The Hunger Games Clove: The Spark escrita por MyG


Capítulo 5
Capítulo 5 - Você aguentaria passar por isso?


Notas iniciais do capítulo

Oi, voltei... Como sempre boa leitura!



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Chego ao nosso andar, tomo um banho não me importando com a quantidade de botões que apertei, ou com o cheiro doce de frutas que estou após me livrar de todos os produtos da Capital. Eu estou fervendo de raiva, indignação e também revolta. Não consigo esconder, assim como Cato.

Vou para a mesa de jantar onde todos sustentam feições decepcionadas e abatidas. Exceto Adaly, que não fica quieta um minuto sequer, falando coisas do desfile, o efeito na Capital, coisas bobas e estressantes, que sabemos que não são verdade, já que toda a atenção ficou com o distrito doze.

— Você não consegue calar a boca? - Pergunto ríspida. Todos me encarram e Adaly se cala, o silêncio abate o local. 

— Qual o seu problema? - Cato pergunta elevando a voz. Ótimo, só precisava de um empurrãozinho para cravar uma faca nele.  

— O problema é que ela não cala a boca. Todo mundo aqui sabe que as atenções estão todas no doze, ela como nossa acompanhante deveria ser mais realista.

—Com licença. - Diz Adaly se retirando da mesa com lagrimas nos olhos.

Capital é sempre tão... Capital. Queria ver essas pessoas nos distritos, não durariam dois dias.

— Clove, você exagerou. - Enobaria me repreende.

— Você sabe como os da Capital são, ela estava tentando lhes motivar. - Brutus diz em tom de desapontamento.

— Ela podia falar menos. - Falo, tentando me esquivar do erro que cometi.

— Clove, ela é da Capital, de um desconto.

— Ninguém me deu desconto esses anos todos. - Digo com todos os anos passando como um filme por minha cabeça, em uma questão de segundos.

— Nossa! Você fala como se tivesse sofrido muito todos esses anos, qual é! Se não aguenta o treinamento e queria um “desconto” por que não pediu? Em vez de agora ficar reclamando. - Cato se pronuncia e meu sangue simplesmente ferve.

— Você não sabe nada garoto. - Grito, levantando e batendo as mãos com força na mesa.

— Não sei nada? E o que tenho para saber? Que você deve ser outra mimada pelos papais que não aguenta o treinamento e acha que isso é muito complicado? Mais uma que está nos jogos para ter o que contar futuramente sobre sua vidinha medíocre? Ou para ter o luxo da Capital ao seu dispor... Ou, espera, quem sabe você nem saiba por que está aqui! É só mais uma sem propósito, que viu nos jogos uma maneira de tentar ser alguém.

— Cato, para!- Enobaria se levanta, gritando com ele. Enobaria sabe o que passei, ele não.

— Para? Para? Ah! Por favor! Está na hora dessa garotinha ouvir umas verdades! Eu tenho problema com meus pais e nem por isso...

Cato para quando vê a faca que eu joguei fixada na parede atrás de si, ela passou a milímetros de sua cabeça.

— Chega! Cato! – Brutos grita com ele.

— Olha aqui Cato. - Digo o nome dele com o máximo de desprezo que consigo, meus punhos se fecham e minha cabeça lateja. - Em todos esses anos de treinamento, quantas vezes você passou dificuldade realmente? - Ele para, parece pensar em uma resposta, mas nada lhe vem. - Exatamente, nenhuma! Você não sabe o que é passar frio, fome, ser sozinho e abandonado por quem você ama! Você não sabe! Acha que só por que treinou anos é superior, mas você não é. Você não era o único que treinou tanto tempo para estar aqui e quer saber? Naquele centro de treinamento deve ter outros melhores que você! Você é mimado, egoísta, orgulhoso, se acha o melhor, o maior, o mais inteligente e o mais esperto! Mas adivinha? A terra não gira em torno de você! E aqui o mais capaz vence, e adivinhe Cato: O mais capaz aqui não é você!

Termino de dizer isso tremendo de raiva, passo por todos, tiro a faca da parede e vou para o quarto me trancando.

Estou com raiva, ódio, estou furiosa e tremendo, meus nervos estão a flor da pele. Pego a faca que minutos atrás estava na parede e a direciono ao meu pulso, cravando com toda força na cicatriz que já existia ali.

P.O. V Cato

Estou tentando falar, mas não consigo. As palavras de Clove rodam em minha mente e me atingem como um soco no estomago, só chego a uma conclusão: Ela está certa.

Nunca passei dificuldade alguma, sempre treinei para ser o orgulho da família, sempre tive todos: desde carreiristas do distrito, á mentores e meus pais dizendo que sou o melhor, o melhor, o melhor...

Nunca ninguém me contrariou, ergueu a voz para mim e de repente é como se alguém tivesse dado um soco com toda a força, me fazendo perder o ar. 

— Você devia ter parado - Diz Brutos em tom baixo, sentando na cadeira.

— Vou falar com ela - Diz Enobaria se retirando da sala, indo para o quarto atrás de Clove.

Estou parado ainda na mesma posição, as mãos apoiadas na cadeira, os olhos congelados na porta pela qual Clove acabara de sair e as palavras de Clove rodando em minha cabeça, a cada segundo um novo soco em meu estomago.

— Ela não se segura - Diz Brutos dando um pequeno sorriso agora. - Tem paciência curta. Mas você provocou Cato, não devia ter falado o que falou. Aposto que ninguém nunca disse o mesmo que ela na sua cara não é?

— Não... Mas não entendo, não vejo o que de tão mal falei para ela  chegar nesse ponto. - Digo em um sussurro.

— Você sabe o que aconteceu com Clove? Quer dizer, além de você ter a visto varias vezes sozinha e ter pedido para Enobaria ir procurar ela em sua casa. – Nego. – Então, você não deveria sair falando - Ele se levanta para sair.

— Brutos, espera! - Ele volta a se sentar- O que aconteceu com ela?

— Resumindo? O pai morreu, e a mãe a abandonou para morrer. Sozinha, desamparada. Ela se virou como pode, e acredite sobreviveu um ano a mercê da própria sorte. Foi quando você falou com Enobaria e nós a chamamos para o centro de treinamento. Ela era boa, muito boa, tinha facilidade com a maioria das armas e era excepcional com facas, isso foi algo que seu pai a ensinou, ele era um pacificador bem experiente. Eu e Enobaria a ajudamos, não só ensinando a maioria das coisas que ela sabe, mas também fora do centro de treinamento. Ela é fechada, fria e explosiva, mas têm seus motivos, qualquer um que passe pelo que ela passou sem duvida ficaria assim. Tivemos sorte de ela ser forte e não enlouquecer de vez.

Quando ele acaba de me contar, estou simplesmente paralisado. Nunca imaginei que isso teria acontecido com Clove. Sempre achei que ela era calada, por ser mimada. E as vezes que a vi ficando em casa sozinha, eram por que os pais trabalhavam e não estavam presentes no momento.

— Agora uma pergunta Cato: Você aguentaria passa por isso? - Ele se levanta e vai em direção à porta que leva aos quartos. - Pense nisso Cato.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Comentem, favoritem e recomendem! Beijos.