Não se apaixone por um idiota escrita por Lua Barreiro


Capítulo 24
Último capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Não sei se a história terminou como vocês desejavam, mas fiz o que me veio a mente.
Agradeço a todas as leitoras que comentaram, leram ou recomendaram. Saiba que vocês trouxeram uma alegria enorme ao meu coração. Essa história foi uma das mais importantes para mim, pois foi nela que eu coloquei grande parte dos meus sentimentos, em certos aspectos posso de considerar a Julie e até mesmo o Philips.
A cada novo leitor eu tirava um print para guardar de recordação, quando cheguei aos 100/200 comentários quase infartei duas vezes, posso dizer que essa fic só me proporcionou momentos incríveis.
Fiz amigas e descobri escritoras excelentes, aderi a dicas e opiniões para que a história tomasse um bom rumo. Se não fosse por todos os comentários eu poderia ter desistido de NSAPUI, não pelo fato da motivação (tenho várias fics em meu computador que escrevo apenas por escrever) e sim por não saber o que fazer com a história, vocês me ajudaram pra caralho ♥
Sei que minha escrita e narração não é perfeita e está longe disso, mas tento melhor cada vez mais para agradar vocês e a mim mesma.
Obrigada a todos, vocês são uns princesos ♥
Agora vamos ao capítulo, eu sei que vocês nem devem ter lido todo o meu sentimento u.u



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— Para onde nós vamos? — Soltei meus braços de suas mãos.

Ele pegou-os novamente.

— Só venha comigo Martins.

Tranquei a porta de casa sem que fizesse muito barulho.

— Tudo bem, mas essa é a última vez que eu fujo com você no meio de uma madrugada.

— Já fizemos isso antes? — Ele indagou.

Fumeguei.

Entrei em seu carro e sentei-me sob o banco do passageiro, ele não permitiu que eu ligasse o rádio pelo fato de que deveríamos fazer silêncio. Mackenzie parecia estar nervoso, um pouco de suor escorria perante sua testa e seus dedos batucavam o volante incontrolavelmente. Decidi não perguntar nada sobre onde iriamos, já que a chance dele me responder seriam pequenas.

— Porque está tão silenciosa? — Questionou secando o suor que havia descido até suas bochechas.

— Você pediu para que eu fizesse silêncio.

— Esse mutismo todo está me deixando nervoso.

— Então porque pediu para que eu ficasse quieta?

— Por que você nunca me obedece.

Eu sorri.

O fato de eu estar em silêncio não se baseava apenas na ordem de Philips e sim por outros motivos (a) eu estou sonolenta (b) minha mãe tem um dia de vida e (c) eu não tenho nenhum assunto que possa ser considerado interessante. Então continuei calada, observando todos os gestos dele enquanto dirigia.

Quando Mackenzie estacionou tirei o cinto de segurança rapidamente, aquilo estava me importunando por todo o caminho.

— Onde estamos? — Perguntei seriamente.

— Em uma floresta. — Verbalizou animado.

Nunca entendi o fato de ele não me levar a passeios normais, como galerias ou shoppings. Mesmo que esses dois passeios não me agradem inteiramente eu não saio deles entupida de picadas.

— Novamente uma floresta?

— Bom, não é bem uma floresta. Digamos que seja uma fazenda.

— O que viemos fazer em uma fazenda/floresta? — Isso me parece mais uma junção de várias árvores velhas.

— Vamos roubar uma vaca.

Por que eu insisto em sair com Philips Mackenzie?

— Roubar uma vaca? — Indaguei incrédula.

Sem ao menos me responder ele saiu correndo, desviou perfeitamente de todas as árvores que estavam em seu caminho até esconder-se atrás de uma. Gesticulou para que eu fizesse silêncio, caso contrário os vigias da fazenda/floresta iriam nos descobrir.

— Mackenzie, eu não vou roubar a porra de uma vaca— Gritei — Pombas, como se rouba uma vaca? E por que diabos você quer roubar uma vaca?

— Pegue a vaca, jogue-a dentro do carro e acelere — Guardem, caso um dia queiram roubar um bovino — Por que ela vai ser a atração principal de uma festa que eu não fui convidado.

— Isso é por que você está passando grande parte do seu tempo comigo, agora vamos embora.

— Eu vou pegar a vaca, Martins.

— Você é um filho de uma puta — Falei enquanto dirigia-me até o seu esconderijo.

Ele observava atentamente os guardas que rodeavam a fazenda, aparentemente nenhum deles haviam percebido nossa presença. Esperamos até que eles fossem ao outro lado do terreno, assim poderíamos atacar.

Saímos correndo como verdadeiros idiotas, Philips gritava como se fosse uma águia ou algo do tipo. Isso foi o suficiente para que Spencer e Paola Rayan surgissem de um arbusto.

— O que eles estão fazendo aqui? — Murmurei.

— São nossos cúmplices, eles também não foram convidados.

— Por que? Diga-me o porquê de vocês quererem vir em uma festa que a atração principal seja uma vaca?

— Na verdade é a festa do time adversário de beisebol, a vaca é o mascote deles — Ele poderia ter dito isso antes, faria um pouco mais de sentido.

Bem pouco.

Juntamo-nos em um único grupo atrás de um pequeno arbusto, Spencer e Philips discutiam planos inúteis de como penetrar na fazenda do time adversário. O esquema final constituía-se em que eu e Paola pediríamos ajuda aos guardas pelo pneu de nosso carro estar furado e eles adentrariam no quintal desamarrando a vaca da árvore próxima a piscina e trazendo-a para o carro de Philips.

— Nós poderíamos tirar nossos sutiãs, assim ganharíamos mais tempo — Paola falou com sua voz esganiçada de puta.

Philips e Spencer entreolharam-se soltando uma risada estranha, estilo hoje tem.

— Acho uma ótima ideia — Falaram e uníssono.

— Que bom que eu já vim sem sutiã — Afirmei fitando Mackenzie.

Ele fitou-me de volta engolindo seco, logo pediu para que abolissem o plano sem sutiã.

Paola e eu seguimos até os guardas, pedimos para que eles fossem até lá consertar o tal pneu e em troca ficaríamos de vigia. Quando eles dirigiram-se até o carro de Spencer, fizemos um sinal para os garotos se aproximarem, já que a barra estava limpa.

—O pneu não está furado de verdade— Philips gritou já indo em direção ao quintal.

— O que? — Eu gritei.

— O pneu não está furado de verdade — Paola repetiu pausadamente.

Suspirei tentando encontrar calma.

— Então os guardas vão voltar em segundos sua estupida. — Posso ter sido rude, mas não gosto dela então não me importo.

E eu não gosto dela só por ela ser o par de Philips no baile, longe disso.

— O que nós vamos fazer? — Ela gritou.

— Desmaie, agora — Ordenei.

A garota jogou-se no chão rapidamente, imediatamente comecei a gritar para que os guardas viessem até nós, não demorou muito para que voltassem ao local.

— Ela tem medo de aranhas e parece que uma escalou sua perna — Expliquei rapidamente — Eu não sei bem o que aconteceu, só a vi caindo no chão e perdendo sua consciência.

Os guardas murmuraram algumas coisas entre eles e logo decidiram que nos levariam até a sala do casarão, assim Paola poderia beber um pouco de água com açúcar quando acordasse. Entrei junto com eles, para barra-los caso pensassem em voltar para a varanda.

— O pneu estava furando mesmo? — Indaguei à medida que eles colocavam um pano com álcool sob o nariz de Paola.

— Não, só precisa ser calibrado.

Quando a garota acordou um deles foram até a cozinha buscar o copo com água e açúcar, quando o mesmo sumiu de nossa visão pedi para que o outro também fosse pegar água para mim, já que tudo aquilo havia me deixado profundamente nervosa. Sem os dois guardas na sala nós duas saímos correndo a procura de Philips e Spencer.

Os dois tentavam colocar o animal dentro do carro, o que aparentemente pode ser impossível demorou apenas alguns minutos.

— Quem tem uma vaca agora? — Philips gritou já no banco do motorista— Vocês que não são — completou.

— Você sabe que se a polícia nos parar estamos fodidos, não é? — Referi-me ao animal que muge atrás de mim.

— Agora é o momento de você ficar calada.

— Idiota.

Estávamos seguindo o carro de Paola e Spencer até eu pedir para que Philips me deixasse em casa. O garoto pestanejou no começo mas logo cedeu a minha solicitação, chegando em casa despedi-me dele apenas com um aceno que ele contribuiu.

Já são cinco horas da manhã, certamente meu corpo pedia a cama como jamais pediu.

Acordei com o barulho de pratos caindo ao chão, primeiramente não me preocupei com o que poderia ser, apenas procurei meu celular para ver o horário, o sol já está bem forte não é à toa que meu rosto acordou completamente oleoso.

Quatro horas da tarde.

Lavei o rosto, escovei os dentes e penteei o cabelo. Em todas essas atividades eu tentava formular motivos para o barulho que me acordou, a única coisa que não passava em minha cabeça é o fato de minha mãe já estar acordada. Antes de ir para a cozinha procurei-a nos outros cômodos, assim não precisaria subir as escadas novamente caso ela não estivesse lá.

Todos completamente vazios, corri até a cozinha em busca dela.

Minha visão ficou completamente turva eu não podia sentir minhas pernas ou falar. O medo tomou conta de todo o meu corpo, não permitindo que eu me movesse para ir até ela, a única coisa que eu podia enxergar era seu corpo jogado ao chão.

Apoiei no balcão para poder chegar a ela, joguei-me ao te lado e comecei a chacoalha-la e gritar seu nome freneticamente. Tudo que eu queria é que aquilo não fosse real, que seus olhos se abrissem novamente, que eu pudesse ao menos me despedir. Procurei seu celular entre seus bolsos e disquei para ambulância.

Não demorou para que as lágrimas começassem a cair.

O sentimento dentro de mim era de arrependimento por não ter dedicados minutos de minha vida com ela, por não ter agradecido todo o seu trabalho árduo para me ver feliz. Sempre tive medo de fantasmas, mas se eu pudesse vê-la uma última vez não me importaria.

Quando a ambulância chegou segui-os com a escopeta até o hospital, mesmo que fosse para mim ouvir que errei ao tirá-la de lá. Só queria fazer de seus últimos dias os melhores, mas acontece que não consegui.

O médico disse que ela ainda tem minúsculas chances de vida, mas que seria quase impossível sua sobrevivência já que seu pulmão está totalmente deteriorado. Aguardei por alguma notícia no corredor em frente ao seu quarto.

Já são oito horas da noite e tudo o que vi foi enfermeiros entrando e saindo do local, minha mãe sempre foi uma mulher forte não era novidade ela estar relutando a vida. Vinte minutos depois o médico saiu do quarto e sentou-se ao meu lado:

— Ela se foi Julie — Afirmou apoiando suas mãos sob minhas costas.

Acostei minha cabeça sobre meus joelhos e novamente deixei que as lágrimas caíssem, dessa vez a quantidade era maior e o aperto no coração era estupidamente mais forte, a dor que eu estava sentindo não pode ser igualada a qualquer outra.

— Meus pêsames, fizemos o possível — Levantou-se do chão e saiu.

Alguns enfermeiros me encaravam, mas nenhum cessou minhas magoas. Fiquei ali por longos minutos, as vezes eu interrompia as lágrimas e pensava até que elas chegassem novamente. Quando desapoiei minha cabeça de meus joelhos pude ver Philips correndo em minha direção, ele estava de terno e com o cabelo perfeitamente penteado. Mackenzie sentou-se ao meu lado e ficou em silêncio por alguns segundos.

— Por que não me ligou? — Murmurou.

Sequei as lágrimas próximas a minha boca antes de responde-lo.

— Não queria atrapalhar o seu baile.

— Não atrapalharia.

Novamente ficamos em silêncio, dessa vez ele permaneceu por um bom tempo. Philips não fez questão de me consolar ou dizer coisas que todos dizem quando algum ente querido morre. Mas, sua presença fez com que eu me sentisse melhor.

— Julie.

— Fala.

— Você quer dançar? — Sorriu timidamente — Treinei para isso o ano todo, queria passar uma boa impressão no baile.

— Philips, eu não sei dançar. — Falei com voz trêmula.

— Eu te ensino — Levantou-se e pegou em minha mão para que eu fosse junto.

Nós dois estávamos parados no meio do corredor, eu fitava-o em questão de segundos e ele correspondia ao meu olhar. Pegou em minha cintura e ajustou meu corpo perfeitamente em sua frente.

— Posso te guiar? — Indagou — É só você subir em cima dos meus pés e segurar nas minhas mãos.

Coloquei meus pés sob os deles com certa delicadeza para que não o machucasse, segurei firmemente em suas mãos e começamos a ir de um lado para o outro. Meus olhos não saiam dos deles e os deles não saiam dos meus. O ambiente estava em completo silêncio a única coisa que eu podia sentir era o seu perfume e a tristeza desaparecer aos poucos.

Eu sei que é apenas algo momentâneo e que toda a angústia iria voltar, mas a única coisa que me importava naquele momento era não me desgrudar de seus pés.

Aos poucos nossos rostos foram se aproximado e os olhares mudaram de direção para os lábios. O hospital, o corredor nada existia mais, apenas seu corpo em frente ao meu. As bocas se tocaram e logo a paixão tomou conta de mim.

Afastei meu rosto levemente do seu e fitei firmemente seus olhos:

— E o seu baile?

— Falei que voltaria depois para a Paola.

— E você vai voltar?

— Só se eu fosse um completo idiota.


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Notas finais do capítulo

Curiosidades sobre a fic durante seu desenvolvimento:
— Era para Philips morrer em alguma parte da história, por isso a opção Death Fic está marcada.
— A ideia inicial era que Julie recusasse Philips pra caralho, não se rendesse nem um pouco a ele.
— Não era para a mãe de Julie ficar doente e sim ela mesma, mas no caso ela teria câncer de mama. (Mas, por toda a modinha de ACEDE desisti dessa ideia)
— Julie teria um breve namoro com Spencer para provocar ciúmes em Philips.
— Era para o nome de Philips ser Jason, PJ ou Peter, mas mudei de ideia por motivos de Philips me agradar mais.
— Inicialmente o pai e mãe de Julie ainda eram casados.
— Pensei em fazer um irmão mais velho para Julie, mas preferi que ela fosse filha única.
— No final da história Julie estaria namorando com Spencer, até que ela chegasse no baile e visse ele traindo ela ~~ espero que vocês não prefiram esse final em~~
— A Evy que deu a ideia de um novo garoto para a historia (Spencer)
Fim das curiosidades por que não lembro de mais nenhuma.
* Lembre-se que foram ideias no decorrer da fic, não uma junção de como a história seria.