Riddles Riddles escrita por themuggleriddle


Capítulo 5
Not so scary now, right, Riddle?


Notas iniciais do capítulo

betado pela Prímula.



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"A melhor maneira de irritar um inimigo é sendo gentil com ele."

***


O Beco Diagonal estava cheio de bruxos e bruxas, especialmente alunos de Hogwarts que compravam os seus materiais escolares ali. O lugar parecia ter a mesma aparência que conservara no futuro, apenas algumas coisas estavam diferentes.

Harry, Ron e Hermione já haviam se separado de Riddle, que estava, obviamente, sem nenhum interesse de mostrar-lhes o Beco. Agora que estavam sem o outro rapaz, os três se sentiram mais aliviados e aproveitariam o dia para, além de comprar os seus materiais, passearem um pouco sem nenhum compromisso.

- Não mudou muita coisa – disse o ruivo, olhando para a vitrine da Artigospara Quadribol – Se eu não soubesse, diria que estávamos no nosso próprio tempo.

- Você percebe a diferença, Ron – a garota falou, encarando um grupo de bruxas que conversavam ali perto – É só prestar atenção no que eles estão vestindo... O modo como se comportam...

- Desculpa aí, Mione... Mas eu não fico prestando atenção nesse tipo de coisa – o rapaz riu – E, para mim, parece tudo o igual.

A bruxa balançou a cabeça, rindo do amigo.

- Mas você poderia perceber que estamos em outro ano sem prestar atenção nessas coisas. É só olhar em volta. Não há nenhum cartaz sobre comensais da morte ou Você-Sabe-Quem...

- Claro que não tem – resmungou Harry – Simplesmente porque todo mundo ainda acha que Você-Sabe-Quem é apenas um garoto de dezessete anos brilhante, não um assassino... Argh! Falando no diabo...

Os três se viraram para ver Tom Riddle andando até eles, com a expressão séria que ele parecia sempre carregar. Harry resmungou alguma coisa que a garota não ouviu antes que Riddle parasse na frente deles.

- Vejo que já compraram tudo o que precisavam – o rapaz falou, examinando com o olhar as sacolas que eles traziam nas mãos – Será que podemos ir?

Hermione confirmou com a cabeça, antes de seguir o garoto. Os outros dois grifinórios ficaram um pouco para trás antes de começarem a segui-los. Tom não parou nem um momento para ver se os três estavam juntos com ele. Foi só quando eles já estavam na saída do Caldeirão Furado que o rapaz pareceu ter se lembrado da presença deles.

- Então... Vocês vieram da França, fugindo de Grindelwald – ele falou calmamente - Estudavam em Beauxbaton?

- Não – respondeu Ron – Fomos educados em casa.

- Entendo... Mas, como você, Granger, foi educada em casa? – Tom perguntou, com um certo desprezo na voz – Pelo seu sobrenome, eu deduzo que você seja nascida trouxa...

- Os pais de Harry e Ron me ensinaram – a garota falou, fuzilando o rapaz com o olhar.

- Então deve ser por isso que Grindelwald os atacou...

- O que? – Harry perguntou.

- Ela é uma nascida trouxa e vocês e suas famílias são, obviamente, amantes de trouxas – Riddle explicou, o desprezo agora havia deixado de estar apenas em sua voz e passou a se demonstrar também em seu rosto – E, como vocês devem saber, Grindelwald quer purificar o mundo dos bruxos.

- Isso é uma idéia idiota – resmungou Hermione – Purificar o mundo bruxo...

- Se for desse jeito – Harry falou, com um certo tom de vitória em sua voz – Você deveria se preocupar, não?

- Do que você está falando? – Riddle perguntou, parando de repente e olhando para o outro rapaz.

- Com esse sobrenome – o garoto de óculos falou, um sorriso malicioso se formando em seus lábios – Você só pode ser nascido trouxa ou mestiço...

Antes que Harry pudesse falar mais alguma coisa, Tom o empurrou contra a parede mais próxima e segurou-o, do jeito que podia, ali. Os olhos azuis do rapaz estavam fixos nos verdes do outro e seu rosto estava contorcido em uma careta de raiva.

- Não ouse falar sobre mim, Pevensie! – Riddle chiou, aproximando-se do outro e apertando ainda mais o colarinho da camisa de Harry - Mais uma palavra sobre a minha descendência... ou melhor, mais uma palavra sobre qualquer coisa que seja a meu respeito, e eu juro que você vai se arrepender de ter nascido!

- Ei, cara! – Ron interveio, segurando o rapaz pelos ombros e puxando-o para longe do amigo – Deixe ele em paz, ok?

O garoto não respondeu, apenas olhou para o ruivo por alguns segundos antes de começar andar, apressadamente, de volta ao orfanato. Harry arrumou os óculos nos olhos e observou o outro se distanciar.

- Harry! – a bruxa deu um tapa de leve no braço do amigo – O que você pensa que esta fazendo! Provocar Riddle não vai levar a nada!

- Hermione, esse cara matou os meus pais!

- Você tem que entender que esse Tom Riddle ainda não é Lord Voldemort! – a garota tentou explicar e mesmo percebendo que o amigo não acreditava em uma palavra que ela dizia, continuou – Não adianta nada você provocá-lo! Tente lembrar que ele ainda não é o homem que matou os seus pais.

- Como é que eu vou pensar assim, Mione! Você viu o jeito como ele age! É Voldemort, só que com um disfarce de inocente! – o moreno gritou, atraindo a atenção de algumas poucas pessoas que passavam pela rua – Tom Riddle sempre foi e sempre será Lord Voldemort!

- Harry, fique quieto! Porque, caso você não tenha percebido, nós não estamos sozinhos! – ela apontou para os trouxas que passavam na rua.

- São trouxas, Mione!

- Podem ser bruxos! – a garota murmurou – Podem ser futuros Comensais da Morte! Não podemos nos arriscar falando sobre essas coisas no meio da rua...

- Mione! – o garoto começou, mas a bruxa levantou a mão, pedindo para que ele parasse de falar e deu as costas para os dois amigos, voltando ao caminho que levava ao orfanato.

- Hermione! – Ron a chamou, mas a menina não lhe deu atenção – O que deu nela!

- Não deve ter dormido bem – o moreno reclamou – A gente não pode falar nada que ela se estressa!

- É verdade...

***

Hermione bateu a porta da frente do orfanato e se apoiou na parede, respirando fundo e tentando se acalmar... Não estava dando certo. Ela precisava ir para um lugar mais calmo, onde não houvesse crianças pequenas dando gritinhos e correndo para lá e para cá.

"Biblioteca".

A garota se apressou para o cômodo desejado. Apesar de o lugar ser antigo e cheirar a mofo, a menina se sentia calma lá dentro, onde a ela sabia que Ron e Harry não poderiam começar a gritar com ela, onde ninguém iria importuná-la...

A bruxa se jogou em uma cadeira e deitou a cabeça sobre os braços cruzados. Ela queria poder ficar assim o dia inteiro... Queria poder dormir ali...

- Parece que alguém está irritada – ela ouviu a voz calma e rouca de Tom Riddle.

- Cale a boca – Hermione falou, erguendo a cabeça e observando o rapaz, que agora estava sentado na cadeira à sua frente.

Riddle não falou nada, apenas deu um sorriso de escárnio e baixou os olhos para o livro que estava segurando. A garota suspirou e passou a mão pelos cabelos armados, pensando como ela iria falar com os amigos sem causar estresse.

- O que houve? – a voz do rapaz novamente tirou-a de seus pensamentos.

- Nada da sua conta – a bruxa resmungou.

O garoto apenas deu de ombros, olhando para o céu que começava a escurecer do lado de fora da janela. Hermione esticou os braços acima da cabeça, alongando-se, e se levantou da cadeira, seguida por Riddle.

- Bom, se você não se importa, Riddle, eu vou indo.

***

- Erik? Tem certeza do que você esta fazendo...?

- Mia, ele não vai fazer nada – o garoto sorriu, fechando a porta atrás deles – Vamos só dar uma olhada nas coisas dele... Só para ver o que ele tanto faz nesse quarto.

A menina torceu a ponta da blusa, olhando em volta nervosamente. O quarto de Tom era igual todos os outros no orfanato: escuro, velho e frio. O garoto era uma das poucas pessoas que não dividiam os quartos, talvez porque quase todo mundo tivesse medo dele ou o achasse estranho.

- Ah, certo... O garoto passa todas essas horas enfurnado no quarto lendo! – Erik riu, apontando para uma pilha de livros que estavam guardados embaixo da cama – Veja só, Mia... "Animais Fantásticos e Onde Habitam".

"Esclarecendo o Futuro"... – a menina leu a capa de um livro – "Mil Ervas e Fungos Mágicos","Padrão de Feitiços","História da Magia"... "Segredo das Artes Mais Tenebrosas".

O que são essas coisas que o Riddle anda lendo? – o rapaz murmurou, abrindo o livro que a amiga havia estendido para ele.

- Será que ele não vai aparecer aqui a qualquer instante?

- Não seja tola, é hora do jantar... Ele deve estar lá comendo ou lendo na biblioteca – Olha isso! Ele marcou alguma coisa aqui... "Horcrux: esconder parte da alma em um objeto".

Esconder parte da alma! – a garota deu um gritinho – O que é isso, Erik?

- Eu não sei, Amélia! – o garoto folheou o livro rapidamente – Isso é muito sinistro.

- Erik, vamos sair daqui... Ele pode aparecer!

- Ele não vai, e se aparecer, eu já disse, não tem nada que ele possa fazer contra nós – o rapaz assegurou e estufou o peito – Eu posso dar um jeito nele se ele tentar alguma coisa.

- Erik...

O menino não respondeu, ficou apenas lendo o livro que estava em suas mãos.

- Ninguém normal lê esse tipo de coisa – ele comentou, fazendo uma cara de nojo.

- Certo, então vamos sair daqui –Amélia sussurrou - Nós nem deveríamos estar aqui!

- Pela primeira vez na vida, Akins, eu concordo com você – uma voz fria e irritada foi ouvida da porta.

Ao se virarem, viram Tom Riddle apoiado no batente da porta. Os olhos azuis do rapaz estavam brilhando de raiva quando ele se desencostou da porta e aproximou-se dos outros dois adolescentes.

- Riddle, por favor... A gente não queria – a menina murmurou, se encolhendo no chão.

- Por um instante eu achei que você fosse inteligente, Akins – o garoto sibilou – Até você dar essa resposta totalmente idiota.

Erik se levantou num pulo, com os punhos cerrados, e encarou o outro rapaz.

- Não se atreva a machucá-la!

- E você vai fazer o que, Destler?

Riddle se aproximou ainda mais dos dois, ignorando as ameaças do outro. Foi só quando ele já estava perto o suficiente para tocar neles que o punho de Erik acertou-o em cheio no rosto. Tom cambaleou, levando a mão ao nariz, que agora sangrava, e pulou para cima do outro garoto.

- Erik! – a menina gritou, se afastando dos dois.

A verdade era que, com uma varinha, Riddle poderia mandar o outro rapaz voando para fora da janela... Mas, sem magia, ele era apenas um garoto de dezessete anos não muito forte, ou seja, ao ser pego desatento por Erik, Tom ficou totalmente desprotegido dos golpes que o outro começou a desferir nele.

- Não tão assustador agora, não é, Riddle?

***

Hermione estava voltando do refeitório, depois de jantar junto com Ron e Harry. Os amigos pararam de falar sobre Voldemort e deram espaço a uma conversa um pouco mais leve durante o jantar. Ela dera uma desculpa para voltar mais cedo ao seu quarto, apenas para poder dar uma olhada em seus livros escolares novos.

- Erik! O que você fez? – ela viu uma menina loira, que ela reconheceu como sendo a mesma menina que estava falando sobre ela de manhã na biblioteca.

- Vamos, Mia – um garoto aparecera de dentro de um quarto e puxou-a pela mão.

A bruxa arqueou uma sobrancelha, desconfiando do comportamento dos dois jovens, e se aproximou do quarto da onde os dois haviam acabado de sair.

- O que...!

Lá estava Tom Riddle, sentado no chão, com uma mão cobrindo o nariz, que estava sangrando, e com várias marcas de avermelhadas no lado do rosto. O rapaz demorou um tempo até perceber que a garota estava parada na porta, e quando percebeu, ficou com o rosto corado.

- O que aconteceu aqui!? – perguntou Hermione, fechando a porta taras de si e se aproximando do rapaz.

- Nada que lhe interesse.

A garota ignorou-o, ajoelhando-se ao seu lado e observando o rosto machucado dele. Ela ergueu a mão e tocou, de leve, no nariz do rapaz, que gritou e empurrou-a para longe.

- Por que você fez isso!? – ele perguntou com a voz nasalada, cobrindo o nariz com a mão de novo.

- Tá quebrado – a bruxa respondeu, tirando a varinha de um bolso da saia.

- E você ainda tinha dúvida disso? – Riddle vociferou, apontando para o rosto ensangüentado – O que você vai fazer?

- Consertar!

- Eu não vou deixar você lançar um feitiço sequer em mim.

- Vamos lá, Riddle, você sabe que consertar o seu próprio nariz com magia não é a coisa mais fácil do mundo. Arrumar o nariz de outra pessoa, certo, mas o seu próprio - a garota, assim que terminou de falar, esticou a mão e segurou o rosto do outro com força, impedindo-o de se afastar, antes de apontar a varinha para ele - Episkey!

Um estalo alto foi ouvido e o rapaz gritou de dor ao sentir seu nariz ser empurrado de volta ao lugar. Antes que ele pudesse falar qualquer coisa, a mão da bruxa já estava em seu rosto novamente, apalpando o seu nariz e vendo se estava tudo certo.

"Oh, a ironia! Estou cuidando do nariz de um cara que, no futuro, nem vai ter um..." a garota pensou.

- Pronto, está arrumado - a menina olhou para o rapaz, que agora tentava limpar o sangue de seu rosto com a mão, mas apenas conseguia espalhá-lo ainda mais - Eu posso limpar para você...

- Você já fez o suficiente, Granger.

- Não precisa ser rude, mas... O que houve? Quero dizer, por que aquele garoto bateu em você? O que foi que você fez para ele?

- Nada - o bruxo murmurou - Eu não tive tempo para fazer alguma coisa.

- Achei que você fosse o tipo de bruxo que revidaria com magia caso um trouxa o atacasse - ela murmurou.

Tom apenas a encarou por um tempo, antes de responder:

- Claro, Granger! Uma idéia genial, não? Ataque o garoto trouxa e receba uma advertência do Ministério por estar usando magia contra trouxas! - ele riu sarcasticamente - Eu poderia ser expulso de Hogwarts caso fizesse tal coisa... Então, não, eu não atacaria um trouxa com magia nem mesmo se eu quisesse.

Hermione soltou o rosto do outro por um tempo e se levantou do chão, saindo do quarto silenciosamente. A garota achou que não seria uma boa idéia ficar no mesmo quarto que o futuro Lord Voldemort quando este estava tão furioso quanto Tom estava no momento.

***

Desenho do cap...

Desde que eu escrevi esse cap. pela primeira vez, eu quis desenhar essa cena, mas só mais de um ano depois que eu consegui desenhar ela direito (e ainda assim, não é do ângulo que eu queria, mas ok)... Eu realmente gostei desse desenho.


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Notas finais do capítulo

Olá, eu realmente gosto desse capítulo!

1- Primeiramente, esse capítulo originalmente era bem diferente, o final dele: no original, Tom não atacava Erik de volta porque estava sem a sua varinha, mas dai eu pensei um pouco e a idéia de que Riddle seria muito cuidadoso quanto a usar magia em trouxas me veio a cabeça, quero dizer, ele não iria arriscar ser expulso de Hogwarts só por causa de um trouxa que o tirou do sério [como ele disse, mesmo que ele quisesse azarar Erik no momento, ele não faria].

2- Quanto a Mione arrumando o nariz dele... Quero dizer, Episkey parece ser um feitiço fácil de ser feito quando é em outra pessoa, mas deve ser meio tenso usar ele em você mesmo, sabe? Imagine, apontar a varinha pro seu próprio rosto e ficar fazendo o feitiço '-' e também acho que a Hermione é o tipo de pessoa que iria tentar ajudar todo mundo a qualquer hora, mesmo que a pessoa fique "não-preciso-da-sua-ajuda", como no caso do Tom...


E aí, o que acharam? Reviews são sempre muito bem vindas, vocês sabem disso


Beijos ;*
Ari.