-         Sua insuportável! Ao menos me trate melhor. Eu sou seu paciente!

-         Seu otário! Acha que eu tenho que te mimar só porque esta todo ferrado!

_Um silêncio momentâneo...

- Obrigada por ficar comigo todos esses dias.

- Não é nada demais. É só o meu trabalho.

- Que merda Ino. Deixe-me ao menos agradecer.

- Esta bem.

_ Mas uns instantes de silêncio...

- Bom eu vou avisar a Sakura e a senhora Tsunade que você acordou.

- Antes me responda uma coisa.

- Fala.

- Você ficou aqui comigo pela sua profissão ou porque estava preocupada?

- Isso não é importante agora.

- Claro que é!

- Não seja egoísta! Sua mãe e irmã estão aflitas querendo noticias suas.

- Mas Ino...

- Conversamos depois... Eu prometo.

- Esta bem.

_ Ino abrindo a porta e saindo...

- Ino!

- Mas que criança chata! Fala!

- Senti sua falta.

- Fico feliz em ver que você esta bem.

- Ino!

- O que!!!

- E o Kankurou...

_ Ino pega o prontuário e começa a escrever...

- Tá escrevendo o que?

- Mandando a enfermeira providenciar um exame de audição.

- Pra que?

- Por que você esta surdo...

- SUA...

- Até totó...

_..._

- Que bom que ele esta bem!

- Calma mãe. Não vamos chegar fazendo festa.

- Pode deixar senhorita Hanna. O Kiba esta em perfeito estado.

- Como assim?

- O sarcasmo esta pior do que o de costume.

Todas: kkkkkkk!!!!

- Senhorita Yamanaka?

- Sim senhora Inuzuka.

- Obrigada por cuidar do meu menino.

- É só o meu trabalho senhora...

- Não tente enganar uma mulher experiente.

- Mamãe, porque a senhora não entra primeiro?

- Já Ne.

- Como foi o reencontro Ino?

- Ah... Hanna... Se eu contar chega a ser idiota... Mas resumindo, foi bom saber que seu irmão esta bem.

- E vocês conversaram algo?

- Não porque eu não quis. Preciso ir a cidade antes ver uma pessoa muito importante que esta a minha espera há dias.

- Saiba que eu estou torcendo que tudo acabe bem.

- É eu também...

 _ Risos_

Durante todo o dia Kiba recebeu várias visitas, porém Ino não havia voltado ao quarto, e aquilo estava intrigando Kiba cada vez mais.

- Hanna...

- Já fui à recepção umas três vezes Kiba, tenha paciência.

- Não dá Hanna! Porra. Quando fui atingido pela explosão, a ultima coisa que me veio à cabeça foi ela! Passei duas semanas longe achando que a cada dia que passasse eu iria lembrar menos dela, mas foi tudo ao contrário.

O que eu realmente sinto por ela é amor.

- Calma meu irmão. Dê tempo ao tempo. Ela ficou dez dias direto com você. Deixe a descansar um pouco.

-Mas ela não vai descansar! Ela foi lá ver o maquiador de bonecas!

-Kiba! Ela precisa resolver essa questão com ele! Ele esta a seis dias em Konoha e ela nem pode lhe dar atenção. Agora deixe de ser uma criança pirracenta e vá descansar.

-Mas Hanna...

- Até Kiba.

Ino havia ido em casa tomar um banho e se alimentar direito, já que esses dez dias ela nem havia ido em casa. Porém sua mente estava pesada demais para descansar. Precisava conversar com Kankurou e colocar um ponto final nessa longa história.

Horas depois lá estava Ino em frente da casa de Shikamaru.

- Soube que ele esta melhor.

- Sim. Já saiu dos tubos de respiração.

- E você?

- Vim conversar com o Kankurou. Ele esta?

- Ino. Meu irmão não é burro. Ele já sacou tudo. Não precisa conversar nada.

- Temari, preciso que dar uma satisfação ao seu irmão.

- Entra. Ele esta no jardim de inverno, no final do corredor.

- Obrigada.

Ino entrou na residência e caminhou até o jardim de inverno onde estava Kankurou sentado admirando no céu com seu cunhado.

- Atrapalho?

- Mendokuse. Logo agora que eu estava pegando no sono...

- Você pega no sono em precisar fazer esforço meu bem! Agora vamos.

- Mas eu quero ver qual vai ser da conversa...

- Shikamaru! Não me tire do sério!

- Vamos Temari...

- Ino...

- Olá Kankurou.

- E seu paciente? Já morreu?

- Não esta vivo.

- Claro. Você cuidou muito bem dele.

- Kankurou. Sei que esta chateado, e é por isso que eu estou aqui.

- Ah você sabe porque eu estou chateado? Sabe mesmo? Eu não estou chateado por você ter escolhido o Kiba. Não estou chateado por você ter curado ele. Estou chateado que você mentiu pra mim! Você transou com ele naquele noite, na torre da Hokage, e depois teve a cara de pau de aceitar sair comigo de novo!

- Eu não transei com ele!

- Então foi com quem? Bem que meu irmão detectou um chakra animal por perto. Mas como eu iria imaginar que seria aquele idiota!

- Kankurou. Eu não tinha nada com o Kiba! Era só atração!

- E hoje? Continua sendo atração?

- Não.

- Porque não Ino?

- Porque, eu deixei de ver ele como um otário. Comecei a ver que ele tem sentimentos. Comecei a ama lo.

- Então porque usou tanto ele quanto a mim?

- Eu não sabia distinguir o que realmente sentia Kankurou! Se eu tivesse feito tudo por capricho, hoje não teria vindo aqui para tentar te explicar e pedir perdão.

- Vai Ino.

- Mas Kankurou?

- Você não precisa me pedir perdão. Você errou em usar os dois, mas mostrou arrependimento vindo aqui e expressando o que sente.

- Obrigado Kankurou.

- Não me agradeça. Só amadureça e cultive esse amor que você sente pelo cachorro.

- Até.

- Se cuida.

Ino saiu da casa dos Nara em disparada ao hospital.

Já era noite.

Kiba estava tão cabisbaixo por ver que Ino não havia voltado, que resolveu apagar as luzes e deixar somente a luz do luar iluminar aquele frio quarto de hospital.

O silêncio o fazia se sentir vazio. Como ele queria ver aqueles olhos azuis de novo. O cheiro da Yamanaka estava impregnado naquele quarto.

Dava voltas e voltas em cima daquela cama, tentando achar o sono, mas era tudo em vão.

- Porque você não voltou...

- Se era pra você ficar com ele, porque se esforçou pra que eu continuasse vivo...

Horas se passaram.

Kiba continuava ali; Deitado, com os olhos fechados, tentando se desligar da realidade, até que ele sentiu a porta abrir.

Pra ele nem importava quem estava ali. Já era bem tarde. As visitas já haviam terminado, com isso as chances de ver a única pessoa que lhe interessava eram remotas.

Até que sentiu um leve sopro em seu ouvido.

- Já dormiu meu totó?

- Pensei que tinha me abandonado na sarjeta.

- Pelo jeito não fizeram o exame que pedi.

- Qual exame?

- O auditivo. Você deve estar surdo. Eu disse que voltaria.

- Preciso de você ao meu lado Ino. Você é o meu remédio.

- Eu te amo Kiba. Agora sei realmente o que significa amar.

- Tem certeza disso Ino?

- Há anos eu procurava descobrir o verdadeiro sentido do amor. Precisei passar por um turbilhão de coisas, mas foi em meio a uma multidão de gente que eu me deparei com quem realmente me ensinaria o que é amar.

- Eu não te ensinei nada. Nos aprendemos juntos. E é por isso que nos amamos de verdade, porque um ensinou ao outro.

- Kiba.

- Hum...

- Porque a gente não termina uma coisinha que deixamos pra tras...

- Tipo?

- Tipo eu subir nessa maca e desabotoar essa camisa e te beijar assim...

- Hum... Isso é algum tipo de terapia intensiva doutora?

- Você não viu nada!

- Ah mas eu quero ver!

-Ahhh!!!

E foi assim que eles finalmente consumaram o amor que sentiam um pelo outro. Deixando o ego, as apostas, e as rivalidades de lado. Simplesmente assumindo que o amor é simples e ao mesmo tempo arrebatador. Mostrando que atração, carinho, sexo e respeito são apenas ingredientes para que o amor só aumente.

Fim.