Um novo amor escrita por Lela


Capítulo 14
Epílogo —


Notas iniciais do capítulo

Leiam até a última letra! O Nyah tá apagando minhas notas, então tive que colocá-las no capítulo :3



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Nagisa POV:

— Ai! — resmungo — Caramba! Essas agulhas doem! — as costureiras ao meu redor dão risinhos, como se todas as mulheres que já passaram por aqui falassem isso.

— Vida de mulher não é fácil — sorri a Yuuka, que está ao meu lado com um vestido arrumado. Sei que a ocasião meio que pede, mas mesmo assim eu provavelmente usaria uma calça jeans. Não consigo usar vestido — Principalmente para você, uma noiva!

Coro instantaneamente. As agulhas ainda pinicam na minha pele. Tento não pensar nelas. Penso no Ryosuke, que deve estar passando — ou não — pela mesma situação agora. Só que com um terno, não com um vestido. Sorrio, imaginando-o reclamando das agulhadas e tenho que reprimir uma risada.

— Mas então, como foi o pedido? — pergunta uma das costureiras, a Hime, que está cuidando da parte de cima do vestido — Ouço histórias todos os dias aqui e sempre me surpreendo com a criatividade dos noivos. E você me parece ser uma garota meio tímida... Como ele fez o pedido?

Acho que devo ter corado novamente. O pedido do Ryosuke não foi lá essas coisas. Ele não jogou rosas de um helicóptero, nem me pediu enquanto saltávamos de paraquedas (como se eu fosse corajosa o suficiente para alguma coisa desse tipo!). Mas foi... Romântico e fofo. Foi um pedido de casamento do Ryosuke. Ele deixou sua ‘marca’.

Flashback: Nagisa POV:

Estávamos numa casa de praia: eu, o Ryosuke, a Yuuka e o Atsushi. Já estava no final da tarde, quase escurecendo. O Ryosuke me chamou para irmos caminhar — e eu fui, já que não aguentava mais ficar dentro de casa jogando os jogos de tabuleiro que a Yuuka trouxe.

Andávamos pela areia fofa da praia e a água do mar batia nos meus pés. De mãos entrelaçadas, andamos pela praia em silêncio, como se precisássemos absorver cada detalhe, cada parte do momento.

— Você tem cócegas? — ele pergunta, meio que do nada. Sua mão solta a minha e antes mesmo que eu responda, ele começa a fazê-las em mim.

Começo a ter uma crise de riso, e, tentando me recuperar, tento fazer nele também. Não tem tanto enfeito quanto em mim, mas nós dois começamos a rir e caímos no chão. Ele para de fazer cócegas em mim e ficamos deitados na areia, sem nos importar com nossas roupas ou cabelos (acho que só eu me importaria com isso — ele é um garoto), apenas tentando deixar nossas respirações normalizadas.

Imagino que vamos ficar deitados lá e me junto mais para perto dele. Ele pôs um braço sob mim, me abraçando, enquanto minha cabeça está apoiada no mesmo. Ficamos olhando o céu enquanto ele fica estrelado. O Ryosuke tem cheiro de perfume, amaciante de roupa e xampu. Se eu fosse falar isso de um modo abstrato, ele teria cheiro de segurança, conforto e bem... À Ryosuke. Ficamos ouvindo o barulho do mar e olhando as estrelas.

— As estrelas são tão bonitas... — falo apenas para quebrar o silêncio. Sinto que meu comentário é meio idiota, mas mesmo assim não tento o corrigir.

— E tão distantes... — ele completa sem tirar os olhos das estrelas. Sem ele perceber, estou observando sua bochecha, seu rosto, como se quisesse saber cada detalhe dele (como se eu já não soubesse!) — Fico imaginando se poderíamos vê-las de perto, mas... Elas são bolas de fogo. Não são como nós as desenhamos. Eu prefiro as nuvens.

Vejo seu sorriso crescer em seus lábios.

— Talvez em um futuro distante possamos colocar pedaços de nuvens em potinhos de vidro. — ele dá uma pequena risada — É uma ideia meio boba, mas eu gostaria de ter um Potinho de Nuvem em meu quarto. Bolinhas de algodão também é uma boa possibilidade, mas não teriam a mesma magia. — dou um suspiro, mas não estou triste. A conversa é meio idiota e legal ao mesmo tempo — Mas talvez em algum futuro distante.

— Talvez esse futuro não esteja tão distante assim.

Sinto-o se levantando, e fico sentada na areia, observando-o e esperando que o Ryosuke faça alguma coisa. Ele me encara, determinado a fazer algo que eu não sei o que é. Então ele se agacha e começa a catar conchinhas. Sem perceber, acabo notando várias conchas ao meu redor e vou ajudá-lo, catando as mais bonitinhas.

Devo ter pegado umas dez, ou mais. E vou à água limpá-las. Me junto ao Ryosuke, que está com várias conchinhas na mão e está colocando-as na areia de um modo que não consigo entender. Sento-me em sua frente, coloco as conchinhas ao seu lado e ele não percebe; está muito concentrado no que está fazendo e suponho que é algo importante.

Até que ele acaba e sorri. Então me encara, ainda sorrindo e percebo um rubor no seu rosto. O que o Ryosuke está aprontando? , penso, mas ao invés de reclamar ou ficar indignada, sorrio e sento-me do seu lado, tentando descobrir.

“Quer casar comigo?”

É o que eu leio. A princípio, fico sem entender. Sem reação. Tenho que ler mais algumas vezes para entender o que está acontecendo e, quando enfim entendo, me levanto.

Há lágrimas em meus olhos e o Ryosuke me olha assustado, ele se levanta também, provavelmente pronto para perguntar se eu estou bem... Mas não é isso.

É uma sensação boa. Estranha. Ótima. E então, em meio às lágrimas, começo a dar pequenos risos estranhos, como se eu não acreditasse no que estava acontecendo. E então começo a pular. Sintomas de felicidade extrema, penso. Mas talvez eu não tenha pensado nisso no momento que senti. Demorei alguns minutos para processar tudo aquilo. E então o abraço.

Pulos. Sorrisos e risos. Abraços. Felicidade extrema. O abraço com tanta força dos fatores presentes, que caímos novamente no chão. Fico encima dele, rindo e sorrindo como uma boba. Sentindo minhas lágrimas caírem no rosto dele.

— Nagisa — ele fala, abrindo aquele sorriso. O sorriso mais bonito do mundo que só ele pode fazer — Quer casar comigo?

— Sim! — a palavra sai engasgada — C-claro! Claro que sim!

Ele sorri novamente, e dessa vez, me beija. Naquele momento eu senti que era o segundo dia mais feliz da minha vida. E que incrivelmente, os dois mais felizes até agora, tem o Ryosuke envolvido. Ele me abraça e me beija novamente. Estou feliz e atordoada demais para pensar em fazer alguma coisa.

Então ele se levanta, e após me dar outro beijo, olha para as conchinhas. Ele escolhe uma que as duas partes estão juntas e as guarda. Fico sem entender o porquê, mas mesmo assim, não questiono nada.

Vamos andando de volta para a casa, no modo mais devagar, porque sabíamos que precisávamos guardar cada pedacinho e cada detalhe daquele momento. Ele é único.

***

A casa tem quatro quartos, mas apenas dois estão em uso. Um para mim e para o Ryosuke e outro para a Yuuka e o Atsushi. Neles, há uma cama de casal. Agora, que eu tenho 24 anos, é normal dormir com o Ryosuke. Ou a Yuuka com o Atsushi.

Acordo no meio da noite, sem nenhuma razão específica e vejo que o Ryosuke está acordado. Ele está sentado em frente à mesa do quarto, com o abajur ligado.

— Ryosuke? — pergunto e ele me olha — O que você está fazendo?

Tento espiar, mas ele é mais rápido. Esconde as coisas e se levanta, desligando o abajur da mesa. Então, ele volta para a cama e sussurra:

— Segredo. — sinto um sorriso se formando e fico tentando imaginar o que seria isso.

Ele nos envolve com o cobertor e vejo-o pegar rapidamente no sono. Fico ouvindo sua respiração leve, e ele coloca seu braço sobre mim. Estamos de conchinha. Sinto meus olhos pesados e adormeço.

No outro dia, quando acordei, o Ryosuke já tinha se levantado, e após ter me arrumado para encontrar a os três (Yuuka, Atsushi e o Ryosuke) na sala ou então na cozinha, percebo que sou a última a acordar e fico meio constrangida. São dez horas da manhã e bem... Eu sou dorminhoca mesmo.

Saio do quarto — já sem cara de sono ou pijama — e vejo o Ryosuke ajudando a Yuuka à fazer o almoço e o Atsushi vendo televisão.

— Bom dia, Nagi-chan! — disse a Yuuka. Eu estava só observando os três, escondida e só ela me notou ali.

— Bom dia! — respondo.

O Ryosuke me viu e sorriu. Vou atrás dele e ele me dá um beijo no canto da boca.

— Bom dia, Nagisa. — ele fala, ainda sorrindo. Quando vou respondê-lo ele me interrompe — Tenho um presente para você.

Sou puxada para o quarto, de onde ele tira uma pequena caixinha que estava em cima da mesa, em um canto bem escondido. Fico observando ele e a caixa, tentando descobrir o que ele fez. Ele abre a caixinha e tira um colar e uma pulseira com uma... CONCHA!

— I-Isso é a concha da... praia? Do pedido?! — falo enquanto uma felicidade louca me invade. Ele assente, e eu pulo para cima dele, dando-o um abraço. O Ryosuke retribui, dando um beijo em mim.

— Bem, a pulseira é minha e o colar é seu! — ele sorri — Posso colocar em você?

Faço que sim e mexo no cabelo, parecendo que eu vou fazer um coque, para o Ryosuke poder colocar o colar em mim. Os dedos dele encostavam em minha nuca. Eles estavam meio gelados, mesmo fazendo calor lá fora.

Quando ele coloca o colar em mim, me viro para o espelho. Ele é lindo. Simples e com a concha em todo o foco. Sorrio de modo bobo e feliz e dou um abraço no Ryosuke, roubando-lhe um beijo em seguida.

— Vamos contar para a Yuuka que nós iremos nos casar? Ela e o Atsushi têm que ser os primeiros! — falo para o Ryosuke, enquanto nos separamos do beijo.

— Vamos... Eu só não sei como vamos contar isso — ele fala, com a mão no cabelo — Nunca fui bom nesse tipo de coisa.

Dou uma pequena risada, me lembrando que o Ryosuke não é realmente a melhor pessoa que irá te contar algo. Ele fica meio constrangido. Ele não gosta da minha risada e bagunça o meu cabelo, que já não deve estar lá essa beleza toda — nunca foi, na verdade.

Saímos do quarto e eu vejo a Yuuka deitada no sofá e se apoiando no Atsushi, que mexe no cabelo dela. Eles já são casados à um ano, e continuam tão fofos juntos! O Ryosuke está com o queixo apoiado na minha cabeça e provavelmente está bem tímido. Quero dar um sorrisinho, mas me mantenho séria e chamo a atenção da Yuuka e do Atsushi.

— Yuuka... A gente tem uma coisa pra te contar. — dou um sorriso enorme.

— Vocês vão se casar? — ela pergunta, curiosa.

— C-C-C-C-Como...? — eu e o Ryosuke perguntamos na mesma hora.

— CARAMBA! VOCÊS VÃO SE CASAR?! AI MEU DEUS! — ela pula do sofá, arrastando o Atsushi junto à ela. O Atsushi me cumprimenta, enquanto a Yuuka cumprimenta o Ryosuke e então as versões do Atsushi e da Yuuka de melhores amigos se revelam.

A Yuuka me ataca com um abraço, muito, muito apertado. Ela estava chorando de alegria, e eu comecei a chorar também e ficamos parecendo duas criancinhas chorando.

— Ah, sério, você cresceu tão rápido! — ela diz, chorando e sorrindo ao mesmo tempo. — Mas e aí, quando foi o pedido? Não, calma. Como foi o pedido?

— É mesmo. A gente passou uma semana aqui... Não acredito que vocês já tinham ficado noivos e nem nos avisaram? — o Atsushi perguntou, colocando o braço ao redor da cintura da Yuuka.

— Não, calma! — falo. Olho para o Ryosuke, que está sorrindo, e embora ele esteja assim, percebo que sou eu quem vai ter que explicar tudo. Dou um sorriso e quando vou começar a falar, o Ryosuke me interrompe.

— Foi ontem... Nós estávamos cansados de ficar em casa toda noite, então fomos caminhar na praia à tarde. — Fico encarando o Ryosuke enquanto ele explica. Quando estávamos no terceiro ano do colegial, o Ryosuke conseguiu ficar na minha sala, e quando tínhamos trabalho para apresentar, eu ficava 0bservando-o. Ele nunca foi muito bom de falar em público ou de explicar coisas para as pessoas. Ele continuou a explicar, mas eu não conseguia muito bem concentrar no que ele falava. — E então, eu pedi a Nagisa em casamento.

A Yuuka me abraça, o Atsushi também, já que agora estamos mais próximos. Me sinto feliz como nunca e seguro a mão do Ryosuke.

Vamos nos casar. É isso!

Flashback Off.

Só percebi que estava vagando quando a Yuuka estala os dedos na minha frente. Olho para o espelho e vejo que estou inconscientemente tocando no colar que o Ryosuke fez. Um sorriso brota em meu rosto.

Conto para a Hime como foi o pedido — só o pedido e a parte do colar — e nada mais, embora eu tenha me lembrado de mais coisas fora o pedido. A Hime diz que foi um pedido fofo e que o Ryosuke provavelmente estava bem tímido também.

Elas terminam de ajustar o vestido, e eu, finalmente, estou liberada para sair dele. Visto minhas roupas normais e eu e a Yuuka vamos à uma cafeteria. Eu morava com ela antes dela se casar com o Atsushi. Saímos das nossas casas aos 18, e mesmo assim a mãe dela ajudava a gente a pagar as contas.

Então eu comecei a morar só por um tempo, pagando a faculdade e trabalhando. E então, a Yuuka teve a brilhante ideia de fazer o Ryosuke morar comigo. É quase como se nós estivéssemos casados, só que sem a aliança ou coisa do tipo.

***

Fico me arrumando para sair com o Ryosuke. Não tenho que me “produzir toda”, porque só vamos ao cinema e... Eu não gosto de muita maquiagem. Vou colocar o colar em mim e...

Ele quebrou.

Ouço o som de algumas bolinhas quicando no chão e da concha e meu peito começa a doer. Começo a chorar, um pouco alto demais, pois o Ryosuke, que estava na sala, veio no quarto saber o que estava acontecendo.

— Nagisa? — ele vem para mais perto de mim, com a intenção de olhar o meu rosto, mas recuo, chorando ainda mais. Ele provavelmente está achando que fez algo de errado e fico com vontade de repreender a mim mesma.

O Ryosuke observa ao redor e para bem onde a concha está caída no chão.

— O colar... quebrou. — ele olha para mim meio preocupado. Estou chorando mais ainda, e sei que o Ryosuke está pensando em algo para me consolar. Mas ele nunca foi lá muito bom de consolar pessoas, principalmente se elas estão chorando — Nagisa, não tem problema! A gente não vai deixar de se amar, ou ter o casamento cancelado por causa do colar — ele toca no meu rosto e enxuga minhas lágrimas.

Ele pega a concha, o cordão do colar e as pequenas (e poucas) bijuterias que o decorava e coloca-as em cima da mesa. Ele me olhou e ficou me abraçando, até eu me acalmar.

— Já sei! — ele quase grita do nada, me assustado. — Já que, provavelmente nós não vamos mais ao cinema, podemos fazer um “cinema” aqui em casa mesmo.

Penso na ideia. Não é tão ruim assim. Faço que sim com a cabeça, e ele começa a me carregar nas costas, provavelmente tentando melhorar o meu humor. Ele para na frente do guarda-roupa e tira uma blusa dele e um short de pijama meu.

— Veste, a gente vai ficar em casa mesmo... — ele sorri, e começa a tirar a blusa, para ficar apenas de bermuda. — Vou para a cozinha fazer pipoca... Ou tentar. Te espero lá antes de eu por fogo na cozinha.

Ele dá outro sorriso e o puxo para beijá-lo. Depois troco de roupa e vou até a cozinha. A camisa do Ryosuke fica grande em mim, mas eu gosto de ficar com ela. Vejo o que ele está fazendo na cozinha ele conseguiu fazer a pipoca.

O Ryosuke é bom de cozinhar, mas... A pipoca e o brigadeiro de panela geralmente ficam para eu fazer. Ele diz que não sabe quando é o ponto da pipoca e com brigadeiro, a desculpa é que o meu é melhor.

Coloco refrigerante para nós e vamos para o quarto.

— Que filme vamos ver? — pergunto. Começamos a procurar filmes e obrigo ele à vermos algum filme de romance. Ele fica meio hesitante, afinal, ele com certeza preferiria ver um filme de ação ou algo do tipo.

Nos deitamos na cama, em uma posição em que dê para: (a) ficarmos juntos, (b) comer a pipoca, (c) não ficar com o pescoço dolorido e (d) ver o filme. Quando o filme acabou, eu acabei pegando no sono, encostada no ombro do Ryosuke e com o cobertor em cima de mim.

— Boa noite, Nagisa. — ele me dá um beijo na testa e eu sei que está sorrindo. Após isso, adormeço completamente.

***

Acordo com o Ryosuke dormindo ao meu lado. Ele está de frente para mim e nossas testas estão quase juntas. Tento me levantar sem acordá-lo, mas quando estou quase saindo da cama, ele segura a minha mão.

— Nagisa? — ele pergunta. Viro-me para ele, e ele sorri — Bom dia. Que dia é hoje? Que horas são?

O Ryosuke fica meio lerdo quando acorda, e às vezes isso é um pouco engraçado. Ele se levanta e boceja, já tendo soltado a minha mão.

— Bom dia, hoje é sábado, são nove horas e eu estou morrendo de preguiça. — rimos e então ele continua.

— Eu também, mas eu tenho uma coisa muito importante para fazer hoje. — ele atinge a minha curiosidade.

— O que é? Posso ir? Te ajudar? — pergunto com curiosidade.

— Não vou dizer, nem te levar e bem... Você não precisa me ajudar.

Fico meio triste, odeio quando alguém esconde algo de mim. Ele percebe e vem mais para perto de mim e apoia a cabeça dele em meu ombro.

— É uma surpresa muito importante... e especial. Você não pode saber, senão estraga. — o Ryosuke conclui, se levantando da cama e me puxando junto.

Confesso que minha curiosidade não saiu, mas deixei de perguntar, afinal, ele já me havia “contado” o que era, embora eu continuasse sem saber. Enquanto ele está na cozinha, eu vou tomar banho e me arrumar, já que vou ter que me encontrar com a Yuuka.

À noite, enfim, consigo chegar em casa.

Meu dia foi corrido novamente, afinal, a cada dia que se passa, o meu (e do Ryosuke) casamento fica mais perto e eu tenho que sair para ajustar os detalhes finais.

Basicamente, eu só estou vendo o Ryosuke à noite, e só ficamos deitados na cama ou sentados no sofá, mas vendo televisão ou estamos tentando terminar os pequenos detalhes que faltam.

— Já está tão perto! — falo, suspirando e parecendo uma boba— Nós vamos casar! Isso é tão... Emocionante!

O Ryosuke ri e concorda comigo, dando-me um beijo na bochecha. Ficamos conversando sobre o casamento, o nosso ‘noivado’, nosso namoro e, por fim o começo daquele pequeno ódio que se formou quando nos conhecemos, anos atrás.

— Ah! —ele fala de modo inesperado e me assusta — Tenho um presente para você.

Fico imaginando se é aquilo que ele falou de manhã e minha curiosidade volta. Passei o dia inteiro tentando descobrir o que seria, mas minha cabeça estava ocupada com os detalhes restantes do casamento. O meu dia foi resumido em palavras: Noiva, buquê, vestidos, convidados...

O Ryosuke se levanta rapidamente do sofá e vou atrás dele. Sei que colocou algo em seu bolso, mas não tenho a mínima ideia do que seja — agora, além de que é algo pequeno — e então ele tira o objeto do bolso, fazendo o maior suspense.

— Meu Deus, Ryosuke... O que é que você quer me... — olho para a mão dele e fico paralisada — mostrar...

São alianças. Douradas, lindas... Sinto meus olhos se encherem d’água e observo-as novamente. Há um detalhe nelas. Algo como uma pequena pedra. Seguro a caixinha mais perto, para poder enxergar direito, já que as lágrimas não deixavam e vi... Eram conchas. Daquelas que estavam na areia, quando ele me pediu em casamento.

Dou o maior sorriso do mundo. Percebo que não era a mesma concha do colar ou da pulseira — até porque não daria, afinal, a concha era grandinha — mas as conchas eram idênticas. Havia outras conchas com seus pares na praia, e ele deve ter pegado mais de uma!

Começo a chorar mais ainda, afinal, a felicidade em mim era grande o suficiente para eu não conseguir contê-la. Abraço-o e recebo um beijo e um abraço dele. Minhas lágrimas encharcam a camisa dele, e ele não liga — ou finge não ligar.

— Ah, Nagisa, você chora muito — ele fala, sorrindo. Há um silêncio, quando eu estou parando de soluçar e quando continuamos abraçados — Eu te amo.

***

— Ai. Meu.Deus. Nagisa! — a Yuuka me balança — É hoje!

Como se eu já não soubesse, a Yuuka estava lá para lembrar-me. Provavelmente mais nervosa que eu, já que eu sou tipo “irmã mais nova” dela. Inúmeras mulheres e homens estavam em cima de mim: maquiando-me, vendo últimos detalhes do vestido e tirando fotos.

Tento não pensar na sensação claustrofóbica em cima de mim, mesmo com todas essas pessoas. Tento pensar no Ryosuke. Em como minha mãe já provocou duas brigas entre eu e ele — duas das pouquíssimas que tivemos. Em como ele continua daquele jeito dele, dedicado e prestativo. Em como ele me ajudou a passar por momentos estranhos e difíceis — o casamento do meu pai e os homens estranhos que minha mãe estava levando para casa...

Era o Ryosuke, afinal. Bem, nós já terminamos uma vez... Por causa da minha mãe. Foi uma briga feia. Minha mãe nunca gostou do Ryosuke. Por quê? Eu não sei. Mas ela arrumava briga e um dia ela falou de mim para ele. Meu Deus, a minha própria mãe!

Passamos uns dois meses separados. Depois a Yuuka me fez falar com ele. A gente conversou, conversou... E quando falei que já tinha que ir, ele segurou meu braço e pediu para eu ficar. “Preciso te perguntar uma coisa”, ele disse.

“Antes eu queria te pedir desculpas, Nagisa...”

No fim, voltamos.

E cá estamos nós.

— Nagisa, você está bem? — pergunta a Yuuka.

— Sim! — respondo sorrindo e então percebo que já estou com a maquiagem no rosto e fico surpresa — Só tive um flashback de memórias...

Ela me olha desconfiada e se senta na cadeira. Fico imaginando se ela vai falar algo do tipo “Tipo para ver se você quer mesmo se casar com o Ryosuke?” mas ela apenas faz uma cara chorona e sorri ao mesmo tempo — meio assustador — e me fala:

— É, Nagisa, sei como é — ela me encara e faz novamente a cara chorona — Você está se tornando uma mulher adulta!

Ela sorri e depois sai. Fico encarando ela sair e depois me encaro no espelho. Estou pronta. Pelo menos é isso que eu acho. A não ser que falte mais alguma coisa... Que eu não saiba. Fico sendo ‘paparicada’ por mais meia hora.

— Você está pronta, Nagisa! — a mulher sorri. Me sinto desesperada. Mas já? Na verdade, fico ansiosa. Eu sei que eu vou casar com o Ryosuk, sei disso à um bom tempo, até, mas é tão...!

Me sinto uma criança, e então, vejo que há um carro à minha espera. Um motorista abre a porta para mim e agradeço, sentando-me. Estou ansiosa. Não percebo que há alguém do meu lado até me cutucarem.

É o meu pai.

Fico paralisada encarando-o.

“Já decidimos o que é melhor”, “Eu e a Akemi estamos divorciados, já está decidido”.

Ele está mais velho, obviamente, e seus olhos castanhos um pouco mais calorosos do que antes — que eram surpreendentemente frios, comigo e com minha mãe. Eu sabia que havia o convidado. Ele e sua nova esposa, como também, minha mãe e qualquer que seja o namorado que hoje esteja com ela. Só não imaginava que ele realmente viria.

— Nagisa! — ele fala, meio constrangido — Há quanto tempo!

É... Não o vejo desde que o senhor me abandonou com a minha mãe.

Não quero chorar, ou reviver momentos do passando quando o que eu mais quero seja viver o presente. Afinal, vou me casar! Não quero que ninguém ouse estragar esse momento. Não quero chorar. Não quero chorar. Não quero chorar.

Não vou chorar.

Não passei uma tarde inteira me divertindo com as mulheres do salão, junto com a Yuuka para o meu pai vir e acabar com todo o trabalho que as maquiadoras fizeram. Não sei se a maquiagem é à prova d’água.

Encaro-o em silêncio, o examinando. Querendo ver se me lembro de alguma característica física. Fico imaginando se ele veio para tentar se desculpar, ou juntar laços do passado. Não, não vou.

— Não sei se já lhe informaram — ele, ainda constrangido, começa a falar formalmente — Mas... serei eu quem lhe acompanharei até o Kouha.

— Oi? — encaro-o surpresa. Não aquela surpresa boa, ou nem mesmo a ruim — Por quê?

— Porque sou seu pai, Nagisa. E... eu me arrependo de muitas coisas que fiz e deixei de fazer com você e o Natsu. Não estou aqui forçando você a me aceitar, ou me desculpar, eu só quero que você lembre que ainda tem um pai.

Não vou chorar. Não vou chorar. Não vou. Não vou.

Eu quase chorei.

Sorrio. Acho que ele entende o que eu quero dizer com o sorriso e sorri também. Chegamos ao local. Fico ansiosa. Estou nervosa. Meu Deus! Meu pai me oferece o braço dele no meu e começo a ouvir a música.

Todos se voltam para mim. Ouço cliques de fotos. Sorrisos. E então, vejo o Rysouke, lá na frente. Ele está sorrindo e chorando. É estranho vê-lo assim, afinal, não costumo ver o Ryosuke chorando. E sei que ele está nervoso, porque ele não para de olhar para os irmãos, para o Atsushi, a Yuuka e para mim. Sorrio ao encará-lo e ele sorri também (ele dá aqueles sorrisos que eu amo).

Me aproximo do altar, e meu pai se separa de mim. O Ryosuke segura a minha mão. Um tempo depois, escuto o padre falar:

— Kouha Ryosuke, você aceita a Yamano Nagisa como sua legítima esposa?

— Sim! — ele aperta minha mão e dá um sorriso.

— Yamano Nagisa, você aceita Kouha Ryosuke como seu legítimo esposo?

Olho para o Ryosuke, sorrindo. Enfim, estava acontecendo!

— Sim! — respondo, completamente feliz — Claro que sim!

— Bem, o noivo pode beijar a noiva!

O Ryosuke me encara e sorri, ainda com lágrimas no rosto. O Nariz, a bochecha e suas orelhas estão meio avermelhados, como quando ele fica envergonhado. Sorrio. Ele coloca as mãos na minha cintura, e eu abraço a nuca dele, enquanto ele me beija. Sorrimos.

Afinal, sabíamos que aquilo seria só o começo da nossa história.

–-

Gente, o Nyah tava apagando minhas notas do capítulo e como eu tenho uma mensagem muito importante para dizer, eu PRECISO colocar aqui :C

"Bem... O que eu tenho para dizer? Nada. Apena peço MILHÕES de desculpas. Sou uma escritora de fics horrivelmente má... Desde que eu terminei o último capítulo, minhas amigas (vulgo leitoras beta), queriam porque queriam o Epílogo. Certo, eu tinha o resto das férias para fazê-lo! Ou, ao menos, era isso que eu pensava. Seria uma pena se eu me viciasse em The Sims 3, League of Legend e ao mesmo tempo minha melhor amiga - não leitora beta - e meu primo estivessem viciados em (ela The Sims, ele LOL), e disputassem TODOS os dias (já que os dois estavam na minha casa) o computador. Tirando isso, eu não conseguia escrever em paz, e não conseguia nem tocar no meu notebook. Triste. Então as aulas começaram e TCHARAAAAAAAM: Feira de Ciências. Passei o mês de agosto toda concentrada na atividade mais chata e cansativa do ANO (que só dura um dia de apresentações - odeio me apresentar, qualquer trabalho, eu tenho um troço, fico branca, quase choro... é lindo dms

"É, a Nagisa está meio chorona :3 Bem, gente, muito obrigada por lerem Um novo amor. Sério, vocês não sabem - ou sabem - o quão isso foi - e é - importante para mim. Obrigada mesmo aos que comentam (Nana chan ♥) Me desculpem realmente. Eu fui uma pessoa que QUASE não cumpriu seu dever de fazer vocês lerem as histórias que gostam - ou, sei lá. Eu, mesmo sem conhecer vocês, AMO vocês, sério mesmo. Obrigada, obrigada, obrigada e... Não me abandonem :3

– Talvez eu poste outra história aqui, estilo uma distopia OU uma fic de uma universitária, ou eu realmente não poste mais fics, eu to com um - desculpem o palavrão, mas - puto bloqueio criativo. Não me deixem no vácuo. Ou me deixem, eu mereço mesmo. :3 Vocês podem falar comigo, por mensagem, e-mail... Bem, mais uma vez, e talvez... Talvez, a última, MUITO OBRIGADAAAAAAAA *------------------*"

Obrigada ♥


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Notas finais do capítulo

Bem... Acho que é um adeus.
Ou não.
I see you in the next fic! - o inglês deve estar errado :c



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