Todos sabiam que o Feliks tinha como hobby vestir como uma mulher, ou seja: travestir. Mas ele adorava limar as suas unhas.

Era como fosse uma terapia para o descontrair.

Pegar numa lima e limar as unhas até elas ficarem perfeitas. E depois, colocaria verniz para tornar o seu trabalho mais que perfeito e colorido.

Ele limava sempre no mesmo dia da semana, numa determinada hora.

Era então, quarta-feira e eram cinco da tarde, começaria o seu ritual. Limaria as suas unhas primeiro, cantando uma canção qualquer e após disso, pintaria as suas unhas, desta vez, de duas cores, a parte de baixo seriam vermelhas e em cima seriam brancas, como a sua bandeira.

O Feliks sorriu ao ver a sua obra de arte finalizada. No entanto, tinha a sensação de estar a esquecer algo... Olhou em volta, na tentativa de achar algo, e quando olhou para o calendário, reparou que naquele dia estava marcado... Oh... Ele tinha prometido à Katyusha que ia lá à casa dela. Pegou no seu casaco e pôs-se no caminho da casa da ucraniana.

Chegou lá e bateu à porta. A porta foi aberta pela ucraniana que pedia repetidamente desculpas. Entrou na sala e acomodou-se no sofá, olhando atentamente para um cavalo de madeira que estava na mesa, parecia que ainda estava a ser feito.

– Aqui está!- a ucraniana entregou um embrulho.

– Oh! Isto é, tipo, o quê?

– Surpresa!

Ele abriu e revelou um boneco idêntico a ele, com uns fatos masculinos e vestidos femininos.

– Eu, tipo, adorei! Obrigado!

– De nada.

– Hum... O que estavas a fazer?

– Estou a limar o cavalo.

Ao ouvir, a palavra “limar”, os seus brilharam.

– Tipo, eu posso ajudar a limar?

– Ah sim...

Ele pegou a lima e começou a limar o cavalo até ficar perfeito ao seu ver.

Talvez, limasse um pássaro de madeira e oferecesse ao Gilbert como um tratado de paz. Ou então não.