A Seleção-Interativa escrita por Alice Zahyr


Capítulo 21
Capítulo Bônus - Maxon


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente! >< Percebi que alguns leitores estão revoltados com a America e Jason, por isso vou adiantar esse capítulo pra vocês, Team Maxon ♥ Desculpa se alguns de vocês estão se chateando,estou tentando fazer o meu melhor e mudar um pouco essa fic do que a Kiera escreve, porque alguns leitores acham enjoativo! Deêm uma chance ao mundo dos sulistas, galera, prometo que vocês NÃO vão se arrepender! Beijos da Alice ;*

PS: Esse capítulo vai ser narrado pelo Maxon ♥



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"Não", eu disse a mim mesmo, "America não foi embora, ela está apenas no quarto brava comigo." Me obrigava a acreditar que não tinha deixado America ser levada por eles.

Pelos sulistas.

"TOC,TOC,TOC".

Eu não acreditei que alguém queria falar comigo. Será que as pessoas não entendiam que eu também tinha limites? Tudo o que eu queria naquele momento era me afundar na minha cama e tentar dormir e depois acordar, sabendo que tudo foi só um pesadelo. Mas não. Algum ser vivo definitivamente egoísta insistia em falar comigo. Acontece que eu não queria falar com ninguém, não importa que assunto fosse. Dane-se a Seleção, dane-se as invasões, dane-se Illéa. Eu jamais pensei que, como príncipe e como ser humano, eu pudesse chegar á este ponto, mas eu apenas me entreguei á dor. Estar longe de America doía mais do que qualquer chicotada que meu pai pudesse me dar.

A porta se abriu. Que ousadia, pensei, quem é o prestes a ir pra forca?

– Maxon? - a voz chamou. Não podia ser ela.

– Saia. - eu ordenei, não me importando em magoá-la. - Quero ficar só.

– Maxon, preciso muito falar com você! Não é sobre nada, é sobre... você.

Olha só, alguém se importando com a minha dor? Que engraçado, pensei, na verdade eu não poderia esperar menos de Kriss. Ela foi a única que se mostrou realmente bondosa comigo. Desde o início.

Talvez eu devesse falar com ela. E foi o que eu fiz. Burramente, como pude ver depois.

Me sentei na cama e passei a mão nos cabelos. Segurei o copo de whisky ao lado da minha cabeceira e tomei alguns goles.

Kriss entrou.

– Você bebe isso?– ela perguntou incrédula.

– Isso é da sua conta? - me virei e perguntei, sem a menor vontade de contar pra ela a minha lista de bebidas que ninguém sabia que eu bebia. Não, não sou um alcoólatra, mas bebo whisky de vez em quando para anestesiar minha mente. Só que achei que Kriss não precisava saber disso.

– Hum... - ela suspirou, provavelmente chocada pela minha grosseria.

Só que...Quem se importa? America poderia estar morta àquela altura. Dane-se a educação. O que ela queria, afinal?

– O que você quer? - perguntei, me virando pra ela. Kriss imediatamente desviou o olhar para o outro lado do quarto, e me perguntei porquê. Mas logo entendi: eu estava sem blusa. - Você quem quis entrar. - dei de ombros e me virei para a janela, observando a floresta e me perguntando por America.

Por que diabos eu a deixei? O que passou pela minha cabeça?

– Tudo bem, Maxon. Sei que não sou a sua preferida, e nem posso substitui-la... - Kriss começou a falar.

Que grande droga!

– Se não pode, por que está aqui? - perguntei, com as sobrancelhas levantadas. Kriss estava me irritando. Dissesse logo o que queria!

– Pare com isso! - ela gritou, batendo as mãos nas pernas. Eu arregalei os olhos, surpreso. Era Kriss, mesmo? - Sei que não sou a sua America! Mas isso não significa que você precise agir como um cretino! Você não é assim!

Eu repeti suas palavras na minha cabeça e suspirei, cansado. Ela tinha razão, eu estava sendo um cretino, mas eu não tinha forças para sustentar a minha postura perfeita de sempre. Eu só queria... Nem eu sabia o que eu queria. Estava completamente perdido.

– Me dê uma chance para te fazer ficar melhor. Por favor. - Kriss pediu.

E então eu não soube o que dizer.

– Não posso ficar melhor, Kriss. Não consigo. - eu afirmei, segurando para não chorar. As lágrimas já se aqueciam nos meus olhos.

– Eu não entendo o que está sentindo agora, mas... Já sofri como você. Deixa eu te ajudar!

– Vai me trazer America de volta? - perguntei, sonhando que sua resposta fosse sim.

– Não. - ela respondeu, e algumas lágrimas desceram de seu rosto. Eu me virei para a janela novamente, pensando em como Kriss poderia me ajudar. Mas tudo que consegui foi sentir ódio de mim mesmo e dela também. Não queria ser ajudado, mas pelo contrário. Queria que as pessoas parassem de me dizer as coisas. Queria pegar meu cavalo e uma arma e sair atrás de America, disposto a matar qualquer ser que me atrapalhasse ou que tivesse o rastro do cheiro dela.

Engraçado. Todo o tempo em que America esteve ao meu lado eu queria fazer com que ela se sentisse segura, mas sempre foi o contrário - ela era quem me mantinha seguro, num mundo em que inventava só para nós dois.

E agora, eu estava completamente inseguro sem ela.

Acho que só quando America foi embora eu realmente caí na real. Já fazia um dia sem ela, e todo o castelo parecia sem vida. Eu fui um tolo o tempo inteiro, America sempre quis ficar comigo, mas eu nunca foi homem o bastante para acabar logo com aquela seleção e me casar com ela. Deixei Kriss se aproximar de mim, me aproveitei de Celeste, e a cada vez mais fui me afastando de America. Eu me pergunto como fui capaz de ser tão covarde, tão idiota, de pensar que estava fazendo o certo ao deixá-la na metade do caminho e continuar com a Seleção como se pudesse amar outra garota. America sempre foi a primeira. Eu a amei, desde o início. Mas tive medo de que ela não pudesse me amar da mesma maneira e me afastei dela, dando a entender que estava aberto ás outras.

Mas eu nunca estive.

Quando a levei para a Torre Principal, pensei que poderíamos voltar a sermos como antes, como na primeira noite em que a vi. E devo admitir - ela fez meus planos darem certos. Mas eu sei porque deu certo: porque pela primeira vez na vida, me mostrei vulnerável á uma mulher. Era tudo o que America queria saber, quem eu realmente era, quem havia por trás da minha expressão sempre perfeita e madura. Quando mostrei a ela que era apenas um garoto tentando achar o amor de sua vida, acho que ela se apaixonou por mim do jeito que eu precisava para saber que poderia passar ao lado dela pro resto da vida.

Até que ela foi embora. Ah, por Deus, ainda posso me lembrar do olhar dela. As vezes me pergunto como tudo aconteceu, tento repassar cada cena em minha cabeça, mas tudo o que concluo é: ela sabia o que estava fazendo.

E eu não podia acreditar nisso. Porque se America tinha realmente se entregado, não foi só por mim. Ela era rebelde demais e orgulhosa demais para dar o braço a torcer. Mas também era esperta demais para se entregar aos sulistas sem motivo - algum motivo especial.

Fui interrompido pela voz de Kriss.

– Se não posso mesmo ajudar... - ela disse, se aproximando de mim. Por um momento pensei que ela fosse se aproveitar de minha tristeza e jogar o jogo da Seleção, tentando ganhar meu coração longe de America. Mas eu estava completamente errado. - Gostaria de dizer uma coisa.

Virei-me para Kriss ansioso, com uma faísca de esperança no olhar.

– O quê é?

Kriss olhou para o chão e pude ver que suas mãos suavam.

– Ah, Deus, sou louca por fazer isso... - ela sussurrou para si mesma. Então olhou para mim, com uma coragem desconhecida até então. - Maxon, America me disse há algum tempo que era curiosa para saber o real motivo dos sulistas invadirem o castelo.

Eu assenti, porque já sabia daquilo. Mas ergui a cabeça, pedindo algo mais.

– Mas ela também disse... - Kriss começara a suar frio e a piscar com rapidez. O que ela estava querendo dizer? - America também disse que um dia descobriria o que os sulistas queriam.

Droga.

– Obrigada, Kriss. - eu disse, abraçando-a. Rapidamente peguei minha blusa e a vesti. - Preciso sair, não sei quando voltarei.

Kriss me olhou com olhos lacrimejantes, mas firmes. Se ela esteve disposta a me ajudar, sabia que eu faria de tudo por America. Olhei mais uma vez para ela, certo de que talvez pudesse ser a última vez. E a beijei no rosto.

Porque ela merecia. E, de qualquer forma, Kriss me ajudara, provara o seu valor. Se fosse nossa última conversa, queria que ela soubesse que me importava de verdade com ela. Não, não a amava como America, mas gostaria que ela soubesse que eu era eternamente grato pelo que ela confirmou.

Saí pela porta e a fechei, Kriss já estava perto da escada. Tudo foi súbito, em poucos segundos quase a perdi de vista.

– Kriss! - a chamei. Ela se virou, com uma expressão fria e distante. - Me desculpe por ser um idiota com você.

Então ela se virou. Eu mereci.

Desci as escadas ansioso, sentia meu sangue fervendo de adrenalina como nunca antes. Rapidamente encontrei o soldado Ledger, que parecia acompanhar meu ritmo mesmo que não soubesse de nada. Com apenas um olhar, ele entendeu o recado. Gritou ao guarda da outra ponta que estava de saída e que o substituísse.

– Soldado, - eu disse, correndo pelas escadas - apronte nossos melhores cavalos!

Ledger sorriu, com os olhos faiscando.

– Sim, senhor! Mas... Qual a missão?

Sorri para ele, que mantinha a mesma expressão. Ledger era um cara esperto, aposto que ele já pensava naquela missão há mais tempo que eu.

– Vamos buscar America. - eu disse, e ele seguiu o caminho para a área de cavalos e armas do castelo.

– Me encontre na Torre. - ele avisou.

Pedi ao soldado do portão que avisasse minha mãe sobre o que eu faria.

Não deixaria que ela escapasse da minha mão.

Não voltaria sem America.


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Notas finais do capítulo

Hey, guys, fiz uma edição nesse capítulo! Comentando>>>>>>>>