Inesperadamente - Giane e Fabinho escrita por Anne Liack


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu tento fazer diferente, mas nao adianta. Sou bem romantica entao as minhas fics sempre saem assim. Apesar de saber que o casal e bem tempestuoso, e por isso pode nao ter ficado tao original, espero que gostem.



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Já fazia mais ou menos três meses que as coisas haviam se aquietado. Claro que nada voltou a ser como antes, mas aos poucos as coisas vão tomando seu lugar. Eu não poderia está mais feliz, trabalhando de fotografa, estava quase me tornando a fotografa oficial da Crash Mídia. Demorei, mas foi só um pouquinho a aceitar a proposta do Erico, num queria que pensassem que eu estava me aproveitando do fato do meu namorado ser um dos donos. Apesar de o Fabinho garantir que a ideia foi do Erico. Disse que me preferia como modelo. Sei! Mentiroso, ele morria de ciúmes quando eu posava.

Agora estávamos ali, naquele lugar magnífico. Gramado. Cara, eu sempre sonhei em conhecer aquele lugar, sempre via as fotos de como era linda aquela cidade. E os campos de flores? Meu Deus, aquilo era um paraíso. Fabinho tinha sido ‘intimado’ pelos sócios a ir representar a agencia no festival de cinema, também numa premiação onde a Crash séria ganhadora do prêmio principal. Segundo a Silvia o Fabinho merecia todo o credito e também uma semana de descanso já que era o que mais trabalhava nas criações. Nem preciso dizer que inflei de orgulho né? E que nem pensei duas vezes quando ele me convidou para ir com ele.

A premiação no dia anterior não podia ter sido mais emocionante, meu amor - ele surta quando o chamo assim. - discursando e emocionado me dedicando aquele prêmio, fui as lágrimas nunca me imaginei sendo a manteiga derretida que fui aquela noite. Depois lembro que nos amamos loucamente. Não sei o que esse garoto desperta em mim, mas é algo bem incontrolável, nunca pensei que amaria dessa forma, é um misto de paixão e um outro sentimento que é tão intenso que chego a sufocar quando eu medito nele. Eu realmente amo aquela praga.

Por falar nele, nesse exato momento está aqui me atazanado, não me deixa tirar minhas fotos em paz.

– Fabinho! Fica quieto cara! As fotos vão ficar desfocadas.

– Mas cê é muito metida mesmo né? – respondeu ele. – Fica aí, explorando a minha imagem, me obrigando a fazer poses ridículas e ainda vem cheia de direito.

Sorri petulante. Não tinha como evitar ele era meu modelo preferido, eu adorava fotografa-lo.

– Ah! Não Reclama! Você tem o luxo de está sendo fotografado por mim...

Não consegui terminar, porque ele me agarrou daquele jeito que eu adoro, me dando um beijo daqueles que eu vou no céu.

– Olha a paisagem – disse ele segurando meu rosto. – Olha que coisa linda. Você já tirou um milhão de fotos. Vamos aproveitar isso aqui? – De fato, era lindo. Estávamos no campo de Hortências, nunca estive mais maravilhada na minha vida. – E você já cansou a minha beleza com esse monte de flash.

– Palhaço! – Dei-lhe um tapa no braço.

Ele me beijou novamente, me derrubando na grama. Não preciso dizer que passamos a tarde ali, nos beijando e curtindo aquele momento só nosso. Não pude deixar de desejar que aquilo durasse para sempre. Depois passeamos de moto pela cidade. Visitamos uma pequena vila de estrutura medieval. Não pude deixar de fotografa-lo novamente enquanto ele comprava sorvetes numa carrocinha. Calça jeans, camisa branca, jaqueta de couro, óculos escuros e aquele sorriso. Não tinha nada mais fascinante pra mim. Caminhamos de mãos dadas, abraçados, enquanto nos beijávamos. Meu Deus aquela não era eu, nunca pensei em fazer realmente aquelas coisas, mais aquele imbecil despertava meu lado mais sensível, uma lado que até então só eu conhecia e fazia questão de esconde. Mas também não faltavam provocações, nunca. Tinha certeza que quando as provocações acabassem nossa essência morreria, e se dependesse de mim isso não aconteceria nunca.

De repente ele parou de supetão, com um olhar fixo em uma das casas da vila, na verdade parecia uma capela, mas com certeza não era algo religioso, visto a festa que acontecia dentro.

– O que tá rolando ali? – perguntou, mas não respondi, tive certeza que a pergunta foi retórica quando ele me puxou em direção ao lugar.

– Fabinho? Que cê tá fazendo? Não vamos entrar de penetra na festa dos outros.

– Shiu! Cala a boca e vem comigo.

Entramos e realmente era uma festa, muito estranha por sinal já que todos os casais estavam vestidos de branco. Danças típicas da região e bebida a vontade.

– Sejam bem vindos! – disse um senhor já de idade sorrindo alegremente para nós.

– Que casal lindo – disse a mulher que se aproximou dele. Provavelmente sua esposa. – Juntem-se a nós, a festa é para todos.

Fabinho me olhou divertido, em seguida me puxou para a roda que se fazia no centro onde as pessoas dançavam batendo as mãos. Gargalhando, entramos na coreografia. Dançamos o quanto podíamos, todos muitos felizes e sorrindo enquanto nos ajudavam a acertar o paço.

– E então desejam selar esse amor? – nos perguntou o velho que nos tinha recepcionado no início, entrando do nosso lado na roda sem parar a coreografia.

– O que? – perguntei, completamente confusa.

– Bem ali – ele apontou para o único local calmo daquele lugar. Santo Deus parecia um altar. – Numa cerimônia simples. – ele continuou.

Fabinho me olhou sorrindo.

– O senhor tá falando sério? – perguntei. – Isso aqui é um casamento?

– Querida – respondeu a esposa dele. – A maioria dos casais que estão aqui, acabaram de dizer o aceito.

Parei a dança estatelada, enquanto Fabinho gargalhava ao meu lado.

– Ela está bem? – perguntou a mulher.

– Está – respondeu Fabinho, irônico. – É que ela é meio avessa a casamentos.

– Pois se quiserem perpetua esse sentimento evidente que existe em vocês dois, a hora é agora.

Olhei pro meu namorado e vi o pedido evidente no olhar dele. Balancei a cabeça negativamente, mais tentando me concentrar no que estava acontecendo, que negando alguma coisa.

– Casa comigo. – Ai meu Deus ele pediu! Arregalei os olhos, o encarando como nunca antes, meu coração palpitava a mil por hora naquele momento.

– Que? – tive a impressão que minha voz quase não saíra. De repente a música parou e todos pararam de dança.

– Eu disse, maloqueiro que tanto amo, casa comigo – ele repetiu, e eu percebi, aquilo não era um pedido.

– M-Mas assim? Aqui? Agora? – perguntei totalmente perdida.

– Sim. Aqui. Agora. – confirmou ele.

Comecei a ouvir o coro: “Aceita, aceita, aceita”. Mas nem prestei atenção a única coisa que me prendia naquele momento era o olhar dele, e a intensidade do sentimento que eu via através dele. E não tinha o que aceitar, já estava aceito, eu sabia que seria dele para sempre. Mas casar, casar mesmo, aquilo era muito longe da minha realidade.

– Sim – respondi, sem nem ao menos me dar conta.

– Que? – ele me perguntou. Parecia tão surpreso quanto eu.

– Sim. Eu quero casar, aqui e agora. Com você – respondi com toda certeza que podia ter na vida.

– Cê tá falando sério? – ele pareceu ainda mais surpreso. – Você disse que não queria casar.

– Que foi, tá dando pra trás? – perguntei sorrindo da confusão dele. – Tava brincando com a minha cara é?

– Não é que...

– Eu não disse que não queria casar – expliquei-me. – Eu disse que não me sujeitaria a botar um vestido de noiva e a cumprir o clássico ritual que considero tão cafona. Mas aqui, só eu e você, sem cerimônia, ou discursos piegas, é tudo que eu mais quero.

Nunca o vi sorrir com tanta intensidade, ele me abraçou, me rodopiando no ar, me dando dezenas de beijo. Enquanto os outros, aqueles desconhecidos comemoravam com gritos e sorrisos nossa decisão.

E foi assim, calças jeans, no lugar de vestido e fraque. Câmera na mão no lugar do buquê. Desconhecidos como testemunhas. Um juiz maluco no lugar do padre. Nada convencional, mas inesperado e surpreendente assim como eu e Fabinho, não poderia ter sido mais perfeito. Dançamos, brincamos, nunca me diverti tanto quanto na minha festa de casamento coletiva, e selamos nossa lua de mel nos amando como nunca antes, porque existia uma total certeza que éramos um do outro para sempre, e agora oficialmente.

Infelizmente voltamos para São Paulo no dia seguinte, já fazia uma semana que estávamos fora, precisávamos voltar ao trabalho.

Chegamos na casa verde e fomos direto para a casa do tio Gilson, havia uma pequena recepção lá para comemorar o prêmio que a Crash tinha ganhado. Não planejamos contar nada sobre o casamento falaríamos depois com calma. Queríamos deixar que eles curtissem o sucesso do prêmio. Mas eu não contava com uma cunhada tão antenada.

Entramos e fomos recebidos com festa. Fabinho logo passou o troféu para Erico que não conteve a emoção, assim como tio Gilson e tia Salma. Abracei o meu pai, morta de saudades, enquanto via Fabinho rodopiar Malu no ar. Dona Margot e Irene ao redor para mima-lo e vi com emoção Plínio o parabenizar com um olhar de puro orgulho.

– E aê cunhadinha? – Malu se aproximou de mim. – Como foi a viagem?

– Mas perfeita não poderia ser. – num gesto totalmente involuntário, passei a mão pelos meus cabelos o jogando para trás. Mas foi o suficiente para Malu ver a aliança de prata no meu dedo anelar esquerdo.

– O que é isso? – ela quase berrou, segurando minha mão, assim atraindo a atenção de todos.

– É... nada – respondei desconcertada, puxando minha mão de volta.

– Não, não, não isso é alguma coisa – insistiu Malu, dessa vez virando-se para Fabinho. Os olhos dela pararam na mão esquerda dele. – Ei! O que está acontecendo? Vocês... Vocês – ela abriu um largo sorriso enquanto tentava terminar a frase.

Fabinho se aproximou de mim, me abraçando pelos ombros.

– É, o pivete aqui finalmente percebeu a sorte que tinha em me ter, e me pediu em casamento, eu claro com pena né? Aceitei o pedido – contou debochado.

– Ah é? – perguntei o fuzilando. – Até aparece! Você praticamente implorou pra que eu casasse com você, só faltou se ajoelhar.

Ele me beijou e sorrimos juntos, enquanto os outros nos olhavam pasmando.

– Pera, perai – meu pai parecia ter levado um choque. – Vocês... Vocês se casaram?

– Hmhum – respondemos em coro.

De repente gritaria e abraços nos cercaram. Irene e Margot choravam abraçadas.

– Quando vocês estavam pensando em nos contar? – interrogou Malu.

– Quando passasse a comemoração pelo prêmio. –respondeu Fabinho. Levando um tapa da irmã no braço.

– Como assim vocês se casam e não avisam? – perguntou tia Salma.

– Mas nem a gente sabia que ia casar, tia – justifiquei. – Foi... foi de repente.

– Mas nem uma festa? Nem uma comemoraçãozinha? – disse Irene ainda com os olhos banhados.

– Não queremos festa.

– É e também, já tivemos a nossa festa – disse Fabinho. – E foi pra lá de...

– Original? – perguntei sorrindo, me lembrando do trenzinho de noivos saltitantes que fizemos na capela.

– Pode se dizer que sim – ele concordou.

– Mas vocês dois, hein? Sempre surpreendente – comentou Bento.

– Eu sonhava em ser madrinha desse casamento. – lamentou Malu, fingindo-se de brava.

– Ah Maluzita! Eu deixo você ser madrinha de um dos nossos dez filhos – Fabinho, consolou a irmã e eu quase gritei.

– DEZ?

– Claro. – respondeu ele com simplicidade.

– Hm, por mim tudo bem – respondi, provocando-o. – Se você não se importar de está casado com uma mulher gorda, flácida e cheia de pelancas. Porque é exatamente assim que eu ficarei após dez filhos.

Ele pareceu pensar.

– Dois é um número ótimo – respondeu por fim, tirando gargalhada de todos.

E era exatamente assim que eu via nossas vidas, com eternas gargalhadas, cercados de pessoas que amamos. Os nossos filhos, o nosso futuro. Não seria um mar de rosas, teríamos brigas, discussões até o fim de nossas vidas. Mas sempre teríamos nosso amor pra nos unir novamente. E sinceramente tudo que eu mais queria era ficar uma velhinha rabugenta amando aquele eterno fraldinha.


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Notas finais do capítulo

Primeira vez que escrevo uma estoria na primeira pessoa do singular. Ou seja, da perspectiva do proprio personagem, espero que tenha ficado legal. Escrevi rapidao, em menos de uma hora, entao nao levem em consideracao se encontrarem alguns erros ou falta de coesao. Agradeco desde ja, e peço que deixem suas opinioes.

Beijos e ate!