Tudo pode mudar por causa de um Nome escrita por HeyLay


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bom com vocês? Que feliz... então... faltam apenas alguns capítulo pra Arena, hem!! Aproveitem. Beijos!

Música do Capítulo:
Can´t Stop - Red Hot Chilli Pepers.

"O mundo que eu amo
As lágrimas que eu derramo
Fazem parte
Da onda que não pode parar
Já se perguntou se é tudo para você?
[...]
A queridinha está caminhando para o desastre... (Talvez... e isso não faz parte da música.)



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Caminhei em direção ao elevador. Rezando para aguentar mais um pouco e não desmaiar ali. Apertei o décimo segundo botão com tanta raiva que tinha até esquecido de que era necessário apenas um simples toque para que ele me levasse até meu destino. A cabine chega até o solo e a porta se abre revelando uma caixa dourada. Jogo meu corpo para a frente, suspirando. Aquilo não poderia ter sido pior. Encaro a arma em minha mão. O que seria aquilo? Tão parecido com algumas armas, mas nunca usado. Nunca conhecido. Eu sabia que não poderia entrar na Arena com aquilo em mãos, mas será que conseguiria construir outro? Eu teria a chance de encostar em uma faca para criá-lo? Eu conseguiria fugir da cornucópia? Eu não sabia me responder. E então, o que me pareceu uma eternidade, eu cheguei ao décimo segundo andar.

A porta se abriu e a única coisa que consegui fazer foi entrar e me permitir jogar meu corpo em cima do sofá macio e fofinho.

— Como foi lá, queridinha? - perguntou Effie, indo em direção à sala, quando percebeu que eu chegara.

— Eu sei lá...

— Eles te trataram bem? Aconteceu alguma coisa? - insistiu.

— Não, nada demais!

— Mas... - Effie continuou, mas pareceu perceber que eu não estava para conversa e desistiu. Apenas ficou ali, sentada no outro sofá menor, em frente ao meu.

Encarei a televisão desligada.

— Quando sai o resultado?

— À noite... - respondeu.

— Certo...

Peeta entrou na sala, acompanhado de Haymitch.

— Como foi, loirinha?

— Bem... eu acho...

— O que você fez? - Peeta perguntou.

— Isso... - disse, erguendo a arma desconhecida no ar.

— Mas o que é... isso? - Effie indagou.

— Tem a função de um arco... mas não exige tanta habilidade... - falei. - além do mais, é mais leve e bem melhor para mirar...

— Como foi que você conseguiu trazer isso para cá? - Peeta. - A sala não fica altamente fiscalizada?

— Eu... bem... eu... - comecei. O mal-estar tomou conta de mim novamente. Droga! Pensei.

Saí correndo em direção ao meu quarto. Eu sabia que era arriscado, poderia não dar tempo, mas corri mesmo assim.

Por sorte, consegui abrir as portas e chegar até o banheiro. Meu almoço fora embora.

[...]

Eu estava sentada no chão do banheiro, segurando-me na privada. Estava tonta e visivelmente trêmula. Dera três descargas. A quantidade de vezes que passei mal.

Consegui me levantar para escovar os dentes e lavar o rosto, mas senti que não era uma boa hora para ficar me levantando. Sentindo que a coisa toda voltaria a qualquer momento, resolvi ficar sentada no chão do banheiro agarrada à privada.

Eu estava pálida quando me olhei no espelho. Por sorte, o mal cheiro já acabara.

Alguns minutos se passam, e a tontura se vai. Consigo me levantar. Tiro a roupa do treinamento e fico apenas de roupa íntima. Resolvi despir-me por partes. Ainda não estava totalmente pronta para a rapidez. Sem contar que tinha tempo de sobra até o anoitecer.

Cinco minutos depois, consegui me mover até a ducha e apertar o botão para encher a banheira. Não queria arriscar muito ficando de pé para tomar banho. Era para situações como essa que as banheiras serviam.

Esperei que o sabão criasse espuma e entrei no banho de frutas vermelhas.

lavei-me por completo. Desde os pés até a cabeça. Meu cabelo tinha um cheiro horrível e não era por causa do vômito!

Afundei minha cabeça na água e fiquei lá embaixo até precisar respirar. O que me pareceu meia hora, se passou fazendo com que eu me levantasse e deixasse a banheira com as águas que levavam embora, por ora, meus pensamentos ruins.

Aquele foi o momento em que consegui esquecer o que acontecera na sala há pouco. Fizera eu me esquecer das coisas que eu fiz, da arma, da Arena, do fato de eu ter mirado na cabeça de Seneca, entrando, assim, no jogo estúpido da Capital, das pessoas que eu teria de me livrar para voltar pra casa, da vida que eu teria que levar caso voltasse, do futuro que eu, provavelmente, não teria... fez-me esquecer de tudo à minha volta. De Panem, dos Distritos, de tudo.

Até que eu emergi.

Saí de dentro da banheira e deixei que a água fosse embora, infelizmente ela não podia levar meus problemas juntos. Só de pensar nisso, já me dava vontade de vomitar, mas não tinha mais nada para botar pra fora. O que era pior, afinal eu ficaria com aquela sensação ruim por umas boas horas...

enxuguei-me o mais rápido que pude, vesti novas roupas íntimas que me foram enviadas e joguei o roupão macio por cima de meu corpo. Não tinha forças para me vestir completamente.

Deitei-me no colchão macio e me permitir um tempo de descanso, olhando para o teto, sem nada para fazer, sem nada para pensar. Apenas encarando aquele pedaço de cimento luxuoso.

Olhei para a enorme janela. A Capital era tão linda de dia quanto de noite. Não fossem as circunstâncias, eu ficaria feliz por estar ali.

Virei meu rosto novamente. E então um som invadiu o quarto. Sem querer, eu liguei a TV. Estava passando o programa do Caesar. Era uma entrevista com Seneca, falando sobre as apresentações, perguntando se houve alguma surpresa, se os Tributos deste ano estavam melhores que os do anterior...

Decidi que ficar no meu quarto era a pior coisa a fazer. Fui até a cômoda e peguei uma outra roupa que deixaram para mim. Vesti e saí.

[...]

Estava sentada no mesmo lugar onde estava antes de passar mal.

— Está melhor? - Peeta perguntou, aproximando-se.

— Sim... eu acho...

— Vai ficar tudo bem...

— Até depois de amanhã, sim, vai ficar tudo bem...

Ele deu uma risadinha.

— O que você fez com o estilingue?

— Estilingue?

— É...

— Como...?

— Haymitch pediu à Effie, que tem acesso privado à arquivos confidenciais, para pesquisar sobre uma arma em formato de Y... e ela achou isso. O nome dado pelos antigos é estilingue e é um tipo de arma que nunca foi usada em nenhuma das edições dos jogos. Por isso, é impossível que tenha nessa Arena.

— Mas...

— Mesmo que eles tentem construir um à altura das outras armas, Prim, não daria tempo...

— Tudo bem... não tem problema... eu posso... tentar construir um...

— Se conseguisse passar com esse pelos pacificadores...

— É praticamente impossível...

— Eu sei... mas eu disse "se".

— Sim... eu...

E então algo na sala me chamou a atenção, fazendo com que eu desviasse a conversa.

— Está tudo bem, Prim?

— Hã... sim, sim...

— Não parece...

— Já observou que a nossa mesa tem o formato de fendas?

— Fendas?

— É... nunca viu uma colmeia?

— Col... meia?

— É... antigamente era conhecida por ser as casas das abelhas... mas a Capital modificou-as, transformando o veneno de uma única abelha, em algo alucinógeno e completamente perigoso...

— O que você acha que significa?

— Eu não sei muito bem... pode ser algo relevante, ou não... mas, eu acho que as coisas aqui não são tão sem importância assim...

— O que você quer dizer com...

— Lembra daquela edição em que um garoto disse que algo no apartamento dele se parecia com uma coisa que aconteceu na arena?

— Eu não...

— Era uma dica, Peeta!

— Mas...

— Pode ser que isso seja uma dica!

— Mas o que, exatamente, significa?

— Que terão abelhas extremamente perigosas na Arena. Que a Arena será dividida...

— Como eu disse no trem... como uma torta.

— Sim... - falei. - ou...

— Ou...

— Ou os dois.

Peeta ficou pensativo.

— Pode ser que sim... mas...

— Você ainda tem dúvidas? O sonho, a mesa, a janela que muda de cenário! É tudo uma dica! Só não vê quem não quer!

— Espera aí. Janela que muda de cenário?

— O controle serve para isso também...

— Eu nunca usei o controle... a não ser para ligar a TV, nada mais.

— Observe as paisagens...

— Eu vou... mas, qual botão?

— Eu sei lá! Apenas apertei qualquer um e mudou...

— Tudo bem... eu vou procur...

Uma voz fina e extremamente alta preencheu a sala.

— QUERIDINHOS!!! O café da tarde já está pronto!

Olhei no relógio ao lado da TV, que estava desligada. Eram cinco e meia.

Caminhei até a mesa de jantar, a qual já estava lotada dos mais variados tipos de lanches. Pedi que uma Avox colocasse um cereal natural em uma tigela e que enchesse de leite. Não queria abusar da boa vontade dela, mas eu ainda não tinha forças para erguer a jarra. Observei as bolinhas de cereal flutuando no leite branco.

Fendas...

[...]

Algumas horas se passaram. Eu estava na varanda, sozinha. Peeta conversava com Haymitch na sala de estar. Nada de muito importante. Nada que eu não soubesse. Parecendo não saber que eu estava lá, uma Avox acionou a porta que dava para o terraço. Ela deu meia-volta e já ia saindo.

— Ei, não vai... - chamei. Ela parou, ainda de costas para mim. - Estou sozinha... não gosto de ficar sozinha... quer ficar aqui comigo?

Ela assentiu, mas seu rosto, sempre baixo, expressava medo de ser pega.

— Não se preocupe... não vou falar pra ninguém que você ficou aqui comigo...

Ela sorriu sem mostrar os dentes. Talvez fosse verdade o que diziam. Talvez ela não tivesse a língua. Eu nunca os ouvira falar, mas não tinha total certeza.

— É verdade o que dizem de vocês? - perguntei.- Quer dizer... que vocês não falam?

Ela apenas assente novamente.

— Deve ser horrível... - ela levantou a cabeça e aliviou a expressão como se dissesse: a gente se acostuma com o tempo...– como vamos conseguir nos comunicar? - questionei.

Ela fez um movimento com a mão, como se escrevesse na mesma.

— Quer algo pra escrever?

Assentiu novamente.

— Como posso conseguir um?

A Avox apontou para o botão da porta.

— Existe um botão que me traz papel e lápis?

Assentiu novamente.

— Espere aqui, O.K.? - ela sorriu em concordância.

Fui até meu quarto, apertei uma sequência de botões e, de repente, várias bandejas subiram. Por sorte, uma delas continha um caderninho e um lápis preto. Apanhei-os e voltei para o terraço. Entreguei os objetos para a mulher, que me agradeceu com um outro sorriso e posicionou o lápis para começar a escrever, mas não o fazia. Parecia estar esperando por uma pergunto.

— Hã... é pra eu perguntar? - ela assentiu. - Hum... O.K.! É... qual seu nome?

Começou a escrever e, segundos depois, mostrou-me o caderno.

"Izabella" era o que estava escrito.

— Legal... nome bonito...

Sorri. Ela fez um movimento com as mãos, como se representasse uma sequência.

— Hum, mais uma pergunta? - assentiu. - Hã...como os Avox são selecionados? Tipo... como eles escolhem para que apartamento, Distrito e Tributos vão trabalhar?

Demorou um pouco, mas logo me mostrou a folha.

"Um Avox fica ajudando no apartamento do lugar onde foi capturado. Se for na Capital, trabalha na mansão presidencial."

— Você foi capturada no 12, então...?

A resposta foi mais rápida.

"Sim... eu e meu amigo tentamos fugir, mas eles estavam rondando. Sou do Distrito 10 e nós conseguimos andar bastante..."

— E seu amigo?

"Morto..."

Amargura tomou conta de seu rosto.

— Eu... eu sinto muito...

"Tudo bem..."

Um tempo se passou.

— Sabe... você me lembra minha irmã, Katniss...

"Sente falta dela?"

— Mais que de qualquer um... eu não a vi uma última vez, sabe... - meu rosto se tornou amargo. - ela não se despediu de mim...

"O que aconteceu com ela?"

— Não sei...

"Espero que não seja apanhada... se tiver fugido, sabe... não recomendo isso a ninguém..."

— Imagino...

Uma lágrima pareceu cair de seu olho esquerdo enquanto escrevia.

"Você é uma boa menina, Prim. Os tributos do ano passado não me trataram muito bem... ninguém trata, na verdade... mas... você é diferente, quero que ganhe..."

— Vou tentar... prometi que ia.

"Boa sorte... vai precisar..."

— Obrigada.

"Prim... quero te ver de novo."

— Torça por mim, Bella... posso te chamar assim?

Ela assentiu e começou a escrever.

"Eu vou... torcer."

— Obrigada.

Minutos se passaram.

Sem que eu percebesse, ela ergueu o caderninho.

"Já escureceu. Está na hora das notas... vá! Ah, e lembre-se: nunca tivemos essa conversa."

— Nunca sairá daqui. Pode confiar em mim.

Ela sorriu em agradecimento. Nos levantamos juntas e tomamos rumos diferentes. Eu fui para a sala de TV. Ela foi para... sei lá onde.

[...]

— Sente-se, Prim! - mandou Effie, quando percebeu minha presença. - Já vai começar!

Ela estava completamente animada. Assim que me sentei, a música de abertura do programa de Caesar tocou.

— Bem, como já sabem, meus queridos amigos, chegou a hora de saber as notas da apresentação individual dos Tributos do Septuagésimo Quarto Jogo Vorazes!

A plateia foi à loucura.

— Seguindo a sequência dos Distritos, como sempre, vamos começar!

Comecei a suar frio. O mal-estar estava voltando. Aguenta firme... só mais um pouquinho... Pensei.

— Distrito Um. Marvel. Nota 8.

Como imaginado...

— Distrito Um. Glimmer. Nota 9.

Olha só! A loirinha era habilidosa... Pensei. Sorri com o pensamento.

— Distrito Dois. Cato. Nota 10.

Cato, Cato... quase teve sua cabeça arrancada por uma lança curta...

— Distrito Dois. Clove. Nota 10.

Como se fosse novidade...

— Distrito Três. Carl. Nota 8.

Até que foi bem... o que será que ele fez?

— Distrito Três. Izzy. Nota 7.

A menina foi a menor nota até o momento.

E as notas foram passando... até que chegaram até a menina do Cinco. Não reparei no nome dela... mas a nota me chamou a atenção. Um 9.

Chelsea, a menina do Sete, conseguiu a numeração do Distrito.

Diogo, seu companheiro, um oito.

A nota do garoto do Dez, David, também me chamou a atenção. Tão magrinho e pequenino... conseguiu um oito.

A do garoto do Onze já era de se esperar que fosse alta.

— Distrito Onze. Tresh. Nota 9.

E a da menininha, Rue, me chamou mais ainda.

— Distrito Onze. Rue. Nota 7.

Como foi que... que ela conseguiu aquela nota? O que foi que ela fez?

E então a ansiedade aumentou quando o nome de Peeta foi chamado.

— Distrito Doze. Peeta...– ele fez suspense. - Nota oito...– falou a numeração pausadamente. Todos na sala se manifestaram, parabenizando Peeta. Foi quando vi quem estava presente.

Portia, Cinna, Vênia, Flavius, Octavia... todos nossos amiguinhos da Capital. Até mesmo a Avox com quem eu falara pouco antes.

— Distrito Doze. Primrose. Essa, em especial, me deixou surpreso, meus queridos... – suspense novamente. eu estava quase explodindo. - Nota... Dez.

Todos na sala vibraram junto com Caesar. Inclusive eu. Olhei para Bella enquanto abraçava meu Tributo companheiro e perguntei com o olhar: o que achou?

Ela assentiu em resposta, quando deu um sorriso, percebi que ela adorara a nota. Eu também.

— Minha cara Primrose... - começou Haymitch, o qual não estava num de seus dias melhores. - com essa nota, qualquer um vai querer se juntar à você e então, pode escolher qualquer aliado...

— Hã...

— Pode me dar uma pequena lista, nesse mesmo momento...

— Hum... O.K.! - falei. - Hã... primeiramente, Peeta... - ele assentiu, positivamente. - os Tributos do Três. - Haymitch pareceu aprovar. - A menina do Cinco...

Pensei um pouco.

— Mais alguém? - me apressou.

— Chelsea... ela é boa com o machado...

— A maioria do Sete é... mas, enfim, continue.

— Diogo...

— Mais?

— Rue... - ele revirou os olhos.

— Tudo bem, tudo bem...

— Se conseguir pelo menos dois deles além de Peeta... já é de bom tamanho...

Effie se manifestou.

— Sim, sim, claro! Agora, queridinha, vá dormir um pouco. Amanhã será um longo dia... treinaremos para a entrevista com Caesar... e Cinna se dispôs a ajudá-la.

— Certo...

Disse, me retirando.

— Hum... Prim? - chamou.

— Sim?

— O que você mostrou para eles? - perguntou. Curiosidade estampada em seu rosto.

— Além de construir o estilingue? - brinquei. - Eu atirei duas mini-estacas no centro de um mesmo alvo e uma terceira... pouco a cima da cabeça deles...

Falei, ocultando a parte na qual mirava a cabeça de Seneca Crane. Esse último comentário desencadeou uma série de descurssões. Aproveitando que eu não tinha me envolvido na conversa, segui até meu quarto, tirei a colcha de cima da cama e me deitei, cobrindo-me com uma coberta fina, porém quente. Ignorei a gritaria das pessoas nas ruas da Capital e abri a janela, deixando que um vento frio entrasse, tomando conta do quarto... e adormeci, feliz por ter uma pequena chance de viver.


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