Tales of Lost Love escrita por Drix


Capítulo 113
Epiphany




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A água escorria, morninha, pela nuca de Caroline, enquanto ela tentava esvaziar a mente. As lembranças vinham sem pedir licença. O dia que conheceu Damon, quando se tornou vampira, os problemas que passou na mão dos lobos, o relacionamento complicado com Tyler por conta de Klaus. O vampiro Original que insistia em cortejá-la, Stefan sem humanidade, Elena sem humanidade, a morte de Bonnie, a volta dela. Foram os anos mais conturbados da sua vida, e ela mal tinha se tornado adulta.

Lembrou de quando a Xerife pediu pra que fosse colocado verbena no café do Grill, e chegou a uma solução pra que Matt não fosse mais compelido por aquela bruxa horrenda que se passava pela amiga, pensou. “Menos um problema”.

Após um longo e quase interminável banho, decidiu sair do chuveiro. Ia dar uma passada no Club, já que estavam todos fora, e ela não suportava a ideia de ter que olhar pra cara de Elena sabendo que não era a amiga ali e ela não podia fazer nada pra ajudar.

Saiu do banheiro pronta pra dar uma desculpa idiota, quando percebeu que estava sozinha, de novo. Respirou um pouco aliviada. Havia um bilhete preso na porta.

“Fui tomar um café, não demoro”

— Um café, sei. - resmungou em voz alta. Queria alguma solução para colocar a bruxa em transe até conseguir descobrir um jeito de tirá-la do corpo da amiga.

A medida que foi escolhendo uma roupa pra vestir, lembrou que o novo namorado da Alex era historiador, e embora ela não quisesse envolvê-lo nas tramas do grupo, algum material útil ele haveria de ter onde ela pudesse pesquisar sobre civilizações antigas.

Mandou uma mensagem pra falsa Elena dizendo que trabalharia aquela noite, e seguiu pra cidade, contente e esperançosa. No caminho, verificou o celular a procura de novas notícias. Já não estava mais tão preocupada, já que Daniel e Damon tinham ido ajudar Adrienne e Stefan na busca, e também tinham Bonnie como um poderoso reforço.

— Oi mãe, tudo bem? - aguardou a resposta e continuou, gentilmente – Tudo certo, sim. As aulas são legais. Mas, olha, queria te pedir uma coisa, pede pro Matt voltar a colocar verbena no café do grill. Sim, não, não tem novos vampiros na cidade. Mas, a gente nunca sabe o que pode acontecer, né?! Tive uma sensação estranha hoje, não é melhor prevenir?

A xerife do outro lado concordou, já estava tão acostumada a ideia de conviver com vampiros tranquilos que perdeu a noção que eles não são uma maioria e que proteção nunca é demais.

Quando estava quase chegando na cidade, Caroline lembrou que não tinha avisado a Alex que iria, e não ia conseguir nada se Chuck não estivesse com ela. Resolveu ligar antes pra perguntar. Alex ainda não tinha saído de casa, e mesmo um pouco contrariada, decidiu ajudar. Afinal, era apenas uma pesquisa que podia ser facilmente disfarçada como um trabalho de faculdade.

Ambas se encontraram no Club mesmo. Alex levou os livros que o namorado tinha a mão sobre as primeiras civilizações e os mitos contados sobre elas. Caroline achou perfeito. Ele não costumava acompanhá-la em noites normais, como alguns do grupo, só aparecia em eventos específicos, então, puderam conversar tranquilas sobre as coisas que estavam acontecendo.

Alex se preocupou um pouco com os amigos atrás dos originais. Mas sossegou sabendo que estavam tomando cuidado e dando notícias. Teve a ideia de perguntar a Jô se ela saberia algo sobre as lendas de Nola, pois a cidade foi fundada por franceses.

— Talvez, ela tenha alguma informação que possa ajudar nessa busca.

— Como não lembramos disso? - Caroline falou surpresa. Estavam tão apavorados com o sumiço dos Originais que apenas esqueceram que conheciam alguém que teria mais informações que todos eles juntos.

De repente se deu conta que Jô poderia ser a chave pra resposta que procurava sobre a bruxa que dominou o corpo de Elena, e contou sobre isso pra Alex também, que ficou um pouco estarrecida com a história.

— A última notícia que tive foi que era uma força estranha canalizando Elena, e não que tinha possuído seu corpo. - falou assustada. Por escolha própria preferiu ficar longe das confusões do grupo, e naquele momento percebeu que foi uma boa opção, na realidade.

Sempre tentou levar uma vida normal, e desde que Adrienne se aproximou de Stefan, nenhum dia tinha sido vagamente normal entre eles. Nem por culpa deles, mas, por toda a aura estranha que envolvia as cópias, e mal ou bem, as duas estavam ligadas a eles. E ela não conseguia nem pensar em como contar isso pra um namorado humano.

Após todo o relato confuso de Caroline, Alex tentou enviar algumas mensagens pra Jô, porém, com o fuso horário, sabia que ela estaria dormindo, pela hora na Europa.

— Bom, vamos ter que aguardar até amanhã, essa hora aqui, lá já é madrugada. - informou, sem entusiasmo.

— Tudo bem, eu vou ficar aqui um pouco ainda, dando uma olhada nesses livros. Não tem como voltar pro dormitório e fingir ser amiga daquela coisa, e muito menos levar esses livros sem que ela desconfie de algo.

— Mas e esse rapaz, que você contou, não seria perigoso pra ele, se ela desconfiar de algo? - Alex pensou no namorado humano e imediatamente lembrou que Matt também era. - Digamos que ele volte a tomar verbena, e ela tente algo com ele, se por acaso não conseguir, vocês não sabem do que ela é capaz, certo?!

Por um momento, Caroline ficou bastante assustada. Não tinha cogitado a ideia de perigo. Achou que estava protegendo o amigo, mas, na verdade, Alex estava certa, ela o estaria colocando mais em perigo ainda caso a bruxa não conseguisse suas informações.

— É, acho que vou ter que contar pra ele o que está acontecendo. - falou, conformada.

Agradeceu os livros, o apoio, e decidiu ir até Mystic Falls, contar pra Matt que a amiga de infância deles não era quem estava usando aquele corpo e que ele poderia estar em perigo. Ligou pra ele pra conferir se ainda estava no Grill, e foi pensando no caminho como dar essa notícia se nem ela mesma conseguia se convencer da ideia.

— Preciso me preocupar com você e Elena me visitando no mesmo dia? - ele abriu um sorriso assim que a viu, mas, ficou intrigado com as visitas.

— Infelizmente, sim. - Caroline aproveitou a deixa e o abraçou.

— Como assim, por quê? - Ele a olhou assustado. Pediu um intervalo e sentou-se pra ouvir.

Caroline explicou tudo que andou acontecendo nos últimos dias, era a segunda vez que explicava aquela história em menos de algumas horas, e já tinha até decorado os espaços pra dar tempo do ouvinte absorver. Matt ouvia atento e confuso. Lembrava do almoço com Elena, e apenas.

— Não lembro de nenhuma atitude suspeita. Ela estava interessada em saber da viagem. - respondeu.

— É. - continuou Caroline – mas eu desconfio que ela queria tirar alguma informação de você. Eu até pedi pra minha mãe te orientar a voltar a usar verbena no café, mas, achei que se você soubesse o motivo, poderia se proteger melhor.

— Bom, é melhor mesmo. Se ela tentar algo, ao menos eu posso fingir e avisar vocês. E esses livros, pra que são? - perguntou curioso.

— Peguei com o namorado da Alex, quero entender um pouco da época do Silas, descobrir alguns mitos, e procurar alguma coisa que possa deter essa bruxa!

Matt se interessou e abriu um deles, passando as folhas rapidamente. Parou numa página que continha figuras de objetos antigos, artefatos místicos, e explicações sobre eles. Avistou uma figura que reconheceu imediatamente e decidiu ler a explicação.

— Caroline, olha isso. - apontou pra figura – Aqui diz que os antigos acreditavam que este objeto era um poderoso amuleto contra espíritos ruins, aprisionando-os dentro do olho.

A loira olhou para a figura, era uma espécie de moeda gigante, com alguns símbolos confusos, um desenho central de um olho, e em volta outros símbolos como uma mão esquisita e uma pirâmide. Ficou tentando entender onde ele queria chegar. Matt, então, tirou do bolso um objeto que parecia de metal, pouco maior que uma moeda e a mostrou.

Ela olhou pra ele assustada com a coincidência, seria possível que haviam encontrado uma forma de neutralizar os poderes da bruxa em Elena, ficou eufórica e o questionou.

— Onde você conseguiu isso?

— Rebekah me deu, quando estávamos voltando da viagem. Disse exatamente isso, que iria me proteger. Achei que era só superstição boba.

— Meu Deus, Matt! Precisamos entender como isso funciona, precisamos disso pra destruir essa bruxa.

Os dois ficaram entusiasmados com a descoberta e se empenharam ainda mais nas pesquisas. Descobririam alguma forma de neutralizar os poderes da bruxa e salvariam Elena daquele destino infeliz.




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