Dramione: Learning To Love escrita por Clary


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, estou escrevendo outra fic, também de HP "Diary of April", o link vai estar nas notas finais, espero que deem uma olhadinha por favor *-* Bem, ate la embaixo!



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Cheguei ao corredor do apartamento dos monitores. O quadro que me recebeu era de um pirata velho e chato.
– Senha. – disse carrancudo.

– Por favor, chame o Malfoy para mim. – pedi educadamente.

– Eu não vou chamar ninguém menina inútil, chame você mesma. – respondeu.

Um quadro me ofendendo? Não.
– Ou você chama o Malfoy ou vou botar fogo em você. – ameacei.

– Você não ousaria! – ele semicerrou os olhos.

Peguei a varinha.
O pirata arregalou os olhos e saiu correndo.

Minutos depois Malfoy apareceu na porta com o cabelo levemente bagunçado, uma blusa branca, calça de moletom verde e um ar sonolento.

– Você é um ótimo ator. – disse entrando.

– Você demorou tanto que dormi. – ele falou bocejando enquanto eu me deitava no sofá vermelho.

– Então essa é a Torre dos Monitores? Já ouvi falarem de muitas festas daqui nunca descobertas por professores. – o apartamento é chamado de Torre por ser um dos melhores lugares de Hogwarts para festas escondidas.

– Ainda acontecia na época da Pansy. – ele disse andando.

– Pansy.. Parkinson, certo? – ele assentiu com a cabeça rindo um pouco da minha expressão azeda – Quer dizer que você e o Neville desanimaram essa coisa?

– Longbottom é certinho demais. – ele sentou-se ao meu lado – E você frequentava?

– Não. Eu era certinha demais.

– Por que será que não me surpreendo? – ele perguntou ironicamente, pensativo.

– Por que eu fui uma boa menina por anos. Até hoje ninguém duvida que eu ainda seja a mesma.

– Mas você não é.

– Aham. – dei de ombros, ele sentou-se no sofá ao meu lado e fiz sua perna de travesseiro.

Passamos alguns minutos em silencio.
Ele o rompeu.
– Hermione...

– Sim?

– O que acha que fariam se soubessem da gente?

Olhei-o.
– Tanto faz. Ninguém se mete assim na minha vida pra me dizer o que devo ou não fazer. Exceto Gina.

Ele pensou um pouco.
– Se a reação da Grifinória for a mesma do Weasley...

– Não será, isso eu te garanto. – Grifinórios não são de crucificar as pessoas. Lembrei-me dele. – como seria na Sonserina?

Ele riu.
– Prefiro não pensar nisso.

Sorri de canto.
– Então.. Escondido?

Ele sorriu um pouco.
– Se você quiser.

Arqueei as sombrancelhas.
– Você realmente enfrentaria a Sonserina por mim?

Ele deu de ombros.
– Você esta sendo a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, e acredite, eu não tive muitos momentos bons. E eu não ou desperdiçar essa oportunidade por causa de uns princípios de uma certa casa.

Alguma coisa dentro de mim revirou, acho que aquilo era um sentimento estranho. Era bom.
– Eu tenho medo.

Ele me observou.
– Medo de que?

– Acha que os alunos tem alguma ideia do que está acontecendo lá fora?

– Não sei. – ele suspirou – mas vão começar a desconfiar. O Ministério não age com muita discrição, Minerva não vai conseguir esconder por muito tempo essa informação dos alunos mais velhos, como a gente, e quando todo mundo se der conta...

O interrompi.
– Conheço gente que não superou. – lembrei-me de mim mesma e desviei o olhar – Os reflexos da guerra, vimos muitas mortes de pessoas que... conviviam conosco. Acho que pra alguns, isso vai ser impossível de aceitar.

– Alguns criminosos de guerra ainda estão sendo julgados.

Falei com raiva.
– Eles deviam saber.

– Do que? – ele franziu do cenho.

– Do que está por vir.

Os lábios dele formaram uma linha fina.
– Não é que eu os esteja defendendo. Mas poucos sabiam dos planos de Voldemort.

– Sabe o que é pior? – perguntei olhando-o.

– O que?

– Não saber com quem exatamente estamos lidando. Antes era diferente. Tínhamos Voldemort que ameaçava Harry, sabíamos o que deveríamos fazer para detê-lo. E agora? Não sabemos de nada. Eu e você devemos ser os únicos que sabem o que vai acontecer e... todos estão ai, vivendo suas vidas achando que essa tranquilidade vai durar, não sei, ate ficarem velhinhos e “BANG!” explode outra guerra no mundo magico.

– Não é uma guerra. – o observei com interesse. – Talvez seja uma decisão.

Franzi o cenho.
– Como você sabe?

– Veja bem – ele começou – O que Voldemort não conseguiu?

Ele falava como um professor. Respondi:
– Exterminar os nascidos trouxas.

– Qual a decisão que tomamos ao vencê-lo?

– Que mesmo vindos de famílias de origem bruxa ou trouxa temos um dom em comum: a magia nasceu conosco. E somos todos iguais.

– Deixando toda a historia de Potter de lado, todo aquele amor e blá blá blá... ele queria destruição. Ele queria infelicidade. Caos. Esses sentimentos de alguma forma o alimentavam por dentro.

Fazia sentido.
– É claro, e o que o impedia de destruir o mundo magico era Harry, que mesmo tendo um passado que podia tê-lo feito infeliz pro resto da vida, todos ao redor dele o amavam e ele escolheu ser feliz com essas pessoas. Destruindo Harry ele destruiria a esperança da felicidade de todos. As pessoas ficariam aterrorizadas.

– Todos os comensais são como ele. Compartilham o mesmo sentimento. Frustração por não terem conseguido a felicidade, por ninguém nunca tê-los amado realmente.

– Mas, o que isso tem a ver com a decisão?

– Eu estive pensando sobre isso esses dias e... Eu cheguei à conclusão de que somos donos das nossas decisões, pra eles isso não importa, eles querem a desordem. É nisso que se baseia o argumento deles, não querem saber mais dessa historia de sangue-puro ou sangue-ruim.

– O que eles querem então? – perguntei.

– Eles não querem felicidade.

Isso era completamente absurdo.
– Pessoas infelizes? Isso é tão absurdamente impossível que chega a assustar.

– Não é impossível.

– Não?

– Servos das Trevas são pessoas frias, secas, sabem lidar com tudo e todos da maneira mais rápida e fácil. Eles não precisam de sentimentos para os atrapalharem com suas decisões.

– O que eles pretendem fazer então? Arrancar o coração das pessoas?

– Eles pretendem causar tanta decepção, desespero, desilusão, transtorno, que perderemos a vontade de viver.

– Não podem fazer isso. – falei.

– São mais poderosos do que você pensa.

– Ninguém pode arrancar de uma pessoa a vontade de viver assim. – bufei de raiva.

– Decepções te fazem pensar duas vezes antes de tomar uma decisão. – ele continuava com sua linha de raciocínio.

– Pessoas superam decepções. – rebati.

– Nem todas. – falou.

– Pare de falar como se fosse um deles! – exclamei. Mas que raiva! Por que ele jogava tudo pra fora assim?

– Eu estou sendo realista!

– A realidade machuca! Por que você esta despejando tudo isso em mim?

Ele segurou a minha mão.
– Por que de todas as pessoas no mundo, eu tenho que confiar em uma. Eu escolhi apostar as minhas fichas em você por que eu sei que é forte o bastante pra enfrentar isso.

– Não é tão fácil assim... Eu não sou essa figura durona e inabalável o tempo todo. Cansa. Cansa ser forte sempre.

– Não precisa ser assim comigo. Você sabe que agora a coisa fica mais complicada pro seu lado, você não pode sustentar o mundo nas costas. Você tem que aprender a deixa-lo cair um pouco e se libertar do peso da vida lá dentro.

Encarei seus orbes cinzas.
– Você é tão bom com as palavras.

– Eu preciso ser. – ele me encarou de volta. – eu preciso de você.

– Por que isso me envolve? – sustentei o olhar.

– Talvez você não tenha ideia do que realmente é.

– O que eu sou? – perguntei.

– Atualmente? Você é minha. – ele disse como se fosse a coisa que mais quisesse dizer no mundo. Ele não fazia ideia do efeito que causava em mim.

– Eu vou esquecer o mundo lá fora por alguns instantes, Ok?

– Ok.

Sorri um pouco. Nossos dedos ainda estavam entrelaçados. Olhei para nossas mãos. Era fácil ser eu mesma com ele. Malfoy não era de expressar o que sentia com perfeitos discursos elaborados lotados de “Eu te amo”. Ele era cuidadoso com essa expressão. Assim como eu. Por que quando é amor você tem que ter certeza.
– É difícil acreditar que esteja mesmo acontecendo, eu e você. – falei.

– É difícil acreditar que perdemos tanto tempo.

– E que fomos descobrir justamente agora.

– O que há de errado no agora?

– O agora está se tornando doloroso.

– O agora tem que ser vivido antes que o futuro comece a nos fazer voltar ao passado.

– Isso foi filosófico.

– Eu sou um gênio da filosofia...

Ri mais.
– AAAh não é mesmo!

– Imagine eu escrevendo um livro?

– Não. Imaginei você com aqueles óculos de meia lua, e escrevendo lentamente com uma pena nos pergaminhos.

– Eu era um velho por acaso? – ele fez uma careta.

– Sim!

– Suspeitei.

Examinei seu rosto.
– Você velho vai ser esquisito. – ponderei.

Ele pareceu indignado.
– Como assim?

– Esquisito... tipo... não sei.

– Só espero ficar velhinho com você.

Franzi o cenho.
– Não é muito cedo pra dizer isso?

– Não. Eu sei disso, simplesmente sei.

Olhei em seus olhos. Sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio do deserto, seja no meio das grandes cidades. E quando estas pessoas se cruzam, e seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perdem qualquer importância, e só existe aquele momento. Isso era tão impossível.

Então ele me beijou.


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Notas finais do capítulo

http://fanfiction.com.br/historia/443054/Diary_of_April/ espero que leiam a outra fic! O que acharam do cap? Até nos Reviews ^^