Capitulo 9, Ameaça

Rina: Ok, deixa eu ver se eu entendi... Eu tive alucinações na biblioteca, pulei a janela, corri até o museu, você me seguiu, eu desmaiei do lado de fora, você cuidou de mim e Hiro, que tava passando por perto parou para ajudar, eu não vi dark nenhum, nem anjo branco nenhum, nem um garoto extremamente assustador... É isso?

Daichi: *gota* É isso sim, alguma pergunta?

Rina: Porque vocês estão vestidos exatamente como o Dark e o outro anjo?

Hiro: Pura coincidência... *Rindo nervosamente*

Rina: acham que eu vou engolir essa?

Os dois concordaram com a cabeça, Hiro sorrindo misterioso como sempre e Daichi sorrindo inocentemente, como se realmente acreditasse no que concordava.

Rina colocou a mão na testa, tentando ignorar a dor de cabeça e o cansaço e colocar as idéias em ordem, pra começo de conversa como ela tinha ido parar justo na fonte do outro lado da cidade, quando não conseguia correr nem duas quadras sem se cansar, e aqueles dois, que desde que apareceram só trouxeram problemas pra ela, tentavam convencê-la de que não tinha nada de errado.

Rina: “Eu preciso de uma aspirina... Não, preciso de um sonífero poderoso, talvez os dois... Ai, eu preciso mesmo é me livrar desses dois, parece que sempre que to perto deles alguma coisa estranha acontece...”

Ela balançou a cabeça se livrando dos pensamentos. Estava sentada na mureta da fonte então tentou se levantar, mas logo descobriu que isso não tinha sido uma boa idéia, ela estava fraca, sentiu as pernas vacilarem a ficou tonta.

Rina: De novo não

Ela perdeu o equilíbrio e caiu, fechou os olhos esperando o impacto certo com o chão, mas o que sentiu foi um braço forte a segurando. Inicialmente pensou que fosse Hiro, já que ele claramente tinha a força para segura-la, mas quando reabriu os olhos viu o rosto serio de Daichi e por um instante seu coração bateu mais rápido.

Daichi: Parece que você tem um habito de querer cair quando eu estou por perto neh?

Rina: Só porque eu sei que você vai me segurar

Ele sorriu e ela também. Rina parecia ter esquecido a dor de cabeça e o cansaço, tão próxima a ele. E Daichi, apesar de ter noção de que estava perigosamente perto dela não a soltava e muito menos se afastava, pelo contrario, sentia que a cada instante a distancia entre os dois diminuía cada vez mais.

Tão perto um do outro, os rostos quase colados, os lábios se aproximando...

E no momento que meus caros leitores estariam esperando a algum tempo(ou não), Hiro tossiu chamando os dois para a realidade, que se afastaram quase tão rápido quanto ficaram vermelhos.

Hiro: Desculpa atrapalhar o momento, mas se tem uma coisa que eu odeio é servir de vela

Daichi: D-do que você ta falando Hikari?

Rina: Não tinha ninguém de vela aqui

Daichi: É! E não tinha nenhum momento aqui também

Rina: Isso, nada aconteceu, nenhuma vela nenhum momento...

Daichi: Nenhum b...

Rina: brigadeiro! Nenhum brigadeiro!

Daichi: É! Isso! Nenhum brigadeiro, eu to com fome e vocês?

Rina: Muita! Muita! Então eu vou pra casa, tchau Daichi, Hiro

Daichi: Acho que eu também vou, tchau Rina, Hikari

Como se estivessem correndo de cães selvagens os dois saíram em direções opostas, Daichi descendo a rua em direção a sua casa e Rina subindo na direção da sua. Deixando para trás Hiro, parado olhando a fonte.

Hiro: Que complicado, justo agora que Argentine apareceu.

Krad: “Argentine não me importa, tudo o que eu quero é Dark!”

Hiro: Eu hein, pelo que eu sei o Dark é hetero, sabia?

Krad: “Por que eu fui ter um hospedeiro tão parecido com ele?”

Hiro: Castigo?

*

No dia seguinte Rina acordou tão cansada que era como se nem tivesse dormido, o que definitivamente estava bem próximo da verdade, já que a garota não conseguia tirar da cabeça a cena que devia ter acontecido se não fosse a intromissão de Hiro no ultimo momento.

Olhou o relógio, tentando ver que horas eram, já que ainda não tinha tocado o despertador e só quando se concentrou foi que percebeu que o relógio estava parado.

Rina: Droga! Esqueci de trocar as pilhas!

Abriu uma gaveta pegando um relógio de pulso que ganhou de presente mas nunca usou, e confirmou, estava atrasada. Saltou da cama, trocou de roupa e desceu as escadas voando sem nem pegar nada para comer, do lado de fora o motorista já a esperava.

Rina: Rápido!

O motorista, também preocupado com o horário confirmou com a cabeça e assim que ela entrou no carro já saiu apressado.

Devido ao modo como a cidade foi construída, cheia de escadas, passagens, becos, ruas sem saída e ruas por onde carros não podem passar era relativamente dificil ir até a escola de carro, por isso que Rina sempre precisava pegar um trem que a levava a estação central de onde poderia ir andando para o colégio. Poderia, é claro ir de bicicleta, mas esse não era seu transporte favorito(xD).

Desceu na estação, e entrou no trem. Estranhamente estava vazio, mas ela não pensou muito nisso, estava formulando uma desculpa para o professor envolvendo uma viagem repentina dos seus pais, um carro quebrado e quilômetros andados a pé, foi quando sentiu a mesma sensação que havia sentido na biblioteca, o mesmo ódio que não era dela tomando conta, o mesmo medo sem razão... Ela ficou paralisada ali, sozinha no trem, segurando a respiração, esperando.

- Você foi atrás dele... – Veio a mesma voz, tão assustadora agora quanto antes.

Rina não falou nada.

- Mas é uma pena... Você não descobriu...

Rina não entendia o que a voz falava, mas sabia que tinha alguma coisa a ver com Daichi, ou talvez Dark, ou os dois, mas em algum lugar sua mente teimosamente a impedia de fazer essa conexão.

- Eu poderia leva-la agora sabia?

Rina sentiu uma mão, fria como pedra, tocar o seu pescoço, ela quis se afastar do que quer que fosse aquilo mas não conseguia se mexer, algumas lagrimas escorreram na face, lagrimas de medo.

- Mas eu quero ver o rosto dele... Quando ver a pessoa mais importante se quebrar em pedaços, sem poder fazer nada, sem poder... Assim como eu...

Rina não conseguia definir de quem ela falava, mas começou a se desesperar, sabia que aquela presença queria destruí-la agora, mas não o faria por enquanto. O trem parou e a porta abriu, a luz do sol pareceu quebrar o encanto e a garota caiu no chão chorando, a presença, apesar de mais fraca permaneceu no local.

- Você será a ferramenta para a minha vingança... Kukuku...

?: Rina?

Uma outra voz chamou sua atenção. Ela ergueu os olhos, vendo Daichi entrar no trem e instantaneamente aquela presença maligna e aquele ódio sumiram, deixando apenas o medo e as lagrimas. A garota se levantou e se jogou nos braços dele, chorando como uma criança.

Daichi: O que aconteceu com você? Ei, o que foi? Não faz isso, por favor...

Dark: “Daichi, tinha alguma coisa aqui...”.

Daichi: “Agente vê isso depois, primeiro temos de cuidar da Rina.”

Assim que o trem parou denovo os dois saíram, rina abraçada a Daichi, chorando, e o garoto apoiando ela. Os dois ignoraram os olhares das pessoas a sua volta, ele concentrado demais na garota, e ela mal podia ver qualquer coisa.

Continua...