Pov. Ally

O fato de estarmos em uma casa junto com outros adolescentes, - cujo a maioria eram de desconhecidos - já não me incomodava tanto mais. Digo, o café da manhã que tomamos todos juntos foi repleto de brincadeiras e palhaçadas, o que fez tudo ficar bastante divertido.

Mas essa nem era a melhor parte.

Depois do café, - que aliás, foi tomado quase depois da hora do almoço - eles decidiram sair para fazerem uma caminhada. Alguns queriam explorar o lugar, outros foram apenas obrigados. Enfim, a ideia parecia boa, tinha uma cachoeira a pouco tempo dali.

– Você vai querer ir ? - Perguntei á Austin, quando estávamos de volta ao nosso quarto. Ele parecia ter acordado um pouco emburrado, e eu estava me divertindo com aquilo.

– E você vai ? - Ele perguntou de volta.

– Por que não ?

– Quem diria - começou - nunca pensei que veria você quase animada para sair com pessoas.

Ele riu, sarcástico.

– Você acordou meio mal hoje não é ? - Perguntei, e Austin me olhou com o olhar assassino. Afinal, eu sabia o porquê daquilo. - Tem algo te incomodando ? - Falei, para provocá-lo mais ainda e não deixando de rir, é claro.

– Para com isso. - Ele falou, se jogando na cama. - Você é muito má.

Gargalhei com a expressão que estava em seu rosto.

– Quando foi exatamente que você ficou tão chateado assim, Moon ?

– Ah, deixa eu ver ... - Ele começou, fingindo estar pensando em algo muito importante. - Mais ou menos no meio da noite, quando você decidiu que iríamos apenas dormir.

– Você é muito dramático.

– E você é cruel.

– Tudo bem, mas você precisa admitir que é engraçado. - Falei para ele, me sentando no canto da cama que não estava sendo ocupado por ele. - Não acredito que ficou tão emburrado por causa disso.

O loiro sorriu, sacana. E eu sabia que boa coisa não podia sair dali. Mas eu estava em uma semana quase calma, e não estava realmente me importando muitas coisas. E quer saber ? Eu estava gostando disso. Desses momentos calmos e simples.

– Você pode me recompensar agora. - Ele falou. Ergui as sobrancelhas por um instante antes de me debruçar sobre ele. O que fez nossos rostos ficarem extremamente perto.

– Pervertido. - Fingi reclamar após sentir suas mãos na minha cintura, me apertando contra ele.

Ele sorriu, achando realmente graça do que eu havia acabado de falar antes de tocar seus lábios nos meus. Leve e calmo. E isso me agradava de uma forma inexplicável agora. Gostava disso porque eu sentia que era certo. Aquela sensação de medo que me fazia querer fugir para longe não existia mais.

– Olha, isso faz quase valer a pena a música que eu compus pra você. - Austin falou, quando o beijo já havia acabado.

– Música ? - Perguntei. Nunca fui do tipo de garota que realmente se importava com coisas românticas, ou que ficava sonhando acordada ou se sentindo boba por causa de algo. Por isso mesmo, me surpreendi com as coisas que estava sentindo se mexerem na minha barriga nesse momento.

Tentei imaginar como estaria minha expressão agora. Demonstrando minha surpresa, talvez ? Austin já havia cantado outra música pra mim, ele não falou nada sobre ser especialmente sobre mim, mas eu sabia que era.

– Você corou. - Ele disse. - Você quase nunca cora.

Ele parecia satisfeito com isso, enquanto exibia seu típico sorriso que atualmente, eu nem sabia mais dizer que efeito tinha sobre mim.

– Eu ... - Eu ia falar que não estava corando, mas seria inútil porque eu tinha quase certeza de que estava sim. Mas meu celular resolveu atrapalhar tocando uma música de uma banda e interrompendo o agora. - Meu pai.

Olhei o visor do celular ainda com uma certa distância, logo que me levantei da cama. Eu não deveria ter deixado o telefone ligado.

– Quer que eu atenda ? - Austin perguntou.

Eu não estava a fim de atender e ter que ouvir aquela mesma voz e os sermões que ele iria me passar. Não estava com a miníma vontade de me lembrar da cidade. O importante era o que eu estava vivendo aqui.

– Deixa tocar. - Murmurei, sem vontade.

– Seu pai não vai parar de ligar. - Ele falou, como se me advertisse.

– E se eu atender, ele vai fazer mil perguntas e me dar uma bronca antes que eu possa responder qualquer uma delas.

– Eu atendo. - O loiro disse, e sem me dar chances de interferir, se levantou e pegou o celular de cima da cabeceira. - Alô ?

– Austin - resmunguei tentando tirar o celular dele.

Sentei na sua frente na cama, quando simplesmente desisti de impedi-lo.

– Não, ela não pode atender agora. - Ele falava ao telefone, enquanto eu o observava, curiosa. - Eu sou ... Um amigo. - Deu uma pausa, e depois uma risada falsa. - Acontece que, depois de tudo o que já fizemos , infelizmente, eu ainda preciso usar a palavra amigo. - Ele não estava olhando diretamente pra mim, mas parecia se divertir com aquilo. - É, é claro ... Não, tudo bem. Até mais.

Ele me entregou novamente o celular assim que tinha desligado a ligação.

– O que ele disse ? - Perguntei, curiosa.

– Perguntou aonde você estava, quem eu era, e por que tinha atendido. - Ele deu um sorriso torto. - Parece que seu pai não vai gostar de mim tão fácil assim. E acho que ele não gosta muito de sarcasmo.

– Não, não mesmo. - Sorri para ele. - Você é um idiota.

– Tá,tá. Você sempre fala isso. Aonde estávamos mesmo ? Ah,certo, a música.

– A música. - Repeti.

– Você quer ouvir ? Acho que está mesmo na minha vez de cantar, não é ? - Fiz que sim com a cabeça e ele se levantou da cama, indo até suas coisas e abrindo o case do violão. O pegou com cuidado e voltou a se sentar na minha frente. - Só ... tente não rir.

– Por que eu faria isso ?

Ele sorriu, começando a me fitar como fez da última vez que cantou pra mim. Não respondeu minha pergunta e simplesmente começou a tocar.

Sometimes loves a scary place

Its like standing in the dark

Flying through the universe

Trying to fix your broken heart

Its okay to let it go

You dont have to be so brave

Take a chance if someone else

Is gonna sweep in and save the day

You dont have to face your fears alone

Cause whenever youre in trouble

Ill know

Let me be your superhero

There isnt a place I wont go

Whenever you need me by your side

Ill be there, be there

Never be afraid if you fall

Ill carry you away from it all

Let me be your superhero

Let me be your superhero

Take off your mask, put down your guard

Dont need a symbol on your chest

Its all right for once to play

The damsel in distress

Youre gonna use up all your strength

Trying to be so strong

Dont have to shoulder all the weight

Together we can take it on

You dont have to face your fears alone (youre not alone, baby)

Cause whenever youre in trouble

Ill know, oh

Let me be your superhero

There isnt a place I wont go

Whenever you need me by your side

Ill be there, be there

Never be afraid if you fall

Ill carry you away from it all

Let me be your superhero

Let me be your superhero

Woah woah oooh

Woah woah oooh

Let me be your super hero

Woah woah oooh, yeah yeah

Woah woah oooh

Sometimes loves a scary place

Its like standing in the dark

Flying through the universe

Trying to fix your broken heart

Yeah

Let me be your superhero

There isnt a place I wont go (I won't go)

Whenever you need me by your side

Ill be there, be there

Never be afraid if you fall

Ill carry you away from it all (Ill pick you up, baby)

Let me be your superhero

Let me be your superhero

Yeah, I can be your superhero

You know I will, baby

Woah woah woah oh oh

Let me be your superhero

Quando ele terminou, eu meio que saí de um transe. Eu simplesmente tinha ficado hipnotizada com sua voz, com o jeito como cantou e é claro, a letra.

– Vai rir agora ? - Ele perguntou, e eu franzi a testa antes de me lembrar do que ele tinha falado antes de começar.

– Rir ? Essa música é linda. - Falei, porque era mesmo verdade. Sabe aquela sensação na minha barriga ? Estava mil vezes pior agora.

– Você gostou ? - Austin perguntou, com cautela.

– Se eu gostei ? Austin, eu amei. É perfeita.

Ele deixou o violão de lado, e se aproximou de mim com o mesmo sorriso de sempre. E se for mesmo possível, mais convencido do que nunca.

– Então, eu já posso seu seu super-herói ? - Ele perguntou, rindo da sua própria pergunta. Coloquei meus braços em volta do seu pescoço, brincando com alguns fios de seu cabelo.

– Sim, você pode. - Respondi. Nós dois sorrimos antes de nos beijarmos de novo.