Dramione: Learning To Love escrita por Clary
Notas iniciais do capítulo
Hey gente, estou escrevendo outra fic, também de HP "Diary of April", o link vai estar nas notas finais, espero que deem uma olhadinha por favor *-* Bem, ate la embaixo!
Cheguei ao corredor do apartamento dos monitores. O quadro que me recebeu era de um pirata velho e chato.
– Senha. – disse carrancudo.
– Por favor, chame o Malfoy para mim. – pedi educadamente.
– Eu não vou chamar ninguém menina inútil, chame você mesma. – respondeu.
Um quadro me ofendendo? Não.
– Ou você chama o Malfoy ou vou botar fogo em você. – ameacei.
– Você não ousaria! – ele semicerrou os olhos.
Peguei a varinha.
O pirata arregalou os olhos e saiu correndo.
Minutos depois Malfoy apareceu na porta com o cabelo levemente bagunçado, uma blusa branca, calça de moletom verde e um ar sonolento.
– Você é um ótimo ator. – disse entrando.
– Você demorou tanto que dormi. – ele falou bocejando enquanto eu me deitava no sofá vermelho.
– Então essa é a Torre dos Monitores? Já ouvi falarem de muitas festas daqui nunca descobertas por professores. – o apartamento é chamado de Torre por ser um dos melhores lugares de Hogwarts para festas escondidas.
– Ainda acontecia na época da Pansy. – ele disse andando.
– Pansy.. Parkinson, certo? – ele assentiu com a cabeça rindo um pouco da minha expressão azeda – Quer dizer que você e o Neville desanimaram essa coisa?
– Longbottom é certinho demais. – ele sentou-se ao meu lado – E você frequentava?
– Não. Eu era certinha demais.
– Por que será que não me surpreendo? – ele perguntou ironicamente, pensativo.
– Por que eu fui uma boa menina por anos. Até hoje ninguém duvida que eu ainda seja a mesma.
– Mas você não é.
– Aham. – dei de ombros, ele sentou-se no sofá ao meu lado e fiz sua perna de travesseiro.
Passamos alguns minutos em silencio.
Ele o rompeu.
– Hermione...
– Sim?
– O que acha que fariam se soubessem da gente?
Olhei-o.
– Tanto faz. Ninguém se mete assim na minha vida pra me dizer o que devo ou não fazer. Exceto Gina.
Ele pensou um pouco.
– Se a reação da Grifinória for a mesma do Weasley...
– Não será, isso eu te garanto. – Grifinórios não são de crucificar as pessoas. Lembrei-me dele. – como seria na Sonserina?
Ele riu.
– Prefiro não pensar nisso.
Sorri de canto.
– Então.. Escondido?
Ele sorriu um pouco.
– Se você quiser.
Arqueei as sombrancelhas.
– Você realmente enfrentaria a Sonserina por mim?
Ele deu de ombros.
– Você esta sendo a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, e acredite, eu não tive muitos momentos bons. E eu não ou desperdiçar essa oportunidade por causa de uns princípios de uma certa casa.
Alguma coisa dentro de mim revirou, acho que aquilo era um sentimento estranho. Era bom.
– Eu tenho medo.
Ele me observou.
– Medo de que?
– Acha que os alunos tem alguma ideia do que está acontecendo lá fora?
– Não sei. – ele suspirou – mas vão começar a desconfiar. O Ministério não age com muita discrição, Minerva não vai conseguir esconder por muito tempo essa informação dos alunos mais velhos, como a gente, e quando todo mundo se der conta...
O interrompi.
– Conheço gente que não superou. – lembrei-me de mim mesma e desviei o olhar – Os reflexos da guerra, vimos muitas mortes de pessoas que... conviviam conosco. Acho que pra alguns, isso vai ser impossível de aceitar.
– Alguns criminosos de guerra ainda estão sendo julgados.
Falei com raiva.
– Eles deviam saber.
– Do que? – ele franziu do cenho.
– Do que está por vir.
Os lábios dele formaram uma linha fina.
– Não é que eu os esteja defendendo. Mas poucos sabiam dos planos de Voldemort.
– Sabe o que é pior? – perguntei olhando-o.
– O que?
– Não saber com quem exatamente estamos lidando. Antes era diferente. Tínhamos Voldemort que ameaçava Harry, sabíamos o que deveríamos fazer para detê-lo. E agora? Não sabemos de nada. Eu e você devemos ser os únicos que sabem o que vai acontecer e... todos estão ai, vivendo suas vidas achando que essa tranquilidade vai durar, não sei, ate ficarem velhinhos e “BANG!” explode outra guerra no mundo magico.
– Não é uma guerra. – o observei com interesse. – Talvez seja uma decisão.
Franzi o cenho.
– Como você sabe?
– Veja bem – ele começou – O que Voldemort não conseguiu?
Ele falava como um professor. Respondi:
– Exterminar os nascidos trouxas.
– Qual a decisão que tomamos ao vencê-lo?
– Que mesmo vindos de famílias de origem bruxa ou trouxa temos um dom em comum: a magia nasceu conosco. E somos todos iguais.
– Deixando toda a historia de Potter de lado, todo aquele amor e blá blá blá... ele queria destruição. Ele queria infelicidade. Caos. Esses sentimentos de alguma forma o alimentavam por dentro.
Fazia sentido.
– É claro, e o que o impedia de destruir o mundo magico era Harry, que mesmo tendo um passado que podia tê-lo feito infeliz pro resto da vida, todos ao redor dele o amavam e ele escolheu ser feliz com essas pessoas. Destruindo Harry ele destruiria a esperança da felicidade de todos. As pessoas ficariam aterrorizadas.
– Todos os comensais são como ele. Compartilham o mesmo sentimento. Frustração por não terem conseguido a felicidade, por ninguém nunca tê-los amado realmente.
– Mas, o que isso tem a ver com a decisão?
– Eu estive pensando sobre isso esses dias e... Eu cheguei à conclusão de que somos donos das nossas decisões, pra eles isso não importa, eles querem a desordem. É nisso que se baseia o argumento deles, não querem saber mais dessa historia de sangue-puro ou sangue-ruim.
– O que eles querem então? – perguntei.
– Eles não querem felicidade.
Isso era completamente absurdo.
– Pessoas infelizes? Isso é tão absurdamente impossível que chega a assustar.
– Não é impossível.
– Não?
– Servos das Trevas são pessoas frias, secas, sabem lidar com tudo e todos da maneira mais rápida e fácil. Eles não precisam de sentimentos para os atrapalharem com suas decisões.
– O que eles pretendem fazer então? Arrancar o coração das pessoas?
– Eles pretendem causar tanta decepção, desespero, desilusão, transtorno, que perderemos a vontade de viver.
– Não podem fazer isso. – falei.
– São mais poderosos do que você pensa.
– Ninguém pode arrancar de uma pessoa a vontade de viver assim. – bufei de raiva.
– Decepções te fazem pensar duas vezes antes de tomar uma decisão. – ele continuava com sua linha de raciocínio.
– Pessoas superam decepções. – rebati.
– Nem todas. – falou.
– Pare de falar como se fosse um deles! – exclamei. Mas que raiva! Por que ele jogava tudo pra fora assim?
– Eu estou sendo realista!
– A realidade machuca! Por que você esta despejando tudo isso em mim?
Ele segurou a minha mão.
– Por que de todas as pessoas no mundo, eu tenho que confiar em uma. Eu escolhi apostar as minhas fichas em você por que eu sei que é forte o bastante pra enfrentar isso.
– Não é tão fácil assim... Eu não sou essa figura durona e inabalável o tempo todo. Cansa. Cansa ser forte sempre.
– Não precisa ser assim comigo. Você sabe que agora a coisa fica mais complicada pro seu lado, você não pode sustentar o mundo nas costas. Você tem que aprender a deixa-lo cair um pouco e se libertar do peso da vida lá dentro.
Encarei seus orbes cinzas.
– Você é tão bom com as palavras.
– Eu preciso ser. – ele me encarou de volta. – eu preciso de você.
– Por que isso me envolve? – sustentei o olhar.
– Talvez você não tenha ideia do que realmente é.
– O que eu sou? – perguntei.
– Atualmente? Você é minha. – ele disse como se fosse a coisa que mais quisesse dizer no mundo. Ele não fazia ideia do efeito que causava em mim.
– Eu vou esquecer o mundo lá fora por alguns instantes, Ok?
– Ok.
Sorri um pouco. Nossos dedos ainda estavam entrelaçados. Olhei para nossas mãos. Era fácil ser eu mesma com ele. Malfoy não era de expressar o que sentia com perfeitos discursos elaborados lotados de “Eu te amo”. Ele era cuidadoso com essa expressão. Assim como eu. Por que quando é amor você tem que ter certeza.
– É difícil acreditar que esteja mesmo acontecendo, eu e você. – falei.
– É difícil acreditar que perdemos tanto tempo.
– E que fomos descobrir justamente agora.
– O que há de errado no agora?
– O agora está se tornando doloroso.
– O agora tem que ser vivido antes que o futuro comece a nos fazer voltar ao passado.
– Isso foi filosófico.
– Eu sou um gênio da filosofia...
Ri mais.
– AAAh não é mesmo!
– Imagine eu escrevendo um livro?
– Não. Imaginei você com aqueles óculos de meia lua, e escrevendo lentamente com uma pena nos pergaminhos.
– Eu era um velho por acaso? – ele fez uma careta.
– Sim!
– Suspeitei.
Examinei seu rosto.
– Você velho vai ser esquisito. – ponderei.
Ele pareceu indignado.
– Como assim?
– Esquisito... tipo... não sei.
– Só espero ficar velhinho com você.
Franzi o cenho.
– Não é muito cedo pra dizer isso?
– Não. Eu sei disso, simplesmente sei.
Olhei em seus olhos. Sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio do deserto, seja no meio das grandes cidades. E quando estas pessoas se cruzam, e seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perdem qualquer importância, e só existe aquele momento. Isso era tão impossível.
Então ele me beijou.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
http://fanfiction.com.br/historia/443054/Diary_of_April/ espero que leiam a outra fic! O que acharam do cap? Até nos Reviews ^^