Terrible Love escrita por Isabella Cullen


Capítulo 6
Lembranças e delírios


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, estou aqui mais uma vez porque eu sei como essa parte será difícil, mas no geral vale a pena acompanhar e ver o desenrolar. Muitos estão bolando teorias e mais teorias...posso afirmar uma coisa: temos um vilão.
Mas agora em si, ele não mostrará seu rostinho lindo, e verdade meninas, eu chorei e a revisora chorou também muito. O engraçado foi um dia que ela revisou um capítulo na faculdade e começou a chorar na frente de todos. Esse capítulo que ela revisou marca a segunda fase é o oito e estamos chegando nele!

Prometo postar mais na quarta! Obrigada pelo carinho meus amores e agora com o Nyah programando o capítulos eu tenho certeza que não vou deixar vocês na mão!
Beijos meus amores e obrigada por todos os comentários, infelizmente eu não tenho como responder porque eu posto e saio correndo kkkkkkkkkkkkkkkkk Tenho uma filha e uma empresa para dirigir, pois bem. Bom capítulo!



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BELLA

Eu passei o dia naquele quarto, praticamente imóvel. Me chamaram para almoçar, eu sentei olhando para o prato que foi colocado. Não tinha fome. Uma mulher sentou pra me ver comer, eu acho que ela ligaria para Edward caso eu não comesse. Eu mais uma vez comi por medo, dele me bater ou fazer outra coisa pior. Comi automaticamente o mais rápido possível, eu me senti mal por prender aquela senhora na tarefa de me ver comer.

Assim que terminei eu voltei para o quarto me deitando no tapete. Eu não tinha muita coisa para pensar, mas se fosse ficar ali por muito tempo eu continuaria dormindo no chão. Havia uma poltrona e eu nem ousaria me sentar nela, eu conseguia imaginar Kate sentando ali e aproveitando um momento no quarto. As fotos de sua gravidez mostravam um Edward sorridente e feliz. Ela tinha aquele brilho, aquele que grávidas tem, meu pai dizia que minha mãe nunca o teve, mas que todas tinham em sua maioria. Lidar com uma grávida feliz me fez questionar do porque minha mãe não me querer, eu era só um bebê e não fiz nada a ela realmente.

Farta de chorar e de lamentar eu olhei para a janela, não senti o cheiro cítrico, só que vi a cortina balançando e quis respirar um pouco mais de ar. Eu me forcei a ir até a janela, ela tinha aquele estilo antigo, dava para sentar e olhar a paisagem. Era perfeita para um banho de sol, eu me sentei no espaço grande e respirei fundo deixando o ar me invadir. Por alguns segundos pensei em pular, eu só quebraria a perna e não conseguiria me livrar de Edward, que afinal era meu marido e diria a todos que eu era louca e me joguei.

Fechei meus olhos e me imaginei na faculdade. Eu amava pensar que um dia, talvez quando tudo isso acabasse eu poderia ter outra oportunidade. Ele disse que trancou, eu poderia reabrir daqui a alguns anos. Não tinha nenhum computador para acessar o site e ver quanto tempo eu poderia permanecer com a minha matrícula. A porta abriu e eu olhei para a senhora que me vigiou comer.

– Não há como nesse quarto tomar um banho. – ela falou. – Venha, traga o que precisar.

Eu olhei para a mala ainda aberta e com alguns itens jogados. Eu gostaria de um banho sim. Separei as roupas que precisaria e acompanhei ela até um quarto do lado em que em Edward disse ser o dele. Ela abriu a porta e vi o quarto que seria de hóspedes, tinha uma cama de casal arrumada e ela simplesmente apontou para o banheiro.

– Porta aberta, por favor.

Eu podia fazer isso. O que ela achava que eu iria fazer? Me matar? Bem que gostaria de ter coragem, isso facilitaria muitas coisas. Tomei meu banho com um pouco de pressa, a mulher poderia reclamar e eu não queria mais ninguém gritando comigo ou algo assim. Não achei nenhum pente ou produto de cabelo, só um sabonete líquido e uma toalha. Depois de me secar e colocar a roupa eu peguei as roupas sujas e saí vendo ela sentada me esperando. Quando levantou ela me olhou como se me analisasse e eu abaixei a cabeça constrangida, eu não matei Kate eu tive vontade de falar baixo. Eu queria que alguém me ouvisse e me entendesse.

– Vamos, acho que não é hora de ficar trancada, vá andar no jardim um pouco. Sente no banco ou caminhe. Não fará bem deitar naquele tapete mais uma vez.

Ela falou com um tom indiferente, mas suas palavras mostravam uma preocupação. Era tão contraditório e enquanto arrumava a roupa suja em um canto do quarto eu ficava pensando como tudo naquela casa era louco. Depois que ela me deixou na porta do quarto de bebê ela simplesmente se foi. A porta estava e eu tinha permissão de andar pelos jardins.

Desci as escadas e fui direto para onde um empregado me disse que eu deveria ficar. Todos concordavam com o que ele fazia? Todos realmente me odiavam naquela casa? Eu achei isso impossível, mas a expressão deles me dizia isso mesmo. O gramado verde e bem cuidado era convidativo e eu sentei num banco que o sol batia. Os seguranças me olhavam de longe e eu não tinha nada para fazer além de olhar para minha mãos e deixar o tempo correr. Eu chorei em algum momento porque a tristeza venceu e vi que era inútil ficar ali sentada, me levantei e fui para o quarto em que ninguém me olhava como se fosse algum objeto de outro planeta ou algo a ser vigiado.

Quando ia subir as escadas eu então ouvi um grito e logo um xingamento. Olhei para a sala e a empregada tinha se cortado. Era instintivo, eu corri até ela e peguei na mão dela assustando um pouco. Olhei ao redor e peguei um pano e pressionei.

– Precisa lavar isso, antes que contamine mais.

– Olha...

– Tem algum banheiro aqui?

– Sim...

Ela olhou para uma porta do outro lado. Eu imaginei ser o banheiro social. A levei ainda pressionando o ferimento e assim que cheguei perto da pia abri a torneira e deixei eu a água fizesse seu trabalho. O sabão líquido ajudou a lavar melhor e então percebi que ela estava me olhando daquele jeito. Eu era um extraterrestre.

– Precisa colocar álcool e manter isso fechado para não infeccionar.

Sai do banheiro quase correndo e subi rápido as escadas. O quarto assustador era um bom refúgio e me deitei no chão querendo morrer. No final do dia eu tinha decorado tudo mentalmente, eu poderia andar de olhos fechados pelo quarto sem esbarrar em nada. A porta abriu e Edward entrou, sua aparência era de um homem cansado.

– Desça para jantar.

– Não quero.

– Morra de fome então.

E ele saiu. O desprezo dele me doía tanto que era insuportável respirar. Me controlei para não chorar ou não me jogar da janela, um dia no hospital ou algumas horas não seriam uma coisa tão ruim. Então as minhas roupas sujas saltaram aos meus olhos, eu levantei e fui até o banheiro infantil. Lavei elas o melhor que pude e estendi num pequeno varal que havia perto da janela, era incômodo usar aquele espaço, ter roupas limpas era uma necessidade e eu pedi desculpas a Kate. Eu gostava de pensar que ela me ouvia.

Eu perdi a noção de tempo. Eu passei quantos dias nessa rotina? Uma hora eu parei de contar ou tentar contar, eu sabia que havia vindo para esta casa numa terça, mas os dias se perderam e eu pensava como isso não era saudável. Quando tinha pesadelos e acordava aos gritos o cheiro cítrico era tão forte no quarto que eu pensava que Kate estava ali em corpo e não em alma. Eu chorava e dizia para ela me perdoar sem ao menos entender como eu tinha chegado ali. Nas noites em que eu não conseguia dormir eu ficava sentada no quarto escuro olhando o nada. Isso não era saudável minha mente alertava.

Edward aparecia para me chamar para refeições e depois sumia pela casa ou pelo mundo. Não o vi durante um tempo e imaginei que ele não estivesse em casa. Tudo em mim gritava para me matar e isso só aumentava conforme o tempo ao passando. Uma noite eu levantei percebi que estava com sede, era muita sede, precisa de água. A porta estava aberta, descuido ou não, aquilo parecia algum tipo de milagre. Desci as escadas tentando não fazer o menor barulho e fui até a cozinha, quando cheguei lá a fome foi grande e eu não resisti a comer um pedaço de bolo que estava em cima da bancada. Comi vendo como aquilo era bom. Bebi um pouco de água e não queria mais me arriscar a ser vista.

Quando eu estava no pé da escada eu ouvi risos. Uma voz melodioso estava cantando e uma outra rindo. Tinha pessoas na casa? Rindo? Nunca ouvi um riso desde que cheguei, aquilo pertencia ao passado. Tanto meu quanto de todos. Uma luz veio da sala e eu cheguei mais perto na tentativa de ver o que estava acontecendo. Eu vi Edward sentado no sofá e assim que entrei ele me viu, depois ele voltou para o que estava fazendo, a televisão que ficava dentro de um móvel enorme estava ligada e a imagem da esposa dele dançando com ele estava lá nos mostrando o que ele perdeu. Ela ria enquanto ele a girava, ela estava de branco e tinha um pequeno véu.

–Venha papai! – ela gritou para alguém que a câmera não filmou. Fez uma cara feia e depois olhou para Edward. – Me deixe dançar com papai. – ela disse manhosa.

– Você é minha! – ele disse possessivo e risonho.

– Oh... casei não casei? Deixe-me ter um momento com ele. Teremos filhos e você aprenderá a dividir.

– Não hoje... – ele a beijou e a câmera focou neles. – LARGUE ISSO EMMETT!

O câmera então parou de filmar. A tela ficou preta e eu percebi que chorava. Ela era linda.

– Você acabou com minha vida. – ele cuspiu isso em mim – Você destruiu ela.

Oh isso era verdade.

– Desculpa... por favor...

– NÃO! EU NÃO DESCULPO! EU NÃO PERDOO! VOCÊ A MATOU! MATOU! MEU FILHO E MINHA MULHER.

E eu saí correndo antes que ele voasse em mim com sua raiva e ódio. Eu chorei de remorso. Eu nunca deveria ter aceitado o pedido de Tania em sair naquela noite, não deveria ter cruzado o caminho dela e a matado. Eu a matei e isso me tornava uma assassina. Se eu lembrava disso agora ou não já não era mais importante, aquela mulher nunca mais dançaria com o marido e seu filho nunca estaria em seus braços. Eu chorei mais e mais me culpando e entendendo que Edward era só um homem que no fundo perdeu tudo. Ele perdeu tudo.

O cheiro cítrico invadiu o quarto mais uma vez e eu chorei mais alto e mais forte. O mundo desapareceu uma hora e eu então avistei a mulher loira da filmagem, das fotos no meu quarto, a mulher que estava em meus pensamentos. A única que não me odiava.

– Não chore querida. – ela disse docemente. – É sempre tão escuro antes do amanhecer. A noite realmente é apavorante, mas não chore, as coisas vão se ajeitar.

Eu tive vontade de dizer: não vão, Edward nunca mais a terá. Ela sorriu antes de desaparecer.


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Notas finais do capítulo

Então meus amores... como está o nosso fraco coração?



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