Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 24
Fugas Internas


Notas iniciais do capítulo

Sou eu :) Vocês são uns safados :3 Sò colocar um pouquinho de besteirol que aparece leitores dispostos a comentar né? Bom mesmo. kkkkkkkkk
Eu, particularmente, gostei muito desse capítulo. Tá bonitinho ainda. Se preparem para ficarem curiosos huashuahsuahsu Sou mau :p
Obrigadaaaaaaaaa pela última recomendação, eu surtei quando vi. Obrigada mesmo, àquela que leu em 4 hrs os capítulos postados da fic. (Não decorei seu nick ¬¬ Sorry)
Boa leitura e leiam as notas finais!



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Walkíria

—Oi Lúcio Cumprimentei receosa. Observei-o piscar várias vezes como que para ter certeza que era realmente uma pessoa que estava ali, ou melhor, que era eu. Contei mentalmente a quantidade de passos até o lado da cama, mas só ousei dá-los quando vi Lúcio balbuciar meu nome.

—Wal... Faz tempo, hein? —Dei um abraço nele e depois me sentei. Ficamos em silêncio, ninguém falava nada. Não que eu não quisesse, só me parecia errado interromper o silêncio. Ele me olhava. Eu não correspondia o olhar, mas conseguia sentir o peso do olhar dele em cima de mim. Levantei a cabeça decidida. Eu precisava dizer o que vim dizer.

—Quero você. —Ele abriu a boca para falar algo, evidentemente pego de surpresa, mas desistiu.— Não... Eu realmente quero você. Sei lá... Só não acabou tudo que nutrimos um pelo outro. Você acha que acabou? Indaguei.— Parecia apenas um pensamento.

—Eu acho que nós dois seguimos nossas vidas por caminhos bem diferentes. Eu acho que se eu pude reconstruir minha vida, você pode fazer o mesmo. Pode e vai por você. Porque eu acho que você é uma mulher fantástica. Cheia de segredos e um quebra-cabeça ambulante, mas ainda sim, é fascinante. E eu amo você. Gostaria de verdade poder voltar no tempo e ter acreditado em você. Ter continuado a nossa família como por diversas vezes planejamos. Eu errei em ser bom pra você, porque não consegui ser bom. Por isso você merece alguém melhor.— Respirei fundo e limpei rapidamente uma lágrima.

—Eu mereço você.—

—Não. —Ele rebateu. —Nem se eu fosse bom para você. Reconstrui sua vida. Conte sempre comigo, mas não posso desistir de tudo que tanto lutei para conquistar. Não foi com a Rose que planejei construir esse meu futuro agora presente, mas é ela que faz parte dele agora. Gostaria do seu perdão. —Ele pediu segurando minha mão. —Olhava vidrado para os meus olhos. —Não perdão por não poder retomar nosso passado, mas perdão por ter sido tão injusto com você. Não fui um homem. Perdão. —Ele finalizou aproximando nossos rostos e me beijando.

—Lúcio...— Interrompi o beijo, perdida.— Eu perdoo você.— Depois disso saí do quarto. Decidida a reconstruir minha história e ser uma protagonista mais centrada. Disposta a mudar.

Narração.

Bia achou perfeito como tudo aconteceu. Guardou consigo cada pequeno detalhe por mais insignificante que parecesse ser. Ela queria recordar daquele amor pros piores momentos que a frente tivesse que enfrentar. Simon se dispôs inteiramente a ela.

Uma semana já havia se passado. Walkíria estava indo embora. Indo com vontade de ficar. A decisão de Lúcio a feriu, porque mesmo ele tendo a perdoado e vice-versa, não quis ela. Não quis desistir da sua nova família. Mas, entremos num acordo... Largar a menina Sophie com certeza não era missão fácil, pois até ela havia se encantado por aquela garotinha meiga e moleca.

Meg se ajeitou. Não no sentido de ela está mais bem vestida que o habitual, mas no sentido pode-se ver a mudança nela. Sempre acreditei que mudar é uma coisa além de palavras. A mudança é necessária ser provada no dia-a-dia, no meio das intrigas rotineiras que sempre acontecem. Podia-se notar ao longe que ela estava se dedicando. Até Bia havia dado uma nova chance a ela. Simon ainda mantinha um pé atrás.

Filipe tentou convencer Samy que uma doença não é o fim do mundo. A resposta dela:

—Não é o fim do seu mundo né? Porque o meu mundo vai acabar a partir do momento que eu vier a falecer. E não quero que você se sinta parte do meu fim. Eu amo você. Amo como nunca amei ninguém nessa vida. Só que isso é demais para mim. Se eu permitir que você faça parte da minha história, quando eu morrer, parte de você vai junto. E eu quero que você viva por completo.

Depois disso ela sumiu. Filipe ainda tentou ir atrás dela algumas vezes, mas ela não o recebia de modo algum. Ela estava fazendo a coisa mais difícil da vida dela. Ela estava se matando.

Afinal, é isso que acontece quando você nega o amor. Quando você reprime o que você sente. É isso. Aos poucos já não cabe mais dentro de você, e você necessita colocar para fora. Se você não solta o amor, ele te mata. Mata lentamente, com uma dor aguda que parece não cessar. E cada vez que você respira ou se obriga a pensar em outra coisa, o buraco aumenta. Não se pode obrigar-se a deixar de amar alguém. Não se pode optar por NÃO SENTIR. Não dá pra escolher fugir, se o único caminho que você conhece te leva de volta ao motivo da sua fuga.

Bia

Acordei mais cedo que o de costume, somente para dar tempo de sair do quarto de Simon antes que alguém me visse. Não obtive sucesso, encontrei minha mãe no corredor. Ela me olhou de cima a baixo e balançou a cabeça de maneira reprovadora. Algo do tipo explique-se, mas acontece que eu já não tinha mais certeza de nada que viesse da minha mãe. Ela havia se tornado imprevisível. Já não fazia tanta graça, e pouco se importava. Ela não era mais a tão famosa D. Walkíria.

Beatriz... Ela disse autoritária. Os braços cruzados, mas a feição descompassada. Espera só um instantinho... Aquilo no canto da boca dela é o começo de um sorriso? Ó não! É um sorriso! Quarto do Simon, hein? Ela falou rindo como uma adolescente fajuta.

—Pelo amor mãe. —Respondi evasiva sentindo minhas bochechas arderem.

—Venha comigo até o meu quarto.— Ela convidou.

—Estou quase nua. —Evidenciei. Ela deu outro sorriso maroto, enquanto estreitava os olhos.

—Já notei isso há algum tempo, querida. —E me puxou pelo braço.

Chegando no quarto de hóspedes (que não era dela), minha mãe apalpou a cama ao lado dela, onde supus que eu deveria me sentar e o fiz.

—Então desde quando você está com o Simon?—

—E desde quando a senhora age como se isso não fosse inapropriado?—

—Você acha inapropriado?—

—A senhora não?—

—É um jogo de perguntas?—

—Quer que seja? —Rebati. Era estranho falar com a minha mãe sobre isso. Ela deu de ombros e começou a brincar distraidamente com a bainha da cama. Faz algum tempo. A história é longa mãe.

—Eu só vou embora à noite.—

—Ele era para ser o pai do meu filho. —Joguei de vez. Abaixei a cabeça incapaz de encará-la.

—Uau. Seu irmão?— Vi por uns segundos a antiga Wal voltar. Mas logo ela se recompôs e me encheu de novas perguntas. Ficamos um bom tempo conversando. Conversando como mãe e filha. Eu pude pela primeira vez, desde a indolência que cometi engravidando, deitar a cabeça no colo dela e sentir a mão dela entre meus fios de cabelos. Pude ouvir uma risada sincera e compartilhar de cada segredo que ela pareceu ocultar de mim por um bom tempo. Eu me senti nostálgica. Só que com o benefício de poder viver outra vez a lembrança que a muito havia se perdido.

—Agora a senhora já sabe de tudo.—

—Faz um bom tempo que estamos aqui nesse quarto. —Ela falou levantando da cama.

—Eu sei. E não ouvi nenhum barulho na casa.—

—Então, a Rose e a Sophie estão no hospital. Parece que seu pai recebe alta hoje. A Meg saiu com um tal de Jake e o Lipe ainda não apareceu por aqui. —Informou contando no dedo alguma coisa que só ela sabia.— Só estamos eu, você e o Simon aqui.— Concordei com a cabeça e andei até a porta.

—Mãe... —Chamei antes de sair do quarto. —Ele é meu tio. Isso não é... Não é errado?—

—Temos a capacidade individual de ver e perceber aquilo que é errado de alguma forma para nós.—

—Obrigada. —Sussurrei saindo da quarto.

Entrei no meu quarto feliz. Feliz mesmo. Há algum tempo atrás o que eu mais queria era fugir. Sair pelo mundo e nunca mais voltar e olhe só agora. Estou com meu primeiro amor, estamos felizes e minha mãe me apoia. Eu jamais poderia sonhar com uma coisa dessas! Tomei um banho e desci as escadas ainda penteando o cabelo. Eu havia ouvido a campainha tocar. Ela soou apenas uma vez, mas era fato que eu a tinha ouvido.

Abri a porta e não tinha ninguém. Dei uns passos a frente para ver se via alguém, e senti um volume sob meus pés. Era um envelope amarelo, com uma colagem dizendo:

Veja. Depois suma.

Eu ri, dei de ombros e entrei na sala. Me deparei com Simon e minha mãe descendo as escadas na maior harmonia.

—Quem era? —Minha mãe perguntou. Simon sorria de orelha a orelha e nem conseguia disfarçar o quão feliz estava.

—Ninguém.— Respondi.

—Beleza. Vou fazer alguma coisa pra gente comer.— Ela sorriu e saiu em passos rápidos. Me joguei no sofá e Simon sentou do meu lado. Apoiei minha cabeça no ombro dele.

—Como foi sua noite?— Ele perguntou com cinismo.

—Incomoda... —Brinquei.— Mentira, foi maravilhosa e a sua?—

—Me senti no céu.— Deu-me um selinho. —O que é isso na sua mão? —Só então me lembrei do envelope da frase do mal.

—Tava na porta. Algum engraçadinho deve ter colocado lá.— Falei entregando para ele o envelope. Ele leu e riu.

—Por que ainda não abriu?—

—Já ia fazer isso.— Peguei o envelope e olhei lá dentro.

—O que é?— Ele perguntou sem emoção na voz.

—Parece fotos.— Tirei as supostas fotos de dentro do envelope e virei elas para tomar conhecimento do quê se tratava. Tamanha surpresa quando vi aquilo.

[...]


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Notas finais do capítulo

Do que será que se trata? Curiosos? Me também... Vamos torcer pra tia Aylla escrever logo o próximo.
O que acham que é? Comentem muiiiito tá? Até logo, amo vocês!

~Keel