– Alunos! – Minerva chamou, fazendo com que todos se calassem e prestassem atenção nela – Diante dos recentes acontecimentos, perdemos, infelizmente, o Monitor da Grifinória. Como a casa não pode ficar sem seu Monitor, assim sendo, juntamente com os professores, escolhemos a pessoa que vai substituir Neville Longhbottom temporariamente, a nova monitora da Grifinória é Hermione Granger.

Parei de comer.

EU SOU MONITORA? MERLIN! Arregalei os olhos. Demorei um tempo para perceber que tinham pessoas me parabenizando.

Depois do incidente da janela, Ronald desapareceu. Acho que Minerva pensou que me colocando como monitora, eu estaria constantemente com Draco, e isso evitaria acontecimentos fatais como aquele. As pessoas voltaram a ser normais comigo, não sei o por quê.

Involuntariamente, sorri. Levantei os olhos e tinha alguém me observando da mesa da Sonserina, nossos olhos se encontraram... esse alguém sorriu de canto. Baixei a cabeça.

Gina estava fazendo um escândalo.
– HERMIONE, VOCÊ É MONITORA! VOCÊ SEMPRE QUIS ISSO, MERLIN, AS FESTAS NO APARTAMENTO VÃO VOLTAAAR!

Ela estava mais feliz pelas festas que por mim.

Enfim, eu sou monitora.

Só isso mesmo para me alegrar um pouco durante esses dias...

Quando sai do Salão Comunal, achei que iria para as aulas até Gina me puxar em outra direção.
– Você tem o dia livre, esqueceu? Para fazer a sua mudança. Suas coisas já estão lá. – ela sorriu um pouco – Foi assim com Neville.

Do nada, senti-me mal por Neville, por estar no lugar dele. Mas eu sabia que era errado me sentir assim, por que prometi a mim mesma que vou encontrá-lo. Despedi-me de Gina e fui em direção ao Apartamento dos Monitores.

Quando parei na frente do quadro daquele pirata chato, me lembrei que não fazia ideia da senha.

O pirata bufou ao me ver.
– O que você quer?

– Entrar. – respondi como se fosse obivio.

Ele sorriu desdentado.
– Você é a menina monitora? Qual a senha? – ele perguntou, desafiando-me.

Dei um passo a frente, corajosa.
– Eu não sei essa merda de senha por que Minerva ainda não me falou, então me deixe entrar ou eu vou arrancar você dessa parede e te jogar no lago negro! – ameacei.

O pirata arregalou os olhos.
– Mas a tinta vai manchar!

– Tanto faz! – falei.

Ele adquiriu uma expressão de pavor e abriu passagem.

Entrei, não havia ninguém ali, acho que Draco estava nas aulas e minhas coisas já estavam no meu quarto, que por sinal, era bem fácil descobrir a porta dele por ela ser vermelha.

Subi as escadas, ótimo. Um dia só para mim. Abri a porta do quarto devagar e percebi o quão grande era, e com certeza foram feitas algumas mudanças para que uma garota pudesse ocupa-lo. Observei ao redor: era todo nas cores da Grifinória (dourado e vermelho), mas tinha uma parede branca. Havia um Closet com espelhos, uma escrivaninha , uma cama de casal enoooorme, uma TV simplesmente sobrenatural na parede e alguns aparelhos eletrônicos trouxas, algumas paredes eram vermelhas, e em uma delas havia o símbolo da Grifinória. Varias prateleiras, para os meus livros infinitos, pensei.

Pensei também que meu tempo naquele quarto e nessa escola estava determinado, e a cada dia que passa estava mais perto do fim.

Então decidi aproveitar enquanto podia, ao invés de me trancar no quarto e chorar toda a noite por causa dos meus problemas. Todo mundo tem problemas afinal, e não é por que eu tenho uma pilha que tenho que achar que são os piores do mundo.

Enfim, eu estava morrendo de preguiça então arrumei todas as minhas coisas com magia, e mesmo assim demorou. Meu braço estava dormente do mesmo jeito por causa da varinha, então conclui que trabalho com magia ou sem magia é cansativo.

Por fim, eu sabia que qualquer um que entrasse naquele quarto saberia que era de Hermione Granger.

Livros, CDs e DVDs por todos os lados. Além da parede branca que tinha virado um mural com bilhões de fotos bruxas. Era o quarto que eu sonhei a vida toda.

Por fim, decidi que queria tomar um banho e não fazer nada o resto do dia por que eu mereço.

Quando entrei no banheiro minha boca formou um perfeito “O”, era incrível e todo aquele blá blá blá, mas eu amei a banheira. Aquela ali ia ser minha melhor amiga para sempre. Quando tirei a blusa de mangas compridas, percebi, além dos hematomas que o Weasley deixou em meus bracos, que o pulso estava estranhamente azulado. Fanzi o cenho para aquilo e resolvi deixar para la, devo ter batido em algo quando caia. Umas três horas depois sai do banheiro enrolada na toalha, me sentindo renovada.

Joguei-me na cama, exausta.

Não tenho aulas IHUL!

Olhei para o relógio, estava de tarde e eu não tinha comido nada. Eu estava faminta.

Entrei no Closet, vesti um short jeans rasgado e um blusão branco com os dizeres “POW!” dentro de um balão explosivo de historias em quadrinhos.

Decidi andar descalça por ai por que na mudança perdi os chinelos e não estava afim de calcar uma sapatilha ou allstar.

Fui até a minicozinha... Sim, tínhamos uma minicozinha. Chamei um Elfo.

– No que esse pobre Elfo pode ajudar a Senhorita Granger? – o Elfo perguntou, cabisbaixo.

– Qual o seu nome? – perguntei docemente.

– Hyde. – ele disse, menos acuado.

– Tudo bem, Hyde. Preciso que você me traga umas coisinhas. – disse, então ele finalmente levantou os olhos. Sorri mais abertamente – Anote ai: Bolo de Chocolate, cookies, refrigerante, sorvete de creme, sapos de chocolate, salgadinhos, lasanha de frango, pastel de frango, achocolatado e leite condensado.

Falei devagar enquanto ele memorizava tudo.

– Ah Merlin, não me deixe diabética. – falei para eu mesma.

Mas eu sabia que Merlin não iria me deixar diabética, e sim eu. Mas eu era tão abençoada que comia, comia, comia e não engordava.

– Hyde volta em pouco tempo, Senhorita. – então ele sumiu.

Logo, ouvi um estalo na mesa e virei-me. Ele estava de pé encima da mesa, com todas aquelas maravilhas ao seu redor.

Umedeci os lábios, pronta para atacar aquele banquete.

– Obrigada Hyde! – agradeci, e ele desapareceu.

Olhei para a comida, ela só não olhou para mim por que não tinha olhos. ATACAAAAAAAAAAAR!

Não vou narrar como estava gostoso, isso vai render algumas pessoas babando e de olho grande na minha comida.

Eu tinha acabado de enfiar uma coxinha na boca e percebi uma sombra na parede, além de mim. Uma sombra estranha e... Quando percebeu que eu a tinha notado, virou-se de lado colocando o dedo indicador sobre os lábios, um sinal para ficar em silencio.

Um arrepio percorreu minha espinha, não posso estar vendo coisas.

Então sombra desapareceu.

S-u-m-i-u.