Tudo pode mudar por causa de um Nome escrita por HeyLay


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Como o prometido, um capítulo por semana. Bem, queridos, espero que gostem e que comentem! :D :D :D Hã, eu estava pensando seriamente em mandar a fic que eu estou escrevendo (AUFD) pra uma editora e ver o quê eles acham. Eu já tenho em mente uma distopia com 3 livros sendo que já tenho o conteúdo de 2 deles em mente. O quê vocês acham de me encontrar nas prateleiras de livrarias se der certo? Seria legal? Acham que eu não deveria mandar? Bem, eu tenho meses, ou até anos, para tomar essa decisão, afinal a fic ainda está no início e eu quero modificar muitas coisas antes de mandar, mas é a única das 4 fics que eu escrevo que teria coragem de mandar porque eu já pensei em todo o conteúdo. Preciso da opinião de alguém além de meus amigos e parentes. Eles acham que eu devo mandar, mas não leram a fic ainda. E agora eu quero saber a opinião de vocês: pelo que leem nessa fic (a de Jogos Vorazes), acham que eu sou boa o bastante para estar nas livrarias?

Música do Capítulo.

Team - Lorde.

"Espere até que você seja anunciado
Nós ainda não perdemos todos os nossos encantos
Os cães vão ficar nas correntes
Olhe para além da sua grandeza e ela irá enviar

[...]

Dançando em torno das mentiras que contamos
Dançando em torno de grandes olhos também
Mesmo os letárgicos, eles não dançam e contam

Vivemos em cidades que você nunca verá nas telas
Não muito bonitas, mas certamente sabemos como comandar as coisas
Vivendo nas ruínas do palácio dentro dos meus sonhos
E você sabe, estamos um no time do outro

[...]

Eu meio que estou cansada de me dizerem para jogar minhas mãos para o alto
Assim..."

P.S.: Ainda não achei uma música para o capítulo 24. Se alguém achar alguma, dê a ideia lá nos comentários ou por MP. Beijooooocas!



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No início a gente corria, mas depois o ritmo da caminhada começou a ficar mais lento. Não havia ninguém ali além de nós duas pelo que eu percebi. Estávamos em silêncio absoluto e eu não prestava atenção ao meu redor. De nada me importava onde o tronco estava, talvez nós já tivéssemos passado por ele e eu nem tinha percebido. Talvez eu apenas associava a ansiedade com o tempo que parecia ser uma eternidade.

Tudo o que eu tinha em mente eram as mortes. Eu estava repassando cada uma delas passo a passo. A garota do quatro quando tentava pegar a mochila dos carreiristas, a do menino que lutava contra Cato, mas que deixou a autoconfiança subir à cabeça e foi enganado, a da menina do mesmo Distrito que o dele, a qual foi buscá-lo, mas teve uma surpresa desagradável junto de uma lança atirada por Marvel, a do próprio garoto do Um, a qual não pude presenciar, graças à Deus, e, mais recentemente, a de Rue.

O quê aconteceu? Eu não sei explicar ao certo. Talvez ela estivesse tentando nos ajudar jogando a caixa de teleguiadas. Talvez ela estivesse ali sem querer e a Capital lançou as teleguiadas que, por azar, fez com que ela se desequilibrasse e caísse. Rachel me disse que a menina era muito esperta para se deixar abater pela Capital... bem, o quê posso dizer? Veja minha situação...

Foi nesse momento que eu consegui perceber algo que ocorrera algum tempo antes.

— Rachel? - chamei. A ruiva levou um susto por causa da fala repentina, mas logo se recompôs.

— Hum? - respondeu assim que conseguiu, sem mencionar que eu a assustara. A menina me encarou com os olhos serenos. A lua era bonita lá em cima. Talvez ela estivesse pensando que eu me cansara de buscar o tronco e que queria que parássemos para jantar. Mas, em primeiro lugar, não era esse o objetivo e, em segundo, não tínhamos nada além de frutas para o jantar e caçar à noite é muito ruim.

— Você... - hesitei um pouco em perguntar. Andávamos uma do lado da outra nesse momento. A ruiva permaneceu me encarando, esperando que eu falasse o que tinha pra falar. - Você...

Eu sentia como se não fosse conseguir perguntar o que veio à minha mente, mas Rachel ainda esperava a minha fala e eu não queria deixar a menina curiosa. Infelizmente eu não me importei com isso, me calei e apressei o passo.

Não olhei para trás, estava perplexa demais com meus pensamentos para me dar o luxo de olhar, mas pude ouvir o barulho dos pés, antes silenciosos, de Rachel correndo pela terra molhada.

— Prim, você quer me dizer alguma coisa? - conseguiu perguntar depois que tomou um pouco de fôlego. Eu ainda andava apressadamente.

— Não, Rach, é apenas uma coisa da minha cabeça, não tem fundamento...

— Se você pensou é porque tem. - interrompeu-me. Olhei para ela, indiferente. O meu olhar fixou-se no rosto dela por uns cinco segundos. Ela estava curiosa e, pelo pouco que eu sabia dela, Rachel não me deixaria em paz enquanto eu não tirasse aquilo da minha mente e passasse para a dela. Desviei o olhar.

— Você tem alguma coisa a ver com o que aconteceu mais cedo? - falei de uma só vez, sem pensar duas vezes, e continuei a caminhar a passos apertados.

Rachel pareceu parar, pois a menina não estava mais perto de mim e eu não ouvia seus passos, surpreendentemente, barulhentos. Com certeza tinha algo de errado com a menina, mas não me pareceu certo perguntar algo enquanto ela ainda processava a pergunta anterior.

Parei bruscamente e girei meu corpo em sua direção o mais rápido possível. Ela estava há uns três metros de distância de mim.

— Como assim? - conseguiu falar, gaguejando.

— Você sabe... com as teleguiadas e...

— Eu não sei onde quer chegar com isso, Prim. - interrompeu. - Mas eu...

— Você tem algo a ver ou não? - o tom de voz que eu tinha pensado em usar enquanto pensava sobre isso não era esse. Pelo contrário, eu não queria ser agressiva com a menina até saber a verdade... mas eu estava sendo. Parece que as coisas nunca saem como pensamos.

— Prim, que agressividade é essa? - ela pergunta, levantando os braços como se dissesse: "Ei, eu não sei de nada!"

Suspirei.

— Está certa, me desculpe. - suspiro mais uma vez, fecho os olhos, abro-os, olho para o alto, a lua ainda está linda, e volto o olhar para Rach.

— Então... o quê está esperando para me explicar isso melhor? - Rachel, parecendo estar segura de que entrar naquela zona não era mais perigoso, se aproximou pouco mais de um metro de mim.

Deixei o ombro cair, encarei os lados, não conseguia ver mais nada mesmo com a lua lá em cima nos iluminando. Coloquei minha mão no cinto. Senti o estilingue preso ao paraquedas que ainda estava ali com um pouco do remédio, senti a corda que estava amarrada no mesmo lugar do cinto desde que eu furtara o morto, senti algumas frutas menores que eu poderia carregar nos bolsos, a garrafa térmica, alguns grãos da mesma noz que dividira com Rachel e, por último, a lanterna de Tresh.

A expressão de meu rosto pareceu aliviar um pouco. Empunhei a lanterna, procurei pelo botão de ligar e um pequeno feixe de luz iluminou o lugar que era quase que um breu.

Lancei a pouca luz para o lado esquerdo e um tronco caído de revelou.

— Venha. - chamei a menina que me encarava curiosa, como se tentasse imaginar o que diabos eu estava fazendo.

Rachel me seguiu sem que eu precisasse dizer que eu sabia o que estava fazendo, que não estava em um momento de loucura.

Joguei o fraco feixe de luz na parte contrária do tronco e, ao checar milhares de vezes se não tinha algum bicho bizarro ali, pedi que Rachel se sentasse no chão de terra e que apoiasse as costas no tronco, como em um sofá. A menina hesitava, mas então eu expliquei que seria um modo de ficar em segurança por alguns minutos sem que ninguém nos visse.

Apaguei a luz, a qual já estava suficientemente forte para que alguém nos visse, e a pequena luz lunar que passava pelas árvores permitiu que eu soubesse onde a ruiva se sentara. Tomei lugar ao lado do de Rachel, de modo que eu não ficasse de frente para ela e sim ao seu lado. Demorou um tempo para que eu falasse, talvez a menina tivesse até tirado um cochilo nesse intervalo de tempo, mas eu não tinha certeza se estava pronta para acusá-la daquilo que assombrara meus pensamentos, daquilo que viera num segundo e saíra no outro, mas que me enchia de curiosidade para desvendar.

— Por que você não se abalou com a morte de Rue? Você sabia o que estava para acontecer, não sabia? - perguntei repentinamente, fazendo com que ela levasse outro susto.

Rachel demorou um pouco para associar a pergunta, parecia estar com sono, mas eu precisava tirar aquilo da minha mente. Ela também parecia com medo, mas não via meu rosto e minha voz era calma. Estava tudo bem.

— Eu.... se for o que eu estou pensando... - começou.

— As teleguiadas. - confirmei. - Você sabia que elas cairiam ali? Você acha que a Capital mandou a colmeia? Acha que foi uma coincidência a menina Rue ter caído em cima delas? Acha? - perguntei com um tom um pouco mais agressivo. Tomei fôlego, me acalmei e perguntei, com tom mais calmo: - Acha?

A menina pareceu virar o rosto para o lado contrário ao meu, mas eu não sabia ao certo, não a via por completo.

— Eu e Rue conversamos bastante enquanto você estava dormindo... sabe, Prim, as coisas ficaram um pouco complicadas... ela tinha o amigo ferido e à beira da morte, eu tinha a amiga ferida e à beira da morte...

— Isso é um sim? - perguntei um pouco mais calma.

— Eu fiquei sem jeito quando o remédio chegou para você... - ignorou. - Eu queria que você sobrevivesse, queria o remédio, mas aquilo aconteceu enquanto ela estava lá comigo...

— Rach, dá pra responder...?

— Se ela não estivesse lá, eu poderia até esconder, dizer que fora um milagre a sua recuperação. Mas parece que a única condição em mandar o remédio era que ela ficasse sabendo.

Rachel estava certa. Decidi aliviar a expressão e calar a boca para ouvir.

— Ela ficou furiosa com a Capital... - comentou. - Você consegue imaginar aquela menininha furiosa? - perguntou, parecendo sorrir. Neguei com a cabeça, não me importava se ela não via. Rachel sabia que era impossível imaginar Rue assim. - É macabro, até... - comentou. - Ela disse que as pessoas eram cruéis e que, por causa de um nome, ela estava ali, que por causa de uma insatisfação do passado ela estava ali. Começou a falar várias coisas ao mesmo tempo e, no final, eu acabei por chamá-la para a aliança.

— Sim, você me disse... ela não aceitou porque disse que era melhor daquele jeito... seria mais fácil, ou coisa assim.

Rachel sorriu.

— Isso é o que você pensa. - me assustei com o tom usado por Rachel. - A menina aceitou participar da aliança...

— Mas...

— Mas com uma condição. - continuou sem se importar com a interrupção. - Rue seria nossa aliada se eu dividisse o remédio com ela.

— Mas se você tivesse dividido não teria sobrado nada... e sobrou bastante...

— Exatamente... e isso aconteceu porque eu não dividi. - comentou. Espantei-me. Se ela não dividira, o que eu não me importasse se tivesse feito, por que a menina nos ajudou? - Eu disse que só entregaria a parte dela quando você melhorasse... porque talvez precisasse de mais um pouco... entende?

— Sim, mas...

— Ela aceitou, disse que parecia justo. Esperou os dois dias e sempre ia te visitar. A gente trocava uma ideias todas as vezes que nos falávamos e, no segundo dia, que foi quando você acordou, ela me passou um plano.

— Um plano?

— Sim... - continuou. - Ela disse que, para o que você estava pensando em fazer acontecer, a gente precisaria de exterminar os Carreiristas em massa. Então ela fez uma estratégia de ataque...

— Eu acho que estou começando a entender...

— Nós marcamos de nos encontrarmos depois de mais um dia da arena e foi quando você acordou.

— Então... aquela coisa toda na cornucópia... as minas... as explosões e... as teleguiadas... foi tudo programado? - perguntei incrédula. - E pela Rue?

Rachel assentiu.

— Ela estava indo te visitar novamente, como fazia todos os dias, mas com um propósito a mais. Ela sabia que você acordaria... e se não acordasse, ela saberia pois eu não apareceria no local marcado.

— Mas eu... e você... e ela...

— Eu mandei aquelas indiretas e desconfianças na cornucópia justamente para você fazer o contrário. Quando eu disse "Faça o que quiser.", eu sabia que você pararia e me ouviria.

— Como? - perguntei perplexa.

— Psicologia reversa. - seu tom era brincalhão.

— Mas... e os Carreiristas? Como tinha certeza de que viriam naquela hora?

— Rue os observou por dias e descobriu que saem pela manhã e voltam à tarde para não caírem no perigo da cornucópia. - respondeu mais que rapidamente.

— Tá... mas e como ela achou as teleguiadas?

— Rue encontrara a colmeia no mesmo dia em que encontrara com você... ela estava procurando frutas para o amigo e uma delas picou a mão dela. Por sorte a menina saiu dali e não foi afetada pelo veneno de mais outras.

— E...

— Eu te puxei quando pensei ser a hora certa e os Carreiristas nos seguiram. Eu não imaginei em como fazer você parar de correr, por isso te joguei no chão.

— Espera aí, como é que é? Eu parei porque fiquei sem fôlego...

— Eu sabia que isso aconteceria também. Bem, a falta de oxigênio não deixou você ver o que aconteceu de verdade.

— Mas...

— Quando você parou, eu olhei para cima e a vi em uma árvore mais baixa. Ela pediu para eu enrolar os Carreiristas um pouco, mas você fez todo o trabalho sem nem mesmo eu pedir. Fingi todo aquele medo para dar um encorajamento a eles... quando olhei para cima, Rue me deu um sinal de positivo e eu sabia que era a hora de correr. Segundos depois de eu te puxar... a caixa caiu e afetou aqueles que estavam ali. Infelizmente ela se desequilibrou e caiu bem em cima da colmeia, fazendo com que uma quantidade menor de teleguiadas afetasse os verdadeiros alvos. Eles estão machucados, mas ainda são em maior quantidade que nós... se não encontrarmos os outros da aliança... não vamos conseguir fazer alguém de um distrito pobre vencer.

Ela estava certa, mas eu estava perplexa demais para conseguir raciocinar naquele momento.

Foi quando eu ia abrir a boca pra tentar falar alguma coisa que eu ouvi um barulho vindo da esquerda pra direita. Era a voz de alguém. Olhei para Rachel mesmo ela não estando tão visível.

— Cato? - perguntei, baixinho.

— Sim... - ela disse. - e ele sabe onde estamos. - falou.

— Como?

— Eu avisei que o efeito das teleguiadas acabaria rápido. - comentou. - Nem um dia de vantagem.

— O quê vamos fazer? - perguntei, extremamente desesperada.

— Vamos achar um lugar alto... uma árvore, por exemplo...

— Droga! - deixei escapar o pensamento alto.

— O quê? Algum problema?- perguntou, se levantando para adiantar o passo e ver se dava pra não deixar o Carreirista ganhar de forma fácil.

Além daquele em que o Tributo mais forte dos jogos está vindo para nos caçar?, Zombei em pensamento.

— Não é nada... - concluí, tentando parecer aliviada. A menina apenas deu de ombros e me ajudou a levantar.

Na verdade, eu tinha um problema, sim. Acontece que eu me esquecera completamente de treinar escalada... e era a única coisa que poderia salvar minha vida naquele momento além de Haymitch. Infelizmente eu sabia que o mentor não me ajudaria mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

O quê acharam? Comentem por favor! Beijos e até o próximo capítulo! Gostaram da vertente de Rachel? Beijooooooocas! :D