Subentendido escrita por Anne


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas :)
Então, ano novo e eu aqui postando um novo capítulo para vocês, que lindo né?
Então, primeiramente gostaria de agradecer a todos os comentários que vocês estão mandando a respeito da fic, eles são lindos, isso que me motiva cada vez mais a escrever, thank u so much for everything



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– Repete Ben – Anita falou alterando o tom de voz, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto – Porque eu não estou acreditando no que eu acabei de ouvir, você beijou a Sofia? – ela encara o namorado num misto de raiva e confusão – Estando comigo?

– Princesa, eu posso explicar, eu não fiz por querer – Ben fala tentado se aproximar da namorada, que se afasta – Você sabe como é a Sofia, ela – ele hesita por um momento, sentindo um bolo se formar na garganta e uma culpa enorme tomar conta do seu peito por estar fazendo Anita sofrer tanto.

– Você beijou a minha irmã Ben – Anita repete exasperada fazendo as palavras se ecoarem na cabeça do moreno num agoniante ciclo - Quando isso aconteceu?

– Foi... – ele titubeia se lembrando daquela noite, ainda tão confusa e clara na sua mente – Naquela festa, onde eu trabalhei de garçom, na Barra... Eu encontrei a Sofia lá, eu juro, se eu soubesse, jamais teria aceitado o trabalho.

– Porque é tão difícil pensar na possibilidade de que a Sofia possa estar numa festa na Barra né Ben? – Anita ironiza não contendo as lágrimas, as palavras saindo da sua boca por vontade própria – E ao que parece, minha irmãzinha deve ter um fetiche em ver você vestido de garçom – ela complementa, com um sorriso amargo no rosto.

– Anita, não foi bem assim – o moreno fala desesperado, passando a mão pela cabeça – Você sabe que eu nunca faria algo para machucar você!

– Mas fez Ben – Anita grita apontando o dedo na direção do namorado – Você fez... E pior ainda, fez sabendo do quanto eu gosto de você, do quanto eu te amo. Eu não sei quem foi mais baixo, você ou a Sofia!

– Qual é Anita, sei que o que eu fiz foi grave, mas, você não pode me comparar a Sofia, aquela garota é que não presta!

– A Sofia te obrigou a beijar ela príncipe? – Anita indaga de maneira sarcástica, enquanto Ben a fita sem saber o que falar. Ela tinha razão.

– Sei que nada do que eu diga vai justificar o que eu fiz, mas acredite, eu não sinto nada pela Sofia, a não ser desprezo – ele toca no rosto da namorada, passando a mão pelas lágrimas da garota. Anita fecha os olhos, sentindo a suavidade do toque do namorado. Nenhum dos dois fala nada por algum tempo.

– Ben, por favor, eu conheço bem a minha irmã e preciso saber o que realmente aconteceu... Ela te agarrou príncipe? – Anita pergunta com um fio de esperança na voz. Isso parecia ser o tipo de coisa que Sofia seria capaz de fazer – Porque se foi isso, eu... Eu vou ter uma conversa séria com a Sofia e dessa vez ela vai ter que me ouvir.

– Não princesa – Ben admite sentindo vergonha de si mesmo ao fitar os olhos castanhos da namorada – E eu sei que essa é a pior coisa que você poderia ouvir, e que eu não sou o príncipe, o cara perfeito que você merece, mas eu te amo... Você não sabe o quanto eu me arrependo por isso.

Anita absorve as palavras ditas por Ben sentindo o impacto que elas causavam na sua vida e no seu coração. Tudo aquilo que ela imaginava, todas as promessas, declarações, eram apenas palavras.

– Me ama? – Anita repete amarga, dando uma risada triste, se afastando do namorado – Não Ben, ao que parece você nunca me amou, porque desde o início sempre foi a Sofia.

– Anita – Ben se descontrola chamando a atenção da namorada – Aquela foi uma situação diferente, eu não me apaixonei pela Sofia – ele grita tentando soar convincente, até para si mesmo – Eu senti uma atração por ela, não vou negar, mas você princesa, você sempre foi tudo que eu sempre quis.

– Eu sempre fui tudo que você sempre quis, mas na primeira oportunidade você beijou a Sofia – a garota vocifera, gesticulando com as mãos – A minha irmã – ela continua magoada – A garota que sempre adorou jogar na minha cara que você era louco por ela... Deve ter sido divertido para vocês, ficarem lá se agarrando enquanto a idiota aqui ficava preocupada com você!

– Princesa, por favor – Ben chama a namorada com olhos marejados.

– Não me chama mais de princesa, eu não sou mais a sua princesa! – Anita discursa convicta –Tá tudo acabado entre a gente Ben!

Ben observa a namorada saindo do quarto, se sentindo fracassado, como Sofia o adorava descrever. A verdade era que ele não queria perder Anita, a garota perfeita, a que entendia ele. Eles tinham os mesmo gostos, pensavam da mesma forma, se completavam... Enquanto Sofia, ela só o colocava para baixo cada vez mais. Com ela só havia joguinhos, brigas, decepções. Ele precisava acertar as coisas.

– Não Anita, você não pode fazer isso comigo, isso com a gente – ele fala indo de encontro a namorada e se postando na sua frente, impedindo-a de passar – Eu sei que você tá muito magoada comigo, mas, acredita em mim, isso não vai voltar a acontecer.

– Acontece que eu não acredito mais em príncipes Ben... Agora me deixa em paz! – Anita passa ao lado do moreno andando rapidamente, enquanto Ben observa a namorada passar se odiando, odiando a sua fraqueza, odiando ter conhecido Sofia.

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– Oi Vera – Bernadete cumprimenta a ex do noivo, dando um sorriso solidário, convidando a mesma a entrar no apartamento.

– Oi Bernadete... Nada da Sofia ainda? – Vera fala, observando Bernadete franzir a testa e negar com a cabeça, enquanto entrava no apartamento. Caetano parecia ocupado, discutindo ao telefone com alguém. Soraia apareceu oferecendo um chazinho, que Vera recusou, apesar da insistência. Duvidou muito que descesse algo pela sua garganta agora e a única coisa que conseguia pensar é em onde estaria a filha.

– Um cara, detetive – Bernadete comentou agitando as mãos – Vai aparecer aqui daqui a pouco. O que eles falaram lá na delegacia?

– O mesmo de sempre, tem que esperar 24 horas para eles darem como sumiço – Vera discursa chorosa, tentando conter as lágrimas – O Ronaldo foi lá em casa, falar com o Frédéric, para cuidar dos menores. Eu estou com tanto medo, e se tiver acontecido algo com a Sofia?

– Calma Vera, aposto que a Sofia está fazendo isso para chamar a atenção de vocês, ela vai aparecer – Bernadete abraçou a mulher, pensando que quando encontrasse Sofia iria ter uma conversa séria com a garota – Agora me conta o que aconteceu lá?

– Ai Bernadete – Vera fala tocando no colar dado pela filha há poucas horas – Estava tudo indo tão bem, estávamos nos divertindo, então a Sofia e a Anita, elas começaram a discutir, e as crianças não foram muito gentis com a Sofia também.

– Ah Vera, mas a Sofia não é fácil também – Bernadete retruca olhando para Vera.

– Eu sei que a Sofia não tem um gênio fácil, mas, ela é uma boa menina.

– A Sofia, uma boa menina? – Bernadete disse não contendo a ironia – Só se for bem no fundo Vera, porque pra mim fica claro que essa menina precisa é de uns corretivos.

– Quem cabe decidir o que a Sofia precisa é a mãe dela Bernadete – Vera contestou alterando o tom de voz.

– Desculpa Vera – Bernadete se desculpou, a contragosto, não querendo piorar as coisas – Você tem razão, eu não deveria deixar minhas diferenças com a Sofia aparentes, agora não é hora. Eu só quero que você saiba que apesar de ter falado isso, eu gosto muito da Sofia, e algo me diz que ela tá bem.

– Eu espero que você esteja certa Bernadete – Vera fala, passando a mão nas lágrimas. A campainha toca e Soraia vai atender a porta. Caetano ao observar o homem parado na soleira da sua porta, desliga o celular imediatamente e volta sua atenção ao visitante.

– Jarbas, alguma notícia da minha filha? – Caetano pergunta exasperado, enquanto o homem entra e senta preguiçosamente no sofá, cumprimentando as mulheres com a cabeça e observando mais atentamente Soraia – Jarbas?

– Ah senhor – o homem volta a atenção ao Caetano - Ao que parece a menina saiu com um rapaz, de família tradicional aqui da Barra... Matheus Rodrigues Furlanetto.

– Matheus, não é aquele garoto que a gente encontrou na festa, o que é filho daquele moço lá que você falou que era importante para os negócios – Bernadete fala lembrando o rosto do rapaz.

– Sim – Caetano disse sentando-se no sofá, na cabeça passando mil coisas. Estava decepcionado com a filha, pois gostava de preservar a moral e os bons costumes, mas, por outro lado, era interessante para os seus planos saber que a filha estava possivelmente envolvida com o filho de uma família tão importante da sociedade carioca.

– Esse não é o Teteu, o menino que vivia lá em casa brincando com a Anita? – Vera indagou lembrando-se do garoto baixinho e esperto, que estava andando sempre com a filha mais velha.

– Aparentemente agora ele é mais amigo da Sofia do que da Anita, e porque será né? – Bernadete ironiza, mas é ignorada por todos.

– Você tem certeza disso? – Caetano pergunta rispidamente desconfiado – Onde você conseguiu essa fonte?

– Bom, o porteiro viu os dois saindo mais cedo do prédio, e disse se tratar do garoto da família Rodrigues, pedi para olhar as imagens de vídeo, procurei nas redes sociais e aqui estamos nós.

– E você sabe onde eles estão? – Vera pergunta angustiada – Alguém tem o telefone desse garoto?

– Jarbas, o telefone do rapaz – Caetano chama o detetive, em tom de ordem.

– Sobre isso, eu ainda não consegui o telefone, parece que a família é muito reservada senhor.

– Mas você é um incompetente mesmo, aliás, eu estou cercado de gente incompetente.

– Caetano, não fala assim com o moço, calma, agora a gente já sabe que a Sofia tá com o Matheus – Bernadete fala tentando acalmar a situação – Eles são amiguinhos, não são? Ela deve estar bem.

– Filha minha não anda por aí com rapazes no meio da noite – Caetano comenta andando de um lado para outro – Apesar de o rapaz ser de boa família.

– Sem querer interromper – Soraia atrai a atenção para si, gesticulando com as mãos, ansiosa – O porteiro acabou de falar pelo interfone que o seu Ronaldo está subindo.

– Ótimo, o culpado por minha filha estar perdida, nesse momento, em algum lugar, querendo subir no meu apartamento, francamente Vera, eu esperava mais de você – Caetano rebate com irritação.

– O Ronaldo não tem culpa de nada Caetano, dá pra gente se concentrar em achar a Sofia? – Vera responde alterando o tom de voz.

– Tá – Caetano senta fitando a ex-mulher – Alguém já ligou para aquela amiguinha destrambelhada da Sofia?

– Eu já liguei para a Flaviana, mas não consegui falar direito com ela – Vera fala levantando – A ligação estava horrível - a campainha toca e Soraia atende a porta.

– Alguma notícia da Sofia? – Ronaldo pergunta vendo a preocupação de todos estampada no rosto.

– Esse senhor, que é detetive falou que a Sofia está com o Teteu, um amiguinho de infância das meninas, mas ainda não conseguimos falar com ela – Vera fala indo de encontro ao marido – E as crianças?

– Estão bem, dormindo, vamos nos concentrar em achar a Sofia? – Ronaldo pergunta observando todos da sala. Caetano murmura algo baixo, e Vera jura ter ouvido “molambento” saindo de sua boca. O celular do Caetano toca e o mesmo faz sinal para todos ficarem quietos.

– Pai?

– Sofia, minha filha, onde você está? Você tá querendo matar o seu pai de preocupação é?

– Pai, não pira tá, eu to bem e já estou voltando para a casa - Caetano ouve a outra voz do lado da linha responder e quando esta prestes a retrucar, não ouve mais a voz da filha, e sim o insistente som de que a ligação havia sido encerrada.

– A Sofia está bem, ela está vindo para casa - ele fala fazendo todos respirarem mais aliviados.

–x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

– Espera – Sofia fala ofegante tentando se desvencilhar enquanto Matheus continuava beijando cada parte do seu rosto, descendo pelo pescoço, respirando em sua orelha, lhe causando arrepios. Pra falar a verdade, ela não queria parar, e Matheus sabia disso – Eu preciso ir – a loira conseguiu finalmente se afastar do moreno que a fitava com um sorriso divertido no rosto. Estavam no carro do Matheus e alguns minutos mais cedo, haviam recebido uma ligação da Flaviana avisando que os pais da loira já sabiam da sua “fuga” e estavam preocupados. A loira havia perdido o celular em algum lugar, e agora sabia que estava encrencada.

– E se eu não deixar você ir? – o moreno ironiza a fitando nos olhos com intensidade, fazendo-a rir.

– Eu vou começar a achar que você é um algum tipo de psicopata – ele ri e ela para, lembrando-se do dia que conheceu Ben, a lembrança da festa do rei do rum invadindo sua mente sem autorização.

– É melhor eu parar então – Matheus fala percebendo a mudança na postura da loira - Não quero que o seu pai pense que eu sou um psicopata, isso atrapalharia tudo – ele complementa a fitando nos olhos - Tem certeza que não quer que eu suba para falar com ele?

– Não – Sofia respondeu na defensiva, rápido demais – Quer dizer, meu pai é conservador, não ficaria bem ele saber que eu sai com você, assim, sem avisar, rolaria o maior estresse, aliás, coisa que já deve estar acontecendo, então, é melhor eu ir de uma vez – ela o fita jogando charme e coloca a mão na porta.

– Não tá esquecendo de nada não? – o moreno toca em sua mão e puxa o rosto gentilmente na sua direção. Seus lábios se aproximam perigosamente dos da loira e antes de tocar, ele sobe e chega até sua orelha e sussurra – Boa noite magrela.

E sem deixar tempo de Sofia falar qualquer coisa, Matheus sai do carro e o abre a porta do passageiro, permitindo que a loira saia. Sofia o observa com um sorriso malicioso no rosto, não iria deixar as coisas assim, e se ele queria jogar, ela também iria jogar.

– Quanto cavalheirismo – ela brinca o olhando nos olhos – Quase um príncipe!

– É – ele levanta uma das sobrancelhas – Quase!

– Uma pena que eu não goste de príncipes, você deveria tentar a outra irmã.

– Acontece que eu também não gosto de princesas – Matheus fala sorrindo, cruzando os braços em frente ao corpo – Achei que você precisava ir, não? – ele ironiza observando o visor do celular.

– Pressa de me ver ir embora?

– É que eu não quero que você me veja chorando pela sua partida – ele pisca um dos olhos – Vou morrer de saudades!

– Ai meu Deus, isso foi tão brega!

– Brega ou não, aposto que você gostou de ouvir.

– Apostou errado, não sou desse tipo de garota que se derrete por qualquer besteirinha que ouve.

– E que tipo de garota você é então?

– Isso você vai ter que descobrir sozinho – Sofia fala misteriosa e dessa vez ela que dá uma piscadinha. Os dois se fitam por alguns segundos e Matheus pega a mão da loira e entrelaça nas suas.

– Eu ainda posso falar com seu pai, pedir você em namoro – Sofia sorri, achando engraçado. Matheus era tão inocente às vezes, ela pensou consigo mesma, ou talvez ele só estivesse blefando, mas ela sabia de alguma forma, que ele não estava – Tá muito fora de moda assim, pedir em namoro uma garota para um pai? – ele continua franzindo a testa, adorando ver o sorriso de escárnio nos lábios da loira.

– Você pediria para namorar comigo para o meu pai?

– É, eu faria esse sacrifício por você!

– Bom saber – ela ironiza e depois se aproxima dos lábios do moreno, sabendo que ele desejava um beijo dela – Boa noite... Teteu – seus lábios tocam a bochecha do rapaz e ele a fita com os olhos confusos. Ela se afasta e manda um beijo para ele no ar. Matheus apenas observa a loira ir por alguns segundos, um sorriso misterioso nos lábios.

–x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Sofia observou seu reflexo no espelho do elevador e um sorriso transpareceu em seu rosto. Lembrou-se da noite que estava tendo. Sabia que provavelmente estava muito encrencada, e que seu pai provavelmente estaria agora nesse momento esperando por ela com algum sermão chato sobre os bons costumes e como uma moça que mora na Barra deve agir. E para piorar a situação, haveria também algum comentário burro ou idiota da Bernadete. Mas até que ela poderia aguentar isso, pois nada seria páreo como ver a cara que a irmã faria assim que descobrisse que ela estava ficando com seu melhor amigo de infância, ou melhor ainda, a cara do Ben ao saber que ela havia superado o garçom psicopata para ficar com o cara mais gato da Barra. Era um começo de uma nova era.


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Notas finais do capítulo

Gente, que foi esse capítulo, Fofão se dando conta que príncipes não existem e terminando o namoro? Será que eu amei escrever essa parte?
E parece que a Sofis tá curtindo bem a fossa pós-tontice Ben, haha, Matheus é vida *-*
E agora, quando a Sofia chegar em casa, será que vai rolar castigo?
E o Matheus, será que estava falando sério sobre o namoro?
Me digam o que vocês acham,
Beijos, e até o próximo ;)



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