Trish Norman

Ela era doce como o melhor mel do mundo e delicada como a mais linda borboleta. Trish era uma mistura de beleza e inocência que cativava e despertava os instintos mais vorazes dos homens e até de algumas mulheres. Por onde ela passava podia ouvir cantadas e elogios de todas as formas e tipos. Mesmo sendo obrigada a se tornar o brinquedinho favoritos dos poderosos e ricos da Capital.

Ainda assim ela procurava se conformar com a situação em que estava, sabia que teria alguns patrocinadores, seus "donos" não deixariam que ela morresse a míngua na arena, até porque sentiriam falta das noites que tinham com ela. Embora Trish quisesse morrer logo e acabar com seu sofrimento ela sabia que os patrocinadores não queriam que ela morresse,e nem os idealizadores, porque se ela morresse muito cedo os patrocinadores dela poderiam ficar descontentes com a situação e pular do barco.

E muita gente que houvesse apostado nele perderia muito dinheiro, e Trish sabia muito bem como funcionava o sistema de apostas, e todos os tributos até então tinha uma popularidade razoável em meio aos apostadores que todos os anos apostavam suas fortunas nos tributos mais diversos possíveis. Houve uma edição que um rico empresário apostou todas as suas economias na garotinha do distrito 6. Caçoaram dele, dizendo que era impossível aquela menininha de treze anos ganhar os jogos. Resultado, ela ganhou os jogos e o empresário ficou três vezes mais rico com o dinheiro daqueles que apostaram nos tributos mais velhos e consequentemente mais fortes, ela provou que os espertos também podiam vencer.

E provou também que muita coisa pode acontecer, por mais que um tributo tenha vantagem em suas habilidades assassinas ou seja esperto o suficiente para armar uma emboscada, a arena também era uma competidora em potencial, já que pelo menos um terço dos tributos morria pelos desastres da arena ou por causas naturais.

E Trish sabia que a arena daquele ano seria a mais fatal possível, afinal eles estavam lidando com vitoriosos, pessoas que a seu modo venceram os jogos e sabiam muito bem como sobreviver. Por isso os jogos poderiam demorar dias e dias, causando o tédio nos telespectadores, e o único modo de atrair de volta a atenção era simplesmente criando armadilhas naturais que matassem os tributos ou pelo menos os juntassem para que lutassem entre si.

– Está indo bem Trish- seu companheiro de distrito elogiou-a enquanto decapitava os hologramas com um machado, Trish não havia matado ninguém nos jogos, mas se tivesse precisado não hesitaria em usar suas facas de arremesso- até parece uma carreirista.

Ela sorriu, enquanto lançava a segunda faca que girou pelo ar e acertou precisamente o pescoço do holograma que desapareceu diante de seus olhos, era ainda o primeiro dia de treinamento e parecia que eles treinavam a dias, por sorte faltava apenas meia hora para que eles fossem liberados e pudessem descansar.

Eles continuaram lutando até que todos os hologramas tivessem sido decapitados ou acertados pelas facas de Trish. A voz já conhecida falou que o desempenho havia sido de 100% e eles voltaram a sala branca e iluminada. Prince despediu-se com um meneio e foi em direção a câmara de sobrevivência, onde os tributos podiam testar suas habilidades de sobrevivência em diversos tipos de arenas.

Era um modo de ajudá-los a sobreviver por mais tempo e trazer mais apostas para aquele ano que era considerado um dos mais importantes de todos os tempos e olha que eles ainda estavam no primeiro dia de treinamento. As opções de arena flutuavam pela mente de Trish: labirintos, desertos, ruínas, minas, entre mil outras novidades que pudessem vir a ser usada pelos idealizadores.

Mas ela não queria mais sofrer, se ela era mesmo um anjo que nem diziam, ela queria ir embora para o céu logo e deixar apenas sua lembrança entre os terrenos, não adiantava em nada ser bonita e delicada, se ela servia apenas para ser a bonequinha dos idealizadores, estava cansada de ser usada e tomaria uma atitude drástica para sua vida...morrer!

Ela tinha muitas habilidades ocultas que não teve oportunidade de mostrar, mas era mil vezes melhor ter uma morte rápida no banho de sangue, do que fugir e morrer mais tarde pelas mãos de outro tributo ou pelas surpresas da arena. Ela estava cansada daquela vida e iria dar um fim nela, custasse o que tivesse que custar.

Em memória de Trish Norman- Distrito 8