Incandescente escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 20
19. Revelações parte I


Notas iniciais do capítulo

Essa parte era pra fazer parte do cap 18! ): Masss né....



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POV FELIPA.

George insistiu nas batidas a porta. Eu não estava disposta a sair, me sentia muito doente essa manhã. Minha cabeça latejava e palpitava algumas vezes enquanto eu me esforçava para levantar.

— Espere um minuto, por favor...

Não havia nenhuma parte de mim que quisesse descer e tomar café da manhã com Christopher; fazia uma semana que eu não o via. Ele realmente cumpriu o que prometera, não saio de casa... Tornei-me prisioneira de mim mesma.

— Lady! Molly está no andar de baixo esperando por você. Disse que se a senhora não descesse ela seria obrigada a vir te buscar. A senhora precisa sair desse quarto... — Seu olhar era tão suplicante. Eu sorri agradecida pela preocupação. Molly era mesmo uma criatura de outro mundo. Tornou-se uma grande amiga, encontrei nela a confiança que havia perdido na vida. No mundo e nas pessoas.

— Eu já estou descendo George, avise-a... — Voltei a fechar a porta. Em outros tempos eu o deixaria participar de toda a preparação. Ele adorava escolher minhas roupas e meus sapatos, mas desde que eu me abati ele nunca mais adentrou meu quarto.

O andar de baixo estava bem agitado. Percebi que George e Molly conversavam animadamente.

— Consegue ser linda assim de graça! — Molly brincou a me ver. Saiu da sua zona de conforto e me abraçou. Pareceu reprovar meu vestido negro. — Você bem que poderia atender quando eu te ligo ou sei lá meu anjo, mandar uma cartinha? Tem que ignorado com ímpeto senhora Molina. E isso tem me magoado, confesso.

— Desculpe, desculpe e desculpe.

— Desculpada! Só porque te amo! Agora vamos tomar café da manhã porque eu realmente estou morrendo de fome. Alice e George nos acompanham? — Eles negaram educadamente, mas nos acompanharam até a sala de jantar.

A mesa estava servida e farta como sempre. Não havia sinal de Christopher em nenhum lugar como pensei, nem Pablo. Imaginei que eles me forçariam a uma cena patética e familiar, mas pelo visto apenas Molly se preocupava se eu estava ou não em depressão.

— Tem tido acesso a internet na sua prisão domiciliar? — Ela perguntou como quem não queria nada. Assenti me servindo de suco de laranja e cortando pequenos pedaços de queijo branco. Duas bandas de pão integral. — Então você provavelmente tem visto as manchetes...

— Sim. Todas elas e não entendo o cara com quem me casei. Você entende? — Ela faz que não com a cabeça.

O cheiro forte de perfume impregnou a sala de jantar. Molly e eu nos entreolhamos enquanto Christopher fazia sua aparição. De ótimo humor, sorriso de orelha a orelha, parecia o vencedor da estatueta do Oscar. Ele bem que podia explodir como um homem bomba.

— Bom dia minhas queridas. Como vai Molly? Cadê o bundão do seu marido? — Molly sorriu educada e eu nem respondi. Christopher sentou no seu habitual lugar e preparou seu café expresso com adoçante na xícara.

— Trabalhando... Achei que você também estaria!

— Não. Hoje tirei o dia de folga... Esses últimos meses tem me deixado exausto... Você viu a última reportagem?

— Sobre você? — Me intrometi no assunto — Se for jogar indireta sobre você e a vagabunda com quem você passa a noite, eu já sei.

Ele riu. E alto.

— Ia falar sobre a Molina Ltda. Nossa renda triplicou esse ano, fechamos o balanço e ganhos uma matéria na coluna empresarial do jornal de encomia principal de Seattle. Você só lê fofoca, meu amor?

— Por que você não some daqui, Molina? — Bati com força na mesa, ficamos sérios. — Tem sido um inferno a minha vida Molly! Você acredita nisso? Claro que acredita você saiu do conforto da sua casa ás oito da manhã é porque sabe que a situação está lamentável, não sabe? Mas o Christopher acha que sou feliz. Porque ele é. Mas eu sei que é superficial... E mentiroso. Tudo isso. A única coisa que o satisfaz é ganhar dinheiro na sua preciosa empresa... Que seja feliz então lá.

— Você tem algum problema mental? — Respirei fundo.

— Dá um tempo Christopher! Vê se isso é coisa de você perguntar a sua mulher! Pirou? Você que deve ter problemas mentais cara. Eu estou te perguntando desde o começo, por que diabos você resolveu casar com ela? Nós sabemos como isso aconteceu... Mas você podia ter qualquer coisa de Gregório, mas a filha dele?

— É pouco! — Ele rosnou enfurecido.

— Deixe-o Molly! Ele gosta disso! Me humilhar, zombar de mim, deixa todas as pessoas me tirarem como idiota... Ele gosta disso. O meu maior arrependimento foi não ter protestado contra tudo isso. Deveria ter procurado um juiz e me emancipado! Aliás, eu deveria fazer isso agora mesmo, não é? Já pensou... Se algum juiz descobre que meu marido me mantém em cárcere privado? Você testemunharia a meu favor? — Blefei totalmente. Molly se deixou rir, porém fomos interrompidos aos gritos.

— Eu só quero falar com a dona da casa, me deixe entrar! — Os gritos vinham da sala. Eu me levantei rapidamente. Era uma mulher e estava desesperada.

Senti que Christopher e Molly vieram atrás. Quando eu coloquei os pés, George, Alicia e alguns seguranças continham uma mulher morena, que lutava inutilmente contra todos eles.

— Me desculpe senhor Molina, não sei como ela driblou a segurança e entrou.

— É com você que eu quero falar! Felipa, por favor! — A reconheci... Olívia... Amiga de Nina. O que diabos ela queria comigo?

— Olívia? — Christopher parecia confuso.

— Soltem-na, pelo amor de Deus! — Gritei e corri até ela, os seguranças a soltaram rapidamente, Olívia ofegou.

— Eles estão juntos! A vagabunda da Nina e seu marido! Todos os dias, transando diversas vezes. Conspirando contra você...!

— Cala a boca Olívia! Tirem-na da minha casa! — Christopher intrometeu-se.

— Não! Deixem-na! — Intervi. Os seguranças ficaram perdidos.

— Tudo isso se trata de uma vingança... Os dois conspirando contra sua família! E pelo o que eu entendi estão conseguindo! Por que você não vai embora dessa casa? Você merece mais que isso!

Christopher andou para nós, quase correu. Segurou os braços dela com força e olhou no fundo de seus olhos, ele com suas próprias mãos iria coloca-la para fora. Eu não estava entendo o que ela dizia. Como vingança? Por quê? Nós nem os conhecíamos. Nunca os vi! Meus pais tão pouco... E agora isso. Qual era o interesse de Olívia em mentir assim?

— Nina! Nós temos um caso — Tudo pareceu parar. Inclusive o tempo, Christopher estava congelado olhando a feição tempestuosa da morena que chorava — Todos esses anos. Debaixo do seu nariz... Você nunca a satisfez. Ela sempre vinha me procurar depois de estar com você. Eu sempre fui tudo que você não conseguiu ser...

— Cala. A. Sua. Boca. Imunda. — Eu pensei que ele fosse estapeá-la. Mas não, ele apenas a empurrou.

— Para com isso! — Segurei seu braço e Olívia gargalhou em escarnio.

— Essa manhã ele mandou isso para Nina — Então um cartão com a caligrafia elegante de Christopher parou em minha mão, eu li atentamente o que dizia.

Meu amor. Nossa vingança está atingindo seu ápice. Obrigado por me ajudar a acabar com os Sullivan. Você é a mulher certa para mim. Até mais tarde.

Att: Christopher Molina.”

Meu coração estava esmagado. Mais do que poderia. Então era verdade, não? Ele estava comigo não por ser uma divida e sim um acerto de contas. Molly me encarou nervosa, Olívia enxugou as lágrimas e olhou dentro dos meus olhos, parecia tão destroçada como eu. Ela também estava sofrendo por alguém, por Nina.

— Não acredite em nada que essa cobra está te fala...

— Vamos acabar com essa palhaçada, ok? Vamos acabar com esse jogo! Por que diabos você quer destruir minha família? Porque a única coisa que você está conseguindo é quebrar meu coração. Enquanto isso meu pai está intacto. Minha mãe também. O que nós fizemos a você? Não te conhecemos desde que você apareceu nas nossas vidas para nos infernizar. Por Deus.

— Felipa, se acalma... — Molly segurou meus braços e me puxou para o sofá. Em minhas mãos eu analisava atentamente o bilhete. Christopher sussurrou algumas palavras com Olívia que riu. Ela foi embora sem se despedir, como se realmente precisava.

— Você pode ligar para os meus pais? Pedir para que eles venham até aqui... Por favor. Molly. — Ela assentiu.

Enquanto Christopher fechava a porta da sala e andava até a mim, Molly se dispersava com seu celular na mão. Ele sentou ao meu lado, com sua cabeça entre as mãos e respirou fundo. Estava perturbado. Provavelmente pelo que Olívia lhe falou sobre ela e Nina.

— É tudo mentira. Ela é louca. Maníaca. Inventou isso tudo para nos indispor.

— Você acha mesmo que alguém precisa se dar ao trabalho de nos indispor? Não na altura do campeonato, meu querido. Eu vou descobrir o que está acontecendo e quando eu souber, vou embora da sua casa. Vou chutar a sua bunda e você nunca mais me verá... — Ele riu. — Não ria. Você realmente não me conhece.

Molly voltou alguns minutos depois e parecia bem tensa.

— Seu pai tem uma reunião agora, não pode vir. Mas sua mãe está a caminho.

— Reunião em família então? — Christopher gargalhou.

— Você pode ir também. Vai tirar sua história a limpo com o amor da sua vida!

— Eu não vou me dar o trabalho de acreditar na maluca da Olívia. Nina nunca me trairia. Não dessa forma. Ela não é maluca... — Ele bateu forma nas próprias pernas, estava consternado, talvez nem acreditando em suas próprias palavras.

— Será mesmo Christopher? Eu conheço a Nina tanto quanto você e ela nunca foram muito caretas... Você duvidou que ela usasse drogas e lembra na formatura que você a encontrou drogada?

— Nós éramos jovens! — Ele a defendeu.

— Sim. E ela jurou pela mãe doente que jamais se envolveria com drogas outra vez e então no dia do meu casamento ela foi parar no hospital... Totalmente fora do eixo. Você sabe que ela estava drogada.

— A mãe dela havia morrido! — Defendeu outra vez.

— Você pode arrumar bilhões de desculpas, mas ela mente. Você sabe disso. — Molly ficou quieta e ele a ouvia com toda atenção — Não adianta Christopher. Talvez Nina tenha mentido para você esse tempo todo. Ela sempre te manipulou... E te usou. E você fez e faz o mesmo com ela...


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Notas finais do capítulo

Ê larapia hein! Sou fã dessa Olívia! hahaha



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