Terrible Love escrita por Isabella Cullen


Capítulo 25
O suficiente


Notas iniciais do capítulo

Acabou a curiosidade para saber como eles reagiriam ao acidente meus amores!
Eu garanto a vocês que os próximos capítulos terão revelações do acidente e muitas dúvidas sobre como isso realmente aconteceu... fiquem com Deus. Até quarta!



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O que eu gostava mais na emergência? O que tinha me levado a escolher o mais arriscado e incerto? O fato de que nada do que você sentisse estava em primeiro lugar. Nada do que passou ou fez era importante, o que importava era salva aquela vida ou estabilizar aquela vida para que ela pudesse ter uma chance. O que eu fazia era me concentrar nos pacientes e de repente nada do que tinha acontecido com Kate, Edward ou Anthony importava. A minha dor era secundária e eu poderia ajudar, o foco não era a dor e sim a esperança. Eles tinham uma chance. Eu precisa agir e não poderia pensar em mais nada. A mulher deu um gemido de dor e eu abri a porta, ela estava presa ao cinto e mais nada. Não tinha sido algo tão grave.

– O que está sentindo? – perguntei olhando em seus olhos e vendo como ela estava.

– Muita dor... quer nascer...

– Estão de quanto em quanto tempo?

Ela pareceu pensar e se controlar com a dor.

– Meia e meia hora, mas aumentou no caminho...

– Estava indo sozinha ou tem mais alguém no carro?

Eu sabia que não tinha, mas precisava saber se ela estava lúcida ou não.

– Meu marido está trabalhando, ele disse que era...

Outra contração e eu sabia que ela estava indo rápido demais com isso. Olhei para Edward que ainda estava paralisado.

– Preciso da minha maleta agora.

Ele pareceu acordar, George estava no telefone quase histérico com alguém e Edward correu para nosso carro.

– Meu nome é Isabella e sou médica, acho que esse bebê não vai aguentar chegar até o hospital senhora...

– Madison, meu nome é esse... e acho que não... meu Deus vai nascer nesse frio!

– Nós vamos cuidar de tudo e você só precisa fazer força quando eu disser tudo bem? É seu primeiro?

– Não, tive mais um, mas nasceu morto.

– Foi a quanto tempo?

– Um ano e meio. Essa é nossa última tentativa sabe... Bruce não quer me ver sofrer mais, disse que íamos adotar...

Outra contração e Edward chegou com a maleta.

– Coloque ela no banco de trás Edward preciso que eles estejam dentro do carro. – ele estava assustado, eu podia ver a mistura de sentimentos. – Ela não é Kate Edward e podemos salvar ela e o bebê.

As palavras doeram em mim, como doeram para ele ouvir isso também. Só que essa mulher estava precisando de nós. Ela não tinha mais a quem recorrer e eu não iria deixar ela sem ajuda. Edward pegou ela delicadamente e colocou no banco de trás assim que abri a porta, ele saiu imediatamente me dando espaço para agir, fiz um rápido exame e vi que ela só precisava de mais algumas contrações. O bebê estava bem embaixo já e isso não demoraria tanto.

– A bolsa do bebê está aonde?

– No carona...

Sai e vi Edward nervoso.

– Eu preciso que fique calmo, ela vai ter o bebê aqui, não há outra saída.

– Deus... ela vai ficar bem?

– Sim, chamou a ambulância?

– George fez isso, eles disseram que só mais alguns minutos.

– Vamos ouvir um choro nesse meio tempo. – falei e sorri. Partos eram um milagre e eu amava assistir. Ele sorriu nervoso, mas confiante agora. Madison deu um grito e voltei.

– Vamos lá querida, só mais alguma força e teremos um bebê... o que acha?

– Que dói...

– Empurra tudo bem?

Madison estava indo bem e quando vi a cabeça fiquei satisfeita, ela estava indo maravilhosamente bem.

– Já estou vendo a cabeça Madison, esta tudo indo bem, mais um pouco...

– Oh...

Ela fez mais força e ouvi as sirenes da ambulância. O bebê saiu e eu o peguei. Uma linda menina que gritava alto e em bom som, a enrolei em uma manta que achei enquanto a ambulância chegava. Entreguei para a mãe enquanto terminava de ajudar com a placenta. E então eu sorri e chorei, estava tudo bem. Estava tudo bem. E vendo mãe e filha eu sabia que tinha conseguido. Fechei meus olhos e agradeci a Deus porque estava tudo bem. Ia ficar tudo bem. De alguma forma iria ficar tudo bem. Minhas mãos estavam sujas e respirei fundo. Sangue de um parto.

– Doutora Swan! – olhei para trás vendo o pessoal da ambulância.

– Ela acabou de expelir a placenta, a temperatura está normal e o bebê não sofreu nenhum dano mais grave, nem ingeriu nenhum líquido.

– Ela... está bem....

– Muito bem Madison, mas precisamos leva-las para o hospital, aqui não é lugar de um bebê e muito menos de uma mulher que acabou de ter um bebê. Eles vão te ajudar a entrar na ambulância.

– Vai comigo doutora... por favor...

– Claro...

Quando saí dando espaço para eles fazerem seu trabalho percebi que estava suja de sangue, respirei fundo sentido o frio da madrugada. Edward apareceu com uma manta me aquecendo.

– Preciso voltar para o hospital e ver como ela está Edward.

– Claro, eu levo você. George vai ver se consegue alguma pista do carro que causou o acidente.

– Sim...

Me despedi de George com um aceno e voltamos para o hospital, eu estava muito cansada, mas tomei um banho na sala dos residentes e coloquei uma roupa do centro cirúrgico. Edward estava sentado na recepção quando cheguei, a maleta que tinha ficado suja de sangue quando peguei algumas coisas para me ajudar no parto estava limpa em suas mãos. Sentei do seu lado sentindo o peso das últimas horas.

– Está melhor? – perguntei a ele.

– Eu que deveria estar perguntando isso sabe.

– Eu estou acostumada de certa forma.

– Ela é bem parecida... desculpa se...

– Eu também levei um choque.

Uma enfermeira acenou e eu levantei.

– Venha ver Madison Edward, ela disse que o marido chegou e quer falar conosco. Acho que devemos ir antes de irmos.

– Ela está bem?

– Sim, a pressão se comportou estável e a bebê está forte e sadia. Chora alto, precisa ouvir.

Ele pegou na minha mão e fomos em direção a parte da obstetrícia. Edward se sentiu deslocado, um pouco constrangido, mas eu passei confiança sorrindo para ele. Quando entramos no quarto ela estava acomodada e com o bebê no colo, um homem estava do lado sorrindo e babando em cima do bebê.

– Doutora Swan...

– Como vai Madison, esse é meu marido Edward. Ele estava lá consegue lembrar?

– Sim... ele me colocou no banco de trás. Obrigada.

– Está tudo bem? O bebê...

– Elas estão ótimas, eu só tenho a agradecer a vocês. Salvaram elas....

O homem estava muito emocionado e enxugou as lágrimas que caiam.

– Esse é Bruce, meu marido. E eu lhes apresento Isabella Anne Square.

– Oh... meu nome...

– E de minha avó. – Bruce disse feliz. – Devemos a vida dela a você doutora, é o mínimo que podemos fazer. Eu sinto que nascemos de novo.

Ele beijou a testa da esposa satisfeito e Edward me abraçou. Olhei para ele e era mais profundo do que conseguíamos falar. Sim, nascemos de novo. Ele sorriu e então me apertou mais em seus braços. Se algum dia falhei com Kate, hoje eu não o fiz. Quando saímos do hospital era como se um peso houvesse saído dos meus ombros e estava leve e feliz, Edward dirigia com a mesma satisfação e quando chegamos em casa Sue nos cumprimentou um pouco assustada e um pouco feliz.

– Como estão... George ligou...

– Bella é incrível, fez um parto atrás do carro. A menina deu a luz...

Ele contava como se fosse fácil, como se contasse um conto de fadas e eu fosse a heroína que salvei a princesa. Tomamos café com ele recontando algumas partes e eu rindo de suas ênfases no “Ela é incrível...” acabamos de tomar o café e Sue nos deixou sozinhos. Ficamos eu e ele nos olhando, o silêncio e os olhares. Uma troca de olhares que acelerou meu coração e então ele levantou e pegou na minha mão me levantando e sorrindo.

– Eu preciso dizer uma coisa para você. – fiquei em silêncio esperando ele falar, os olhos verdes me encarando de uma maneira maravilhosamente audaciosa. – Eu sei que não tivemos um começo certo, que não sou o príncipe encantado e que provavelmente nunca conseguiremos superar aquilo tudo em cem por cento. Só que... eu preciso dizer que eu te amo. – arregalei os olhos surpresa. – Entenda... – ele ficou nervoso. Edward Cullen estava nervoso. No bom e maravilhoso sentido. – Nós...eu sei que pode parecer louco... olha... ficamos quatro anos separados... quatro malditos anos... eu te expulsei... me perdoa...

Ele não precisava de nada daquilo. Eu amava Edward Cullen mesmo antes dele me amar. Eu o amava com todo meu coração. Foi com isso em mente que o beijei, ele pareceu não acreditar naquilo no inicio, mas depois eu pude ver que estava aliviado, maravilhosamente aliviado. Suas mãos pegaram meu rosto com delicadeza e sua boca me guiou. Ele me guiou para o beijo mais calmo e sereno de todos. Eu sonhei com aquilo mais do que poderia contar e nada do que sonhei chegou aos pés da realidade, era mágico e perfeito. Meu coração se acalmou, em algum momento o mundo parou e tudo sumiu. Era só eu e ele.

Edward se afastou e ficamos nos olhando. Eu não sabia o que dizer depois do beijo. Na verdade eu não conseguia dizer que o amava. Que sempre esperei de certa forma que ele se apaixonasse por mim.

– Eu não quero te pressionar. – suas mãos ainda estava no meu rosto e seus dedos faziam carícias nas minhas bochechas. Era um toque delicado e gostoso. – Podemos ir devagar, vendo como as coisas acontecem...

– Sim... claro...

– Eu .. você deve estar cansada... vamos deitar. Eu... acho que...

– Vamos sim. – confiante.

Eu não sabia como seria daqui para frente. Eu não sabia quem realmente estava por trás do acidente, da morte de Kate ou qualquer outra coisa parecida, mas eu sabia que Edward Cullen me amava e de certa forma isso foi o suficiente.


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Notas finais do capítulo

Então meus amores... é o suficiente?