It's The END! escrita por Pevensie


Capítulo 8
Oh, no! I Did It Again!


Notas iniciais do capítulo

Mereço ser xingada?Mereço.
Linchada?Também.
Receber um gelo de vocês?Ah,isso não.
Desculpas não adiantam,certo? Certíssimo.
Só espero que gostem.Desculpem.



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Capítulo VIII

Oh, no! I Did It Again!

Então ela deu o play e eu senti minha vida se despedaçando enquanto eu assistia a mim mesma no meio de um beijo quase pornográfico com Draco Malfoy.”

Fiquei boquiaberta vendo aquela cena. Simplesmente não podia ser verdade,aquela ali não era eu.Não podia ser eu,não podia...

–É você sim, não adianta pensar que é outra pessoa.-Gina disse como se tivesse lido meus pensamentos.

O vídeo acabou e eu dei o play outra vez. Pela segunda vez em 4 minutos eu assistia toda aquela...nojeira de novo.Como era possível eu não lembrar daquilo?

Minhas mãos estavam agarradas no cabelo do Malfoy e minhas pernas estavam enroscadas em sua cintura, meu vestido desarrumado deixava minhas coxas – e um pouco mais - à mostra. Uma de suas mãos estava me sustentando enquanto a outra percorria todo o meu corpo ,e quando eu digo todo o meu corpo é todo o meu corpo MESMO! Nossos lábios não se desgrudaram em NENHUM momento. Num momento do vídeo dava para ver claramente que ele apertava minha coxa com muita força.

Não agüentava ver mais aquilo. Com as mãos tremendo eu desliguei o tablet e o devolvi para Gina.

–E aí, queridinha. Conseguiu refrescar a memória?-Ela perguntou se sentando mais perto de mim, provavelmente tentando ver meu rosto que eu havia escondido com as mãos.

–Gina, não me lembro de nada disso!-Falei e minha voz saiu embargada.

–Não me surpreende, você tomou quase umas trinta doses!Deve ter sido um novo recorde-Ela falou enquanto ria. Aquela coisinha estava rindo de toda aquela desgraça! – Mas vamos lá, você precisa se lembrar.

– Eu vim pra cá com você?

–Não, o Malfoy te trouxe.Na verdade,você chegou quase três horas depois de mim.

Depois que ela disse aquilo, realmente me lembrei de algo vago: Eu sendo rebocada por Malfoy até um carro numa garagem que me lembrava vagamente a garagem da mansão, depois entrando no carro e Malfoy dirigindo, rindo de alguma coisa imbecil que eu tinha dito...

Gelei na hora.Ah meu Deus!O que eu tinha feito???

–E onde é que eu estava?-Sussurrei a pergunta com medo de que se falasse em voz alta eu ia começar a chorar.

–Não faço idéia.Você chegou aqui meio cambaleando e quando eu perguntei onde você estava você só disse que tinha ido na casa do Malfoy.-Ela disse fazendo a maior cara de malícia.-Você estava bem acabadinha.

–AH SENHOR!QUE MERDA EU FUI FAZER NA CASA DO MALFOY???-Entrei em pânico e comecei a gritar.

–Hmmm,preciso mesmo falar o que deve ter rolado?-Gina perguntou maliciosamente. De repente ela olhou pra minha perna e começou a rir ainda mais. - Hermione,dá uma olhada na sua coxa!

Olhei rapidamente para minha coxa esquerda e me deparei com um roxo enorme. Aquilo era um hematoma ou um chupão?Levantei num pulo da cama e corri até o grande espelho do quarto da Gina.

Eu estava com um moletom enorme, mas que mal tampava minhas pernas.Na minha coxa esquerda estava aquela roxo enorme, na direita havia uma outra marca.Será que...

Puxei meu cabelo para trás, meu pescoço inteiro estava marcado.

–Por que é que eu estou com um moletom bizarro?

–Você já chegou com ele aqui. É dele.-Gina disse.

–Gina – hesitei perguntando a mim mesma se eu realmente queria fazer aquela pergunta – eu disse alguma coisa sobre... o que... eu fui fazer na casa do Malfoy?

–Pouca coisa. -Ela respondeu. –Fica tranquila,coisas assim acontecem,principalmente quando você sai com um gostoso daquele.

–O que foi que eu disse?-Perguntei com medo.

Gina mordeu o lábio antes de responder,como se estivesse com medo da minha reação.

–Disse...

–ANDA LOGO,CARAMBA!EU VOU MORRER AQUI!-Berrei perdendo todo o meu – pouco – autocontrole.

–Você disse que tinha sido incrível.

–AH MEU DEUS!EU TRANSEI COM O MALFOY!!!! – Gritei enquanto sentia meu estômago embrulhar.

Gina se jogou de costas na cama e começou a gargalhar incontrolavelmente. Eu simplesmente não sabia o que fazia. Minha mente travava uma batalha contra a névoa do álcool tentando resgatar algum pedaço de memória que fizesse tudo parecer claro. Nada. Eu não conseguia me lembrar de absolutamente nada! Saí do meu transe quando o quarto foi invadido por Fred e George:

–Sabemos que sua noite foi boa... –Começou George.

–Mas não precisa anunciar para toda Londres que o Malfoy finalmente te fodeu. -Completou Fred. – Literalmente.

Gina agora rolava na cama de tanto rir, e Rony havia se juntando aos irmãos fazendo piadas maliciosas sobre meu infortúnio. Aquilo me fez surtar mais ainda:

–CALEM A BOCA VOCÊS TRÊS!- Berrei apontando para os garotos. Eles pararam de rir imediatamente, como se a risada tivesse sido desligada de uma tomada. Acho que eles nunca tinham me visto surtando daquele jeito. – SAIAM DAQUI!AGORAAAAA! – Os meninos finalmente saíram do quarto empurrando uns aos outros para andarem mais rápido, com medo de provocarem minha ira.

– E VOCÊ – Virei-me para Gina que tinha parado de rir e me olhava assustada – AMIGA INGRATA!COMO VOCÊ PODE ME ABANDONAR NAQUELA FESTA? VIU SÓ O QUE ACONTECEU?

– Relaxa Hermione. Respira fundo e pensa! – Ela disse baixo – Você ainda nem sabe se... aconteceu mesmo.O melhor que você pode fazer agora é voltar pra casa, tomar um bom banho, se acalmar e ir falar com ele. – Lancei um olhar mortal para ela. –Sabe só pra você saber o que houve.

Mas ela tinha razão. Fechei os olhos e segui o conselho da ruiva ingrata. Era verdade, eu nem sabia direito o que tinha acontecido.

–É. - Eu disse afirmando com a cabeça – É isso aí. Você está certa. – Abri os olhos e a encarei. Ela me olhava de um jeito cauteloso, talvez com medo de eu começar a surtar outra vez. – Me desculpe.

–Claro. – Ela disse abrindo um enorme sorriso. – Quer uma carona até em casa?

–Com certeza! –Suspirei me jogando na cama e abraçando a primeira almofada que vi na minha frente.

–Posso te emprestar uma muda de roupas, se quiser. –Gina ofereceu, com um ar extremamente angelical. Só faltava a aureola. Estreitei os olhos enquanto a suspeita se infiltrava na minha mente. Por que a ruiva ingrata estava sendo tão gentil? – O que foi? –Ela perguntou depois de ver meu rosto.

– Qual é a da gentileza?

– Ah, não é nada. – Ela respondeu enrolando uma mecha de seu cabelo com a ponta dos dedos. –É só que, se você conseguir lembrar, e se você e o Malfoy realmente tiverem transado, eu vou querer ouvir todos os detalhes. – Ela completou sorrindo diabolicamente.

Peguei a almofada que estava na minha mão e joguei na cara dela. Ela havia voltado a ser Gina.

...

Tirei o molho de chaves de debaixo do capacho e destranquei rapidamente a porta da frente de casa, dei uma parada no batente só para acenar para Gina que já manobrava o carro e voltava pelo mesmo caminho.

–Mãe? – Chamei.

Tirei o coturno ensopado de neve derretida e coloquei ao lado da porta. Nenhuma resposta. Não tinha problema, eu gostava de ficar sozinha mesmo. Pendurei as chaves no gancho ao lado da lareira e fiquei encarando o carvão queimado, pensando no que faria a seguir.Como se fosse uma resposta aos meus pensamentos, meu estômago roncou sonoramente.Até aquele momento eu nem tinha percebido que estava completamente faminta. Dei meia volta até a cozinha e abri a geladeira esperançosa, escancarei todos os armários, mas não tinha nada pronto para comer, apenas duas maçãs e eu não estava a fim de comer fruta.

Bufando de irritação, peguei o “pote de dinheiro para as compras” que ficava debaixo da bancada e peguei algumas notas amassadas lá de dentro socando-as no bolso de trás do meu jeans, coloquei o coturno molhado mesmo e abri a porta me atrapalhando um pouco com as chaves por causa da irritação. Nem mesmo tranquei a porta, tinha um pequeno mercado que ficava umas duas quadras de distância dali e eu não demoraria muito mesmo. Desci os degraus da varanda de dois em dois e marchei em direção ao mercado, desviando das poças de água barrenta que a neve derretida havia deixado.

Estava muito frio lá fora, cruzei meus braços na frente do corpo numa tentativa de me manter aquecida, logo me arrependi de não ter passado no meu quarto para por um casaco e meias secas, se eu demorasse demais acho que congelaria! Apertei mais forte os braços em torno de mim e me surpreendi ao sentir uma pontada de dor aonde meus dedos pressionaram meu braço direito. Seria mais um hematoma da noite anterior? Meu estômago deu uma cambalhota e eu estremeci, nada relacionado ao frio. Era frustrante não conseguir lembrar de nada que tinha acontecido entre mim e Dra..., não, Malfoy! Só de pensar na possibilidade de que nós havíamos...

– Arghhhh!!!Ele tocou em mim! – Gemi em voz alta – E ainda me machucou – Reclamei quando involuntariamente apertei meu braço de novo.

Uma senhorinha que estava andando perto de mim me encarou como se eu tivesse algum problema mental. Resisti ao impulso de mostrar o dedo do meio para ela e continuei meu caminho tentando livrar minha mente de hematomas e loiros estranhos. Logo eu havia chego no mercadinho e deixei que a tarefa de comprar mantimentos me distraísse.

Meia hora e 27,93 libras mais pobre depois eu saía do estabelecimento com algumas sacolas pesadas, me arrependendo dessa vez por não ter vindo de carro. Comecei a caminhar com passos rápidos e apressados querendo me livrar do peso o quanto antes, pois os músculos dos meus braços já começavam a protestar. Pelo menos o esforço me aquecia e...

– SEU RETARDADO! – Berrei quando um carro prata passou por cima de uma poça d’água fazendo a água esguichar e me deixar totalmente ensopada.

Devagar o carro foi parando, e então começou a dar ré. Talvez o vagabundo do motorista quisesse tirar uma com a minha cara. Eu ainda estava parada na mesma posição tentando absorver o que tinha acontecido: braços abertos, sacolas caídas, cabelo na cara, olhos fechados e boca escancarada. O vidro do lado do motorista foi baixando com um ruído suave, e abri os olhos só pra encarar com o mais puro ódio aquele idiota quando eu conseguisse o ver. Quase caí de costas quando vi que conhecia a criatura no volante. AH, UNIVERSO! TÁ DE BRINCADEIRA COMIGO????

Ele ergueu os óculos escuro – pra quê óculos escuro no inverno?! – até o topo da cabeça e me encarou com um sorrisinho de canto irônico:

– Quer uma ajuda? – Disse Draco com a voz carregada de deboche.

Tirei o cabelo do rosto, respirei fundo e disse entredentes:

– Não precisa.

Mas o vagabundo já estava saindo do carro e pegando as minhas sacolas.

– Posso por lá atrás?

– Devolve minhas sacolas!Eu posso ir andando. – Ele me ignorou e colocou a compra espalhada no banco de trás do carro.

– Você vai acabar congelando se ficar mais três minutos parada aí, é melhor você...

– Vou acabar congelando graças à você! – Eu disse revoltada sentindo frio até os meus ossos, eu tremia igual à bicha assistindo filme de terror.

Nesse momento ele já estava abrindo a porta do carona e só apontou para o banco:

– Entra logo no carro.

– Eu não...

Praguejando baixo, ele me pegou pelo braço e praticamente me jogou dentro da porcaria do carro, mal tive nem tempo de xingar o idiota e ele já tinha batido a porta e se colocado atrás do volante. Virei para o lado e comecei a abrir a porta, mas ele foi mais rápido. Colocou o braço por cima de mim, fechou a porta e depois apertando um botão do lado do volante, a porta estava travada.

–Seu idiota! Me deixa sair agora daqui de dentro! Eu posso de denunciar por sequestro, sabia? – Falei enquanto tentava inutilmente fazer a maldita porta abrir.

– Hermione, cale a boca! Só estou tentando te ajudar! – Ele disse com uma voz entediada.

– Me ajudar? – Repeti indignada – Você me ensopou com aquela água nojenta e depois me jogou dentro do seu carro! Vai saber o que você pode fazer comigo? Pode ter virado um louco pervertido nesses últimos anos. E eu nem lembro, nem faço idéia do que você fez comigo ontem à noite! – Soltei e logo coloquei as mãos sobre a boca. Bosta! Eu tinha dito que eu não me lembrava de nada! – Não... eu...

Draco começou a rir, incontrolavelmente e mais do que nunca eu quis dar um soco naquela cara branca de doninha.

–Então é isso? Você não se lembra mesmo? – Ele perguntou em meio ao riso.

– NÃO!NÃO LEMBRO! – Gritei dentro do carro, mas nem por isso ele parou de rir. –O que foi que você fez comigo?

–Hermione, eu... quer dizer, nós...- Então começou a rir de novo ao ver a cara de desespero que eu comecei a formar.

– Dá pra parar de rir e me dizer logo o que aconteceu ontem à noite? –Eu disse e dessa vez deixei que todo o desespero contido saísse na minha voz. Eu já estava quase enlouquecendo. Ele parou e ficou me encarando com curiosidade nos olhos, um sorriso brincalhão no canto dos lábios. Depois de um tempo de silêncio, percebi que ele queria que eu perguntasse. Idiota! – Nós... ah, que merda, Malfoy!

– Vamos, pergunte!

Respirei fundo e soltei tudo de uma vez, bem baixo, torcendo para que ele entendesse e não me fizesse repetir:

– Nóstransamosontemanoite?

– O quê? Hermione, fale mais devagar, e mais alto também. –Ele disse gesticulando com as mãos também.

Filho de uma puta. Filho de uma puta. Filho de uma puta.

– EU PERGUNTEI SE NÓS TRANSAMOS ONTEM A NOITE!

Como tudo nessa vida acontece comigo, nesse exato momento, um casal de velhinhos (eita que parece que esses velhinhos fugiram do asilo hoje) passava na rua, e como a janela do carro estava aberta...

– Mas que pouca vergonha é essa! No meu tempo não era assim não. – O velhinho disse para a esposa.

A velhinha por sua vez chegou mais perto do carro e estreitou os olhos para mim.

– Eu conheço sua mãe, viu, menina!É a sra. Granger. Ela vai ficar sabendo disso! –Ameaçou e eu me encolhi no banco sentindo meu rosto ficar rubro,e ela voltou para perto do seu marido. – Não basta ficar fazendo safadeza, ainda tem que anunciar pra todo mundo.

E então depois de me lançarem um olhar feio, continuaram seu caminho. Draco começou a rir outra vez e eu não me aguentei, tirei meu coturno rapidamente e joguei na cara dele. Isso o fez para imediatamente, ele me encarou revoltado:

– Está ficando maluca, garota?

– Eu te fiz uma pergunta.

– Ah, é claro. O que era mesmo? – Perguntou sarcástico.

– Não, eu não vou repetir outra vez! De jeito nenhum! Você sabe muito bem o que é! – Bufei e cruzei os braços, esperando.

– Eu sei. Você quer saber se nós transamos e se fui eu que fiz as marcas que estão por todo o seu corpo. – Declarou ele como se estivesse comentando sobre o tempo.

Meu queixo caiu e um arrepio se espalhou por todo o meu corpo. Eu não havia falado nada sobre os hematomas! Como ele sabia?

– C-Como você...

–Como eu sei sobre as marcas? – Ele perguntou sem parecer esperar por uma resposta.

Ele se livrou do cinto de segurança e foi se inclinando para mim.Eu me afastei o máximo possível dele, até que encostei minhas costas na porta e vi que não tinha mais para onde ir. Ele foi chegando mais perto, e mais perto, as batidas do meu coração acelerendo, até que sua boca estava encostada abaixo do lóbulo da minha orelha, sua respiração indo de encontro com a minha jugular e não pude conter o calor que se espalhou por meu corpo ao senti-lo tão perto. Me xinguei internamente por isso.

– Eu sei, Hermione, porque ... – Ele sussurrou e sua voz estava irresistivelmente rouca. Fechei os olhos e suspirei profundamente (não pude conter) quando ele se moveu e depositou seus lábios em cima de um chupão que estava na minha garganta. – Fui eu quem as fez. Cada uma delas.


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Notas finais do capítulo

Sou totalmente imperdoável?
O próximo capitulo já está pronto,não demoro a postar.
Desculpa?
Espero que tenham gostado!