A Protegida escrita por bella-hyuuga


Capítulo 2
Capítulo II- Chiyo Hyuuga


Notas iniciais do capítulo

Viva! Chegou capítulo novo! Espero que gostem! o/



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  Abri os olhos e o vermelho havia se diluído.

  A mesma coloração escura de antes, estava de volta no porão.

  Senti algo amarrado em meu pescoço e passei meus dedos no pequeno objeto que o adornava.

  O colar que antes estava em minhas mãos. Agora se encontrava em meu pescoço pulsante. Esfreguei o pingente esquisito com meus dedos. Não me lembrava de tê-lo colocado em meu pescoço.

  De repente, ouvi o barulho de caixas sendo derrubadas. Virei-me assustada para procurar o causador daquele barulho; Pensei que estivesse sozinha ali. Ou talvez, meu pai deve ter reparado na minha demora e foi até o sótão para me procurar.  Se bem que se fosse isso, ele teria me chamado:

-O... Otoo-san!-Chamei-o, indo em direção ao local onde ouvi o barulho.

  Não obtive reposta. Mas o som de caixas sendo reviradas, continuava:

-O... Otoo-san!-Chamei-o mais uma vez.

  Estava a alguns passos do local de onde as caixas estavam reviradas. E podia jurar que estava ouvindo alguns sussurros. Porém, antes de eu ver quem ou o quê sussurrava, ouvi meu pai me chamar:

-Hinata?! Tudo bem com você, filha?!-Perguntou-me ele na porta do sótão.

-Hai! Eu estou bem!-Respondi, olhando para seu rosto envelhecido e cansado.

-Então venha jantar, antes que esfrie!

-Ok!

  Corri para sair daquele lugar escuro. E quando já estava na porta, dei uma última olhada por sobre o ombro no lugar onde as caixas e os sussurros ainda podiam ser ouvidos.

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  Estava sentada em uma das cadeiras, que ficava de frente para o meu pai; E ainda não tinha comido nem um pedaço de minha lasanha.

  Pra falar a verdade, meus pensamentos não se encontravam naquela enorme sala de jantar. Eles ainda estavam naquele sótão escuro e desorganizado.

  Imaginava quem ou o que, estava provocando aqueles estranhos acontecimentos naquele lugar. Mas, também não deixava de pensar no estranho colar de fita vermelha, que se encontrava em meu pescoço:

-Hinata?! Hinata você está me escutando?-Chamou-me.

-Ahn?!

-Eu estou aqui falando com você, mas, parece que seus pensamentos estão distantes. -Disse ele comendo uma garfada da lasanha que jazia em seu prato.

-Gomen, Otoo-san! Eu só estou um pouco cansada da viagem. -Respondi, brincando com a lasanha através de meu garfo.

-Entendo!-Ele soltou um suspiro e continuou. -Deve estar sendo difícil para você, voltar a esta casa depois da morte da sua avó.

  Silenciei-me. Não estava sendo nada difícil conviver naquela casa. Na verdade, me sentia mais a vontade aqui, do que na minha antiga casa:

-Não! Eu me sinto bem aqui. Gosto dessa casa. Só preciso descansar.

-Tudo bem!-Ele se levantou da cadeira e levou seu prato até a pia. Onde começou a lavá-lo. –Se não quiser comer, não tem problema. Depois eu faço um lanche e levo para você no quarto.

-Arigatô, Otoo-San!

  Levantei-me também e levei o meu prato de lasanha até a pia; Deixando-o ali. Depois meu pai via o que iria fazer com minha lasanha intocada.

  Depositei um beijo em sua bochecha branca, e vi que ela tomava uma tonalidade rosada. Ri internamente com aquilo e caminhei até meu quarto.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

  Deitada em minha cama, comecei a ler o livro que meu pai havia me comprado, antes de eu me mudar pra cá.

  O enredo era bem interessante e envolvente; Não conseguia me desligar de uma página se quer. Era a história de uma garota chamada Suzannah, que conseguia ver fantasmas e que tinha a missão de ajudá-los a passar para o outro lado. Só que no meio disso tudo, ela acaba se apaixonando por um fantasma que morava no seu quarto, e que parece que o mesmo tem o certo interesse por ela.

  Às vezes me pergunto: “Porque será que esses romances que lemos em livros e vemos em filmes, não acontece conosco?”

  A vida dos personagens parece ser tão perfeita e tão feliz, que faz com que todo esse sentimento seja transmitido ao leitor ou a pessoa que assiste ao filme. E é isso que me encanta em romances açucarados:

-Hinata, vim lhe trazer seu lanche!-Disse meu pai batendo na porta de correr.

  Marquei meu livro, com um pequeno marcador improvisado e me levantei da cama para abrir a porta; Onde meu pai encontrava-se do outro lado com uma bandeja de prata, cheia de guloseimas.

-Arigatô, por trazer o meu lanche até aqui. Mas, eu mesma poderia tê-lo pego lá na cozinha. Não quero causar nenhum incômodo. -Respondi tirando a bandeja de suas mãos e colocando-a em cima do criado-mudo.

-Não é incômodo nenhum cuidar de minha filha. –Ele beijou o alto de minha cabeça, o que me deixou corada. –Quando terminar de lanchar, eu quero que vá se trocar e vá dormir. Ok?!

-Ok!-Disse abrindo um pequeno sorriso.

-Boa noite, minha girassol!-Disse ele, indo para o seu quarto, que ficava logo ao final do corredor.

  Voltei para a minha cama e me sentei nela. Olhei para a bandeja que estava cheia de coisas gostosas, peguei a metade de um pão amanteigado e comecei a comê-lo. Apesar da simplicidade do lanche, ele estava totalmente delicioso.

  Foi quando eu senti uma presença estranha (Mas familiar), vir de fora do meu quarto. Tentei ignorar, mas a presença tornou-se mais forte. Fui até a porta e a abri. Coloquei minha cabeça para fora do quarto, mas não vi ninguém além de minha sombra.

  Fechei a porta e virei-me para voltar a minha cama.

  As luzes se apagaram e um frio fantasmagórico apossou-se do meu quarto. Senti os pêlos do meu corpo se eriçar e fui andando com as pernas bambas até o interruptor, a fim de tentar ligar as luzes novamente.

  Mas meus pés pararam ao ouvir a voz dela:

-Minha girassolzinha, quantas saudades eu senti de você. -Disse a voz familiar.

  Não! Não podia ser ela! Isso só podia ser coisa da minha imaginação. Eu a vi quando fecharam o caixão, e quando o mesmo fora coberto pela terra molhada.

  Virei-me para encarar a intrusa de meu quarto e arregalei os olhos ao constatar que era ela:

-Girassolzinha, veja só como você está pálida. Parece até que você não me conhece.

  As lágrimas desceram incessantes por minhas bochechas e eu só consegui dizer uma palavra:

-Vovó!-Disse correndo em direção a ela para abraçá-la.

  Chiyo Hyuuga abriu os braços e me aninhou em seu abraço gelado e aconchegante:

-Ah! Você não sabe o quanto eu senti falta do seu abraço desajeitado. -Ela riu.

-E... E você não sabe o quanto eu senti SUA falta. -Disse com a voz embargada.

-Me desculpe por tê-la feito sofrer.

-Tudo bem vovó. Pelo menos você voltou. -Disse tentando abrir um sorriso.

  Ela se calou. Olhei para o seu rosto enrugado e vi tristeza através de suas pálpebras. Reparei que ao redor de seu corpo curvado, uma aura brilhante se destacava na pele alva:

-Eu não voltei Hinata!-Respondeu ela.

-Não?! E... Então... O que?!-Não consegui formular uma pergunta decente.

-Acho que você irá querer algumas respostas. E pode deixar, que eu irei te dar tais respostas. -Disse ela tocando em meu colar.

   Sentei-me ao lado de minha avó e esperei as respostas que ela me prometera:

-Hinata, como você deve saber... Eu estou morta!-Meu coração se apertou ao me lembrar que minha avó estava morta, como ela dizia. -Mas, para você poder entender a minha história. Você precisa saber sobre esse colar que está em seu pescoço. -Ela apontou para o meu pescoço e eu segui seu dedo.

-Ahn?! O que esse colar tem a ver com sua morte vovó?

-Bom, tem um pouquinho a ver! Mas, não vou pertubá-la com tal acaso. -Ela se calou e depois continuou. - Na verdade, esse colar tem a ver com essa capacidade que você tem para me ver.

-Como assim?

-Hinata, eu estou morta! Como acha que você está conseguindo me ver.

  Agora que ela havia tocado no assunto, reparei que podia enxergá-la como eu enxergo uma pessoa viva. Mas diferentemente de uma pessoa viva para ela, era que minha avó tinha essa aura brilhante envolta de seu corpo:

-Isso tem a ver com esse colar?

-Sim! E há muito mais por trás dele, que você nem imagina.

  Engoli em seco e ela prosseguiu:

-Hinata, esse colar é o símbolo das protegidas.

-Protegidas?!

-Sim. Ou seja, você é uma pessoa que é protegida pelo poder desse objeto.

-Mas, como?

-Isso é uma história de alguns anos atrás. E infelizmente não tenho tempo para contá-la.

-Por quê?!-Perguntei.

  Ela se calou novamente e respondeu:

-Hinata, você está correndo grande perigo.

  Arregalei meus olhos e ela continuou:

-Isso não é um mero colar comum. Claro, que existem vários desses espalhados por aí e por terem um grande poder, ele são objeto de cobiça de muitos fantasmas e até seres humanos. Hinata, eu vou te falar uma coisa. O seu colar dentre todos é o mais poderoso. Por isso você precisa encontrar o seu fantasma protetor, para lhe ajudar.

-Mas, vovó! Você não disse que só esse colar me protege. Por que eu preciso de um fantasma para me proteger também?

-Esse colar te dá vários poderes, mas, você é inexperiente. Não conseguirá controlar os poderes dele. Por isso você precisará de um fantasma que te proteja, enquanto você aprende a usar os poderes de seu colar.

-Entendo! Mas como vou encontrar um fantasma protetor?! Você não pode ser esse fantasma?

  Ela riu e respondeu:

-Minha girassolzinha, eu já estou velha. Como eu poderei protegê-la, se nem eu mesma consegui me proteger da morte?!

-Então, como vou encontrar o meu fantasma?!

  Minha avó pensou um pouco e disse:

-Então uma idéia de quem poderá ser o seu protetor. Mas, creio que ele não irá querer ajudá-la...

-Mas, nós podemos vê-lo! Quem sabe se eu conversar com esse fantasma, ele acaba topando em me proteger.

  Ela soltou uma gostosa gargalhada, e eu não entendi o motivo:

-Você pensa que é fácil por que não o conhece. Mas, vou atender ao seu pedido. Vou levá-la até ele. -Ela se levantou de minha cama e foi até a porta. – Siga-me, minha neta!

  Levantei-me de minha cama novamente e segui minha avó pela casa. Ela caminhava a passos lentos, até o sótão. O lugar onde os cochichos ainda continuavam e as caixas ainda estavam sendo derrubadas:

-Essa presença... -Ouvi uma voz masculina dizer no meio do entulho de caixas.

-Você é muito bom mesmo, para poder sentir a presença do colar!-Disse minha avó adentrando mais o sótão.

  A voz deu uma risada de escárnio e continuou:

-O que você acha?! Agora, onde está o colar?

-Essa prepotência e arrogância ao falar, você só pode ser...-Disse minha avó  caminhando até o meio do sótão, sendo seguida por mim.

  Uma sombra negra, com sua silhueta marcada pela aura brilhante, apareceu bem à frente de nós. Forcei os olhos para conseguir enxergá-lo, mas, a única coisa que eu pude reparar, era que a pessoa estava com as mãos nos bolsos. Ele caminhou mais um pouco, e pude ver o rosto moreno e os cabelos negros rebeldes caindo displicentes pela face do garoto:

-Sou Sasuke Uchiha!-Ele deu uma risada de canto e se curvou para nós. Mas, sem tirar o olhar de meu colar.

Fim do capítulo 2


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Notas finais do capítulo

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Aí está o segundo capítulo da minha fanfic!
Espero que tenham gostado e que continuem a acompanhar!
Kissus