– Eu te amo Percy.

– Eu também te amo Annabeth. Sempre amei. E vou amar para sempre.

Eles se beijaram novamente. Porém, Annabeth sentiu uma leve pontada no ferimento e fez uma careta com a dorzinha irritante. Ela levou a mão ao abdômen.

– O que foi? Está doendo novamente? Quer que eu chame o Will?

– Não Percy, eu estou ótima. De verdade. Foi só uma dorzinha atoa.

– Tem certeza?

Ela sorriu.

– Tenho sim. Não se preocupe. E não fique paranoico também...

– Me desculpe. Mas é melhor prevenir do que remediar. Não quero te ver novamente daquele jeito.

– E não vai. – disse ela o puxando para perto e o beijando novamente.

– Annabeth, tem uma coisa que eu quero te dar. – disse ele, interrompendo o beijo.

Ele tirou a caixinha do bolso, abriu e entregou a ela.

– Percy, mas isso é...

– É só uma prova. Do amor que eu sinto por você. E também uma promessa, de um futuro diferente. - As lágrimas escorreram pelo rosto dela.

– Percy, é... É lindo. Eu... Eu nem sei o que dizer...

– Não diga nada então. Apenas o aceite.

– Claro que eu aceito Cabeça de Alga.

Ele pegou o anel e colocou em seu dedo.

– Bom, agora, é um compromisso totalmente oficializado! - ele disse levantando a mão onde o anel dele estava.

– Desde quando você está usando essa aliança?

– Desde o dia em que eu comprei.

– E porque totalmente oficializado?

– Por causa dos anéis e da benção da minha sogrinha.

– O que?

– Bem, enquanto você estava dormindo, sua mãe veio aqui para te ver, e me disse que agora aprovava o nosso relacionamento.

– Isso é sério?

– Muito sério.

– E você ainda diz que eu não perdi nada... – disse sorrindo.

– E disse também, que caso eu te fizesse sofrer, iria me mandar fazer uma visitinha a Hades. – Ela o beijou.

– Não há a possibilidade de isso acontecer. Já que você me faz muito feliz.

Ele sorriu, e limpou as lágrimas do rosto dela. Depois a ajudou a se deitar, arrumando os travesseiros para que ela pudesse apoiar a cabeça.

– Está confortável? – Percy perguntou.

– Melhor impossível.

Eles continuaram lá conversando e matando as saudades, com carinhos e beijos. Os aparelhos haviam sido retirados, então, apesar de negar várias vezes, Annabeth o obrigou a se deitar ao seu lado para que ele pudesse descansar um pouco, já que fazia quase quatro dias que ele não dormia, ficando apenas sentado ao lado dela.

Ele descansava, enquanto ela repousava a cabeça em seu peito. Clarisse e Thalia entraram no quarto quando já estava à tardinha.

– Pelo visto, se entenderam. – disse Thalia.

– Sim... – respondeu Annabeth.

– Até que enfim! – disse Clarisse. – Já estava passando da hora.

– O que? – disse Percy, tentando acreditar se realmente tinha ouvido Clarisse dizendo aquilo para ele.

– Ah, qual é Percy? Você gosta dela, ela gosta de você. Todo mundo sabe disso. Então, já estava passando da hora de vocês se acertarem. - Todos riram. - Interrompemos alguma coisa? – ela perguntou.

– Só estamos descansando. – disse Percy.

– Você precisa mesmo Percy. Estava há quatro dias, sentado ao lado dessa poltrona. – Thalia disse. Ele se levantou.

– É verdade. Preciso esticar o corpo.

– Você precisa dormir. O que eu acho que você também não tem feito. E se preparar, a tropa chegará aqui amanhã. – disse Thalia.

– Que tropa? – perguntou Annabeth, se sentando na poltrona.

– Gaia enviou outra tropa, desta vez muito maior, em direção à Nova York. Acreditamos que irá atacar o acampamento. – explicou Clarisse.

– Por que não me contou isso Percy? – disse Annabeth.

– Por que eu sei o que você vai dizer.

– Então também sabe que não vai me impedir.

– Annabeth, você não pode lutar. Acabou de acordar e ainda está fraca. – disse Thalia se aproximando da amiga.

– Eu sei Thalia. Mas já lutei ferida antes. E eu não posso simplesmente ficar sentada aqui, enquanto vocês vão para uma batalha.

Percy se aproximou e se sentou na poltrona ficando de frente para ela.

– E eu não posso permitir que você faça isso. Annabeth, eu não vou ficar parado, enquanto você quer ir para uma batalha no estado em que está. Não posso correr o risco de te perder outra vez.

– Percy está certo Annabeth. – disse Clarisse, Percy reconsiderou novamente se seus ouvidos estavam certos, mas não pensou nisso por muito tempo. Naquele momento ele tinha que se preocupar em vencer a teimosia da namorada.

– Você precisa se recuperar primeiro. Se for até lá, pode se machucar outra vez. – disse Thalia.

Os olhos de Annabeth se encheram de lágrimas.

– Mas eu não posso ficar aqui, sem saber se vocês vão voltar... – ela disse.

– Não se preocupe. Nós vamos nos cuidar. – disse Clarisse.

– Agora nós temos que ir. E você trate de ficar quietinha senhorita Annabeth. – disse Thalia. – Vamos Clarisse? Preciso falar com o Jason. O conselho de guerra tem que se reunir.

– Ótimo. – disse Annabeth. – Então se reúnam aqui. Eu também tenho que estar presente já que sou a Conselheira Chefe do chalé de Atena. E já que o nenhum de vocês quer me liberar...

– Então viremos até vocês. – completou Clarisse.

– Nos vemos mais tarde. – disse Thalia dando um abraço em Annabeth. – Fique bem. E você... – ela disse cutucando o braço de Percy. – Trate de descansar.

– Até mais tarde, então. E juízo, vocês dois. – disse Clarisse sorrindo.

– Tchau Clarisse... – disse Percy.

Assim que elas saíram, Percy olhou para Annabeth. Ela o encarava.

– O que foi?

– Eu deveria ir.

– Annabeth, por favor, não continue com isso.

– Mas Percy, eu poderia ajudar. Já lutei ferida antes, você sabe que eu consigo.

– Eu sei. – Ele disse pegando em sua mão. – Nunca disse que não era capaz. Você é forte Annabeth. Já provou isso várias vezes. Mas não posso permitir que você vá.

– Mas Percy... Eu também não posso ficar aqui sentada, enquanto vocês vão para a batalha. Eu tenho medo que algo aconteça a algum de vocês... Eu...

– Não precisa se preocupar. Sabemos o que estamos fazendo. Temos bastante experiência nesse assunto. E se algo acontecer, não vai ser porque você não estava lá.

Ela acariciou seu rosto.

– Eu te amo muito Percy. Assim como você, também tenho medo de te perder.

Ele lhe deu um demorado selinho.

– Mas não vai. Se você quer mesmo me ajudar, fique aqui. Assim eu não vou ter que me preocupar. Eu te prometo Annabeth, nós vamos ficar bem. Vamos voltar. Eu, pelo menos, terei um motivo muito bom para voltar... – Ele disse colocando uma mecha de seu cabelo loiro atrás de sua orelha. Ela o beijou.

– Então, trate de se preparar Perseu Jackson. Começando com uma longa soneca.

Ele se deitou ao lado dela, e ela pôs a cabeça no ombro dele. Ele dormiu, enquanto ela o observava. Sua respiração, calma e regular, a deixava mais tranquila. Como havia sentido falta de seu Cabeça de Alga nos últimos dias. E agora, ela o tinha novamente ao seu lado. Apesar de tudo que estava acontecendo, o perigo eminente batendo na porta outra vez, ela não poderia estar mais feliz.