Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim escrita por Camy, Lady Bells


Capítulo 11
Afastados por Togepi


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, aqui está :3

~~enjoy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/43023/chapter/11

Misty abriu os olhos, porém não se moveu. Não conseguia acreditar no que acontecera na noite anterior. Realmente fazia apenas um dia? Realmente passara por tudo aquilo há apenas uma noite? Ela sentiu o corpo inteiro doer e foi, pela milésima vez, à frente do espelho, onde se examinou novamente. Retirou a calça e a blusa de manga cumprida, ficando apenas com suas roupas íntimas. Seu corpo era magro, mas bem torneado. Os treinos e shows haviam lhe garantido um corpo com curvas bem distribuídas. A pele era clara, porém os treinos ao sol lhe deram um bronzeado leve; adorava o rio que ficava perto da cidade. As unhas de seus pés estavam bem feitas, como sempre. Acabara se acostumando a estar sempre preparada para sair em fotos; além disso, não poderia negar que era vaidosa.

Seu corpo era perfeito, ela bem sabia. E estava, como sempre, perfeito. Nenhuma gordurinha indesejada, nenhuma estria ou celulite; nenhuma mancha roxa. A dor que sentia lhe dizia que estava marcada dos pés à cabeça, porém não possuía nada. Sentiu o ar sumir, ficando ainda mais desesperada. Não tinha nenhuma prova das torturas que sofrera, pois seu corpo estava impecável. À exceção das marcas deixadas pelas seringas que foram colocadas repetidas vezes em seu antebraço direito, não possuía nem mesmo uma única prova de que fora real. Se mostrasse as cicatrizes que possuía, diriam que ela havia sido picada por vários mosquitos.

"POR QUE AS MALDITAS MARCAS PARECEM PICADAS DE MOSQUITOS?!", mentalmente, a ruiva começou a gritar.

Caiu de encontro ao chão frio. Togepi voou para os braços dela, porém chorava ainda mais compulsivamente do que a dona. Quando acontecera à primeira vez, Togepi e Misty ainda não possuíam uma ligação tão forte. Era algo experimental e ele fora expulso da mente dela quando a ruiva começou a sentir dor. Daquela vez, entretanto, ele vira tudo. A dor dela o puxou, fazendo com que se tornassem apenas um pela primeira vez. Togepi estivera lá, sentindo a dor com ela, sendo torturado com ela… sentindo a morte o atormentar, junto dela.

Tentou acalmar Misty, que mal respirava entre os soluços que lhe escapavam pela garganta, porém estava abalado demais para fazê-lo, então se manteve quieto… sofrendo com ela.

Após quase uma hora, Misty conseguiu se controlar e foi tomar uma ducha. Quando desceu as escadas, eram quase dez horas. Vestia uma calça Jeans e uma blusa de mangas compridas; sentia medo de que as manchas que deveriam existir fossem aparecer do nada.

— Dormiu bem, meu amor? – Rudy a pegou de surpresa, abraçando Misty por trás.

As lágrimas voltaram aos seus olhos e não ousou se desvencilhar do noivo.

— Dormi bem. E você?

— Olha só quem está dócil hoje. – Rudy a estreitou mais em seus braços, colocando sua cabeça na curva do pescoço da garota e beijando-a ali. Mordiscou de leve também. – Teria dormido melhor se você tivesse ido me visitar de noite.

Enquanto sua mão subia lentamente a barriga dela, Violet apareceu. A cena fez a garota paralisar. Olhou com asco para a irmã. Sabia muito bem o quão arisca a ruiva era e, por este motivo, ela, Lily e Dayse precisaram tomar uma atitude; mais precisamente, precisaram encontrar alguém que a mantivesse sob controle. Infelizmente, Rudy vinha apreciando demais o papel de controlador.

— Desculpa a interrupção, mas eu tenho um amiguinho seu aqui, Misty.

Ela sorriu maldosa, discretamente dando a Dayse um sinal para deixar Ash entrar. Ash devia saber que alguma coisa estava errada para que Dayse simplesmente lhe permitisse entrar na casa após tê-lo barrado por quase cinco minutos, mas entrou de qualquer forma. Em sua mente impulsiva, ele pensava que teria Misty de volta se pudesse falar com ela.

Correu para dentro, porém a cena que viu fez a raiva lhe atingir. O olhar assustado no rosto da ruiva não lhe deixava dúvidas de que ela não estava ali por vontade própria. Mentalizou-se apertando o pescoço de Rudy até que este ficasse completamente roxo. Até que Rudy morresse. Com custo, afastou o pensamento.

— Larga ela! – ordenou.

— Ah, ele fica brabinho, é? – Rudy estreitou um pouco mais a ruiva, subindo sua mão até o pescoço dela, apertando o cabelo ruivo, bagunçando-o.

Ash começou a se aproximar e Misty afastou Rudy para poder impedir o ex-namorado de fazer besteira. Foi até ele e o tocou no peito, impedindo-o de continuar. Ash não se importou com os espectadores, simplesmente agarrou Misty e a prendeu contra seu corpo em crescimento. Ela sentiu as lágrimas escorrerem. Seus braços estavam presos contra Ash e tudo o que pôde fazer foi agarrar-se à camiseta dele. Fechou os olhos, sentindo-se segura como há muito não se sentia. Deixou o cheiro do amado invadir todos os seus sentidos. Ash escondeu o rosto na curva do pescoço dela, apertando Misty o mais forte que conseguiu contra si mesmo. 

"Kami-sama, será que eu não aguento de novo? Pelo Ash, eu acho que consigo…".

Togepi circundou os corpos da dona e de Ash e os afastou, trazendo Misty para perto de si. Não, ela não aguentaria novamente. Ele não aguentaria novamente.

— Togepi? – Ash se assustou.

Pensara que o Pokémon estivesse ao seu lado! Pensara que Togepi queria a felicidade de Misty!

— Acho que está na hora de ir, cunhadinho. Como pode ver, nem Togepi o quer aqui.

Ash tentou ficar, mas o Pokémon psíquico o expulsou. Ele bateu contra a porta da casa, porém ninguém o atendeu. Olhou para a janela de Misty, porém esta estava fechada. Gritou e voltou a esmurrar a porta. Fez isso até Brock sentir vergonha por Ash e ir buscá-lo. Dawn sorria na volta ao CP. Abraçou Ash de lado, dando-lhe todo o suporte de que ele necessitava. O sorriso não passou despercebido por Brock.

Misty correu de volta ao seu quarto depois do acontecido e ficou lá até o final do dia. Ninguém a incomodou, simplesmente por não se preocuparem com ela o suficiente.

Ash não apareceu, o que a fez pensar que ele havia desistido. Sentiu-se triste com a conclusão. Era muito mais seguro, é claro, mas seu coração idiota queria que ele voltasse; que lutasse por ela.

"Pare de pensar essas coisas! É mais seguro assim… pra vocês dois".

— Eu sei, Togepi. Eu sei.

— Ash, para!

Ele não olhou para Dawn, simplesmente a ignorou. Parar?! Como ela podia lhe pedir para parar? Ash não conseguiria parar. Nem mesmo se quisesse.

— Parar com o quê? Ele não tá fazendo nada. – Brock o defendeu.

— Tá se iludindo. – O tom de voz da morena aparentava tristeza. – Você sabe que ela vai se casar, siga em frente. Vamos ver a sua mãe, recomeçar a viajar por aí. Você vai ver como tudo vai acabar se ajeitando.

Ele riu alto ao ouvir o pedido dela.

— Eu não tô me iludindo, Dawn. Ela não quer esse casamento. Sabia que a Misty me abraçou hoje? Pois é. Eu não sei o que aquele desgraçado fez com a minha ruiva, mas ele vai pagar bem caro.

— Ela pode não querer esse casamento, mas todos os famosos se casam com quem não querem. Acho que as irmãs dela estão preparando ela pra isso.

Ash se ergueu por impulso, irritado.

— Não toque no assunto "irmãs dela" de novo. Eu ainda vou matar aquelas vadias.

— ASH! – Brock o repreendeu.

— Vai dizer que não são?!

— Não se pode falar desse jeito sobre mulheres, independente de quais.

— Elas são bruxas, não mulheres. – murmurou rancoroso.

— Ash, tente entender. A Misty é uma Irmã Sensacional. Ela precisa se casar com alguém que seja popular… alguém rico. É o que os famosos fazem, sabe? Casam com pessoas ricas e famosas para terem filhos que também serão famosos… e o ciclo se repete. – Dawn se sentou na cama, tentando colocar juízo na cabeça do amigo.

— A Misty não é assim!

— Claro que é.

Estavam no quarto que dividiam no Centro Pokémon. Havia dois beliches: um para os meninos e outro para Dawn. Ela e Brock estavam na cama de Ash, tentando esclarecer a situação.

— Dawn, a Misty pode ser famosa, mas…

— Não tem um "mas", Brock. Eu entendo de gente famosa, minhas revistas são as provas. – apontou para a pilha de revistas sobre moda sobre o colchão da cama de cima; colocara todas as coisas que trouxera em uma cama para poder dormir na outra. – E ela é famosa. Entendam, todos conhecem as Irmãs Sensacionais; elas são incríveis. O casamento, em breve, vai sair na mídia e então será aclamada pelo público. Entenda Ash… você não é o que o público quer. Não é rico, famoso ou lindo como o Rudy. Não que você seja feio, não disse isso. Você só não é…

— Perfeito. – Brock completou. – O Rudy parece ser perfeito.

— Exato!

— Não importa! Eu só quero ser feliz…

— Então não devia ter se apaixonado por uma celebridade.

Ash não soube o que responder. Ele apenas caiu no colchão novamente. Pikachu, que apenas observava, pulou para o colo do dono e se acomodou ali. Nenhum dos dois sentia sono, porém Ash pediu aos amigos que o deixassem dormir. No escuro, Pikachu e Ash passaram quase duas horas apenas ouvindo as respirações regulares de Brock e Dawn. Não conseguiam dormir, pois seus pensamentos estavam no ginásio de Cerulean. E lá ficaram.


Continua…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ooooie o//

E então, o que acharam? *0*
Eu amei escrever o início, quando a Misty meio que surta u-u

Eeeee, eu revelei um pouquinho do que aconteceu naquela noite

Que que vocês acham que aconteceu?
Vamos, comentem e me façam feliz o//



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.