Coisas do Acaso escrita por Quézia Martins, Tia Ay, Aylla


Capítulo 1
Problema: Eu.


Notas iniciais do capítulo

Helllllllo garotada!!! Ok. Momento surtação off.Espero que gostem e comentem e nos façam felizes e.... Boa leitura =D



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Abri a porta sorrateiramente. Tomando o máximo de cuidado para não fazer barulho. Eram quase três da manhã. Encostei a porta e uma claridade subitamente inundou todo o local. Respirei fundo antes de me virar. Ao fazer isso, me deparei com uma mulher de estatura mediana, cabelos presos firmemente num coque claramente recém feito, uma camisola de cetim rosa bebê e pantufas. Ela arqueou uma sobrancelha e cruzou os braços sobre os seios. Fudeu. Quando minha mãe faz isso, vem bronca e sermão.

– Onde? - Ela perguntou apenas. A voz camuflava um sono interrompido. Torci os lábios, pensando se respondia ou não. - Perdeu a língua na boca de alguém? - Minha mãe insistiu aborrecida.

– Estava numa festa com a Katy. - Respondi tirando minhas botas e jogando pelo meio da sala.

–Vem aqui. - A voz dela era autoritária, indicava uma ordem. Lentamente me dirigi até ela. - Você bebeu? - Desviei os olhos. Sim. Eu havia bebido. - Eu te fiz uma pergunta. Me responda! - Ela apertou meu braço.

– Foi só um pouco... -Murmurei ainda sem a olhar.

– Só um pouco? - Ela respondeu me soltando abruptamente - Senti seu cheiro de longe, Beatriz. Você estava proibida de beber, sequer me avisou dessa festa. - Ela colocou as mãos na cintura e deu as costas para mim. - Você sabe como ninguém o que aconteceu na última festa que você foi. E você também sabe as consequências que isso gerou.

– Mas mãe, eu...

– Calada! Eu ainda não terminei. Estou cansada, Beatriz. Cansada de te ver fazer escolhas erradas e agir como se não fosse haver prós de suas atitudes. Há um efeito para tudo, Bia.

– Agora posso falar? - Ela me fuzilou.

– Se for para se justificar... Não, não pode. - Ela falou andando até as escadas- Ligarei para seu pai amanhã . Tenho certeza que ele saberá o que fazer. Tome um banho gelado e vá para a cama. - E ela subiu as escadas. Se eu não estivesse a vendo, provavelmente não saberia da existência dela devido a sutileza com a qual ela andava.

Passei a mão nos cabelos procurando tirar os nós e apagar as luzes, enquanto subia para meu quarto.

***

Maldito sol. Maldito despertador. Maldita dor de cabeça. Há tempos não sinto o que é ressaca. Me revirei na cama procurando meu celular. O encontrei nos meus pés. 10 novas mensagens. 3 chamadas não atendidas e 1 mensagem na caixa postal. Katy ou Oliver? Ai meu Deus! O Oliver! Bati na testa ao me lembrar que transei com ele na noite anterior. Como? Como? Como? Disquei o número de Katy que me atendeu furiosa.

– Como você fufu com o Oliver e vai embora sem me contar? Sua bitch!

– Ai Deus! Por que eu sempre faço isso em festas? - Falei mais pra mim do que pra ela.

– Se fosse só isso... Mas não, você fez um stripper em cima da mesa, seminua.

– O quê?! E por que não me bateu pra que eu pudesse recuperar a consciência? - Eu estava esbaforida. Nunca cheguei nesse ponto.

– Eu tentei. O Oli não deixou.

– Desgraçado!

– Liga pra ele. Diz que foi só uma transa. Você sabe que ele sempre foi apaixonado por você. Deve estar contando unicórnios até agora. - Isso era verdade. Tô ferrada. Ouvi batidas na porta e presumi ser minha mãe. Tive certeza quando a vi entrar.

– Tá sóbria? - Ela perguntou. A voz levemente rouca.

– Só um pouco com dor de cabeça.

– Merecido. - Ela falou após um sorriso de satisfação. - Falei com seu pai. Ele vem pro almoço.. Olhei no relógio, 11 horas da manhã. Daqui uma hora meu pai estará aí? Droga.

– Mãe, ele mora em outro estado.

– Eu sei. Ele está na estrada desde as cinco da manhã. O pessoal da roça madruga. - Ela falou. Senti um fio de ironia.

– Ele vai vir aqui só pra falar comigo?

– Não. Arrume suas malas. Você vai morar com ele. - E depois ela saiu. Jura por Deus que perdi a noção até de como respirar. Morar com ele? Eu sequer sei onde ele mora. Desde que ele se divorciou da minha mãe há três anos, não o vi mais. Ele sempre foi diferente da Dona Walkíria, até hoje não entendo porque eles casaram. Minha mãe, uma corretora, louca por moda, antenada, liberal, sem escrúpulos e que faz sempre o que dá na telha. Já meu pai, é o dono de cinco fazendas espalhadas pelo Brasil, bem o tipo caipira, conservador e que vive num sítio. Dá pra sacar a diferença? Ela gelo, ele calor. Ela branco, ele preto. Ela amargo, ele doce. Ela escuridão, ele claro. Sempre assim. Sempre opostos. Com pensamentos controversos. O que os uniu foi tão passageiro quanto a felicidade que os manteve juntos. E agora ele está vindo para o Rio de Janeiro. E me levaria com ele pra Deus sabe onde. É, Beatriz Andrade, se prepare.

***

– Filha, se apresse. Seu pai acabou de chegar. - Desci os degraus da escada com um animo que só Jesus na causa. Foi a primeira vez que desci os vinte e dois degraus com aquela vontade. Na sala de entrada havia um homem alto, com uma blusa xadrez e uma camiseta branca sob a blusa, uma calça marrom cheia de bolsos e uma bota preta. SOS Esquadrão da Moda. Ele tinha entradas nos cabelos grisalhos e olhos verde. Os dentes eram tão perfeitos que só podia ser uma dentadura. Nunca fui muito achegada ao meu pai, ele vivia viajando e minha mãe dizia que ele tinha outra família. Isso eu nunca soube se era verdade. Ao lado dele, um garoto com as mãos atoladas no bolso de uma bermuda jeans, uma camiseta cavada e um tênis de skatista. Reparei bem naquele garoto. As pernas grossas e uma panturrilha... Me chame de louca se quiser, mas amo panturrilhas, bumbuns e mãos masculinas.

O garoto levantou os olhos quando cheguei bem perto do meu pai.

– Pai... Quanto tempo! - Ele me olhou feliz e me deu um abraço. Correspondi.

– Que saudade filha! - Ele me deu tapas na costa, como se eu fosse um homem. Meu pai Lúcio, havia ganhado um sotaque caipira que ficou muito bom pra ele.

– O sertão te fez bem . - Minha mãe comentou no canto da sala. - Esse aí é seu filho?

– O Filipe? Não. Ele é filho do caseiro Joseph.

– Prazer. - Eu disse estendendo a mão para ele. Filipe sorriu. Minha mãe também o cumprimentou.

– Bom, vamos almoçar? Aposto que estão famintos! - O relógio da sala cantou e eu desviei os olhos até ele. 13 horas? E eu achando que já eram 12:00.

[...]


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam!!!!! Fofos... Até daqui quatro dias =DOi eu sou a Aylla.... daqui a quatro dias eu posto o outro capitulo...hahah comentem ....