Duas Estações escrita por Femme


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

hãn... *pega le escudo* não sei se vocês vão me perdoar mas... eu tenho uma explicação muito plausível!
primeiramente: fiquei de rec final. Sim, foda. Aí tive de ficar até alguns dias antes do Natal preocupada com notas e tal. Aí veio época de festas; e depois início do verão e saída com a galerê.
— MAS VOCÊ POSTOU OUTRAS FICS: eu sei, não foi bonito e eu sei disso. Mas posso dizer que não me arrependo
Se o meu planejamento der certo mesmo, vocês serão recompensados daqui à dois capítulos!
Kissu~~



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Voltando para casa, calada, Merida ainda pensava no que o rapaz expressou com tanta naturalidade.

“Pra você sempre Merida.”

No momento que Jack Frost pronunciou tal frase a garota não soube se tentava esconder o rosto rubro ou se socava o braço do garoto de adoráveis olhos azuis. Por fim, somente deu uma exclamação silenciosa e virou bruscamente para o rapaz, que havia se aproximado ― e muito ― em questão de segundos.

Ela se assustara com a súbita aproximação dele, o hálito frio do rapaz batera em seu rosto e a arrepiou por completo. Afastou-se num movimento desajeitado, tropeçando e quase caindo se não fosse Jack que a segurara.

Novamente, Merida viu-se perto demais do rapaz de modo que não conseguia nem controlar a respiração acelerada que saia de seus pulmões ou os batimentos cardíacos que retumbavam em seu peito. Com um único movimento de cabeça, deu-se para entender que ela não precisava de apoio. O silêncio se instalou entre os dois, de maneira estranha; Merida teve um estalo mental, lembrando-se do embrulho que trouxera consigo.

― Não quer bolinhos?― Ela indagou em tom crescente, voltando-se para o rapaz. Ele riu pelo nariz e recusou.

― Não prefere dar uma volta pela floresta?― Ele apoiou o cajado nos ombros e sorriu de maneira desafiadora para a ruiva, que se colocou ao lado dele rapidamente. Caminharam por uma hora, conversando baixo e as vezes fazendo guerras de bolas de neve; ambos perceberam que a companhia do outro era extremamente agradável.

Já começara a escurecer. Ambos estavam preparando o cavalo negro de Merida para a viagem de volta. A ruiva içou o corcel e colocou o pé esquerdo na cela para subir; quando iria fazer a força para colocar-se em cima do cavalo, sentiu mãos frias tocarem sua cintura e ajudarem com a subida. Quando já estava pronta para a viagem, Merida olhou confusa para o rapaz.

― Um pouco de cavalheirismo não mata, sabia?― Ele indagou, levemente ofendido. Jack flutuava perto da princesa a ponto que se qualquer um dos dois pudesse tocar o rosto do outro com somente um movimento com o braço.

― Obrigada, Frost. ― Ela pegou as rédeas do cavalo e encarou uma última vez o rapaz que flutuava oscilante, ora mais perto ora mais longe.

― Vá princesa― concluiu ele por fim ― Antes que a procurem. Nós nos vemos amanhã.

― Aonde? ― Merida indagou, franzindo as sobrancelhas.

― Não importa onde, eu te encontrarei. ― Ele tocou o chão com os pés nus e apoiou o cajado no ombro esquerdo. Merida tocou o cavalo e saiu em disparada pela mata esbranquiçada.

Agora, sozinha, Merida ainda pensava em Jack Frost; O rapaz a ajudara a içar Angus e era uma pessoa tão doce com ela que até chegava a doer. Merida não entendia o porque que Frost viver em seus pensamentos tão nitidamente. Chegou nos portões do castelo ainda pensativa, coisa que atraiu a atenção dos guardas. Era raro ver a princesa tão apreensiva depois de um passeio. Merida galopou até os estábulos e prendeu seu cavalo negro no curral e serviu um pouco de aveia para o animal. Acariciou o focinho do animal enquanto ele se alimentava. Por fim, afastou-se com expressão cansada, seguindo direto para a cozinha.

Ainda não acabara de escurecer, entretanto, o jantar já estava sendo servido no salão banhado por luz amarelada das velas e candelabros espalhados pelos cantos. A rainha Elinor se posicionava na cabeceira da mesa de madeira maciça, comendo silenciosamente. A mulher endireitou a postura quando viu a filha entrar pela porta, lançando um olhar sério para o marido e para os trigêmeos, indicou a porta com a cabeça. Os quatro homens da família juntaram os talheres sujos num canto do prato e se levantaram, deixando as duas mulheres sozinhas.

Elinor deu um gole da taça de vinho, afastando uma mecha grossa de cabelo do rosto. Merida percebeu a tensão mantida entre as duas; sabia que não era bom sinal o rosto sério da mãe.

― Merida, ― a rainha falou com tom grave, o que fez a menina que ainda estava de pé, encolher os ombros minimamente. ― Sente-se, querida.

Merida se posicionou na outra cabeceira da mesa, percebendo que o “querida” que a própria mãe não pôde disfarçar o tom imponente que aquela mulher tentou suavizar. Ficaram paradas por alguns segundos, até minutos no silencio profundo que preenchia a sala; era tão quieto que ambas podiam até ouvir a oscilação do fogo nos candelabros.

― Merida, ― Disse Elinor, por fim ― sei que não seria justo diminuir suas saídas para além dos muros do castelo para treinar ou fazer o que quer que esteja fazendo. Porém devo dizer que como sua tutora e responsável, você tem se concentrado pouco nos seus estudos e tínhamos prometido uma à outra que você daria o melhor de si nas aulas matutinas para ficar livre durante a tarde.

― Sim; mãe.― Merida tentou escolher as melhores palavras para aquela situação delicada, onde a mãe poderia acabar com a tão amada liberdade da menina. Por fim, preferiu afirmar solenemente.

― Ótimo. ― Disse Elinor, com um meio sorriso. Agora, a rainha parecia mais aliviada. ― Se quiser ir, sinta-se livre para fazê-lo. ― a mulher juntou os talheres e alcançou um pequeno monte de papéis que estavam ao seu lado. Merida se levantou silenciosamente e, ainda com os olhos fixos na mãe, caminhou de pé ante pé até a porta do salão. Elinor chamou-a novamente.

Merida arrepiou-se até o último fio de cabelo ruivo no topo da cabeça. Virou-se, levemente temerosa, quase que adivinhando o que a mãe iria perguntar. É provavelmente sobre a explosão que tive ou atém o que eu ando fazendo na floresta durante a tarde inteira.

― Filha, Você sabe que pode contar tudo que quiser para mim não sabe?― a expressão da mulher ainda sentada se suavizou, fazendo a menina sentir todos seus temores se esvaírem. Merida assentiu com um bobo sim e se curvou diante da mãe, se retirando da sala.

Foi por pouco, pensou a ruiva muito pouco.

O início de noite da princesa se resumiu em ficar deitada na cama olhando o teto e deixando os pensamentos divagarem, como ondas e marolas que se sobrepunham oceano afora. O pensamento de Jack Frost persistia na mente da garota por mais que ela não quisesse tê-lo na mente, como uma onda persistente que tentava polir pedras na praia. Dormiu; ainda pensando no dia que conheceu o menino de olhos azuis.

O outro dia foi acordada pela mãe de costume. Se trocou e comeu o desjejum na companhia dos irmãos; durante a refeição, fora sugerido pela mãe que todos os flihos se unissem pra treinar durante a tarde. Merida não pôde gostar da idéia de adiar o seu encontro com o rapaz, porém não encontrou argumentos para discordar com a mãe.

Passou a tarde na companhia dos irmãos, treinando um pouco com eles o manejo correto de um espada e arco e flecha. Viu que cada um dos irmãos tinha sua própria preferência e habilidade: um com o arco, outro com a espada, percebeu que Hamish tinha talento com luta corporal.

O sol se punha no horizonte, acizentando o céu outonal e os herdeiros do trono de DunBroch se recolheram para o jantar. A mãe parecia extremamente animada com o trabalho e a aproximação dos filhos, porém sentiu parte de sua energia sendo sugada ao ver a expressão perdida e decepcionada que a filha mais velha fazia ao encarar o ensopado à sua frente.

― Meria, querida? ― Elinor falou no tom mais neutro o possível, fazendo a menina retomar a atenção rapidamente.― Está tudo bem?

― S-sim! ― Merida tentou não deixar transparecer a decepção por ter deixado Jack Frost esperando por ela na floresta.― Só estou me sentindo cansada, mamãe.

― Se quiser se retirar para descansar, fique à vontade. ― Elinor sorriu calidamente enquanto seguiu a saída da filha do salão.

― Você está muito... ― Fergus procurou a palavra certa para seu comentário ― Melosas ultimalmente. ― A esposa franziu o cenho em desaprovação, Fergus levantou as mãos em um gesto de desistência e voltou a comer em silêncio.

Merida Caminhou com passos largos até seu quarto, abrindo a porta rapidamente e a fechando com um baque mudo. Apoiou as palmas das mãos na madeira e deu um longo suspiro.

― Dia longo, ruiva? ― uma voz grave e extremamente familiar invadiu seus ouvidos, e novamente sentiu todos os pêlos do corpo se arrepiarem em desespero em quanto sua mente escurecia. Era como se estivesse caindo num abismo negro e infinito, tentando gritar mas o grito ficasse estrangulado na garganta enquanto tentava se segurar.

Girou o corpo nos calcanhares e apoiou as costas na porta para dar-lhe apoio, ao ver a temível cena de Jack Frost sentado em sua cama casualmente, com um livro de capa velha no colo.

― Acho que você deveria fechar a janela com mais freqüência, Merida.― Jack sorriu de canto, vendo a expressão mista de irritação e descrença.


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Notas finais do capítulo

DESCULPADESCULPADESCULPADESCULPA

ahhhh, obrigado à Ni, que recomendou essa pseudo fanfic com suas palavras majestosas e doces. Espero que este capítulo tenha respondido às suas expectativas!