De Repente É Amor escrita por Thais


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiii amores, Como tão?

O capítulo ta fofinho (eu acho). Consegui passar rapidinho por aqui. Gente, ter tempo é tudo! Talvez demore, talvez não. Mas de qualquer forma, passarei aqui o mais rapido possível.
Obrigada pelos reviews. Go! continuem!

Ouçam essa música: http://www.youtube.com/watch?v=iAP4TJE-u6w

Boa leitura ♡♡



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Eu posso esperar para sempre.

Aquela era décima segunda página do Google que eu abria na inútil esperança de achar alguma coisa legal.

Ela iria gostar? Iria achar legal? Iria querer saber mais?

Bati nas teclas do notebook outra vez... Outra vez. Merda! É tão difícil falar sobre amor? Por quê? Eu necessito apenas de algumas simples palavras. Um poema, um verso, a bendita música. Tanto faz.

Gritei alto o suficiente para fazer o notebook cair no carpete embaixo dos meus pés. Essa era primeira vez em que em dormia em casa, de fato, em um mês. O lugar não estava tão bom, muito menos o clima.

Meu pai havia acabado de chegar do Alabama – o que é um milagre quase que plausível – com a nova “esposa”. Esposa com aspas. Aquilo para meus olhos era uma perua de meia idade.

Peguei um bloquinho de notas e escrevi o que achei em uma página de músicas na internet. Clove nunca havia me falado sobre essa banda, mas no seu quarto provisório do hospital tinha um pôster na parede. Não era a melhor coisa do mundo. Na verdade, está bem longe de ser. Porém, Clove gostava de coisas simples.

Espero que ainda goste.

[...]

A ligação de Brutus às SEIS horas da manha, dizendo que Clove está empolgada com a notícia de ter um irmãozinho/irmãzinha e que sua fisioterapia aquática começaria hoje me fez alevantar da cama com o sorriso mais contagiante de toda Califórnia. Tão contagiante ao ponto de fazer meu pai e o projeto de perua sorrirem junto a mim, dando alguns tapinhas amigáveis no meu ombro.

Aos apuros, vesti as primeiras roupas que achei no meu guarda-roupa de tão ansioso que estava. Minhas mãos suavam trêmulas. As chaves do meu novo carro quase que não paravam nelas. Sim, novo carro. A caminhonete preta era grande e versátil. Consideravelmente aceitei o presente de aniversário atrasado e esquecido de meu pai.

Eu já tinha ultrapassado o limite de velocidade de uma das avenidas antecedentes a do hospital. Iria receber uma multa. Acelerei mais ainda, entrando pelos corredores do estacionamento. Para minha santa sorte, o elevador estava aberto. Assim que me ajeitei dentro do cubículo prateado. Apertei o número nove e esperei como vinha fazendo.

Hoje Enobaria e Brutus iriam ao médico. Não entendi direito o motivo, mas era algo sobre pré-natal.

Katniss parecia entendiada só pela forma que se escorava na porta, de fora do quarto. Peeta estava do seu lado, mexendo em seus fios de cabelo. Ela sorriu fraco assim que viu a sua frente.

– O que ele faz aqui? – Peeta murmurou baixo para Katniss. Revirei os olhos e dei meu melhor sorriso para ele.

– Cato e Clove namoram. Você não sabia? Meu deus, Peeta!

– Eu não sabia de nada. Mas ela não está meio... louca? – ele encarou-me confuso. Balancei a cabeça e Peeta pareceu entender. – Ah, sim... é aquele negócio da memória?

– Sim – respondi, me escorando no lado esquerdo da porta. – Você também vai acompanhar a fisioterapia?

– Acho que vou.

Ficamos alguns minutos em silêncio. O único som que se ouvia era nossas respirações. Umas mais lentas e outras quase que desesperadas (nem preciso mencionar que essa era minha).

Annie apareceu animada na sala de espera. O vestido amarelo embaixo no jaleco branco, escrito: “Annie C. Odair, fisioterapia” dava um ar de inocência em seu rosto. Ela ainda mexia freneticamente no dedo em que sua aliança ficava.

Pegamos um elevador exclusivo para funcionários e fomos para o térreo. Clove já estava lá, acompanhada de Gloss e Cashmere. Ela mexia impaciente na alça cor de rosa do maiô. Nunca imaginei essa cena: Clove vestindo um maiô. Ainda mais um maiô rosa. Reprimi uma risada e caminhei até ela, sentando ao seu lado.

– Bela roupa. Adorei a cor.

– Oi, Cato. Eu odeio essa roupa. Você pode reclamar para Cashmere? – Clove murmurou, olhando para os próprios pés.

– Eu adoraria poder falar algo, mas ficou realmente bonito em você, não acha?

Clove bufou alto e finalmente olhou para mim. Seus olhos brilharam por um pequeno momento e ela sorriu. – Você vai entrar na piscina comigo?

– Vou segurar as suas mãos. – disse, deixando um beijo na sua bochecha. O que fez Clove corar.

Caminhei até a porta metálica do banheiro e me troquei. Coloquei a sunga e em seguida o short preto e fui até a piscina. A água estava quentinha, mas mesmo assim Clove parecia assustada.

Nadei até ela enquanto Cashmere olhava sorridente para mim. Era como se ela dissesse: vá logo Cato! Passei meus braços envolta da cintura de Clove, a trazendo para próximo de meu peito. Suas pernas boiavam ao lado esquerdo e ela ficou mais relaxada.

– Está melhor assim? – perguntei baixinho e ela assentiu.

– Cato, agora, devagar, você puxa as pernas dela para baixo da água. Faz como uma bicicleta. – Annie disse, mexendo as mãos em um ato quase que frenético.

Primeiro puxei a perna direita para o fundo da água e em seguida a esquerda. Na real é um ciclo, de ir e vir. Repeti o ato uns 10 minutos.

Annie e Gloss não paravam de falar entre si e comigo. Jurei ter ouvi uns murmurou chateados de Cashmere vindo de algum lugar. Segui tudo o que os dois falavam e depois de uma pequena e exaustiva hora dentro da piscina, terminamos a primeira de três secessões da fisioterapia na água.

Fui outra vez em direção do banheiro masculino. Deixei minhas roupas lá e aproveitei para tomar um banho rápido.

Um choque térmico gostoso se apossou do meu corpo assim que encostei minha cabeça da parede fria do boxe.

Faltavam trinta minutos para eu mostrar a música a Clove.

Relaxa, vai dar tudo certo. Pensei.

O mínimo que pode acontecer é dar tudo errado.

[...]

Passei a mãos pelos meus cabelos pela quinta vez enquanto batia meus pés, criando um tipo de melodia. Inclusive, extremamente chata.

Annie tinha deixado um bilhete na banqueta ao lado banheiro. A letra no bilhete não estava nada legível, mas consegui entender que levaria Clove parar dar uma volta em um dor jardins do hospital.

Meu coração congelou e por pouco não amassei a folha assim que a vi na porta.

O vestido verde realçou mais ainda seus olhos. Seu cabelo que ainda estava molhado caia sobre seus ombros, como cascatas. Ela estava linda.

– Aonde você vai me levar? – Clove perguntou assim que entramos no elevador.

– Surpresa. – respondi, rápido demais. Meu coração parava a cada palavra que Clove pronunciava.

Soltei o ar, quando as portas se abriram e os jardins surgiram a nossa frente. Minha respiração se normalizou aos poucos e eu ainda não entendia o motivo de estar nervoso.

Guiei Clove até uma mesinha e ajeitei a cadeira de rodas. Sentei-me ao seu lado. – É bonito, não? – falei, apontando para umas margaridas.

– É lindo – ela me encarou, mordendo os lábios. – Porque me trouxe aqui?

Tirei o papel do bolso e observei as palavras em negrito. Simple Plan.

Em uma das vezes que entrei no quarto de Clove, vi alguns pôsteres da banda. Bem, ele deveria no mínimo gostar. Coloquei o papel sobre a sua mesa e seu sorriso se alargou.

– Eu amo essa banda!

– Ótimo. Porque você vai me ouvir e me ajudar a ler. Acha que vai conseguir entender? – apontei para o papel. Clove assentiu. – Podemos começar?

– Sim!

– Você está tão bonita hoje. Quando você está sentada aqui, é difícil pra mim desviar o olhar.

– Então tento achar as palavras que eu poderia dizer. Eu-eu sei que a distância não importa, mas você parece tão... Distante. – Clove completou. Sorri, a incentivando a continuar. – E eu quero voltar para casa para ver seu rosto essa, droga! Está noite. Agora está certo

– Você pulou uma parte!

– Não faz mal. Você também pode pular se quiser. Aliás, eu estou conseguido entender.

– Quer que eu leia o resto então? – Perguntei e Clove maneou a cabeça, a apoiando entre as mãos. – Outro dia sem você comigo é como uma lâmina que me corta, mas eu posso esperar para sempre. Quando você liga, meu coração para de bater, quando você vai embora, ele não para de sangrar. Mas eu posso esperar, eu posso esperar para sempre.

Antes de pular metade da letra, decorei um verso e tomei coragem de olhar para Clove.

– Você está tão bonita hoje, é como se toda vez que eu me viro, vejo seu rosto. A coisa que eu mais sinto falta é acordar ao seu lado. Quando eu olho nos seus olhos, Clov- Clove, eu queria...

– Não termina! – ela disse, segurando meu rosto. Encarei Clove confuso. – Eu sei. Eu te conheço de algum lugar, Cato. Algum lugar.


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