Tudo pode mudar por causa de um Nome escrita por HeyLay


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!! Gostaria de falar umas coisinhas diferentes do que eu costumo. Bem, em primeiro lugar, quero agradecer ao leitor Natan Uzumaki e à leitora Aylla di angelo pelos comentários lindos que estão me motivando muito a escrever... não fosse por seus Reviews eu já teria desistido de continuar essa fanfic... sim, no terceiro capítulo... haha. Bem, é isso. OBRIGADA por tudo, meus amores!!! Essa fic todinha é dedicada à vocês!

Música do Capítulo:
Forever Young - Alphaville

"Deixem-nos morrer jovens ou deixem-nos viver eternamente.
Nós não temos o poder, mas nunca dizemos "nunca".
Sentando num fosso de areia, a vida é uma viagem curta.
A música é para os homens tristes..."



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Eu sabia que aqueles eram meus últimos dias de vida e sabia também que eu não gostaria de passá-los sendo inimiga de alguém. Eu sabia que eu teria vinte e três inimigos dali há cinco dias, mas eu não os culpava... Éramos obrigados a fazer tal coisa. Era isso ou a morte. Mas eu sabia que, bem lá no fundo, eu não gostava daquela menina... E eu queria que essa raiva desaparecesse junto comigo quando eu fosse embora, mesmo tendo motivos claros para odiá-la. Será que Madge sabia que eu não ia com a cara dela? Será que ela acha que aquele presente, o broche com um passarinho idiota, vai me fazer mudar de ideia? Bem... ela foi a única pessoa que não falava comigo antes da loteria e que teve coragem de vir se despedir... Acho que eu deveria dar uma chance à garota, mas já era tarde de mais.

Agradeci mentalmente pelo presente, mesmo depois que ela deixou a sala a meu pedido. Eu fiquei ali, na escuridão completa, me matando por dentro. Me preparando para o que estava por vir. Agonia era o que me esperava. Ansiedade era a recepcionista da festa. Eu não entendia o motivo, mas tinha algo de novo em meus pensamentos. Era algo que antes era conhecido como sarcasmo. Aprendi isso tudo com Katniss nos últimos dois anos... Bem, posso agradecer a ela por isso e pelos anos que se sacrificou para alimentar nossa família, mas de que adiantou fazer isso tudo se eu não existiria mais dali há dias? Minha mente tornou-se melancólica, outro termo que aprendi com ela. Tudo se voltava à minha irmã. Ela era o motivo de eu saber tudo o que eu sabia sobre as pessoas da Capital e sobre os jogos. Ela, de um jeito ou de outro, querendo ou não, ainda estava me ajudando.

Eu passava o broche por entre meus dedos e, de uma forma que não consigo explicar, me senti segura por pelo menos um minuto. Como se aquilo fosse o símbolo de algo grandioso... Mas era apenas um simples pássaro. Um simples e repetidor pássaro indesejado pela Capital. Assim como nós, dos Distritos. Somos criaturas indesejáveis. Mas somos necessários. Imagina se não existíssemos? De que a Capital viveria?

A humanidade seria extinta. E dessa vez não teria volta.

[...]

Eu não sabia que horas eram. Só sabia que tinha medo do que ocorreria assim que a porta se abrisse novamente. Não uma nova visita. Não Katniss vindo me salvar. Eu sabia o que estava por vir... E não era nada bom, por isso eu queria pensar que não sabia.

— Vou sentir saudades, Buttercup. - sussurrei quando pensei ter escutado um miado. Eu estava delirando... Era um lugar escuro e ninguém conseguia entrar sem ser chamado! Quem diria um gato!

Houve um momento em que eu queria que abrissem logo a porta e acabassem logo com aquilo. Mais ninguém iria me visitar e eu sabia que com o garoto padeiro não seria diferente! Por que é que deveríamos esperar um horário tolo? Agora tínhamos hora até para morrer?

Deduzir o tempo que eu passei naquela sala escura era meu passatempo preferido. Não me preocupava com mais nada além disso... A hora. Eu sabia que ela chegaria. Sabia também que estava tudo acabado...

— Senhorita Everdeen? - chamou alguém, a voz fina. Desviei minha atenção de meus pensamentos nauseantes e estiquei o pescoço para que pudesse ver o rosto da pessoa. Não respondi. - está na hora de ir! Mais ninguém apareceu para falar com você... Me desculpe!

O sentimento na voz da mulher era tão real quanto a liberdade daquele tempo!

— Eu já... - comecei a dizer, me levantando.

— Peço que me acompanhe em silêncio, por favor! - cortou minha fala, com ignorância. Mesmo que tenha usado a palavra mágica.

Aquela era nova para mim. Ser obrigada a aturá-la e ainda em silêncio!? O nosso mundo estava mesmo perdido! Quem me dera ter nascido na Capital...

Pisquei meus olhos uma, duas vezes quando saí. O Sol não estava sendo muito bonzinho... E aquela escuridão toda lá da sala ajudava a prejudicar minha visão cada vez mais. Eu estava completamente cercada por pacificadores. Um de cada lado da minha pessoa. Além disso, para garantir que eu não fugisse, a mulher da voz irritante foi segurando meu braço direito por todo o percurso.

Seguimos andando até os fundos do Edifício para não causar tumulto e entramos em um carro. Eu estava sozinha de início. Eu pensei que era um carro para cada tributo. Foi quando, alguns minutos depois, ouvi a voz de Peeta pedindo que seu pacificador o empurrasse menos.

O garoto sentou-se ao meu lado. O rosto ainda expressava raiva, mas logo que o homem nos deixou sozinhos novamente, Peeta aliviou um pouco sua expressão.

Effie se aproximou do carro, acompanhada de Haymitch Abernaty, o nosso querido mentor inútil... (é sério, essa coisa de sarcasmo me pegou de jeito!) O motorista deu partida no carro que se parecia com um jipe antigo... Daqueles que podiam ser encontrados principalmente no Brasil, outro país de um mundo que não tive o prazer de conhecer.

Começamos a andar em direção à estação de trem. Meus braços tremiam. Não havia mais Gale, não havia mais minha mãe, nem Katniss, nem Buttercup, nem Lady. Não havia mais nada. Apenas um amontoado de pessoas querendo nos ver, nos confortar por não haver um modo de nos salvar. Era um Distrito esfomeado e caindo aos pedaços contra a Capital. Grande e única potência no mundo. No nosso mundo. Não havia chances.

Eu já não tinha mais esperanças. Acabara tudo. Era apenas questão de tempo para o nó na garganta aparecer. Uma Arena tão grande, mas ao mesmo tempo tão pequena e mortal. Vinte e três Tributos que acabariam comigo assim que eu subisse no tubo que nos leva até o novo cenário... Onde são contados sessenta segundos até que você esteja oficialmente pronto para morrer. Simples assim. Dois dias no trem e mais três na Capital. Cinco dias desfrutando da melhor comida e do maior conforto apenas para aliviar as dores da velha amiga e bastante conhecida morte.

A mesma história de sempre. A mesma besteira de sempre. Permaneço em silêncio.

— Ei, Prim? - ouço alguém chamar por minha atenção. Movo meu pescoço para o lado da mesma. Era Peeta.

— Sim? - respondo, a voz trêmula.

— Vai ficar tudo bem...

— Não tente me conformar, Peeta. - respondi, temendo que alguém estivesse escutando.

— Eles não podem ouvir pelo vidro... - disse, lendo meus pensamentos. - além do mais, creio que Effie não ia querer ouvir a conversa dos pobrezinhos do Doze. - Peeta conseguiu fazer com que um esboço de sorriso atravessasse minha face por alguns segundos.

— Não vai ficar tudo bem... - recompus minha postura. - não vai mesmo...

— Prim...

— Ah, Peeta! Qual é? Acha que eu não sei que não vou durar nem um segundo lá depois que as bombas forem desarmadas? Você ainda tem alguma esperança?

— E você acha que eu não me preocupo, Prim? Eu só estava tentando ser legal com você!

— Para depois, na primeira oportunidade, me matar? Ser legal pra quê, Peeta? Encare a realidade!

— Mas é teimosa igual a irmã, mesmo... Santo Deus, Prim!

— Não fale sobre minha irmã!

— Então pare de ser como ela!

— Nunca falou com ela!

— Como garante que não? Você a espiona quando está na escola também? - Peeta pareceu se arrepender de ter dito aquilo. - Mesmo que eu não converse com ela... - recomeçou. A voz tranquila e pausada. - Já ouvi as palavras dela e sei que Katniss é uma pessoa de opinião própria e difícil de mudar!

— Isso está certo!

Disse, tentando finalizar aquela coisa de uma vez. Pra quê criar uma amizade com alguém que com certeza se tornaria seu inimigo?

— E eu achando que esse seu jeito doce era mais que apenas de aparência...

— Jeito doce não consegue ganhar nada... - respondi. Eu já ficara muito tempo calada.

— Falou a garota que disse não ter mais esperanças... - dessa vez ele me pegou.

— Não posso morrer sem tentar.

— Ah! É? E por quê? Para mostrar pra sua irmã, a qual não quis se voluntariar por você, que Primrose Everdeen, a garotinha doce e simpática, consegue matar?

— Porque eu prometi pra minha mãe!

— Ah, é mesmo?

— Peeta, eu...

— Você sabe que não são passarinhos ou coelhos, Prim... - ele não me deixou terminar. Peeta olhou para o broche em minhas mãos.- são pessoas como você... Pessoas que vivem dessa mesma forma mesmo sendo do Distrito Um. São miseráveis em busca de uma luz. A coroa. A vida deles. Ou parte dela. Sabemos que não é a mesma coisa depois dos Jogos...

— Se pensar por esse lado, acaba morto.

— Bem pensado... Mas eu acho que... - Peeta não conseguiu terminar.

— Vamos crianças! Está na hora de conhecer a nova casa de vocês por esses dois próximos dias... - foi a vez de Effie interromper. Ela estava tão entusiasmada que, se não fosse meu fim, eu daria um sorriso a ela apenas para a louca de cabelo rosa aquietar um pouco a euforia que tomava seu corpo por completo. Effie parecia ter prazer em fazer aquilo todos os anos.

É lógico... Era sua vingança. Effie ficara num Distrito indesejável, ganhamos apenas uma vez e o nosso mentor era um bêbado doido... Mais que ela. Effie desfrutava de sua vingança todos os anos ao ver a morte dos dois tributos do Doze sendo anunciada por canhões e fotos no céu.

Alguém abriu a porta para mim. Era hora de conhecer minha nova casa, na qual eu estaria pelos próximos dois dias, como disse nossa "querida" Effie de cabelo rosa.


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Notas finais do capítulo

Adivinhem só, eu estava sem computador esses dias e só estava mexendo pelo celular. Já que não sabem, vou explicar: meu notebook é bem antigo e o conserto não dura nem um mês. Quando entrava no computador da loja do meu pai, o tempo era limitado, assim como quando entrava no computador do meu curso. Então, ontem Quinta-Feira, minha mãe chegou com uma caixa embrulhada aqui em casa e quando eu abri estava um Gateway novinho em folha! Agora posso postar com bem mais frequência. Beijos, até a próxima!
Reviews?