Tudo pode mudar por causa de um Nome escrita por HeyLay


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Então, meus lindos! Estamos já no vigésimo capítulo da fic com dez mortos! Espero que gostem desse e que comentem bastante, afinal estamos quase chegando ao final da fic!
Desculpem-me a demora e eu juro que eu posto dois para comemorar os duzentos comentários, O.K.?
Beijos.
Enjoy it!

Música do Capítulo:
Run to the Hills - Iron Maiden

"Corra para as colinas."
OBS: apenas esse verso da música faz referência à história, mas o beat dela é legal.

Fiquem com... "O primeiro dia de sobrevivência."



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Abri os olhos desejando que nada daquilo fosse real. De nada adiantou. Eu estava no mesmo lugar onde adormecera, em cima de uma folha enorme e no frio da neve envenenada, a qual, incrível e inexplicavelmente, não danificara a folha em que me deitara para me proteger do frio e do ácido.

Levantei-me o mais rápido que pude, olhando para todos os cantos, procurando por inimigos.

Pude ver o local com mais clareza, afinal o choque inicial já passara.

Eu não sabia como conseguira dormir, estava temendo tanto a morte que pensei não conseguir fechar os olhos por um minuto sequer. Mas eu dormira até que bem. Estava com medo de me entregar facilmente ao jogo, como dissera para Peeta. Mas a morte, naquele momento em que se aproximava, me parecia mais dolorosa.

O Sol se escondia atrás de nuvens, mas eu sabia que era apenas ali naquela fenda onde isso ocorria. Pinheiros de dez metros de altura tomavam conta do espaço, quase que tirando as nuvens de vista, enquanto as mesmas nuvens cinza tentavam liberar a neve fria e venenosa, que só parecia letal quando derretida. À minha esquerda havia um tronco caído e trançado com outro, que ainda estava enraizado na terra por baixo do manto branco, os quais me ajudaram a camuflar e conseguir dormir um pouco. À minha direita estavam algumas das coisas que pegara do morto quando o Onze se machucara.

Fui de encontro para a lanterna e a garrafa de água, as quais não prendera em minha cintura por serem pesadas de mais. Lembrando da cintura, levantei a jaqueta e a blusa pretas para ver a situação de meu ferimento. Parecia estar melhor, mas, agora que eu lembrara dele, recomeçara a doer.

Suspirei. Bebi um gole da água, que era pouca, mordisquei duas nozes e recolhi tudo. Eu precisava sair dali. Sabia que era mais perigoso, parecia que apenas eu tinha ido para aquela fenda.

— Para onde eu vou? - pensei comigo mesma. - Deserto de folhas secas? - questionei, baixinho. - Perigoso de mais. - concluí, apagando meus rastros dali. - Deserto com dunas de areias? - mais uma vez. - Também perigoso e não tem nada a não ser areia, pelo que vi. - era infantil e maluco, mas eu precisava falar alto. Estava me sentindo tão sozinha. Por que é que o mentor não quis falar quem era da aliança? Ah, é mesmo. Você vai descobrir.

Então eu me lembrei da outra fenda. Era tomada pelas mais diferenciadas cores, cheia de árvores e possuía muito verde. Mas eu sabia que era a mais "habitada" e que precisaria encontrar um lugar pra me esconder o mais rápido possível.

Até aquele momento, eu não pensara em Peeta sequer uma vez. Sabia que estava bem, mas tinha medo de procurá-lo e ele, com toda essa pressão, reagir de um jeito ruim.

Suspirei novamente. Enquanto terminava de juntar as coisas, repensei nas mortes do dia anterior.

Dez. Dez nomes desconhecidos. Dez famílias inconsoladas. Dez. Um número tão bonito, mas ao mesmo tempo tão pesado. Uma dezena de crianças morta. para o simples prazer da Capital. Uma dezena de mortes comemoradas na cidade enquanto eram lamentadas nos Distritos.

Deixei o pensamento de lado. Aquilo me machucava mais que o ferimento na cintura.

Amarrei o pacote de nozes de volta na cintura, peguei as outras coisas e segui meu caminho. Eu teria de passar pela cornucópia novamente. A borracha do estilingue queimava no bolso da minha calça. O broche de tordo pesava minha jaqueta, mas arranjei forças e corri. O mais rápido que pude.

[...]

Os suprimentos estavam todos empilhados ao lado do pequeno lago que levava para a floresta tropical, mas não havia ninguém ali. Dezenas de facas, lanças e espadas estavam postas umas em cima das outras junto de alimentos fartos e, inacreditavelmente, tentadores.

Sim, era tentador que eu fosse até lá, mas não havia ninguém ali. E ninguém, nem mesmo os Carreiristas estúpidos, deixaria as coisas à Deus dará! Tinha algo por trás daquilo, e eu não queria descobrir o que era.

Mas algo ao fundo me chamou a atenção. O garoto do 10, David, apareceu atrás dos suprimentos.

Eu pedira que ele fosse da aliança. Será que Haymitch se lembrara dele?

O menino caminha tranquilamente em direção às armas e comida. Tinha um sorriso que soava vitorioso no rosto. A expressão aliviada, como quem não quer nada. O olhar brincalhão, como se risse dos estúpidos por deixar as coisas sem guarda. Dá pra ver as cinco fendas hexagonais com muita clareza. Uma em cima, interligando as outras quatro. Uma floresta tropical segue em sentido horário encontrando-se com o deserto de areia, o qual se interliga com o deserto de folhas secas que fica colado com a floresta gelada, a qual fecha as divisões com a floresta tropical. A cornucópia no centro. Era tão lindo! Era como... as estações do ano!

Só aí eu percebi que era o que queriam fazer. Eles dividiram a Arena em quatro partes. Viveríamos um ciclo anual ali dentro. Primavera, verão, outono e inverno. Cada um reservava um perigo diferente. Cada um era mais mortal que o outro. Mas...

Boooom! É o que faz com que eu volte a atenção para a pirâmide e o garoto debochado.

Eu sabia que tinha algo! Pensei. Eles poderiam ser estúpidos e idiotas, mas não pareciam ser burros.

David se explodiu junto da metade esquerda da pirâmide, não consegui ouvir o canhão. Afastei a vontade de ir até lá para saquear um pouco da comida deles e pegar uma faca para moldar a madeira e construir minha arma letal.

Corri o mais rápido que pude, esperando que a explosão não me atingisse, por mínimo que fosse. Já bastava a cintura machucada. Eu sabia que aquela coisa toda atrairia a atenção dos Carreiristas e sabia que eram rápidos. Por isso, além de correr rápido, fui até o lago que dividia uma fenda da outra e enchi a garrafa, a qual ainda tinha água, mas não era muita.

Segui mata adentro e resolvi que só pararia caso encontrasse um lugar seguro pra ficar.

[...]

Os Tributos não pareciam querer aparecer. E eu agradecia por isso, mas estava estranho de mais! Eu pensei que eles manipulavam nossa rota com algum obstáculo, fazendo com que nos encontrássemos com os outros, mas eles pareciam ter se esquecido de mim, ou talvez já estivessem brincando de marionetes com outro qualquer. Obrigada novamente.

Estava exausta e faminta, mas não poderia parar até que encontrasse um lugar pra ficar em segurança. A floresta ainda não tinha me causado nenhum problema. Eu ainda não vira o truque daquele lugar. Animais mortíferos, talvez? Frutas envenenadas? Amoras-cadeado? Assim que pensei sobre elas, esbarrei em um arbusto com folhinhas bastante conhecidas.

Eu me escondera atrás de um daqueles para escutar a conversa de Gale e Katniss pouco antes de descobrir que viria a encontro da morte certa.

Em outro canto, encontrei um pezinho de hortelã. Certifiquei-me de que não estava envenenado e comecei a mastigar umas folhas. Em outro canto, encontrei frutas comestíveis. Colhi algumas e coloquei nos bolsos da jaqueta, mas não parara em nenhuma ocasião, sempre mantinha movimento.

Mais à frente, dei de cara com uma mangueira. Colhi cinco mangas maduras e segui caminho. Até que encontrar comida não estava sendo tão difícil assim... mas se eu estivesse com o estilingue construído, eu poderia caçar carne. Eu conseguiria fazer uma armadilha, também. Mas precisava de uma faca... e, infelizmente, eu não tinha.

Então, algo ao chão chamou minha atenção.

Fósforos! Pensei.

Havia alguém ali. Corri o mais rápido que pude, deixei algumas das frutinhas de meu "banquete" caírem. Não dava pra voltar e pegar, o medo me consumira. Mas, antes de fugir feito uma louca, consegui guardar dois palitinhos de fósforo para o caso de não conseguir acender o fogo do jeito que uma das instrutoras me ensinou.

O barulho de outro canhão me deu um susto. Não sabia quem poderia ser. Talvez um Carreirista, talvez outro tributo como eu. Não queria descobrir.

A correria toda estava me deixando tonta. A água na garrafa balançava de um lado para o outro. A corda sustentava as coisas em meu cinto, a comida estava no bolso. O ambiente ao redor passava por meus olhos como se fosse um borrão, misturando o colorido com o verde. O cheiro era enjoativo, me dava náuseas. O estômago embrulhava, como se fosse saltar dali de dentro a qualquer momento.

Decidi olhar para trás, para saber se alguém me vira e me seguia. Não vi ninguém, eu estava delirando! Mas eu vira os palitos. Havia alguém ali. Quando me virei, tarde de mais, dei de cara com um tronco caído, quase como aquele do inverno, porém maior.

Por sorte, não era a divisa das estações, mas deixaria um machucado na minha testa, com certeza. Consegui sentir que estava rolando morro abaixo, mas não via nada com exatidão.

Assim que parei de girar, vi a melhor coisa que um Tributo em minha situação poderia ver. Não estava totalmente à mostra, mas eu podia vê-lo.

Um esconderijo perfeito.

Era dentro de um tronco enorme, como uma casa de passarinho, mas cabia uma pessoa. Acho que necessitaria de mais de dez pessoas para abraçar aquela árvore. Poderia ser o perigo da estação, mas eu estava desesperada de mais para pensar nisso. Recolhi algumas folhas grandes e bem verdes, arranquei a casca de um outro tronco caído ali por perto e tampei a frente do esconderijo, como se fosse uma porta. Era escuro, mas parecia me caber ali, sem contar que eu era pequenininha.

Joguei a luz da lanterna para me certificar de que era seguro de verdade. Entrei no lugar e guardei todas as minhas coisas. Voltei para o lado de fora e fiz um travesseiro com algumas folhas, usando a habilidade de nós que eu treinara para criar armadilhas. Marcus deveria estar orgulhoso de mim naquele momento.

Voltei para o tronco e jurei sair dali apenas para descobrir qual tributo fora morto depois de David. Afinal, eu queria "matar" minha curiosidade.

Resolvi guardar a luz da lanterna para quando fosse mais necessário. Ali era um breu total, contando que eu fizera uma "porta" com medidas perfeitas.

Encarei o alto infinito. Era como o céu, não dava pra ver onde ele acabava.

Encolhi-me em posição fetal e fiquei pensando nas mortes.

[...]

Eu estava ali havia uma noite. O que queria dizer que aquela seria a segunda. Por sorte, eu ainda não tinha me esbarrado com nenhum Tributo desde o Dez. Por mais sorte ainda, ele não era carreirista e nem se preocupara com minha presença. Eu tinha certeza de que David me vira.

Eu não sabia como, mas parecia os outros não conseguiam me achar... talvez pensassem que eu não era uma ameaça e que a Arena me mataria por eles. Talvez fosse verdade. Não fosse pelo esconderijo que eu montara em uma árvore longe de tudo e de todos. Era coberta por folhas e uma outra árvore ficava bem em frente. Eu deveria aproveitar bastante antes que os idealizadores resolvessem acrescentar um pouquinho mais de matança aos jogos e destruíssem minha nova "casa".

Um barulho vindo de algum lugar perto dali me chamou a atenção. Era uma música. As mortes! Me lembrara. Levantei-me depressa e empurrei a casca, que tampava uma enorme folha, para o lado e encarei o céu, agora iluminado por uma grande lua além da insígnia da Capital.

A foto de David tremeluzia ao longe. Logo depois, a de Marvel, o menino do Um, apareceu.

Certo, aquilo era estranho.

Tudo se tornou silencioso novamente. Até que ouvi o barulho que eu sempre fazia quando estrava atrás do arbusto para espiar minha irmã.

Tudo o que eu tinha para me defender era uma garrafa térmica, uns fósforos e uma lanterna.

Voltei para o tronco e agarrei a garrafa, eu acertaria a cabeça de quem quer que estivesse ali com aquilo. Me aproximei do arbusto barulhento, estava mais de vinte metros longe de mim, mas tudo ficara tão quieto anteriormente que eu consegui ouvir. Comecei a andar com cuidado para não fazer barulho. Aprendera, observando Katniss, que nossas presas escutam tudo por mínimo que seja. As folhinhas que estavam ligadas ao arbusto me eram bem familiares, eu com certeza já vira algo parecido com aquilo mais de uma única vez em minha vida.

Pude ver uma mecha de cabelo passar por algumas das folhas, pelo tamanho da mesma, era uma menina. Que Tributo descuidado...

— Quem está aí? – perguntei baixinho, com medo. A garrafa ainda em minha mão direita, pronta para ser atirada a qualquer momento. Foi quando percebi que nenhum caçador pergunta antes de atacar. Mas já era tarde de mais...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Estou tão feliz! :D Mandem reviews, hein! Beijocas!



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