Dark Eyes escrita por Cupcake do Malik


Capítulo 3
Kimberly


Notas iniciais do capítulo

Oi cupcakes!
Fiquem feliz com 7 comentários, mas fiquei triste pela falta de um favorito. Da próxima vez, eu nãoo vou ser tãoo boazinha. Incentivo, galera! Como eu prometi, o capí­tulo está mais longo e Ares aparece. Notas finais depois.



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Capítulo II

“Kimberly”

P.O.V. Kimberly

Após aquela revelação, a primeira coisa que fiz foi abraçar a deusa de neve. Seu cabelo era negro e delicado. Seus olhos eram cinzas puxados para o azul. Eu, sinceramente, nunca pensei que fosse filha dela. Porém, só te sentir o calor do seu abraço confortante, vi que já tínhamos um elo. Eu me esqueci das mágoas de ser abandonada no acampamento meio-sangue assim que ela acariciou meus cabelos e derramou uma lágrima. Somente dei lugar a felicidade de poder ver a minha mãe pela primeira vez.

Não sei por quanto tempo abracei-a, mas senti que nós duas queríamos que aquele momento durasse para sempre. Entretanto, a segunda coisa que Quione fez foi nos levar para seu castelo. Ela pegou em minha mão gelada, sussurrou “obrigada” para Quíron e nos tele transportou para longe. A deusa da neve sequer deixou-me me despedir dos meus amigos, Travis e Connor.

Graças aos deuses, o Canadá era maravilhoso e não tinha monstros. Quando senti a neve na minha bota cinza, eu sorri e abri meus olhos ligeiramente. Estávamos em frente ao castelo e como ele era grande e bonito. O jardim era magnífico com todos aqueles pinheiros cobertos de neve. Eu e Quíone flutuamos pela neve até chegar à porta do castelo de gelo. Subi os degraus de gelo da escada e ela abriu a porta da minha nova casa.

O castelo era totalmente branco e possuía alguns detalhes em cristais. Por dentro, além da neve que o cobria todo o piso, as paredes eram de gelo com pilares feitos de cristal. A sala principal tinha um lustre enorme! O clima era congelantemente gostoso, pelo menos, para mim. Subi as escadas de gelo, acompanhada pela minha mãe e sua loba. Ah, claro, da neve também que eu controlei sem querer. O corredor, assim como o resto da casa, era coberto pela neve. Eu caminhei até ao meu quarto rapidamente assim que Quione mostrou qual a porta que deveria abrir. Meu aposento era igual ao do acampamento, mas com elementos mais chiques e era bem maior.

Aquele seria meu lar por um nove anos era bom que eu tivesse gostado.

No início, a deusa somente permitiu a visita de Quíron no seu castelo. Pelo menos, matava a saudade de alguém do acampamento. Pouco tempo depois, Quione decidiu que eu não poderia ficar sem aulas. Atena, a deusa da sabedoria e das estratégias de guerra, começou a me dar aulas no castelo. No começo, foi estranho – até porque eu nunca fui muito com a cara dela -, entretanto, com o tempo, foi legal tê-la me ensinando tantas coisas. Atena era uma biblioteca ambulante; eu não me incomodava já que amava ler. Sobre meus amigos, os dois gêmeos filhos de Hermes, eu só podia falar com eles por MI a cada quatro meses.

Quando completei treze anos, ganhei uma loba e batizei-la de Naomi. Ela era toda branca com os olhos mais expressivos que eu já tinha visto em um animal. No mesmo dia, meus poderes começaram a aparecer. Estava passeando pelo jardim do castelo e comecei a caminhar pelos pinheiros. A neve ainda não estava no topo das folhas do vegetal. Eu criei uma escada de neve flutuante e acabei assombrando as folhas do pinheiro. Congelei-as. A deusa da neve começou a acompanhar meus treinamentos e, às vezes, com dois homens que eu nunca conseguia ver o rosto.

Lógico que durante esse tempo perguntei quem eles eram, porém ela nunca me respondeu. O mesmo acontecia quando eu perguntava do meu pai. Eu precisava saber quem ele era. Não importava se estava vivo ou morto. Só necessitava saber onde ele estava e quem era. Mas a deusa não se importava com o meu desejo de descobrir minha origem. Ela gritava ou ignorava minha pergunta. Quione nunca atendeu esse meu pedido. Foi a primeira vez que ela me decepcionou. Por mais que eu perguntasse, ela não respondia e foi assim durante anos. Lembro-me que fiquei sem falar com ela por uma semana e, usando sua frieza, ela não ligou. Fiquei com angustia e desejei fugir daquele castelo. Mas para onde eu iria? Optei por permanecer lá.

Quando completei quinze anos, minha mãe fez uma festa para mim. Todos os meus amigos vieram para, inclusive aqueles dois homens. Um deles tinha o cabelo loiro enrolado. Era Apolo, o deus do sol e da medicina. Não falei com ele, apenas ficamos nos olhando e senti uma estranha sensação no meu peito. Parecia que eu o conhecia há tanto tempo.

A festa foi tipo aquelas americanas com ponches e etc. Porém, eu estava farta de ficar naquela multidão – nunca tive paciência para aturar multidões. Saí do jardim e andei até a varanda do castelo de gelo. Sentei-me no banco decorado com flores azuis e permiti chorar baixinho por uma razão: meu pai. Era mais um ano da minha vida sem saber quem ele era ou onde estava. Mais um ano sem ele.

–Por que está chorando? – Um homem alto e loiro me perguntou. Olhei para ele e o reconheci. Era um dos homens que me observava nos treinamentos.

–Não é da sua conta. – Falei friamente igual a minha mãe.

–Esqueço o quanto as filhas de Quione são frias. – Ele comentou e sentou-se ao meu lado. – Vou tentar de novo. Por que está chorando?

–Meu pai. – Respondi seca. O homem acariciou meu rosto e eu permiti.

–Você não precisa dele, Kimberly. – Ele falou. –É melhor do que tudo isso.

Antes que pudesse perguntar o nome dele ou o motivo de ter falado isso, o homem sumiu. Alguns meses depois, eu o vi conversando com Quione na cozinha do castelo. Escondi-me atrás da pilastra branca e ouvi a conversa deles, sem ao menos me importar se aquilo era errado.

–Eu quero e vou me aproximar dela, Quione. – O homem disse.

–Já disse que não! – Minha mãe gritou.

–O que está acontecendo aqui? – Perguntei e encarei o homem. –Quem é você?

Ele retirou seus óculos escuros e pude observar seus olhos. Eles pareciam pegar fogo de tão quentes. O homem me encarou com a mesma intensidade. Minhas pernas ficaram um poucos tremulas sob aquele olhar paralisante.

–Esse é Ares. O deus da guerra selvagem. – Mamãe disse e, ao ouvir aquelas palavras, eu quase gritei.

–Meu nome é Kimberly, mas isso você já sabe.- Apresentei-me e ele não falou nada. Apenas ficou me olhando.

–Ele já está de saída. – Quione disse e o deus encarou-a com raiva.

–Mas já? – Questionei. -Queria conversar sobre as guerras. – O deus sorriu.

–Kimberly, você não tem nada para falar com ele. – Quione disse num tom alterado. -Vá embora, Ares.

–Mãe! – Gritei.

–Ainda nos veremos, Kim. Isso é uma promessa. – Ele sorriu fraco e se foi.

–Que diabos foi isso?! – Gritei com a minha mãe e ela me encarou séria. –O que ele queria aqui? – Questionei.

–Veio me avisar sobre uma guerra que esta prestes a acontecer. – Ela respondeu.

–Contra quem? – Eu perguntei.

–Cronos. – A deusa deu os ombros. –Agora venha. Atena chegará em breve para seu treinamento. – Ela disse, mudando de assunto.

Eu andei atrás dela com meus pensamentos no deus da guerra selvagem. Por que eu sentia que o conhecia? Por que aqueles olhos quentes eram tão marcantes para mim? Tratei de retirar aquelas perguntas da minha cabeça e focar na minha aula de luta com a deusa da sabedoria.

(...)

Agora estou com dezessete anos. A minha rotina continua a mesma, só que agora eu não vejo mais aqueles dois deuses. Os rostos deles nunca saíram da minha cabeça fosse por devaneios ou sonhos. O que não sei dizer que se é bom ou ruim. Indiferente, talvez. É... Essa é a palavra correta que estava procurando. Bom, mamãe anda estranha essa semana e teve uma reunião com os deuses; parece que a guerra contra o titã havia terminado de vez. Quione e eu estabelecemos uma relação muito forte nesses longos anos. Ela, no fundo, era uma pessoa muito boa. Abria seu coração para mim e tinha me ensinado algumas lições e pensamento que nós, filhos dela, tínhamos.

Mesmo tudo quase sendo ‘mil maravilhas’, eu sentia falta do acampamento meio-sangue. Aquele era o meu lar de verdade. Eu queria meus amigos perto de mim, mas a deusa da neve dizia que eu precisava me treinar para algo. Esse “algo” era tão sem sentindo para minha e ela nunca explicava. Nunca. O assunto “pai’ nunca foi citado, afinal ela também não permitia ou sempre arranjava alguma maneira de me tirar do assunto. Quione sabia ser chata quando queria. Esse segredo me angustiava. Como viver “normalmente” no meio do nada – desculpe-me, Canadá – sem saber minha origem? Ela é tão fria a ponto de ver a própria filha sofrendo? Até agora, sim.

–Kimberly, venha já aqui! –Ela berrou do andar de baixo do castelo.

Bom, quando pronunciam meu nome e não meu apelido, é porquê eu to ferrada. Desci rapidamente as escadas do castelo e flocos de neve me guiaram até onde estaria a deusa. Segui os floquinhos até uma das salas de estar e vi Naomi deitada no chão. A deusa da neve sentou-se no sofá ciano claro e fez sinal para que me aproximasse. Sentei-me ao seu lado e encarei seus olhos quase cristalinos.

–O que foi? – Perguntei e ela me abraçou. –Ok ... – Separei-me de seu abraço. – Pode começar a falar.

–Eu odeio dizer isso, mas está na hora de você voltar para o acampamento meio-sangue. – Ela falou rapidamente e eu não entendi nada.

–Repete devagar, mãe. – Pedi e ela mordeu os lábios.

–Eu odeio dizer isso, mas está na hora de você voltar para o acampamento meio-sangue. – Ela repetiu e encarou-me séria.

–É o que? – Disse alto e confusa.

Sorri rapidamente e depois a felicidade saiu da minha face. Lógico que estava feliz por poder rever meus amigos, mas ela era a minha única família. Queria que pudesse existir um meio termo para isso, porém ela tava quase me expulsando dali e eu queria saber o motivo.

–Por que essa decisão agora? – Questionei, levantando-me do sofá ciano claro.

–É o único lugar que pode ficar segura. – Respondeu-me. – Eles me punirão aos poucos, Kim. Vão me afastar de você ou te matar, se não fizer isso antes. –Ela soluçou.

–A culpa é toda sua! – Gritei e congelei uma das suas estátuas gregas. –Não devia ter lutado ao lado de Cronos.

–Você não entende. Eles não podem ver você. – Ela disse aflita. – Se ao menos você entendesse o seu passado ... – Ela suspirou e interrompi-a.

–Se você me contasse. – Retruquei.

–Kimberly! – Chamou minha atenção. –Isso é muito mais difícil para mim do que para você. – Ela andou até mim. – Você tem que confiar em mim. –Levantou minha cabeça. –Está na hora de enfrentar o seu destino.

(...)

Minha despedida de Quione foi longa. Ela não parava de repetir “me perdoe, eu te amo” “você é meu bem mais precioso” “tudo vai ser respondido” e blah blah. A deusa da neve me teletransportou juntou com meu carro até Mahattan. Após isso, tive que dirigir um pouco até a colina do acampamento. A noite estava quente até eu chegar lá. A relva começou a se encher de neve para todos os lados. Eu sorri.

Após sair do carro, peguei Naomi no colo e dei uma olhada ao meu redor. Vi flocos de neve caírem nas árvores. Um dragão enorme me encarou e eu entrei no acampamento, após fazer um carinho no seu focinho. Ao pisar no acampamento, retirei o meu capuz branco que antes cobria meu rosto. Meus cabelos negros caíram como uma cascata. Era bom está em casa.

Travis e Connor caminhavam discutindo até que eu fingi um espirro e eles me olharam. Os gêmeos sorriram e correram até mim. Naomi pulou do meu colo antes que fosse esmagada com o abraço. Travis pegou-me no colo e eu dei um tapa nele. Connor riu. Depois que me livrei do colo do filho de Hermes, olhei para frente.

De longe, consegui ver meu centauro predileto. Quíron olhou para um homem que eu reconheci. Ares. O deus da guerra estava completamente diferente. Numa forma adolescente. Ele estava parado longe me encarando com um olhar. Aquele olhar que me paralisou na frente dos campistas do acampamento que me rodeavam.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Então comentem, pois só continuo com 8 comentários e 2 favoritos ou uma recomendação. Eu sonhei com o Austin sendo Ares, então ele vai ser Ares e ponto. Ah, próximo capítulo se chama "O prazer é todo meu".

Look da Kim: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=100031387&.locale=pt-br



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