Não se apaixone por um idiota escrita por Lua Barreiro


Capítulo 18
Castigo com maconheiros.


Notas iniciais do capítulo

Galera, não deu tempo de revisar o capítulo. Amanhã vou revisa-lo e corrijo os prováveis erros, ok? Estou pisando na bola com vocês né? Desculpem de novo.
Preciso parar de pedir desculpas hue.
Espero que gostem, creio que eu consegui recompensar um pouco. Mil e quinhentas palavras, também espero que não tenha ficado muito cansativo.
Escrevi o desafio natalino e por fim estava errado. Não irei mais enviar, mas talvez eu poste.
Se alguém quiser, claro.



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— Ei Spencer. — Cumprimentei-o de qualquer modo.

— Fala Julie.

Entrei e joguei minha mochila em cima de uma mesa que por algum motivo fica no centro da sala. Aconcheguei- me sob o sofá de couro e esperei até que eles me chamassem para começar o trabalho, o que de certo modo não iria acontecer já que os dois estavam vidrados em seus jogos inúteis. Mexi em meu celular, roubei algumas guloseimas do pote cristalino em cima da mesa, li revistas que provavelmente são da sua mãe e em todo esse tempo nenhum deles se moveram, quando eu digo que não se moveram quero dizer que não fizeram nem questão de piscar.

— Qual é gente? Eu vim aqui para ficar olhando vocês jogarem? — Levantei-me nervosa.

— É. — Responderam um uníssono, sem ao menos olharem em minha direção.

Fiz questão de me colocar em frente ao televisor, a fim de atrapalhar toda a partida. No começo se desviavam tentando fitar a tela, depois de algum tempo pediram para que eu saísse da frente.

Coisa que eu não fiz.

P.O.V- Philips Mackenzie.

Julie estava em frente ao televisor, seu rosto estava com uma feição cansada e irritadiça, parecia que poderia comer qualquer um de nós, a qualquer momento. Batia-me um certo desespero de ficar no mesmo local que ela, Martins foi a única pessoa com quem eu realmente me senti bem por um tempo, mas a que mais me destruiu. Era como se meus sentimentos fossem um jogo de quebra cabeça e ela tivesse os unidos perfeitamente, mas depois simplesmente jogou-os no chão e novamente tudo se embaralhou. Eu poderia continuar a jogar e ignorar sua presença, porém isso não seria possível.

Então desliguei o jogo, como ela havia pedido.

— Tudo bem, vamos fazer essa merda de trabalho sustentável. — Esbravejei enquanto me levantava.

— Finalmente. — Ela bufou, como sempre.

Fomos até a mesa, ela tirou alguns materiais de sua bolsa e os jogou com descaso. Quando digo jogou, quero dizer que ela praticamente tentou nos acertar com eles, como se fossem bombas.

Delicadeza não é algo que faça parte de Julie Martins.

Arrogância, estupidez, amargura e peitos, talvez.

Peguei alguma das caixinhas de chá que Spencer havia procurado por sua casa e comecei a encapa-la com papel vermelho, provavelmente daria um deslumbrante corpo de bombeiros. Ambos meus parceiros de trabalho, admiravam minha criação com tamanha inveja dos meus talentos artísticos.

— Isso está horrível, Mackenzie. — Julie exclamou.

— Cara, você tem a coordenação de uma criança. — Spencer continuou.

— Tá, vamos ignorar este protótipo de boate stripper que o Philips criou e pensar em como tornaremos isto sustentável. — Julie ponderou enquanto terminava de encapar a caixa que restava.

— É um corpo de bombeiros altamente realístico. — Retruquei. — Podemos fazer algo como, mini postes que funcionem com a luz solar.

— Bem pensado, gênio. — Comentou sarcasticamente. — E quem vai realizar está façanha?

— Este homem astuto que está em sua frente. — Apontei para eu mesmo.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

A maquete estava criando forma, já possuíamos fazendas, prédios e até casas. Faltavam apenas algumas peças para que nós terminássemos, como as placas que captam a energia solar. Antes de arranja-las decidimos ir até a cozinha preparar algum banquete, o que de fato seria tarefa da garota entre nós.

— Olha isso é realmente tão machista, por que eu tenho que cozinhar? —Contestou. — Ah tanto faz, o que vocês querem? — Parece que desistiu de lutar pelos seus direitos feministas e pensou que realmente a melhor opção seria ela cozinhar, ou acabaríamos comendo algo com o mesmo gosto de lixo.

— Eu quero brigadeiro. — Suspirei. — E não pense em recusar, você está me devendo este maldito doce, Martins.

— Spencer? — Ela indagou ignorando meu pedido.

— Algum lanche, faz qualquer coisa.

— Boa, farei o lanche. — Julie afirmou.

Realmente, ela não é a pessoa mais agradável do mundo.

Demorou alguns minutos até que os lanches ficassem prontos, provavelmente o de Spencer tinha mais maionese que o meu. O que eu acho injusto já que eu sou mais bonito e o meu tanquinho é bem mais definido. Comemos rapidamente, a fim de terminar logo todo o trabalho e podermos ir embora antes do anoitecer.

Colamos alguns postes e animais para finalizar e arrumamos as placas. Logo depois eu e Spencer voltamos a jogar enquanto Julie comia o resto dos bombons que ainda restavam em cima da mesa.

— Se você engordar haverá poucas chances de alguém te querer. — Falei ainda fitando o televisor. —

— Foda-se, seu preconceituoso de merda. — Murmurou com dificuldade, pela tamanha quantidade de chocolates em sua pequena boca.

Quando os doces acabaram ela decidiu que iria embora e eu fiz o mesmo. Despedimo-nos de Spencer e fomos até a porta juntos. Deixei que ela passasse em primeiro e fui logo atrás, pude ver que ela ia a pé até sua casa, mas de mesmo modo não fiz questão de oferecer carona.

— Ei, Julie.

— Fala. — Virou-se para mim.

— A sua mãe está bem? — Suspirei. — Sei que não é da minha conta, mas eu gostaria de saber.

— Sim, está. — Continuou a andar.

— Julie. — Chamei-a novamente.

— Que?

Cessei por alguns segundos.

— Nada, foi mal, pode ir.

Entrei dentro do carro e Julie continuou a caminhar, eu queria poder abraça-la. Eu queria poder leva-la novamente ao lago ou ao jardim, passar por mais aventuras que só se tornavam realmente boas caso eu estivesse com ela. Mas, o que ela fez realmente me magoou e eu recusar suas desculpas pareceu ferir seu orgulho.

O que certamente fodeu todas as minhas chances em pedir perdão a ela.

Entretanto o meu objetivo inicial era fazer com que Martins não resistisse a mim, isso poderia acontecer caso eu não acabasse com todas as opções disso ocorrer. A partir de agora eu deixarei que as coisas aconteçam do jeito que devem acontecer.

Sem nenhuma interferência.

Segui até minha casa, como de costume todos estavam jantando. Minha vida sempre foi cercada de rotina, mesmos lugares e mesmos horários. Recusei a comida e subi até o meu quarto, a rotina também pairava sobre ele. Mas, levando em conta apenas toda a bagunça.

Deitei minha cabeça sobre o meu estranho travesseiro com cheiro de puta, como dizia Martins. Meu sono sempre demorou a aparecer, o que de certa forma não aconteceu hoje. Despertei somente quando senti os dedos da minha mãe sob o meu cabelo, virei de lado mais nada que impedisse ela parar de chamar.

Levantei-me lentamente, em busca do meu uniforme em meio de todas aquelas blusas perdidas.

E isso novamente me lembrava da maldita Julie.

Desci as escadas e peguei apenas uma banana para comer durante o percurso até ao colégio, joguei-a fora quando percebi que estava totalmente marrenta. Minha mãe ordenou que eu comesse algo, mas eu apenas ignorei.

Liguei o carro e fui até a aula. A primeira certamente seria a de matemática, onde o meu parceiro primordial é o Peters, quando eu cheguei, ele já estava sentado em nossa mesa mascando um de seus famosos chicletes.

Julie estava escutando música no outro canto da sala e Miles não parava de encará-la. Spencer não parava de fitar Martins, o que fez com que meu sangue subisse a cabeça, era como se meu coração estivesse sentindo arrepios, como se eu não pudesse fazer nada, mas devesse.

— Qual é cara? — Indaguei tapeando a sua cabeça.

— Velho, nunca percebi que as pernas dela são tão. — Não terminou a frase, mas estava se referindo ao fato da Julie estar de shorts.

Eu até poderia concordar com o mesmo, mas admito eu senti a extrema necessidade de soca-lo naquele momento.

— Foda-se cara, ninguém quer saber das coxas branquelas da Julie.

— Está puto? — Ele riu.

— Dane-se.

— Cara, hoje eu pego ela. — Insistiu.

Levantei-me rapidamente e não pensei antes de começar soca-lo. Soltei meus punhos para que os socos doessem mais, Spencer revidada com alguns tapas enquanto ria. O que de certo modo me deixou mais indómito e fez com que eu colocasse minhas mãos em seu pescoço, a fim de trancar sua respiração.

Apenas por alguns segundos.

Antes que eu o soltasse um dos moleques me tirou de cima dele, Spencer tentava vir para cima de mim enquanto os seguravam e eu fazia o mesmo. Fitei a Julie no canto da sala e ela apenas observará toda a agitação.

— Julie, a moça tá putinha por causa de você. — Spencer gritou limpando o sangue no canto de sua boca.

Tirei meus braços das mãos que o seguravam e soquei novamente o seu rosto, dessa vez ele partiu para cima de mim do mesmo modo e não apenas com tapas. Começamos a nos atacar novamente, dessa vez com maior agressividade. Demorou alguns minutos até que o professor interferisse e mandássemos nós dois sentarmos separadamente.

— Qual o motivo de todo esse alvoroço? — O professor gritou, soltando dezenas de cuspes.

— Ciúmes por parte do Philips. — Spencer respondeu.

Apenas fiquei escutando todo o sermão até que fosse decretado a pena, castigo por uma tarde. Cada um de nós deveria ficar em uma sala, para que não ocorresse novamente o atrito. A aula se iniciou novamente, todos quietos ou dormindo.

No fim da aula avisei minha mãe que eu deveria ficar até mais tarde por conta de um trabalho, meu pai não poderia imaginar que eu havia pegado qualquer tipo de castigo. Comi qualquer coisa no refeitório, digo qualquer coisa, pois não sei descrever o que é essa gororoba. Logo depois segui até a sala que eu deveria ficar.

Havia todo o tipo de aluno lá: Maconheiros, valentões e até mesmo pessoas que eu nunca imaginaria que estariam aqui. Sentei-me em uma das cadeiras mais afastada e limpa da sala, demorou longos minutos para que a aula começasse.

O professor entrou e ficou nos encarando, como se quisesse pegar algo ou algum flagrante. Aquilo era um tanto esquisito, mas não fiz questão de perguntar o que estava ocorrendo.

— Eu espero que todos vocês saibam ler, pois passarei alguns clássicos para vocês resumirem. — Riu. — Façam bem feitos, é o meu trabalho da faculdade.

Entregou os livros na mesa de cada aluno, havia apenas cinco ou seis alunos dentro de sala. Comecei a ler o qual ele havia me entregado, até que todos se viraram com o barulho da porta abrindo.

É a Julie Martins.


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Notas finais do capítulo

E então? Fiquei feliz com as leitoras que se mostraram no capitulo anterior.
Muito obrigada ♥