Adrienne fechou a porta e ainda ficou encostada nela. Olhava pra janela, observando a claridade, com um sorriso largo no rosto. “Nossa! Que noite incrível!” Pensou, lembrando dos detalhes. Sorria por tudo o que aconteceu, e relembrava o momento da dança com Stefan. Foi andando devagar até a cama, colocou as coisas na cabeceira e resolveu tomar um banho, pra tirar, do corpo, a terra que ficou da estrada.

Stefan fechou a porta, lentamente, com medo de ser um sonho. Segurou a maçaneta com força, pra ter certeza que estava acordado mesmo. Virou-se, olhando pro chão do quarto, observando o desenho da luz do sol que entrava pela janela. Fez um flashback mental, recordando os detalhes. Do momento em que viu Adrienne descendo a escada, até o momento que ela lhe mandou um beijo, fechando a porta do quarto.

Ainda não acreditava que tinha tomado uma atitude e a tirado pra dançar. Estava, ao mesmo tempo, eufórico e extasiado. Já queria tê-la nos braços há tempos, mas o medo de estragar o que tinha era tão imenso que se segurava. “Acho que tenho que agradecer ao Eduardo” pensou sorrindo, acreditava que se não fosse o ciúme que teve do jogador, jamais teria feito aquilo, de tirá-la pra dançar.

Pegou o diário e escreveu tudo, do início ao fim, com detalhes, inclusive da conversa com o irmão, de como se sentiu quando os dois chegaram, a preocupação pela presença do Klaus, a alegria de ter Adrienne nos braços, a cumplicidade e intimidade na cachoeira. Parou neste momento.

“Acho que fiquei, de certa forma, aliviado com a chegada daquelas pessoas na cachoeira. Não quero que ela pense que é só isso pra mim. Gosto da companhia dela, gosto de estar com ela, seu sorriso me faz um bem enorme. Não posso negar que acho ela linda e a desejo muito, mas, preciso me controlar e não demonstrar tanto isso, não sou nenhum animal, posso esperar”

Terminou de escrever e decidiu tomar um banho morno pra relaxar. Não estava com sono, e se pudesse, prolongaria ainda mais aquela noite, mas, era o último dia antes da faculdade, tinha algumas coisas pra arrumar antes de ir, e queria estar descansado.

* * *

Após algumas horas, já estavam todos de volta, acordados, e os novos estudantes da Universidade de Whitmore se preparavam para sua última noite naquela casa. Adrienne já tinha adiantado várias coisas durante a semana, e só estava finalizando.

Alex, que andava passando muito do seu tempo na cidade, decidiu que ficaria por lá também, pra ficar mais perto dos amigos. Disfarçando sua vontade de ficar mais próxima, mesmo, era do namorado.

Jô, resolveu aproveitar que todos se mudariam, pra visitar a família, que não encontrava fazia um tempo. E Danny, já tinha toda sua estrutura no apartamento que tinha, no hotel que dizia ser do seu pai. Onde Stefan também ficaria, pra ficar mais próximo ao Campus.

Todos estavam fazendo suas malas, e se aprontando quando Katherine lembrou-se de um detalhe, que pra ela, agora, era importantíssimo.

— Em outros tempos, eu ganharia o mundo, mas, e agora, eu faço o quê, com todos vocês indo embora?

Adrienne ficou sem ação, estava tão acostumada com a amiga indo e vindo com tanta frequência que esqueceu que no momento atual, ela precisava de proteção e segurança. Foi Jô quem lembrou do combinado anterior.

— Meu bem, eu sugiro que volte pra mansão de Stefan, como antes. Lá temos o caçador, e o feitiço de proteção ainda é válido.

— Será que o Damon vai aceitar isso, de novo, Stefan? - Adrienne perguntou, preocupada.

— Eu falo com ele. - Stefan decidiu.

Combinaram de deixar Katherine amparada financeiramente, já que seria necessário se alimentar e não poderia abusar da hospedagem de Damon. Stefan falou com o irmão, por telefone, que apesar da resistência, acabou cedendo.

— Isso é só porque sei que o velhote suicida vai voltar e quero vê-lo longe daqui, de preferência morto. E só ela é a cura. - Damon respondeu, contrariado.

Com tudo acertado, decidiram relaxar. Embora a Universidade não ficasse tão longe assim, a mudança pra cidade mudaria algumas coisas nas rotinas. Como pela manhã, o cheirinho de café fresco e o maravilhoso bolo da Jô. E, quando ela decidia que precisavam almoçar juntos, pra conversar. Mas, sabiam, ao menos os moradores, que aquela vida de rotina era passageira. Stefan não acompanhou antes, mas, os quatro daquela casa, e até mesmo Katherine, aproveitavam o tempo juntos, pois não era sempre que o tinham.

Adrienne terminava de arrumar as coisas no quarto, quando Katherine entrou, questionando como tinha terminado a noite. Logo em seguida, Alex chegou, pra conversar também. Adrienne fechou a porta, com um sorriso gigantesco estampado no rosto, doida pra contar as novidades.

— Alex, você sumiu! Perdeu a maior parte! - Katherine respondeu.

— Perdi o que, gente?! Me conta!

As duas amigas riram, sem saber como começar, mas foi Katherine que se adiantou contando os detalhes da dança entre Stefan e Adrienne, como expectadora, percebeu coisas que mais ninguém tinha visto.

— Então, aquela mocoronga saiu correndo, possuída de ciúme. Essa parte me fez muito feliz, confesso.

— Como assim, docinho, ela viu a gente? Achei que tivessem ido embora antes.

— Não, ela viu e saiu furiosa, carregando o Damon, que também percebeu. Foi ótimo. Nunca imaginei que um beijo fosse me deixar tão contente, não sendo eu a protagonista.

— Ai, Katherine, você é cruel. - Alex pronunciou.

— Eu não. Quero que minha amiga seja feliz, sempre. Mas, se isso puder fazer com que aquela coisinha sem sal seja infeliz, é melhor, oras.

E por que você não me contou isso ontem? - Adrienne ficou curiosa.

— Porque Caroline estava junto o tempo inteiro, ué.

Elas riram, mas, Adrienne se preocupou com a observação.

— Mas, espera, isso não é exatamente bom. Se ela sentiu ciúmes, significa que ainda ama o Stefan, e se o Damon percebeu, piora as coisas, acha não?! Ainda pior é o fato que estarei no mesmo dormitório que ela, a partir de amanhã. Isso não me conforta, não.

As três ficaram um tanto pensativas, mas, continuaram conversando sobre a noite e os detalhes que ocorreram, Adrienne contou o restante pra Alex, sobre a ida a lanchonete e a cachoeira. E omitiu, propositalmente, o desvio de Caroline. Não era problema dela, e elas não precisavam saber disso.

A noite já caía, e a brisa fresca e perfumada de verão, entrava pela janela. Decidiram que se juntariam pra “noite de cinema”. Escolheram um filme que todos gostassem, e aproveitaram o último domingo em família, antes das próximas férias, com direito a pipoca e tudo mais.