Hunger Games Mockingjay II-Again Catching Fire escrita por White Rabbit, Maegor


Capítulo 31
Rio Nilo- Final


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas a escola está muito puxada.



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Tobias Mason

A dor lhe fazia contorcer os membros, tinha a sensação de que seus músculos estavam sendo rasgados, ele sabia que iria morrer, mesmo tendo recebido um soro, aquele veneno não era comum. Ele já havia visto pessoas envenenadas, todas elas sofriam antes de morrer, todas elas gemiam de dor.

O sangue que circulava em seu corpo parecia ter se tornado ácido, as suas veias inchavam e pulsavam como se algo estivesse corroendo-as, seus companheiros de aliança o olhavam com pesar, mas nada poderia ser feito. Pelo menos ele havia salvado Sharon antes de morrer e isso já lhe tirava muito peso da consciência.

Sua vista começava a escurecer, ele viu apenas quando Juliet inutilmente aplicava o soro mais uma vez no local da picada que já havia adquirido um tom arroxeado indicando que aos poucos o sangue parava de circular, em breve ele estaria partindo. Era naquele momento que ele descobriria se havia ou não vida após a morte.

Fechou os olhos já aceitando a sua condição, orando baixinho, na esperança de o Todo-Poderoso, tivesse misericórdia pelos seus pecados e ele pudesse ser levado em paz para onde quer que fossem as almas dos mortos. Podia ouvir alguns sussurros desconexos, já não ouvia quase nada.

A dor sumiu dando lugar a uma dormência agonizante, já não sentia mais o próprio corpo. Restavam apenas minutos para a sua morte. Despediu-se mentalmente de sua esposa e de seus filhos, sabia que o seu destino já havia sido traçado. Ele iria morrer. Nada mais do que isso. Iria passar pela mesma coisa que todo ser vivo passa, a última transição do mundo, a do estado físico para o estado espiritual.

Toda a sua vida lhe passou como um flash em sua mente, então era verdade, antes de morrer você via a própria vida. Já concentrado em seus poucos minutos, ele utilizou o que restava de suas forças para sorrir. Sua vida fora boa, apesar de ter sido sorteado uma vez, apesar de estar morrendo naquele momento, fora uma vida boa e feliz ao lado de pessoas que ele amava.

E ainda com um sorriso estampado em seu rosto ele ouviu o canhão, e só então seus olhos fecharam para sempre. Seu espírito já estava viajando para um lugar além da compreensão humana, ele não ouviria mais os choros copiosos de sua aliança e de sua família, não veria mais o sofrimento daquele mundo cruel e insano, pra onde ele ia, só havia esperança e alegria.

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Jennifer Murray

O tiro de canhão a tomou de assalto, ela começou a olhar para os lados vendo se todos os membros de sua aliança estavam em segurança, pelo que ela tinha visto, todos estavam bem. No entanto, Chris e Heather haviam saído há poucos minutos para poder conseguir veneno de víboras, ela só podia rezar para que ambos estivessem vivos.

Sentou-se na areia quente do deserto, enterrando as mãos até onde a areia estava fria e jogando-a por cima do próprio corpo, ela não conhecia muito sobre locais áridos, mas sabia que a areia servia de controlador de temperatura e que ela poderia manter-se fresca sem precisar gastar a preciosa água que possuíam em mãos naquele momento.

Owen estava em cima de uma rocha gigantesca, observando se havia algum tributo próximo, mas o deserto pregava peças, às vezes o tributo parecia estar perto quando na realidade estava a quilômetros de distância e vice-versa, toda a arena era um abatedouro, e os tributos eram o abate. Cinco já haviam sido sacrificados e mais vítimas surgiriam, Jennifer tinha certeza de que a maioria dos tributos morreria pelas surpresas da arena.

Heather voltou junto a Chris, ambos seguravam cobras mortas, Heather parecia tão animada quanto uma criança em meio a presentes de natal, ela era a única perita em venenos e antídotos, e ter em mãos meia dúzia de víboras era como uma dádiva divina.

– Não são cobras comuns- sibilou Heather animadamente- o veneno deles tem forças catastróficas, experimentei um pouco em um rato do deserto e o animal morreu quase que instantaneamente, os fluidos corporais dele ficaram destruídos.

– Então quer dizer que temos uma arma poderosa em mãos?- Luke limpava as mãos na barra da calça havia acabado de montar uma arapuca para apanhar alguns ratos do deserto que seria infelizmente a janta deles, depois de uma semana alimentando-se do bom e do melhor, comer ratos era a pior coisa do universo.

– Mais do que isso, esse veneno é a chave para nossa sobrevivência, se eu estiver certa ele pode matar um ser humano em poucos minutos, se jogarmos isso na água de um oásis e atraíssemos os tributos para ele, teríamos vários mortos em pouco tempo.

– Aí está o problema- disse Jennifer sacudindo a areia das calças- não vimos nenhum oásis por perto e em um deserto acho meio difícil conseguir atrair algo além de animais ou bestantes.

Nesse momento, um som ensurdecedor foi escutado, e no meio do deserto surgiu um gigantesco oásis que podia ser visto ao longe, ele havia emergido do meio da terra, tinha águas límpidas e cristalinas, e diversas tâmaras e palmeiras o enfeitavam, fora alguns itens que se espalhavam pela margem.

– Acho que isso não é mais um problema- riu Heather- só que vamos precisar de mais víboras.

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Savannah Hastings

Foi a primeira de sua aliança a chegar ao oásis, era enorme, um lago de águas calmas e cristalinas que se estendia por metros, areia fina e fresca, palmeiras enormes que davam sombras convidativas, fora as tâmaras que cresciam as margens, mochilas e outros itens se espalhavam pelo oásis e alguns peixes nadavam dentro da água. O local perfeito para ficar durante o tempo.

Já afetada pelo calor ela jogou-se da água, refrescando-se e bebendo o máximo que podia, o último oásis era tóxico e cheio de crocodilos bestantes, mas este tinha a água pura e limpa, própria para o consumo. Ela sabia que aquilo atrairia os tributos para um banho de sangue, mas pouco se importava com isso, preferia desfrutar o momento.

– Pelo visto é seguro- riu Élleny enchendo um galão de água- podemos ficar aqui por um tempo.

– Essas frutinhas são deliciosas- Khalil arrancara um punhado de tâmaras e as punha na boca- são tão doces.

– Tome cuidado- Trista repreendeu-o apoiando a foice em palmeira- se fossem venenosas estaria morto agora.

– Vim do distrito 11, conheço de longe alguma fruta venenosa. Onde está o Derek?

– Está vindo, ele estava desmontando uma armadilha- disse Élleny bebendo o máximo de água que seu corpo podia aguentar- é melhor aproveitarem, em breve esse lugar vai estar cheio de tributos sedentos. Pode ter algo de útil nessas mochilas, é melhor procurarmos.

Trista e Khalil começaram a vasculhar as mochilas, enquanto Élleny enchia os galões de água e colocava centenas de tâmaras dentro de um saco plástico. Ela queria apenas aproveitar o frescor, seria raro na arena ela ter um momento como aquele e sabia disso. Em pouco tempo Derek chegou trazendo um gerbo pego na arapuca.

O resto do dia foi tranquilo, nenhum acontecimento estranho, era como se eles quisessem que os tributos se juntassem para poderem encurralar eles com bestantes e criar uma nova carnificina. Anoiteceu depressa e a temperatura caiu drasticamente, forçando Savannah a sair da água.

A insígnia da Capital decorou o céu noturno, seguida do hino frenético de Panem. As imagens dos mortos apareceriam com seus distritos piscando abaixo deles. A primeira a aparecer fora a garota do distrito 1, a jovem loba adorada por muitos mas que não passara do banho de sangue. A segunda fora do garoto do distrito 6, o jovem que matou quatorze tributos em seus primeiros jogos não havia resistido ao primeiro dia na arena. Logo depois apareceu a foto da garota cobiçada do distrito 8, já de se imaginar que ela fosse morrer no primeiro dia. Seguido de seu parceiro de distrito e por último o homem do distrito 9, que devia ter falecido com uma das surpresas da arena.

Savannah não sentiria falta deles, pelo contrário, quanto mais morressem melhor, assim ela poderia voltar para casa. Por mais amigos que fossem, por mais que compartilhassem a dor de serem sobreviventes dos jogos vorazes, na hora de matar ou morrer, o matar sempre prevalece.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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