Não se apaixone por um idiota escrita por Lua Barreiro


Capítulo 10
Futuro


Notas iniciais do capítulo

Cara estou postando todos os dias, um milagre caiu sobre mim. Isso nunca ocorreu em um ano de fanfic, vocês são fodas com esses comentários fodas.
Foda no sentido bom ♥



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Cheguei em casa o mais rápido que pude, não sentia mais meu braço e muito menos a região do meu peitoral. Deitei-me sobre o sofá e cai no sono rapidamente, meu corpo estava dolorido e completamente cansado. Parecia que algo havia passado em cima de mim na noite anterior, mas eu apenas fiz cinco abdominais antes de dormir.

As horas se passaram apressadamente, acordei com a minha mãe acariciando os meus fios de cabelo.

— O que está acontecendo? — Perguntei enquanto me levantava rapidamente.

— Nada, filha. Só sinto que estamos afastadas, e eu não quero que nossa relação seja assim.

Olhei para ela com os olhos semicerrados e subi para o meu quarto, eu tecnicamente já estou meia hora atrasada e não é meia hora atrasada para dar tempo de eu entrar no horário certo.

É meia hora atrasada depois que a aula já começou.

Desci correndo, comi correndo e liguei o carro correndo. Continuei do mesmo modo até por fim me sentar na minha carteira, desta vez meu par era Philips Mackenzie. Parece que seus amigos o trocaram por Spencer Peters.

— O que houve com seus amigos? — Murmurei já que podia ter uma reação negativa como resposta.

— Spencer é um babaca.

— Ocupou o seu lugar de gostosão supremo da turma? — Sorri.

— Não, cara. — Suspirou. — Eu só não gosto que ele fique falando o tempo todo de vocês. Como se você fosse um tipo de prêmio para ele, fala sério, você só é a Julia.

— Você nunca vai falar meu nome certo.

Ele ficou calado e eu tentei continuar o assunto.

— Então...finalmente ele falou de mim? — Questionei entusiasmada.

—O que a Miles mudou na aparência? Ela está tão gata. — Tentou desviar o assunto.

Eu bufei em resposta.

A aula passou ligeiramente, respondemos algumas perguntas em dupla e conversamos de vez em quando. Quando o sinal tocou peguei meus materiais e fui até saída. Entrei no escopeta tentando não fechar a porta com agressividade, já que ela pode cair a qualquer momento. Virei-me para jogar minha bolsa no banco do passageiro:

— Ei, Julie. — A voz grossa de Spencer soou pelo o carro.

Desvirei-me um pouco assustada.

— Fala. — Respondi desengatando o freio de mão.

— Quer ir ao baile comigo?

Admito que meu coração gelou no momento em que ele terminou a frase. Meu corpo perdeu os sentidos por alguns segundos, minha mão não tinha mais força para o freio e eu não conseguia falar.

Que bosta Julie.

Qual o meu problema com garotos.

Eu não sei o que eu estou sentindo, eu não sei se eu quero este ou aquele. São dois idiotas, que me dizem algo sentimental e depois me ignoram completamente. Será que eu sou tão burra assim de acreditar neles? Se eu pudesse escrever um livro para todas as garotas que se encontão na famosa crise-amorosa-normal-da-adolescência eu diria para elas não se apaixonarem por um idiota.

Por que eles são simplesmente idiotas.

Mas, também são amáveis.

E gostosos.

— E então? — Por que interrompeste meu pensamento, caro plebeu.

— O que? — Eu realmente havia esquecido de sua pergunta, meu cérebro é um verdadeiro enigma.

— Aceita ou não?

— Ata, pode ser. — Respondi com descaso.

Ele saiu comemorando enquanto eu dei partida no carro, por algum milagre ele decidiu funcionar mais rápido. Passei em frente a uma lanchonete para pegar algum lanche altamente calórico acompanhado de uma bebida altamente calórica.

Eu podia dizer que por alguma coincidência Philips Mackenzie estava aqui na lanchonete, sentado com seus amigos, enquanto os mesmos riam e conversavam freneticamente como de costume.

Mas não era uma simples coincidência, eu fui à lanchonete do seu pai, então as chances de ele estar aqui são gigantescas, já que é o seu local de trabalho.

— Não ficaria surpreso de um dia te ver obesa. — Falou enquanto me entregava o lanche.

— Eu não ficaria surpresa de te ver trabalhando. Mas, isso é uma puta de uma mentira já que eu estou demasiadamente surpresa com esta situação.

— Engraçadíssima Julia Martin.

— Philips, com pesar nos olhos eu preciso te informar que meu nome é Julie Martins.

— Tanto faz.

— Ah, claro. Concordo com você Felipe. Tanto faz.

— Cara, isso nem se parece com o meu nome. — Revirou os olhos.

— Admita, é igual. A única diferença é que o seu é mais homossexual, por causa desse uso abusivo de letras como o pê e o agá.

— Grande merda Julia.

Depois de devorar meu lanche peguei a bebida e me sentei no balcão, para ficar mais próxima a ele. Discutimos sobre várias coisas até chegarmos ao assunto Spencer. Ele não demonstrava gostar do garoto, mas, também não demonstrava ter ciúmes de mim. Ele apenas se importa, mas se importar é sinônimo de nada.

Eu dou muito valor aos sinônimos, eles são o caminho da boa interpretação.

Falei sobre o convite e sobre sua comemoração, me respondeu apenas com a o papo de que iria convidar a garota com quem ele sempre vai ao baile. Paola Rayan, aquele tipo de menina que se entope de base para ir até a escola e prefere beber água a comer um cachorro quente delicioso e entupido de maionese.

Foda-se que água é saudável e hidrata o corpo, carboidratos são os reis dos alimentos.

— Ei, você quer ir a um lugar comigo? — Indagou enquanto contava o dinheiro do cliente anterior.

— Vamos, não tenho nada para fazer. Tirando tarefas, trabalhos e tal.

Ele riu e logo depois disparou em minha frente.

Fui correndo atrás, o mundo tem que se acostumar com o fato de que eu corro como uma retardada.

Descemos dois quarteirões da lanchonete e entramos em uma casa um tanto velha, as madeiras que formam a parede se encontram desgastadas do mesmo modo que o cimento do muro. Ao entrar na casa pude fitar alguns móveis antigos e uma idosa sentada em um deles.

Ela parecia não enxergar, mas preferi não comentar.

Philips sentou ao seu lado e pegou em suas mãos.

— Philips? — A anciã perguntou enquanto apertava as suas mãos de modo tão forte, ao ponto de começarem a ficar avermelhadas.

— Isso mesmo, parece que os seus sentidos estão cada vez melhores. — Sorriu de forma orgulhosa.

— Tenho treinado eles meu neto, faz muito tempo que você não vem me visitar, não é?

— Vó, eu vim na semana passada. A senhora não se lembra? — Suspirou alto.

— Lembro-me sim, só estou te enchendo à paciência.

Ele sorriu.

Durante toda a prosa eu me encontrava em pé no canto da sala. Eles pareciam ter uma ótima relação, coisa que eu nunca tive com meus pais ou avós.

— Vim te apresentar alguém. — Afirmou.

— Quem meu filho? Percebi o cheiro diferente quando você entrou.

Ele me puxou para o seu lado, eu estava um pouco envergonhada e sem entender o motivo pelo qual ele estava me apresentando para a sua avó. Ela passou a mão por todo o meu rosto e sorriu, como se a minha feição lhe trouxesse boas lembranças.

— Como ela é meu filho? — Perguntou à medida que encaracolava os meus cabelos.

— Ela é baixa, mais não tão baixa. Seu cabelo é comprido e castanho, as pontas se diferem por serem onduladas e loiras. Seus olhos são claros como o céu. O sol lhe trouxe algumas sardas, já que sua pele é tão branca que já posso até perceber que ela está ficando corada. Seu corpo é magro, mas tem belos seios.

— Idiota. — Sussurrei e soquei o seu ombro.

Minha respiração estava acelerada por conta da timidez e meu rosto completamente vermelho como de costume.

— Como é o seu nome? — Ela perguntou rindo da situação.

— Julie Martins.

— É a mesma do sorriso?

— O que tem o meu sorriso? — Indaguei.

— É sim vó. — Pausou — Sem perguntas desnecessárias Julia.

A idosa levantou-se do sofá dizendo que iria tirar o bolo do forno para que nós tomássemos café, retrucamos falando que havíamos acabado de almoçar, mas, tudo foi em vão. Afinal ela é uma avó, e avós nunca desistem de engordar seus netos e amigos. Comemos o bolo e escutamos suas histórias mais incríveis, como paixões de verão, trilhas, festas com drogas e coisas das décadas passadas. Olhamos infinitos álbuns e figuras, a tarde passou mais rápido que o de costume.

Isso só acontece quando estou com ele, parece que tudo ao meu redor se decompõe e que aquilo não vai mais acabar, mas, infelizmente o tempo não nos obedecesse e passa enquanto vivemos o presente, deixando com que o futuro nos interrompa de forma imprevisível.

Cheguei em casa e encontrei minha mãe sentada no sofá com alguns parecem-com-exames na mão. Ela pediu para que eu sentasse a seu lado e eu a obedeci.

Começou a falar o motivo dos papéis e que realmente-são-exames, me contou os resultados e tudo o que estava preste a invadir a minha vida.

O futuro me interrompeu, com a sua pior forma possível.


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Notas finais do capítulo

E então? :3