As Cores Do Outono escrita por SakuraHimeT


Capítulo 21
Capitulo 21- Nos Braços de Morféu


Notas iniciais do capítulo

Boas noites! Aqui está mais um capitulo , é o penultimo, infelizmente a fic irá acabar esta semana, para a proxima ja terei a do Natal exposta! ^^
Espero que gostem, porque agora é a recta final! Boa leitura amores! ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/425443/chapter/21

Apressei-me a colocar a cela sobre a Ice. A égua percebia os meus sentidos e sabia que estava nervosa. Nem calcei umas botas. Assim que estava pronta respirei fundo.

–Linda, por favor ajuda-me a encontra-lo.- agarrei em cima na cabeça da cela e subi de uma vez só. Segurei nas rédeas e saí das boxes, cavalgando em direcção ao atalho por entre as árvores.

Syaoran ensinara-me a dominá-la e agora ia à velocidade máxima com ela.

Syaoran..

Os raios do por do sol furavam entre os troncos das árvores. Pareciam luzes , holofotes sobre mim, enquanto passava a galope por entre os caminhos de folhas secas no chão, como uma passerelle.

Ao longe avistava o rio e depois entrei no caminho mais escuro que dava para lá.

Para a nossa casa.

Dei mais balanço na Ice e ela avançou, saltando pedras e tudo o que aparecia à frente. Algumas raposas e pássaros fugiam de nós, enquanto passávamos por lá.

Avistei ao fundo. A casinha de madeira, antiga. Cheia de eras.

E o vi. Em pé, ao lado de Brave, amarrado no alpendre.

–Syaoran!- gritei.

Ele olhou para trás e assustou-se com a minha aparência. Estávamos a uns dez metros e parei a égua repentinamente, até saltar para o chão e correr até ele.

–Syaoran..!- voltei a gritar e ele veio ao meu encontro.

–Sakura!

–Syaoran!

E quando faltavam dois metros joguei-me para os seus braços e ele apertou-me com força, beijando-me os lábios com desespero.

–Syaoran.- chorava emocionada.- Oh Syaoran.- sussurrava a cada beijo que ele dava. O tempo parou para nós naquele momento. Apenas o sol iluminava-nos como duas estrelas unidas.

–Eu amo-te, meu deus, eu amo-te tanto. Perdoa-me- gritei abraçada a ele e beijando-o em todos os lados.

–Sakura.. eu também. Oh Sakura. Não chores.- pediu limpando-me a face.

–Não consigo, não posso. Eu preciso de ti. Tu não foste embora.. eu preciso de ti.- implorei abraçada ao seu pescoço.

Ele soltou um gemido e pegou-me ao colo entrando para a casa.

Amamo-nos no sótão, enrolados nos lençóis e nas colchas lá espalhadas no chão, ao calor da lareira. Anoiteceu e ainda estávamos lá os dois depois de fazer amor uma, duas, três vezes. Precisávamos um do outro. Nada nos iria separar.

–Desculpa, por favor perdoa-me.- sussurrei aninhada nos seus braços, cheirando-o.

Ele sabia tão bem.

–Perdoa-me também. Eu não te queria magoar, minha flor.- apertou-se contra o seu corpo.- Por tudo... perdoa-me.

–Eu amo-te.

–Eu também.

Ficamos um momento em silêncio apenas apreciar o contacto um do outro. Sem nada, sem nenhuma barreira.

–Sabes... hoje fiz uma coisa.- hesitei.

Não fales do teu teste de gravidez!

–O que foi, amor?

–Antes de vir para cá, estive na tua casa. Meiling falou comigo.

–Ela o que?- quase gritou.- Ela fez-te alguma coisa?- ficou tenso.

–Shuuu, calma Syaoran. Na verdade... foi eu que lhe fiz.- e desatei às gargalhadas.

Ele levantou uma sobrancelha curiosa.

–O que lhe fizeste?

–Bem.. ela enervou-me, chamou-me vaca e sem pensar ,dei-lhe um murro na cara.- continuava a rir.

–O que?! Sakura!- exclamou chocado. Percebi um ligeiro sorriso aparecer-lhe nos lábios.

–Então, ela merecia Syaoran. Chamar-me vaca?- bufei irritada, mas a rir.

–Bem ela tem razão.- confessou.

–O que?- perguntei histérica.

–És a vaquinha mais fofa que conheci.- e encheu-me de beijinhos, rolando para cima de mim.

Eu continuei as gargalhadas. Ah, Syaoran bem-disposto.

Depois senti-o. A roçar na minha coxa.

–Outra vez?- perguntei completamente corada, olhando por baixo dos lençóis.

–Ah sim, meu amor.- respondeu com um sorriso maroto.

–És insaciável!- resmunguei, já puxando-o para dentro de mim.

Amanhecemos juntos no sótão. O calor dele era único e especial. Quem diria que acabávamos os dois na cama novamente. Depois de tudo o que aconteceu.

A lareira apagou-se durante a noite, enquanto dormíamos. Ele dormia, parecia um anjo sereno. As sobrancelhas relaxadas, a respiração suave e quente. O frio entrou por baixo da porta do sótão fez-me arrepiar e abracei-me ainda mais a Syaoran.

Ele mexeu-se e acordou.

–Desculpa. Não te queria acordar.

–Bom dia amor.- beijou-me a testa.- Estas bem?

–Sim.- respondi sorridente.

–Como soubeste que eu estava aqui?

–O Brave não estava na boxe dele. Percebi logo. E tu? Porque vieste para cá?

Ele respirou fundo.

–Precisava estar sozinho. Já estou cá há dois dias..Desde que foste embora da biblioteca. E não tive paciência para discutir com Meiling, que exigiu-me explicações. Vim para cá...pensar sobre nós os dois e das coisas que aconteceram. E justamente quando estava quase a sair para ir ter contigo, tu chegaste, como um anjo num cavalo.- beijou-me os cabelos. Arrepiei-me toda.

–Oh Syaoran.. tu ias ter comigo?

–Sim minha flor. Tinha de te pedir desculpas. Precisava de ti, assim como tu de mim.

Fiquei emocionada.

–Sim, enquanto eu penso em ti, tu pensas em mim.- murmurei contra o seu pescoço.

–Sempre.

Um ruido vindo de baixo fez-me corar. Ainda não tinha comido nada.

–Temos de voltar. Ainda não tomamos o pequeno-almoço.- falou.

Syaoran levantou-se e vestiu-se rapidamente. Eu acompanhei-lhe, pois estava muito frio. Arrumamos o sótão e descemos para os cavalos. A Ice estava ao lado do Brave e lembrei-me que a tinha deixado lá atrás, antes de correr para os braços de Syaoran.

Sorri, égua esperta.

Montamos e dirigimo-nos até ao chalé, passeando à beira do rio. Quando chegamos, os cavalos foram comer para as boxes e entramos na casa. Eu estremeci e ele percebeu.

–Calma.- beijou-me os nós dos dedos.

Wei apareceu à entrada. Avisou-nos que o pequeno-almoço estava na sala de jantar. Syaoran perguntou pela prima e Wei não soube onde ela estava.

–Que estranho.- confessou com uma das mãos no queixo, desconfiado.- E ontem?

–Ontem, só vi a menina ao fim da tarde, quando a Sr. Kinomoto veio cá a casa. Não apareceu o dia inteiro, e depois não veio jantar, meu senhor.

Que raios. Onde estava Meiling? Será que estava no hospital? O meu soco fora um pouco forte, disso eu tinha a certeza. Oh meu deus. Eu magoei-a a sério.

–Syaoran.. a culpa foi minha.- murmurei apenas para ele ouvir.

–Não é tua. Apesar do que fizeste, ela não iria sair assim , sem dizer ao Wei.- assentiu.- Obrigado Wei, nós vamos comer qualquer coisa.

O mordomo curvou-se e passa-mos por ele. Entramos para a sala de jantar e eu fiquei pasmada com tanta diversidade de comida.

Meu deus, é só um pequeno-almoço.

–Comes sempre isto?- perguntei ainda surpreendida.

–Nem sempre, um café quente basta.- revirou os olhos.

Pois, família maluca.

–Eu acho que enjoava de tanta comida.- ri-me enquanto me sentava.

Ele serviu-me café quente e olhei para um tabuleiro cheio de bolos. Havia pão, panquecas , variedades de queijos, leite fresco e fruta.

–Eu nem sei o que comer..- fiz o beicinho, envergonhada.

–Sakura, tens de comer.- ralhou comigo.

Ah, o Syaoran mandão.

–Sim, eu como. -obedeci e tirei uma fatia de pão. Passei queijo fresco com geleia de abóbora por cima.-É delicioso!

Ele sorriu. Apercebi-me que já era o meu quinto pedaço quando ele acabou a refeição. Eu corei de vergonha.

–Desculpa. Mas estava mesmo com fome.- confessei.

Ele riu-se.

–Não tarda, estás a ficar numa gorda e feia.- brincou.

–Não me provoques!- guinchei irritada.

–Provocar? Eu? Acho que é o contrário, menina Sakura.

Eu corei ainda mais.

–Se comeres demasiado , certamente ficarás numa gorda.- sorriu maliciosamente.

–E depois vais-me deixar não é?- bufei e cruzei os braços. Ele gargalhou.

–Não, não te vou deixar. Tu sabes que isso não vai acontecer. Mas se já comes assim, imagino um dia se tiveres grávida. O que vais comer então? Uma mesa maior que esta?-brincou.

Eu calei-me e fiquei seria.

Grávida.

Pois, ele supostamente não soubera do sucedido , no dia anterior. Prendi a respiração.

–O que foi?- perguntou.

Eu fiquei a olhar para a chávena do café.

–Sakura?- voltou a perguntar. O seu sorriso fechou-se.

–Tu gostavas de ter filhos, Syaoran?- perguntei apertando os dedos uns nos outros.

Ele não respondeu. Eu limitei-me a encarar as mãos por baixo da mesa.

–Porquê?

–Só responde-me por favor.

–Sim, gostava. Mas porquê isso agora, Sakura?- voltou a questionar.

Eu apertei os lábios.

–Não é nada, apenas pensei nisso. Tu nunca falaste se querias ter filhos ou não. Certo?- sorri, para disfarçar.

Ele curvou uma sobrancelha.

–E isso tem a ver com a conversa de ficares gorda?

Eu ri.

–Sim..

–Então isso impõe-te que queres ter filhos comigo..?

O meu coração disparou.

Sim! Sim! Sim! Gritou-me a mente.

Oh ,ter uma vida com ele para sempre seria tão bom.

–Um dia, quem sabe.- voltou a argumentar.- Desde que não houvesse nenhum dedo dos anciões por perto... quem sabe.- deu um sorriso. -Anda, vamos colocar-te em casa.

Levantou-se da mesa, bem-disposto. Aquela conversa seria muito mais agradável, se o teste não desse negativo.

Eu sorri tristemente. Afinal ele queria.

Syaoran deixou-me à porta do alpendre. A tia ainda estava em casa.

–Eu preciso de ir procurar a Meiling. Espero que ela não tenha feito nada de grave, desta vez.- resmungou.

–Espero que também não.- assenti.- Já bastou o baloiço..

–Vá, à tarde venho-te buscar, queres jantar lá em casa?

–Sim pode ser.

–Assim podemos passar mais um serão juntos.- sussurrou-me ao ouvido antes de me beijar longamente.

Oh sim. Mais uma noite com ele, no corpo dele.

–Até logo.- resmunguei.

Maki descia as escadas com Kero ao colo quando entrei pelo hall.

–Ah, aqui está a tua dona.- falou para o gato.- Onde te meteste? Tinha-mos saudades tuas.- perguntou-me.

Eu corei.

–Estive com Syaoran.

A tia sorriu.

–Contaste-lhe?- ele referiu-se ao teste de gravidez.

–Não.

–Mas já está tudo bem com vocês?

–Oh sim, está tudo bem.- sorri pegando no Kero ao colo.

A tia partiu novamente para o centro. Eu fiquei o resto da manhã em casa com o Kero. Fomos visitar o celeiro e a Dolly. Quando regressámos para o almoço o telefone na sala estava a tocar.

Corri para atendê-lo.

–Touya! Sim, está tudo bem... o que? Mas como? Oh meu deus...- agarrei-me ao telefone com as lagrimas nos olhos.- Sim.. em que dia? Amanha? Não... meu deus.. Eu vou!Sim.. eu preciso ir. Esperem por mim! Lá estarei.- e desliguei.

Encostei-me à parede fria da sala. O meu pai. O meu pobre pai, sofreu um acidente . Eu tinha de viajar para a América. Urgentemente.

Como vais dizer isso ao Syaoran?

Deixei-me escorregar pela parede até ao chão banhada em lagrimas.

Mil vezes merda.

Fim do Capitulo


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem amores, proximo capitulo será o ultimo! Não chorem, prometo nao vos decepcionar! ;) Beijinhos até Quarta Feira! ^^*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Cores Do Outono" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.