Uma leve tontura me atingiu. Depois a verdade. Depois o choque.
Black? Ela seria parente de Sirius ou algo do tipo?

- Bla-Black? Você... Conheceu Sirius?

- Conheci muita gente.

Fiquei com raiva, por que ela falava em tantos enigmas?
- Responda a pergunta. Você conheceu Sirius Black?

- Você não pode me obrigar a responder.

Pensei rápido.
- Você não pode me fazer ficar fora de Hogwarts.

Ela adquiriu uma expressão de raiva. Como se não suportasse o fato de eu ser mais esperta que ela.

- Pega leve Granger. – Malfoy sussurrou atrás de mim, ignorei-o.

- Não Draco. Ela esta certa. – ela disse ainda com raiva – eu não posso obriga-la a nada. Sim, eu conheci Sirius Black.

- O que você é dele? – perguntei.

Ela estava irritada.
- Quantas perguntas terei que responder?

- A porra da quantidade que eu fizer.

Malfoy estava observando recostado em uma arvore, com os braços cruzados, um sorriso minúsculo brotava de seus lábios, como se estivesse se divertindo muito. Desgraçado. Por culpa dele eu estava ali.

- Não sou parente.

Analisei atentamente seu rosto. Uma fúria me tomou, por que eu sentia tanta raiva?
- Esta mentindo.

- Há coisas que você não pode saber por agora.

Resolvi usar o único argumento no qual eu poderia confiar. Eu sabia que ele faria ela falar, mesmo que não entendesse aquela imensa importância.
- Há coisas que eu não posso fazer também. Como sair de Hogwarts.

- “Você pode fizer adeus a sua família e amigos e afastar-se quilômetros, e ao mesmo tempo carregá-los em seu coração, em sua mente, em seu estômago, pois você não apenas vive no mundo, mas o mundo vive em você.”

- Frederick Buechner. – completei. – é assim que você se sente com relação a sua família?

- Você é inteligente.

Sorri sarcástica.
- Eu sei.

- E modesta também. – Malfoy se pronunciou de seu lugar na sua suposta plateia.

Ela olhou para o céu, negro, misterioso e recheado de estrelas. Uma imensidão. A lua brilhava lá no topo.
- Já esta na hora de ir.

Mas eu não tinha terminado. Eu tinha mais perguntas.
- Eu não terminei.

- Podemos terminar isso depois.

- Quando?

- No tempo certo.

Dizendo isso ela desapareceu novamente na clareira.
Olhei para Malfoy, parado olhando para o lugar onde Ridley estava como se ela ainda estivesse ali. Surpreso pela sua saída cinematográfica.

- Vai me levar de volta para o castelo ou vai me deixar vagando na floresta proibida?

- Por que eu te deixaria aqui? – ele saiu de seu transe.

- Por que você me odeia.

- Você esta um pouquinho enganada a meu respeito. – disse fazendo um gesto com os dedos.

- O que isso quer dizer?

Ele sorriu misteriosamente.
- Você faz perguntas demais.

Dizendo isso ele colocou as mãos no bolso casualmente e começou a andar. Era minha vez de segui-lo.