia pode ouvir do outro lado da porta as risadas da família, a voz do Ben e da Giovana cantando e por um momento pensou em desistir da ideia. Aquele não parecia ser mais o lugar dela e isso era tão estranho. Não queria estragar a festa que os irmãos haviam preparado com tanto carinho para a mãe. Não queria encarar de novo os olhos de reprovação da mãe e de todo mundo do casarão. Ela temia por isso, apesar de Anita ter feito o convite mais cedo não sabia se seria bem recepcionada. Ficou nessa indecisão por alguns segundos, até se convencer que precisava fazer aquilo. Não queria magoar a mãe novamente. Então tomou coragem e abriu a porta. Ben parou de tocar assim que viu a loira na porta.

– Sofia! – Pedro correu até a irmã e a abraçou forte – Não acredito que você está aqui de novo – o garoto disse abraçando a irmã fazendo Vera se emocionar – Eu sabia que você ia voltar... Você vai dormir aqui hoje, não vai?

Sofia não teve coragem de falar que estava ali só de visita, então, ela simplesmente sorriu, acenou com a cabeça e retribui o abraço do irmão. Depois, fitou a mãe brevemente, antes de murmurar um tímido “Feliz aniversário mãe”, sem conter as lágrimas. Vera foi até a filha e a abraçou, sem reservas, mágoas. Queria ter a filha perto dela de novo.

Assim como todos no casarão, Ben observava se sentindo grato por ter uma família incrível. Sabia que Sofia era meio cabeça dura e fútil, mas, nesses momentos, era possível ver que ela amava a mãe, o que era um forte indício de que a garota não era tão egoísta quanto ele pensava.

– Olha lágrimas de crocodilo – Giovana comentou baixinho no ouvido do Ben – Bem que ela poderia investir na carreira de atriz né, já que ela sabe dissimular bem.

Ben não comentou nada. Não soube o que dizer, Sofia era uma pessoa com o caráter dúbio, já havia presenciado tantas vezes o quanto ela sabia dissimular bem, mas achava que hoje era diferente. O que o fez pensar na última conversa que tiveram. Ela havia falado pela segunda vez que era apaixonada por ele, e desde então, o que ele julgava ser apenas mais uma armação, o deixou em dúvida. Sofia já havia conseguido morar com o pai. Porque então continuar com a história de estar apaixonada por ele?

– O que foi príncipe? – Anita perguntou próximo do seu ouvido, fazendo Ben despertar e fitar a namorada.

– Nada não princesa – ele respondeu fazendo um carinho breve na mão da namorada.

Sofia entregou o buquê de orquídeas que havia comprado para a mãe e uma pequena caixa vermelha, com um laço dourado.

– Sofia, não precisava gastar o dinheiro do seu pai com isso!

– Mãe, não foi dinheiro do papai, acredite você ou não, o tapinha da Sofia tá bombando e... Eu comprei com o meu dinheiro – Sofia falou, enquanto Vera encarava a filha com orgulho. Um orgulho que normalmente era destinado a Anita.

– Mas você não gastou muito dinheiro né?

– Mãe, quer parar com essa mania de pobre de recusar presente – Sofia falou irritada – Isso é falta de educação – ela disse por fim, se acalmando – Abre logo!

Vera observou a filha desconfiada por alguns segundos e decidiu abrir a pequena caixa. Dentro havia uma corrente fina e discreta de ouro com um pingente de coração, desses que a gente abre e encontra uma foto dentro. Para sua surpresa, assim que abriu encontrou uma foto miniatura de toda a família reunida, e do outro lado. Vera olhou emocionada e abraçou a filha novamente.

– É lindo Sofia, um dos presentes mais especiais que eu já ganhei – Sofia sorriu e abraçou a mãe novamente. Pela primeira vez em muito tempo, a loira sentiu que estava fazendo algo certo.

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Sofia observou Bem por um instante e ele parecia concentrado em disfarçar sua atenção no violão ou no que a Anita falava, mas ela sabia que os olhos do moreno volta e meia se concentravam nela, em breves intervalos e sempre que ela encontrava os olhos dele nela, ele disfarçava, parecendo inseguro, e apesar de estar convencida que não queria mais nada com ele, ela se sentia feliz por saber que ainda despertava o interesse dele.

– Hum, Sofia – Ronaldo falou chamando a atenção da garota – Oi – ele fala visivelmente sem jeito – Eu só vim agradecer, por você ter vindo hoje.

– Ah, imagina Ronaldo, é o aniversário da minha mãe, eu não perderia por nada – a loira falou tentando não encarar muito os olhos do padrasto. Não havia mais falado com ele depois de toda a revelação, e apesar de não se arrepender do que havia feito e continuar achando que a mãe estaria mais feliz com o seu pai, sabia que Ronaldo era uma pessoa boa e que talvez ele não merecesse aquilo que ela havia feito.

– Bom saber – ele falou fitando sua mulher com um sorriso no rosto – Fazia tempo que eu não via a Vera assim, tão feliz. E ela tá assim porque você tá aqui Sofia, ela sentiu muito a sua falta, depois de tudo que aconteceu – ele encarou Sofia com um semblante triste, que fez Sofia se sentir mal.

– Eu sei – a loira respondeu – Eu senti falta dela também, aliás – ela parou e deu uma risada irônica – Eu senti falta até desse muquifão, da casa sempre cheia, de ter que reclamar para usar o banheiro – Ronaldo também começou a rir – Do cheiro dos bolos da mamãe sempre que eu chegava da aula, das brigas com a Giovana... De – ela parou instantaneamente, iria falar mesmo do garçom psicopata? Deu uma risada e encarou o padrasto – De tudo... Mas eu sei que meu lugar é lá na Barra, sabe, eu não me arrependo do que eu fiz, sei que você talvez não tenha merecido e eu até te peço desculpas, você é um cara legal sabe, e faz minha mãe feliz, mas... Eu e Grajaú não combinamos!

– Entendo Sofia, sabe... Eu sou um cara simples, um fracassado talvez na visão de algumas pessoas – ele encarou Sofia – Eu não tenho muito dinheiro e tudo que eu tenho para oferecer para minha família é isso aqui e amor. Uma pena que isso não seja o suficiente para você, porque sua mãe gostaria muito de ter você aqui perto dela e isso é uma dessas coisas que dinheiro nenhum compra... Só não deixe de nos visitar de vez em quando, você vai ser sempre bem recebida nessa casa, e se for diferente disso, você pode me falar, a Giovana e o Vitor tem um temperamento difícil de lidar às vezes. E o dia que você quiser voltar, as portas estarão abertas para você tá?

Eles se fitaram por alguns segundos, até que Giovana o puxou pelo braço, afastando o pai de Sofia, que revirou os olhos, com tamanha infantilidade da ruiva, mas o que ela podia esperar da Giovana? Nada de diferente. Seus olhos encontraram o de Ben novamente e dessa vez ele não desviou.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam?



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