Tudo pode mudar por causa de um Nome escrita por HeyLay


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Olá! Desculpem-me a demora em postar. Desculpem-me MESMO! Ficaram com vontade de matar a autora??? Kkkkk, bem, vamos logo então para o capítulo 31 porque a fic tá chegando no fim, né... pra quem pensou que eu ia abandonar: ainda vão ter que me aturar!!! Hehehe.

Música do Capítulo:
Don´t you worry child - Swedish House Mafia

"Houve um tempo em que eu olhava nos olhos do meu pai
Em um lar feliz, eu era um rei, eu tinha um trono dourado
Aqueles dias se foram, agora as memórias estão na parede
Ouço os sons dos lugares onde nasci..."



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/429554/chapter/31

Os Carreiristas de aproximavam cada vez mais. Bufei, com um pouco de raiva. Não havia mais plano. Fora tudo por água abaixo. Bom, naquele momento eu comecei a duvidar um pouco dos dotes do Distrito Três mesmo que eu não tivesse capacidade pra fazer algo parecido ou pelo menos metade do que disseram, mas fomos atacados por algo tão simples quanto a água. Algo que existia antes de tudo o que já se passou por esse mundo. A própria luz solar quase me cegou e, naquele momento, deixava as duas outras da aliança expostas e vulneráveis. Mas Haymitch me disse que eu deveria, de alguma forma, fazer algo.

De preferência matar pra viver. E não seria eu matar os outros para que eu vivesse. O bilhete deixava bem claro que eu deveria matá-los para que eles vivessem. ELES.

Como eu faria isso? Melhor perguntar a Haymitch, pois essa eu não sei responder.

Encaro as duas meninas se contorcendo no chão.

— Shh! - peço. Mas Cherr e Izzy continuam. Eu não as culpava, era uma ardência insuportável nos olhos, mas elas deveriam suportá-la se quisessem permanecer vivas!

Vez ou outra, elas ficavam em silêncio, mas não durava nem um segundo.

Continuei encarando o casal. Peeta não estava com eles. Lembrei-me do segundo canhão.

— Peeta...

O nome do garoto soou baixo e continuou sendo pronunciado por um eco desagradável em minha mente.

Provavelmente aquelas cobras o mataram. E quando digo cobras, me refiro às mais traiçoeiras pessoas daquele lugar. Mais perigosos que até mesmo as vespas que mataram Rue. Carreiristas. Impiedosos. Sem piedade é o que eles seguem.

Sabia que não seria uma boa ideia se unirem ao garoto, mas Peeta quis me escutar? Não. Ele não quis. E então eu não sabia o que fazer.

Cato e Clove ainda buscavam uma forma de entrar na Cornucópia sem serem percebidos. Por sorte, ainda não havia nos visto. Eu sabia que o Sol ainda não saíra por completo e que eles estavam na parte mais escura, a qual também era influenciada pela sombra que a gigantesca armação de aço puro projetava no chão.

Encarei as meninas. A morena e a loira. A inteligente e a mortal, porém engraçada. Passei tão pouco tempo junto da aliança... não me perdoaria se algo de ruim acontecesse com eles. Quer dizer, algo de pior. Aquilo já era ruim o suficiente pra uma vida inteira.

Sofremos naquela Arena o que um bandido não sofre nem em metade de sua pena a ser cumprida! E olha que nem havia acabado ainda! E nem estava por acabar.

Eu sabia que o único casal de Carreiristas ia tentar lutar contra qualquer um que fosse para conseguir ficar até o final. Mas e depois disso? Um tentaria matar o outro? Acabaria por isso mesmo? Cato ganharia, com certeza. Ele teria coragem de matá-la? Conviveria o resto de sua vida encarando a família da garota sem se importar com os olhares pesados e vingativos sobre ele?

Eu não sabia, mas, enquanto pudesse lutar por aqueles que confiaram em mim, eu lutaria.

Sabia que havia a chance de eles me abandonarem quando o casal fosse morto, mas era o normal de se acontecer. Sabia que eles tentariam me matar e que, pelo menos dois daquele grupo, teriam êxito. Mas eu não deixaria que elas morressem pelas mãos sujas e sedentas por sangue de Cato.

De que eles precisavam? Eu não sabia. Mas tinham um ponto fraco, afinal a Capital não dá as coisas sem precisarmos. Eu deveria descobrir qual era... mas antes, deveria anular a morte de Cherry e Izzy.

Encarei o local onde elas estavam. Não faziam mais nenhum som. Pareciam adormecidas, até mesmo mortas. Segurei a respiração. Cheguei mais próximo a elas e notei um movimento na região do tórax de cada uma delas. Elas respiravam. Era um bom sinal.

Tirei o machado das mãos de Cherr, o qual estava pendurado por uma alça de couro curta, e arrastei a loira pra trás da Cornucópia.

Assim que tive certeza de que ela não estava com o rosto virado para o Sol, fui em direção à Izzy, torcendo para que o casal não nos notasse, ou percebesse que fomos mais espertas que eles ao pegarmos seu pacote.

Puxei Izzy da mesma forma como fizera com a loira, deitei-a virada para o lado contrário ao Sol e tomei o fio de suas mãos cheias de cicatrizes. Talvez fossem resultado daquela mesma arma, o fio, digo eu. Talvez fossem resultado de um trabalho que tardou a dar certo. Enrolei-o sem dar a tensão de choque e com bastante cuidado para não fazer nada de errado.

Deixei-o em um lugar onde ela conseguisse "sacá-lo" com maior rapidez caso necessário.

Enquanto olhava as meninas, mantinha os olhos, também, nas atitudes de Cato e Clove.

Me aproximei das duas e saquei uma pequena faca, a qual guardara comigo caso precisasse de fazer mais algumas mini estacas de madeira.

— Mas o quê...? - ouvi a voz de alguém.

Era Cherr.

DROGA, DROGA, DROGA!

— Cherr, eu posso... eu posso explicar...

— Não há nada pra explicar! Eu acho que já entendi tudo... você...

— Cherr...

— É uma traidora! - falou com a boca cheia de raiva, angústia e melancolia.

— Eles vão ouvir, Cherry!

Ela parecia ter raiva de si mesma por ter confiado em mim. Ela parecia ter nojo de mim, pelo modo como me olhava. Cherr passou as duas mãos por entre o que restou de seu cabelo loiro-esbranquiçado e me encarou.

— Tenho nojo de você. - falou com bastante vontade. - Não acredito que acreditei no que disse.

Eu queria chorar, mas deveria ser forte. Isso já acontecera outras vezes comigo... eu já "traíra" algumas pessoas. Mas parecia doer mais quando ela repetia tudo o que eu havia feito em voz alta. Tudo ficava pior quando víamos por outro lado. No meu caso, eu escutava.

— Me desculpe, Cherr... - falei, engolindo lágrimas e soluços. - mas eu quero continuar viva. Se me dê licença...

— Hã? Pelo quê? - ignorei.

— Por isso.

Passei a mão no estilingue, nos comprimidos que deixei soltos pelo bolso da minha camisa,empunhei-o, coloquei uma das munições na borracha, mirei na cabeça de Cherr, estava errado. Enquanto ela gritava "não" em câmera lenta e em alto e bom som, troquei a munição, coloquei um dos comprimidos brancos no lugar da estaca de madeira, mudei minha mira para sua boca, estiquei a borracha ao seu máximo, para que não perdesse esse tiro.

Fechei os olhos. E atirei.

Primeiro Cherr caiu, ainda de olhos abertos. Depois, eu caí de joelhos, encarando os olhos da menina. Para a Capital e os Distritos, ela havia levado uma pedrada na garganta. Para mim, ela estava apenas dormindo.

A loira, quase careca, estava estirada no gramado.

Fechei meus olhos e gritei internamente. Meu tiro fora certeiro.

Lembrei-me do que Haymitch disse. Não deixe rastrear. A faca de pequeno forte queimava em meu bolso, pedindo para ser usada.

Arranjei forças para levantar e fui em direção à menina.

Para a Capital, eu ainda não me convencera de que o coração dela parara. Precisava de ver sangue para ter certeza. Era o que estavam esperando, eu sabia. Talvez o plano de Haymitch fosse mais engenhoso que o imaginado. Talvez não fosse dele e sim de alguém do três.

Não podia parar para pensar.

Empunhei a faca e rasguei o braço direito de Cherr.

Algo metálico saiu de lá junto de uma cachoeira vermelha de sangue. Era o rastreador. Ouvi o barulho de canhão. Ela estava morta.

—Sua vez, Izzy. - falei, com um sorriso malicioso. Tudo parte do teatro.

Pareceria um pouco covarde da minha parte atacar alguém enquanto dormia. Mas isso fez com que a coisa toda parecesse mais fácil e mais acessível. Talvez eu sofresse menos no caso dela, pois ela nunca saberia que era eu. Eu não teria seu olhar de piedade como sua última lembrança. Teria a imagem de uma menina sonolenta que acabara de ser, parcialmente, cegada pela luz solar em contato com um "milagre" da ciência à base de veneno.

Quando dei por mim, o segundo "boom" de canhão invadiu meus tímpanos, ambos os rastreadores estavam mergulhados em poças de sangue. Não havia mais vida ali.

Arrastei o corpo das meninas por alguns quilômetros na fenda da primavera, para que dificultasse a coleta, assim como Haymitch pedira, e segui meu caminho em busca pela verdade. Quatro tributos morreram naquele banquete. Dois comprimidos foram usados. Eu ainda tinha seis.

O Sol já estava alto lá em cima. Decidi que era hora de deixar minhas aliadas seguirem seus caminhos e que era melhor não me encontrar com os garotos, afinal eles me matariam para vingá-las... e o plano do mentor iria por água abaixo.

Peguei todos os pacotes do banquete que estavam ali, coloquei alguns no cinto e outros carreguei pendurados nos dois braços. Queria ser um mosquito para ver a cara de frustração do casal de Carreiristas quando percebessem que não havia mais nada para eles lá.

Continuei caminhando, sem olhar para trás.

— Agora é a sua vez, Haymitch. Faça sua parte.

Sussurrei. Eu não precisaria me preocupar com isso, sabia que ele cumpriria sua parte, do contrário ele não teria mandado eu fazer tudo isso. Eu sabia que ele ouviria. Haymitch sempre ouve aquilo que lhe interessa. Sempre.

Eu sorria, mas não estava feliz. Era apenas parte do teatro. Na verdade, eu não sou feliz desde que saí de casa. Deixei muitas coisas pendentes, e me lembrar disso... fez com que eu sentisse aquela dor do remorso novamente. A dor de sair de um lugar sem resolver tudo o que se tem para resolver.

Mas eu deveria seguir com o plano. Sim, deveria me focar em fazer o que me foi mandado. Deveria ser algo importante. Sempre foi. Sempre será, vindo da Capital. Novamente, sempre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Bom, pessoal. O capítulo não pode ser muito grande porque é só isso mesmo. Não posso aumentar. Tenho que deixar esse suspense de quem foi o outro tributo, entendem? Enfim, até o próximo. Juro não demorar! :D