Echo. escrita por nekokill3r


Capítulo 30
Capítulo 30.


Notas iniciais do capítulo

Pronto, aqui está o capítulo para acabar com o sofrimento de vocês!
Boa leitura e espero que eu faça alguém ficar com vontade de chorar...



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–– Parece que ele pulou de algum prédio. Não sei de que lugar foi ou quantos andares tinha, mas parece que foi mesmo feio, Sakura. –– Isso foi o que Tenten me explicou antes que eu saísse correndo, empurrando qualquer um que entrasse na minha frente e conseguisse passar pela porta de vidro da frente e não pelo portão que tinha certeza que ficaria presa.

Me arrependi por não ter ligado para o meu pai antes, pois agora eu vou ter que ir correndo até a minha casa e não faço ideia de onde Naruto está. Quase que por um milagre, encontro Leo e Lavínia no caminho e sei que eles já estão cientes do que aconteceu pela cara de tristeza dela e pelo desespero dele. Dou mais uma corrida para poder alcançar os dois e quando o faço, Leo me abraça muito forte, tanto que fica até difícil de respirar. E agora estou começando a pensar que o pior realmente aconteceu e que ele morreu...

–– Vocês sabem se levaram ele para algum hospital? –– pergunto ofegante enquanto tento ligar o meu celular. Sem sucesso. Sinto vontade de jogá-lo dentro do lixo, mas sei que vou acabar me arrependendo por o fazer.

–– Uhum. Estamos indo para lá agora mesmo –– Lavínia responde, porque o garoto ao seu lado mal consegue respirar direito. –– Você quer ir com a gente?

–– Quero –– respondo não muito certa se essa é mesmo a minha vontade. Não quero ir toda cheia de esperanças de o encontrar e depois voltar para a casa sabendo de que nunca mais o verei. –– Mas eu preciso ligar para o meu pai primeiro e o meu celular decidiu descarregar. Pode me emprestar o seu, Lavínia? Por favor.

–– Ah, claro que sim. –– Ela me entrega o celular e fica olhando para mim, provavelmente por eu estar toda desarrumada desse jeito. Assim que consigo desbloquear o aparelho, percebo que ele está em outra língua, uma que eu não entendo nada. Aviso isso para ela e Lavínia disca o número do meu pai para mim, pois viu que estou começando a ficar desesperada e não posso obrigar que as lágrimas parem de cair. Ela parece calma e abraça Leo a todo segundo; bem, pelo menos ela está desse jeito.

–– Alô, pai? –– digo assim que ele atende. Ele faz uma brincadeira idiota e contra a própria vontade sou obrigada a mandá-lo calar a boca e me ouvir. –– Naruto acabou de cometer suicídio e eu estou indo para o hospital com o Leo e a namorada dele.

–– Qual hospital é? Não posso deixar você ficar lá sozinha –– ele diz, todo preocupado como sempre. Entrego o celular para Lavínia e ela passa o endereço. Estou começando a tremer. –– Logo eu chego aí. Não pense besteiras, amor da minha vida. Naruto vai ficar bem.

–– Não demora, por favor –– peço e ergo os olhos, encarando um Leo que não consegue parar de chorar. É muito ruim vê-lo desse jeito justo agora que parecia tudo estar ficando bem de verdade. Meu pai ia desligar, mas eu o chamei. –– E se ele morrer?

–– Ele não vai morrer, Sakura! Não se preocupe com isso, sabe o quanto Naruto é forte –– ele diz e percebo que não consigo acreditar em suas palavras, porém concordo com ele. –– Agora vou desligar, também sabe como não gosto de celulares enquanto estou dentro de um carro. Logo eu chego aí, agüenta mais um pouco. Amo você.

Não respondi e apenas desliguei, entregando o celular novamente a dona. Leo não consegue falar direito, e a cada frase que tenta pronunciar sempre é seguida de mais de quatro soluços ao mesmo tempo. Se Naruto morrer, eu não sei o que vai ser de mim e dele. Quero ir lá e abraçá-lo enquanto digo repetidamente que tudo vai passar, mas eu estaria mentindo até demais para ele. E Leo sabe que as coisas não vão passar.

–– Leo, para –– digo e ele olha para mim com os olhos cerrados; não sei se isso também seria tristeza ou raiva. –– Você sabe que o Naruto...

–– Ele o quê? Vai morrer? –– ele pergunta cada vez mais alto e anda na minha direção pisando forte no chão. Assim como na fazenda, ele fica a centímetros do meu rosto. –– E você sabe de quem é a culpa? Sua! A culpa é toda sua por o deixar quando mais precisava, Sakura! –– Eu nunca aconselho ficar tão perto de Leonardo Uzumaki, principalmente quando ele mostra as unhas que tem para você. Sinto meu olho esquerdo arder e vou um pouco para trás, quase caindo de joelhos no chão. Ele continua gritando que é tudo culpa minha, mas depois de mais alguns abraços de Lavínia, voltou a chorar. Sei que isso também não é culpa dele, e sim do desespero. Não vou ficar chateada por ele ter me arranhado, pois até mesmo eu estou perdendo o controle. Lavínia diz que temos que parar de brigas e ir logo para o hospital e assim fazemos, comigo longe o suficiente dos dois e eles na frente.

Não sei quanto tempo demorou até chegarmos lá, mas quando ela confirmou que aquele era mesmo o lugar, saí correndo e entrei em um corredor enorme cheio de quartos e o de Naruto nunca parecia aparecer de uma vez. Então a imagem dele em um caixão vem a minha cabeça; mais branco que nunca, a boca totalmente séria e nenhum sinal em seu rosto. Eu nunca mais veria aquelas olhos azuis tão perfeitos ou ouviria sua risada, e com essa ideia começo a tremer e preciso me segurar na parede. Ouço Lavínia me chamar lá atrás e chego a tempo de vê-lo naquela maca deitado, com a perna direita sangrando tanto que está até caindo no chão, os braços ralados e também tem sangue escorrendo de sua testa. Eu com certeza não me esquecerei disso, nem se quisesse. Uma barulheira se junta em todo o hospital do nada; pessoa gritando, Leo ainda chorando e tentando ir atrás de Naruto, crianças correndo de um lado para o outro e tudo o que eu queria agora era o meu pai. Provavelmente, eu não estaria desse jeito se ele estivesse aqui. Por que até agora não chegou? Será que por acaso desistiu e deixou eu aqui sozinha mesmo?

–– Ele morreu! –– ouço alguém gritar e percebo que isso é sim sobre Naruto, pois ele foi o último a entrar na direção de onde vem a voz.

Meu coração acelera de um jeito quase impossível e percebo que não estou conseguindo respirar direito. Tento me apoiar em qualquer coisa, mas não há nada para o fazer. Mesmo sabendo que não é extra-proibido entrar no mesmo lugar em que Naruto foi, vou para lá correndo. Estou tentando me prender na esperança de que se ele ouvir a minha voz, tudo vai ficar bem e ele vai voltar à vida. Mas as coisas não são assim e a minha esperança está quase desaparecendo. Eu não quero que ele morra, e ele simplesmente não pode morrer e me deixar aqui. Sou impedida pelos guardas que ficam bem na porta de entrada e tento com toda a força passar por eles; mais uma tentativa sem sucesso. Então, começo a berrar por Naruto mesmo tendo a certeza de que ele não vai voltar assim como Kiba. Os guardas me seguram pelos ombros, quase me arrastam, praticamente me carregam e eu ainda continuo lá lutando, até que me dou por vencida, caindo de joelhos e chorando mais do que no enterro de Sasori. Um dos guardas ainda está me segurando pelo braço e o tiro de lá de uma forma impaciente e rápida, colocando as mãos nos ouvidos. Inclino o corpo para a frente, encostando a testa no chão e fecho os olhos com força. Dá para sentir que alguém me pega pelos ombros com todo o cuidado do mundo e me carrega para longe, enquanto ainda sussurro o nome dele.

Sei que tudo acabou quando ouço o meu pai me chamando. Ele me pega no colo, mas ainda estou em pânico demais para tirar as mãos dos ouvidos, abrir os olhos e voltar à realidade.

–– Pronto, pronto –– ele diz sem parar, como se eu fosse uma criança e tinha acabado de ralar o joelho. –– Está tudo bem, Sakura.

–– Ele morreu –– sussurro e aperto os olhos. Meu pai me abraça mais forte no mesmo segundo em que percebe isso. –– Ele morreu...

–– Naruto está bem –– ele diz e reúno o resto de coragem para abrir os olhos, porém minhas mãos continuam no mesmo lugar. –– Ele não morreu, amor da minha vida.

Ainda leva algum tempo até que eu perceba que é verdade e não brincadeira do meu pai. Olho para frente, onde Lavínia está sentada de mãos dadas com um Leo de olhos vermelhos, mas mil vezes mais calmo. Ele sorri para mim um pouco envergonhado e sei que logo vai me pedir desculpas. Me viro para o meu pai, sorrindo e chorando ao meu tempo e ele fica tentando tirar a tinta seca da minha testa.

–– Eu posso ver ele? –– pergunto e meu sorriso aumenta ainda mais.

–– Pode. Mas não vá ficar pulando em cima dele ou gritando, Naruto ainda não está bem –– ele adverte e é meio óbvio que eu não vou fazer uma coisa dessas (mesmo que tenha pensado bastante em chegar lá berrando, não é uma ideia tão idiota assim). Meu pai me leva até a porta do quarto dele e avisa mais uma vez para que eu não faça nada que possa o prejudicar e concordo com a cabeça.

Enquanto abria a porta, estava pensando se não podia fazer menos barulho como acabei fazendo sem querer. A fechei atrás de mim na esperança de vê-lo sorrindo, mas na verdade Naruto está mergulhado no sono. Sua testa está um horror e a enfaixaram muito embora eu ainda consiga ver sangue. Gasta alguns segundos até que eu solte a maçaneta e vá correndo até ele, encostando nossas testas levemente e é impossível não começar a chorar. Fico acariciando seu rosto com o maior cuidado para que ele não sinta dor nenhuma depois e assim, do nada, eu o beijo –– não posso chamar isso de beijo, pois ele está desacordado e só encostei os meus lábios nos dele. Mesmo sabendo que não devo o fazer, me deito e encosto minha cabeça em seu peito, onde pela primeira vez estou ouvindo seu coração bater acelerado e só então percebo quem sentiria mais falta de ouvir aquela “melodia”. Eu.

–– Não sei se se lembra, mas você uma vez me prometeu que estaria sempre aqui para mim –– começo, olhando para a parede. ––, mas eu não disse que você também podia contar comigo. Ultimamente você tem feito coisas que quase me matam de susto e é meio que injusto, por que eu não conseguiria viver sem você. –– Respiro fundo. Espero de verdade que ele nunca ouça isso. –– Se você morresse, a minha vida estaria acabada. Eu nunca mais me sentiria feliz sem você, Naruto. Então, por favor, trate de nunca morrer. –– Eu rio, mas ainda há lágrimas escorrendo pelo meu rosto e molhando a roupa que o deram.

–– Eu não sabia que até você tinha uma parte romântica, pequena. –– Ok, acho que agora sou eu quem está perto de morrer. Levanto o olhar e Naruto está me encarando com um sorriso lindo.

–– Você estava ouvindo tudo, não é? –– pergunto e ele começa a rir.

–– E sentindo também –– ele me lembra e sinto o rosto queimar. Não digo nada, mesmo que aquelas três palavras estejam na ponta da língua. –– Mas por que você estava dizendo essas coisas e me beijou?

Uma vez, eu ouvi Sasori se declarando para Deidara e achei aquilo a coisa mais linda do mundo e prometi que faria a mesma coisa quando me apaixonasse. Mas, eu não achava que seria tão difícil assim. Revendo os fatos, eu nunca disse que amava Kiba nem Gaara e eles continuaram comigo mesmo assim. Acontece com Naruto é diferente; além de querer que ele continue comigo, quero que saiba que eu o amo. Será que contar até três e dizer tudo de uma vez vai dar certo?

–– Porque eu amo você, Naruto –– confesso rapidamente e fico nervosa logo em seguida, pois ele não está expressando nada e nem parece surpreso com isso.

E esses foram os segundos mais torturantes da minha vida, porque Naruto continuou calado e eu estava quase mandando que ele dissesse que também me amava. Não acredito que depois de criar tanta coragem vai acontecer isso para estragar tudo. Quando ele sorriu, meu coração disparou como nunca e eu soube que queria dizer alguma coisa, mas continuou calado. Eu queria uma resposta de qualquer jeito, até que percebi que estava sentada em cima de um daqueles fios no qual ele está recebendo o soro no braço direito, o mesmo que estou debruçada e me levantei no mesmo segundo. Naruto começou a rir e eu estava assustada demais para fazer a mesma coisa.

–– Eu prometo nunca morrer se você não tentar fazer isso primeiro –– ele diz e se senta na cama, estendendo a mão para mim. A segurei e ele ficou balançando o meu braço de um lado para o outro enquanto continuava a rir do que agora acho ser a minha cara. –– Eu amo você, Sakura.

Após ouvir isso, era óbvio que eu não agüentaria e ia pular em cima dele de novo, o abraçando muito forte e foi nesse momento que as coisas começaram a fazer sentido; quando eu o achei bonitinho enquanto se balançava com os pés, quando eu quis matá-lo sobre ter que voltar para a escola mesmo sabendo que sua única intenção era me ajudar, quando fiquei vermelha no baile por ele ter dito que eu estava linda e depois toda aquela crise de choro por eu ter descobrido o que ele tinha, quando senti vontade de agradecê-lo até a eternidade por ter me salvado depois de ir até a minha casa minutos depois que tentei suicídio, quando me senti protegida por ele ter me abraçado na noite do temporal, quando quase pirei quando ele estava na minha casa nova e também me abraçou forte e quando percebi que era ele o cara que eu amava, não Gaara. E ele continua sendo o garoto que eu quero e preciso do meu lado, por que se ele morresse, é como eu disse, a minha vida estaria acabada e eu nunca mais me sentiria feliz, pois apenas ele sabe fazer eu me sentir desse jeito. Eu provavelmente tentaria suicídio de novo e se sobrevivesse, voltaria a me trancar no quarto e pararia de ir para a escola. Não aceitaria ninguém me ajudar ou tentar começar uma conversa comigo, nem mesmo meu pai, e meus braços ficariam cheios de cicatrizes mais uma vez. Eu me tornaria a Sakura que odeia tudo e a todos. Agora que tudo está acontecendo como eu sonhei, me pergunto o que teria acontecido se eu não tivesse aceitado ir naquela clínica e se ele não tivesse puxado assunto comigo mesmo que eu estivesse tentando ser o mais anti-social possível.

Consigo ver seus olhos perfeitamente de onde ele está nesse momento, com a cabeça em cima do meu colo e vendo cada cantinho do meu rosto enquanto acaricio seu cabelo. Tomara que ninguém abra a porta, ou pelo menos, não enquanto estivermos desse jeito.

–– Não faz mais isso, tá? Você quase morreu e eu... eu quase te perdi –– digo e passo uma das mãos em sua bochecha esquerda. Ele me pega de surpresa quando a segura.

–– Vai precisar de um pouquinho de paciência comigo –– ele diz e solto uma risadinha pelo nariz. –– Eu já disse que você continua linda?

–– E eu já disse que você continua idiota? –– retruco e tenho certeza que ele iria dizer outra coisa se não tivesse que parar por um segundo para tossir. –– Você está bem mesmo?

–– Não. Que tal um beijo para eu melhorar? –– ele diz e fecha os olhos, ainda sorrindo. Eu continuo a rir, mesmo que saiba que essa é a hora de fazer isso; não posso fugir para sempre de o fazer.

Muito nervosa de fazer algo errado, inclino o rosto para a frente e Naruto faz a mesma coisa, segurando a minha nuca e... batemos as testas de uma vez. Altas risadas podem ser ouvidas eu acho que até do lado de fora enquanto ele se senta e beija a minha testa, pedindo desculpas quando na verdade a culpada deve ser eu. Ainda rindo exageradamente, ele diz para que eu feche os olhos e o faço, quase tremendo de nervosismo. Percebo o quanto estamos perto um do outro quando sinto sua respiração e finalmente, ele me beija. E sabe quando você beija um cara e sente como se aquele fosse o certo e entende por que com outros não estava dando certo pois era com ele que você deveria estar? Pois então, é assim que eu me senti durante o beijo que para a minha infelicidade não durou um minuto. Assim que ele se separou de mim, o olhei confusa e senti raiva por querer mais que aquilo. Contando com um restinho de coragem, segurei sua nuca e o puxei para mim, o beijando novamente e dessa vez foi ele quem ficou surpreso, porque estava distraído com alguma coisa no braço –– o que não quer dizer que não tenha gostado, ou é assim que acredito.

–– Daqui a pouco você vai ter que ir embora –– ele diz e me lembro que não posso ficar aqui para sempre e continuo suja (ele deve me amar muito mesmo para ter me beijado mesmo estando desse jeito).

–– Mas amanhã bem cedo eu vou estar aqui de novo –– digo e ele sorri. –– Aliás, você passou de ano. –– Naruto recomeça a rir e faço a mesma coisa, mais segura disso e sabendo que a partir de agora, nada vai ser como antes. Não somos mais apenas melhores amigos. –– Ainda não acredito que tentou mesmo se matar... Você não pensou em mim ou no punhado de pessoas que te amam, não?

Por um segundo, sinto um arrependimento enorme por ter feito esta pergunta, por perceber o quanto ele não quis fazer aquilo porque simplesmente quis; não, ele estava fora de si e eu não quero nem me atrever a perguntar o que passou em sua cabeça. Como resposta, Naruto apenas nega com a cabeça.

–– Não demore para voltar –– ele diz quando fico em pé novamente. Sujei sua cama toda e nem assim ele pareceu estar bravo comigo ou disse alguma coisa.

–– Eu não deixaria você sozinho por muito tempo depois do que aconteceu –– digo e ele puxa o meu braço quando estou a ponto de sair, fazendo com que eu caia em cima dele e Naruto me beija. Não é algo normal e acho que ainda vai ser difícil para me acostumar.

–– E também não se esqueça que eu amo você.


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