Incandescente escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 16
15. Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

OIEEE MENINAS!! PARA AS ANSIOSINHAS DE PLANTÃO..... POSTEEEE! OBAA



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POV Christopher.

― Nós podemos ser os mais civilizados possíveis essa noite?

Enquanto eu murmurava baixo ela nem levantou a cabeça, estava concentrada em separar todas as ervilhas de seu espaguete italiano. Respirou fundo, parecia cansada. Uma semana sem Alva estava sendo mesmo cansativo, para todos nós. O jantar estava sem gosto, talvez pelo clima tenso e talvez porque hoje seja o primeiro dia nessa semana que ela se dispõe a descer e suportar minha presença.

― Você está querendo dizer que eu não sou civilizada? ― Me encarou. Seus olhos pareciam queimar e eu ri ― Eu simplesmente não quero ir.

― Não é como se você tivesse querer. ― Deu de ombros e deixou o talher cair na louça.

― Essa noite é muito importante para você? ― Assenti. ―Então eu serei seu anjo durante todo o tempo.

É aniversário do vice-prefeito e ela ainda me pergunta se a noite é muito importante. Ela faz de propósito, não é?

Por volta das dez ela estava pronta. Eu avisei que chegaríamos após o jantar, somente para o baile de gala e ficaríamos pouco, a desculpa toda é que Felipa está muito indisposta. Tive que ouvir piadas do gênero ‘talvez seja um herdeiro Molina a caminho’ e é claro que sorri como se estivesse esperançoso. Se soubessem que eu nunca passei da linha permitida com ela.

Felipa tinha seus lindos olhos verdes longe, analisava a paisagem borrada pela janela do carro enquanto eu tentava manter um limite dentro da lei. Já bastou a última vez que nos pus em um acidente, eu jamais voltaria a cometer aquele erro. E ai daquele que cometesse.

― Gostaria que você não saísse do meu lado em hipótese alguma, e, por favor, ponha um sorriso nesse rosto. ― Murmurei já na entrada da grande mansão dos Grey. Estava completamente iluminada.

Enquanto algum dos manobristas abria a porta para mim, outro abria para minha esposa e a ajudava a sair. Passei minha chave para ele com um olhar inquisidor, se fosse meu pai na minha posição nunca deixaria de dizer: Eu sei quantas moedas tem no porta-luvas. E é claro que isso deixava minha mãe e eu morto de vergonha.

Todo o nosso caminho pelo salão iluminado foi feito com calma e seu braço esteve o tempo todo envolto ao meu. Mesmo que nossas peles não tivessem um contato direto, ainda podia sentir o choque inicial que sempre sinto quando estávamos juntos. Aquele ímã que me atrai a ele eletrizando tudo que vê pela frente; mas Felipa parece alienada e indiferente. Seu vestido negro de veludo arrasta pelo salão e sua echarpe ameaça cair algumas vezes. Ela está sorrindo. Como eu pedi. Malditamente sorrindo e isso pode deixa-la ainda mais linda. Se for possível. E como inesperado seu cabelo não estava em um dos coques habituais, o penteado era diferente, porém muito elegante. Alguns fios caiam estrategicamente em diversas partes. Havia coisas miúdas e brilhante em cada pequena parte de seu cabelo, separadas e alinhadas. Estava perfeita e eu nunca me senti tão orgulhoso por desfilar com ela como agora.

Avistei Lilian Grey de longe. Estava com um vestido coral e com certeza o mais chamativo da festa. Era tão do seu feitio. Os cabelos ruivos soltos e de longe ela até me lembrava de um pouco Molly. Essa estava um pouco distante e envolvida em uma conversa com muitas mulheres. Sempre popular. Não vi Pablo ou Thatcher. O anfitrião provavelmente deveria andando de um lado para o outro bajulando seus convidados.

― Sra. Grey ― Digo educadamente, com o timbre rouco. Ela interrompe o que está dizendo e se vira para mim, o rosto excessivamente maquiado. Sorri grandiosamente.

― Christopher Molina! ― Trocamos dois beijos no rosto e um abraço tão rápido e indesejado ― E você também veio anjinho. ― O mesmo fora feito com Felipa.

― A senhora está linda ― Sorridente e simpática Felipa elogia e Lilian agradece.

― Eu estudei com a sua mãe e olha só, nossas filhas também são amigas. Se bem que Martha era insuportável! Desculpe-me. Namorar com o Jose... ― E travou. Encarou-me e pareceu ficar tão desconfortável como eu. ― Você melhorou? Christopher avisou que talvez não viessem... Espero que esteja melhor, querida. Thatcher está em algum lugar da ala sul. Fique a vontade, preciso falar com Molly.

E ela se foi tão rápido como um furacão. Eu a fuzilei com toda a força que pude colocar no olhar. E então como um coelho acuado ela fugiu. Se simplesmente Lilian deixasse algo escapar acabaria com todos os meus planos.

― Isso foi definitivamente estranho. Será que ela sempre foi assim ou ser a mulher do vice-prefeito a deixou com uns parafusos soltos? ― Eu ri e é claro que a feição de Felipa era pura confusão.

― Amiga! ― Molly gritou assim que a viu. Praticamente deixou suas amigas sozinhas e correu para Felipa. As duas se abraçaram por algum tempo ― Oi bobão ― E me abraçou também.

― Pablo?

― Meu maridinho está na ala sul com o papai! Porque você não vai lá e me deixe roubar minha amiga por alguns instantes? ― Eu a encarei. Felipa tinha um olhar esperançoso.

― Ela precisa cumprimentar o aniversariante.

― Meu pai realmente não vai lembrar se ela for ou não. Está completamente bêbado. É por isso que Pablo está bancando a babá.

Ok, tudo bem. Cinco minutos e eu estarei de volta. Ela não ficará sozinha por muito tempo, não tendo a chance de Diego Santibñes está por algum lugar desse salão imenso esperando para encará-la assim que estiver só. Não mesmo. Eu não darei sorte para o azar.

Percorri o caminho razoavelmente grande até a ala sul, a dos fundos. Era a ala da diversão, como eu gostava de dizer. Eu adorava quando Pablo e Molly namoravam ainda e nós vínhamos para cá e fazíamos uma festa para um pouco menos de vinte pessoas. O salão era inteiro nosso. Havia tanta bebida e drogas ilícitas, ás vezes até garotas de programa. Molly era legal antigamente, mas isso já é coisa do passado. Continuei a andar ainda com as lembranças recentes na mente, a mesa de sinuca ou simplesmente todos nós sentados na piscina com uma cerveja na mão, algum de nossos amigos tocavam violão e o outro cantava e então quando estávamos bêbados o suficientes encarávamos o frio medonho e pulávamos na piscina aquecida.

― Sr. Grey! Grande Thatcher! Mais uma primavera?! ― Eu grito assim que o vejo. É impressionante como consigo fingir uma felicidade repentina. Estou sorrindo grandiosamente e o abraço, até que o nosso abraço dura mais tempo se comparado ao que dei em sua esposa.

― É a lei da vida. Fico feliz que tenha vindo ― Ele parece sincero e como Molly disse, está bem bêbado. Posso ver Pablo do outro lado da mesa de sinuca de cara feia e um cigarro na mão ― Onde está a linda mulher que você tem em casa?

― Como não viria! Sua filha a roubou. Mulheres podem ser tão persuasivas ― Rimos.

― Elas são. Principalmente aquele pequeno demônio de cabelos vermelhos! Pablo que se cuide, não é meu rapaz? ― Meu amigo não responde, apenas levanta seu copo e faz uma reverencia ― Ela o colocou como meu guarda-costas. Que bobagem, a que ponto um velho pode chegar!

― Não fale assim, ele pode ser uma companhia agradável quando damos comida e bebida a ele. Não é amigo? ― E Pablo repete o movimento com o copo de mau humor.

E Thatcher se vai. Alguns de seus amigos o puxaram para uma foto, ando rapidamente para Pablo na esperança que seu sogro bêbado não venha nos importunar.

― Santibñes está aqui?

― Direto e letal como uma bala. Sim, amigo ― E o deboche está impregnado na sua última palavra, eu rio, ele provavelmente está bravo pela conversinha que eu tive com seu sogro ― Se você vê a minha mulher diga a ela que eu a amo muito, mas se pudesse mata-la...

― Não diga asneiras! ― O interrompo ― Vou dizer a ela que você está com as bolas roxas de tanto segurar o xixi, mocinha.

― Tão engraçado! Acho que você é filho do bozo ― Mas ainda assim ele está rindo. Mesmo com raiva. Aperto sua mão antes de me afastar para encontrar Felipa.

O que diabo é aquilo...?

Minha mente gira 360º e fica meio difícil raciocinar. De repente eu sinto mãos firmes no meu ombro, eu havia andado cerca de meio metro de volta para Felipa e então paraliso quando vejo que ela está na pista de dança e a música que está tocando é sensual como o inferno. E o jeito que ela mexe lembra muito nossa dança rápida na boate. Antes que eu surtasse e nos tirasse do local. E o toque em meu ombro fica mais forte e agressivo. Então uma mão segura meu braço, a minha esquerda está Molly e a direita Pablo. Cumplices.

― Me segurar não vai adiantar ― Rosno para eles, Molly estremece e atraímos a atenção de poucas pessoas.

― Ele chegou de repente. Eu a deixei só por apenas um minuto e ele a tirou para dançar, eu observei o quanto ela dizia que não. Mas ele insistiu muito. ― O desespero nas palavras viera a seguir, Molly estava defendendo a amiga como um cão fiel.

― Você relaxa. É só uma dança, quando a música acabar ele vai soltá-la e você aparece lá reivindicando sua garota. Não precisa de uma cena cara ― Pablo interviu em favor dela. Maldita seja.

― Eles estão conversando! Ele está falando no ouvido dela! ― Tentei me desvencilhar, os dois me seguraram com mais força. Eu sabia que se eu quisesse me soltaria, mas então eu pensei na cena que faria e em como eu nos envergonharia. Não só a mim, mas a ela, aos meus amigos. Seria terrível.

Eu observei tudo no silêncio, enquanto ela parecia desconfortável e sem ação, e a maneira que Diego Santibñes segurava sua cintura, de como eles rodavam no salão e alguns olhares eram para ele. De como com certeza as pessoas se perguntavam o que estava acontecendo e onde eu estava. Quando deveria ter seguido meus instintos e não ter a deixado só quando tive que sair. Isso não aconteceria novamente.

Meu coração finalmente se acalmou quando a música acabou e eles pararam. Eu consegui ver os lábios dos dois se mexendo enquanto falavam, mas a distancia me impedia de fazer algum tipo de leitura labial. Mesmo andando furiosamente com pressa até eles, tendo Pablo e Molly ao meu lado, provavelmente preparados para qualquer coisa que viesse.

Felipa tremeu quando me viu. Empalideceu; culpada, pensei. Ele me encarou e sorriu com aquele jeito cínico e previsível. Estendeu sua mão, as pessoas olhavam e mesmo em silêncio nós já fazíamos uma cena. Então eu precisava ser o mais frio possível, enquanto dava o mais falso sorriso apertei sua mão.

― Como vai, Santibñes? ― Pergunto então.

Não preciso fazer nada para que Felipa venha me abraçar. Ela está mesmo apavorada. Seu braço pequeno abraça minha cintura e sua cabeça descansa em meu peito. O cheiro do seu perfume floral inunda minhas narinas dando uma falsa sensação de calma. Eu a abraço e beijo o todo de sua cabeça.

― Muito bem, obrigado! E a propósito, Felipa dança tão bem ― Eu o odeio. E odeio a forma como ele disse o nome dela. Possessivo. Ele não tinha o direito, aperto Felipa em meus braços e percebo quando seus olhos direcionam para mim e então eu sorrio para ela, mais um dos meus sorrisos falsos que ela conhecia bem.

― Não há nada que minha mulher não faça bem! ― Então digo simplesmente como se fosse à coisa mais comum que eu poderia dizer, Diego dá de ombros e assente.

― Eu estava dizendo a ela que se não fosse casada eu estaria na fila, com certeza. ― Cerrei meus punhos com força. Ele dá aquele sorriso idiota e mexe no cabelo, encara Felipa que nesse momento não olha para nenhum de nós, ela está com o olhar fixo em Molly, que continua desesperada ao meu lado.

― Felizmente eu sou casada e muito bem casada. Como eu disse, mesmo que tivesse havido uma fila, eu escolheria Christopher, estando ele nela ou não. ― E a surpresa me invade totalmente.

Ela se desvencilha um pouco do abraço e respira fundo, mas ainda tem seus braços em torno de mim, mas agora tem um olhar diabólico para Diego que se encontra abalado com a declaração, provavelmente não esperava por isso. Nem eu e nem ninguém nessa noite.

― Amor, eu estou morrendo de sede. Molly me informou que o melhor champanhe é servido na ala oeste... ― Ela não precisou concluir, eu sorri e agi por impulso, beijei-a. A essa altura tínhamos uma grande plateia e uma vez em sua boca, não consegui solta-la. Felipa prendeu os braços em meu pescoço e apertou minha nuca enquanto eu devastava minha língua pela sua. Minha pequena. Mordi fortemente seu lábio inferior quando a soltei, ouvi um pigarreio, Pablo. Não havia sinal de Santibñes e Molly ria. Felipa estava completamente corada.

― Deus do céu! Há camas lá em cima! ― Nós rimos, todos nós, Felipa riu de vergonha.

― Eu gosto do público ― Continuei rindo e pela cara de idiota de Pablo eu conseguia perceber que também estava sendo um. Um idiota como ele quando estava louco de ciúmes pela esposa.

N/A: PS: HÁ SPOILERS NAS NOTAS FINAIS, SE NÃO GOSTAR, NÃO LEIA. SE GOSTAR... HAHAHA BOA SORTE!!! BJJJJS LINDAS.


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Notas finais do capítulo

Eu juro que depois desse vocês simplesmente não vão conseguir parar de ler!!
CUIDADO! ZONA DE SPOILER, CAPÍTULO DEZESSEIS.

"― Merda! ― Ele sussurra de novo e tira suas mão do meu quadril, se afasta completamente. Não, droga... Volta! Digo mentalmente. Eu simplesmente não posso deixá-lo ir, eu ainda o quero. Mesmo depois de todas as brigas. E depois de todas as vezes que ele me recusou, eu o quero.

Me viro em sua direção. (...)"